RIO ─ Normalmente recebo o JORNAL DA MANHÃ apesar de, vez por outra, o Correio ─ o eterno costas largas ─ extraviar exemplares, por coincidência, contendo “Coisas Velhas e Novas”, sério problema para a minha coleção "xerografada", pois o velho companheiro e colega Carlos é refratário no que diz respeito em atender meus reiterados e apelos e pedidos de remessas de números atrasados, ou mesmo de responder minhas cartas. Mas, não há de ser nada.
A chamada leitura dinâmica fez com que vários órgãos da imprensa estabelecessem colunas especializadas em notícias sintéticas as chamadas “dropps” apreciadas pelos homens de negócios principalmente por aqueles que não têm tempo a perder. Mesmo não estando incluído neste rol, aqui sou leitor assíduo de “Fatos e Humores”, da Tribuna da Imprensa, de "JB Informe”, do Jornal do Brasil; “Televisão”, de O Dia e A Notícia, todas elas com notas sucintas e bem elaboradas, tais como “Enfocando”, aqui da casa, do Diamantino Correa, aproveitada para esta crônica.
Em recente edição do JORNAL DA MANHÃ, lá está “enfocada" a seguinte nota: “E o pessoal do “Arrastão”, entidade recreativa recém-fundada em Ilhéus está mostrando que não só de auxílio dos órgãos oficiais é possível se organizar um clube e conseguir fundos para manter a sociedade".
O registro é válido e serve como exemplo para a juventude atual, composta de uma maioria ávida de emoções e não medindo conseqüências para alcançá-las, inclusive através de tóxicos, tão nocivos para a sua saúde e, porque não dizer, para sua moral.
Porém temos aí em Ilhéus, exemplos idênticos ao noticiado em relação ao novo clube recreativo ilheense. Naquele tempo tão comum. Trata-se da Sociedade União Protetora dos Artistas e Operários de Ilhéus e da Desportiva 19 de Março, fundadas respectivamente em 1922 e 1958 por pedreiros, alfaiates, carpinteiros, gráficos, sapateiros e pintores que inicialmente, também não contaram com o apoio oficial, mas construíram suas sedes graças ao trabalho profissional dos seus fundadores.
A União Protetora já teve uma fase de grande prestígio, com a ajuda dos poderes públicos, através de subvenções municipais e estaduais, como recompensa a operosidade dos seus diretores. Mas o auxílio oficial, inclusive a concessão de explorar uma loteria semanal, concorreram para um colapso administrativo, entre o fim da década 20 e primeiros anos de 30. Posteriormente houve outro desaguisado. Hoje creio que tudo está normalizado.
A Desportiva 19 de Março, criada para a prática do esporte de dominó, devido a continuidade administrativa, foi se descambando para jogos carteados e finalizou com a mudança da direção.
Nos dois casos um fator concorreu para que as entidades superassem adversidades. Foi justamente possuírem ambas, sedes próprias
Venho militando em associações ha muitos anos, noto a dificuldade de arregimentar gente, inclusive para formar diretorias de clubes, pois está desaparecendo o espírito associativo de que era possuído o nosso povo, aliado à dificuldades impostas pelas autoridades, está concorrendo para o desaparecimento de tais organizações, outrora centros de reuniões familiares.
Notícias como a do mutirão dos dirigentes da nova sociedade ilheense, devem incentivar a juventude, pelo menos deveria incentivar, porém em face mentalidade, dita avançada dos jovens, acho difícil uma reação favorável. Mesmo porque os "inferninhos estão espalhados em toda a parte para dar vasão aos instintos libertinos da moçada desenfreada, que antigamente era minoria absoluta, hoje representa uma maioria, o que é lamentável.
Mesmo assim, palmas para o arrastão.
Rubens E. da Silva. 18/01
quinta-feira, 11 de junho de 2009
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