Rio — Quando prefeito, Ariston.Cardoso, depois de uma visita a Alemanha, resolveu adotar em Ilhéus, a "nova invenção administrativa", em voga nos grandes centros, ou seja a construção de calçadões e ruas exclusivas para pedrestes. Efetivamente, visitando-se a "Capital do Cacau" nota-se a transformação da Avenida Soares Lopes e a modificação da tradicional Rua Marques de Paranaguá, principalmente esta, reservada aos pedrestes que, com a modernização, deu miais espaços aos transeuntes, além da despreocupação de não serem importunados pelos motoristas que sempre agem como se fossem eles os donos de todas as vias de acesso ruas da cidade.
Faz gosto ver a Paranaguá que, há muito já vinha sendo modificada com novas construções de edifícios modernos, principalmente na área compreendida entre a Praça Firminio Amaral e a Rua do Barr-so, onde velhos e tradicionais prédios como a Pensão Vasco e a mansão Domingos Fernandes, apenas para citar dois, deram lugar a prédios comerciais de glande porte.
A Avenida Soares Lopes também lucrou com, o seu calçadão, mas, por falta de policiamento, quase toda a artéria está sendo danificada pelos motoristas, destacadamente os amadores — verifiquei, há meses passados tal ocorrência — que tomaram conta da artéria plantada a beïra-mar. pondo em perigo a integridade física dos transeuntes.
Mas se os calçadões constituem novidades, o mesmo não se pode dizer das ruas de pedrestes. Elas Já existem ha muitos anos, inclusive em Ilhéus, onde foi implantada na Rua Pedro II há mais, de cinquenta anos,: onde estava instalada o mais sofisticado comércio de modas. Da Praça Firmino Amaral até a Rua 28 de Junho era, como ainda hoje é, proibido o trânsito de veículos. Era uma proibição respeitada, e como.tal, nunca precisou de canteiros'conforme se verifica atualmente.
A Pedro II é uma cópia da Rua do Ouvidor daqui (do Rio de Janeiro) e que vem-de uma transformação. Os estreitos e irregulares passeios desapareceram, como desapareceram os passeios, da Marquês de Paranaguá, dando a impressão de alargamento da artéria.
Creio mesmo, e não tenho dúvidas, de que a Rua Pedro II foi projetada tendo como base a Rua do Ouvidor, isto porque era moda os ilheenses passarem as férias na Capital Federal adquirindo inclusive seus hábitos. Esta preferência se justificava pela facilidade da ligação marítima entre Ilhéus e o Rio, dos navios da Costeira e do Lloyd que mantinham viagens re-gulares através de navios de meio porte, com relativo conforto, o que não se verificava com os velhos e ronceiros barcos da "Bahiana"
O intercâmobio, detsois das-rodovias, e em face do "desaparecimento" dos navios de passageiros para o Sul do País, tornou-se muito raro. As viagens de onibus, mesmo os de leito, são cansativas, fazendo com que os ilheenses prefiram'Salvador
De qualquer maneira, a inovação dos calçadões e ruas de pedestres vem sendo recebida com aplausos pela população, esperando-se que elas se proliferem.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 21/03/1978
quinta-feira, 11 de junho de 2009
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