quinta-feira, 11 de junho de 2009

A SULBA e o prego salvador.

RIO ─ Venho recebendo o JORNAL DA MANHÃ com uma regularidade digna de nota. E, relativamente, muito pequeno, caso haja, o extravio da exemplares. Tais conclusões faço devido as pequenas falhas na série recebida.

Acompanho de perto as reportagens sobre a bela cidade onde passei a melhor fase da minha juventude e, através delas, é que noto a constante presença da 'Sulba". tradicional empresa de transportes coletivo da região que, apesar da constante e eficiente ajuda dos poderes públicos, continua servindo mal seus usuários.

Que o diga o "Enfocando".

Não é, de hoje o sofrimento daqueles que necessitam dos serviços oVprimeira em­presa de transportes coletivos de Ilhéus, ins­talaria pilo saudoso Eíisio Nunes, verda­deiro pioneiro desses serviços.

Há muitos anos utilizo os coletivos da "Sulba". Desde quando ela era exclusiva na região, começando na linha entre Ilhéus e Itabuna, avançando depois em todas as direções do Estado, interligando municípios .Afirmo que sou um tradicional sofredor da veterana empresa quo continua a mesma de antigamente. Onibus velhos na área do Sul do Estado, com a justificativa de péssimas estradas e mial conservadas. Horários irregulares. Paradas de acento com a conveniência dos motoristas. "Amabilidades" de motoristas e trocadores, com raras excessões, etc.

Certa vez, necessitando ir a Canavieiras, tomei uma "Marinete' 'da Sul-Bahiana. Naquele tempo ainda não se usava a sigla. Como sempre, saída atrasada em mais de uma hora. As passagens eram vendidas na hora. da saída, pois não haviam reservas antecipadas. O veículos em péssimas condições. Antes de chegar em São José já se notava o que poderia acontecer mais tarde. A viagem prosseguia com pequenas anormalidades e o coletivo com a lotação permitida, quase duas vezes a mais. Arrastando chegamos em Camacã para o almoço que, por determinação do motorista, foi rápido. Entramos na altura de Mascote, na rota de Canavieiras e, em ânimos de uma hora o carro "empacou". Os passageiros saltam enquanto o condutor, depois de verificar o motivo do ''enguiço", sai procurando, na área que circundava a estrada, algo", juntamente com o seu trocador. Os passageiros procuram, saber qual o problema.

— Coisa atoa. Caso encontrasse uma ponta de arame ou mesmo um prego, tudo seria resolvido.

Ouvindo tais afirmações, uma passa­geira que tomara o “veículo em Camacã, começa a remexer seu "mocó", cheio de trastes velhos, e encontra o objeto salvador: um prego.

Efetivamente era a "ferramenta" de que o motorista estava precisando e com ela consertou o carro.

Minutos depois a viagem prosseguia e com várias horas de atraso chegamos a Canavieiras.

Certamente cenas como estas devem vir se repetindo com regularidade.


Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 15/03/1978

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