quinta-feira, 11 de junho de 2009

Bombinho e o molho pardo.

RIO ─ Certo dia, trazido por um navio da Cia. Bahiana, de volta das rotineiras viagens do Sul do Estado, ou melhor, de São José de Mucuri,, desembarcou em Ilhéus, a família Bombinho, chefiada pelo seu chefe, o velho Bombinho, um "rábula", que exercia as suas atividades em Canavieiras. "No meio da filharada além do colega gráfico, José Bombinho, que anos depois encontrei aqui no conjunto residencial de Cosmos, em Vicente de Carvalho, o escrivão do Cartório de Registro Civil, Jeconias Bombinho.

Não foi difícil a colocação dos citados canavieirenses, o gráfico foi logo “se juntando" na. Papelaria Seixas Martins, já desaparecida e o escrevente com a ajuda do velho colega, Isaac Carvalho, foi "se virando" nos Cartórios locais, já que exercia a profissão com desembaraço.

A "debandada" dos Bombinhos de Canavieiras foi ocasionada por uma agressão ao benquisto padre Justino, que ha muitos anos dirigia a paróquia de São Boaventura e cujo resultado foi atrair toda a população contra o agressor que, diga-se de passagem, passou por maus momentos na sua cidade, que o considerou um "excomungado".

O Jaconias tinha um largo círculo "de amigos na cidade sulina, e até o ato da agressão era bastante considerado, participando dos mais variados eventos sócio-recreativos, o que era justificado pelo cargo que executava com capacidade.

Certo dia, Bombinho foi convidado por outro conhecidíssimo personagem canavieirense para um almoço preparado por sua genitora, exímia cozinheira e cujos dotes culinários eram cantados em "prosa e verso".

Antônio Magno era participante das rodas boêmias da cidade, onde possuía um "cabaré", na zona do meretrício, com todos os "ingredientes" capazes de atrair a freguesia, inclusive jogos de azar.

Não era a primeira vez que Antônio Magno fazia tais almoços. E como tantos outros, reuniu cerca de dez pessoas, que demonstraram interesse devido o cardápio e cujo prato principal era uma Galinha ao Molho Pardo, verdadeira especialidade da “mestra cuca" .

Almoço marcado para o meio-dia, quando todos se apresentaram.

Alguém na turma lembrou-se de tomar uma "abrideira", numa venda perto do "cabaré", local onde seria degustada a "penosa". Surgiu então uma questão Todos queriam pagar a "abrideira". Houve um sorteio. Com o passar das horas a cozinheira fez uma advertência avisando que ia por o almoço na mesa. Naquelas alturas umas cinco rodadas haviam sido ingeridas, sem que se esquecessem a dose do "santo" que àquelas alturas já devia estar tão alto quanto os circunstantes.

Naquela discussão, Bombinho se "aboleta" na mesa, pois o caso dele era apenas o "molho pardo". De mansinho vai "beliscando" enquanto esperava os outros que ainda não tinham "acertado" quem pagaria a "penúltima".

A mãe do Antonio Magno não agüentando" do a demora, deu uma decisão. Vou deixar tudo aí, vocês apareçam quando quiserem.

Dada a última palavra todos resolveram almoçar, mesmo porque a fome tinha dado "presente" nos seus estômagos.

Ao chegarem na mesa, uma decepção. Não havia mais galinha. Os pratos estavam quase ao "natural" ou seja, limpos.

Bombinho havia comido todo o "molho pardo”.

Como solução, uma fritada, de ovos feita pelo "anfitrião".

Rubens Esteves da Silva

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