RIO — Desde a chamada crise do petróleo — verdadeiro "maná" para a Petrobrás que está faturando mais de 500 na comercialização — fontes autorizadas falam em reativar alguns dos ramais ferroviário, intempestivamente desativados pelo então Ministro da Viação general Juarez Távora que, no caso da nossa "State", segundo se propalou foi fechada em revide a derrota do ministro, nas suas suas pretensões de se eleger presidente da República, nos idos de 60.
A decisão deixou milhares de ferroviários em disponibilidade remunerada, determinando a transferência de uns poucos para regiões distantes de sua moradia, numa espécie de "desterro branco" a quem não tinha nada "com o peixe, ou seja a derrota do "vice-rei do norte em 3C”: Houve grita contra o ato que não alcançou a economia esperada e hoje está patenteado o grave erro da desativação.
No caso da Ilhéus a Conquista o ato do ministro Juarez Távora foi de uma infelicidade sem par, uma vez que a ferrovia dirigida por “Mister Hull”, vinha prestando inestimáveis serviços a uma das mais ricas regiões da América do Sul, como atestavam as estatísticas da "The State Of. Bahia South Wester Railway Company, fundada por iniciativa do cel. Bento Berilo de Oliveira e construída com capital inglês, na primeira década do século.
Conheci a State em 1.927 — alíás a primeira Estrada de Ferro que conhsci ao vivo —-quando me tornei assiduo frequentador de "gare" sob o comando de Paizinho. Zegato, Francisco ou Demola. Admirava o trabalho penosíssimo dos foguistss e a perícia dos guardas-freios e manooreiros.
Com íal vivência fiquei prsticsmsnte integrado na vida da nossa ferrovia onda havia uma espécie de ecumenismo ideológico surgido quando dos movimentes liderados por Luiz Carlos Prestes e Plínio Salgado, respsctivamente Aliança Libertadora e Acão Integraíista Brasileira, sendo que os "plinianos" eram muitas vezes rnais numerosos. No escritório, dentre outros, estavam os irmãos Pedro e Humbert Ribeiro, juntamente com João Batista de Souza e Crescenciano Santos. Espalhados na administração sa “State”, estavam José Cerqueira, Cândido Lobo, Cantídio, António de Aflitina, .Ernesto, Canso dos Batutas. Duca. Manoeliío, Esterrnito, Sodré. Nestor, Bode de Duca, Bitatis, Januncio o extraordinário rneia-esquerda da Seleção Ilheense e o "virtuose" do violão, popularmente conhecido como Major.
Certa vez estava com Adamstor Adamí — outro freguês da chegada do comboio — na plataforma quando urn rapaz modestamente vestido, nos pede para que o ajude a levar seu pai para o cemitério. Acompanhamos o rapaz e ao chegar onde estava o corpo verificamos que não tinha mais nlnguém para o enterro e o que era pior o cadáver ultrapassava a linha dos 150 quilos. Depois de alguns apelos apareceu um acompanhante.
Tivemos cus enfrentar a situação e "agarrar" o esquife que, ainda por cima, tinha as alças colocadas ao contrário, com os vincos para baixo
Esta ocorrência ficou bern marcada e, por muito tempo, quando encontrava Adamastor ou vice-versa, um leve sorriso nos fazia lembrar o- que passamos a chamar a "grance tragédia".
Voltando ao pessoa; da "Ilhéus a Conquista*', lembro de um personagem dos mais conhecidos da ferrovia dada e sua função que o obrigava a um permanente contato com os passageiros.
Estou faiando de "La Pernet':; o chefe de trem. De estatura média, parecia sernpre zangado. Fiel curnpndpr das suas obrigações e na conferência dos bilhetes, não deixava passar nada. Verdadeiro terror dos caronas.
Certa vez, piíhando" o colega Lelinho com o passe de Souza Pinto, o gerente de “Diário da Tarde” quis “prender” o documento dizendo que o passageiro estava errado, já que não era legal e certo Leiínho viajar com o "passe" do gerente do jorna!.
O saudoso co!egaT sob uma gargalhada dos passageiros apenss disse:
— Nada "Lapernet" se tudo aqui fosse direito esta Estrada há muito tempo já estaria em Conquista...
Rubens E Silva Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 07/12/1980
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
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