RIO — O progresso de Ilhéus se deve a ação dos seus administradores e por destacados líderes de empresas privadas, dirigidas por fazendeiros e comerciantes bem sucedidos que participavam de campanhas políticas e eventos sociais, desde o tempo em que imperava a lei do mais forte e o prestígio de qualquer um era avaliado pelo numero de capangas, capaz de garantir o sucesso dos "caxíxis". Tal época foi eliminada graças a ação violenta do capitão Sobrinho que, munido de carta branca, promoveu verdadeira "caçada" aos hoje chamados de "segurança'' acoitados pelos poderosos da época e, dada a ação da política, tiveram que se imunizar na região sul do estado ou 'mesmo no norte de Minas.
Dentro o que muitos fizeram para Ilhéus e a região,'os "Mangabeiras" e os ''Pessoas" estão em primeiro plano. Os "Pessoas" com todos os defeitos, sob o comando do seu chefe, o senador estadual Antônio da Silva Pessoa, muito fizeram pelo desenvolvimento e progresso ilheense, por quase duas décadas' de comando da política loca!, encerrando em 1930 pela vitória da Revolução do saudoso Getúlio Vargas ocasião em que Durval Oliviera "cedeu" lugar ao Dr. Eusínio Lavigne. Oliveira havia substituído o Dr, Mário Pessoa da Costa e Silva administrador no período de 927 a 928.
Antes da volta de Dr, Mário, dirigiu a prefeitura ilheense, por 8 meses apenas, o Dr. Raymundo Amaral Pacheco, destituído quando em viagem a São Paulo A mudança foi devido ao fracassado "assalto" do Palácio do Catete pelos seguidores de Plínio Salgado em 1938, ocasião em que na intorventoria baiana o cel. Fernandes Dantas, deu lugar ao professor Landulfo Alves.
Na segunda gestão do Dr. Mário Pessoa se verificou um surto de progresso no município, destacando-se a construção do Estádio da Fonte da Cruz que, por triste íronia marcou o início da decadência do nosso futebol após uma época de ouro assinalada por sensacionais vitórias das quais a sua exibição, pela primeira; vez à luz dos refletores na Capital do Estado, depois de cansativa viagem a bordo de pachorrentos navios da "Bahiana". Para esta fase negativa concorreu a instituição do futebol profissional que Ilhéus até hoje não conseguiu se adaptar.
Quando Intendente, Mário Pessoa foi obrigado a seguir a política da época, mas sua volta em 1938 se, amoldou a "nova ordem", adotando a política de apaziguamento iniciada por, Eusínio Lavigne, até certo ponto responsável pela volta dos "Pessoas" ao poder.
Entretanto,-se o modo de agir do prefeito agradava aos munícipes, o mesmo não acontecia com os seus correligionários, acostumados ao velho e.superado tempo dá perseguição aos que estavam "debaixo", por isto mesmo, perdendo a força" perante seus eleitores que, diga-se de passagem, não'valiam quase nada devido as tradicionais eleições de "bico de pena" — coisa.do passado.
Não foram poucos os problemas 'enfrentados pelo Prefeito devido tal situação, o que demandava muita habilidade para contornar os conseqüentes atritos e ameaças de abandono das suas hostes políticas.
Entretanto o maior- atrito ocorrido com o chefe do executivo da Capital do Cacau foi, sem dúvida o verificado com destacada figura do partido um chefe de Cartório "oriundo" do Norte, de onde veio transportando apenas pequena trouxa — pelo menos era o que se dizia "boca pequena" — o que foi 'amplamente "bafejado" pelo velho senador. O motivo não chegou ao conhecimento público mas a discussão do Dr. Mário Pessoa, ameaçou a abandonar tudo e voltar a sua terra nordestina, encerrando o encontro desta maneira:
— Assim Mário não é mais possível. Tenho que ir embora desta terra...
O Prefeito que não gostava de ouvir ameaças mas exibindo uma certa linha dado o respeito que mantinha sobre o correligionário e, até certo ponto, protegido de seu pai, respondeu com ironia:
. —; Vá mesmo: -Mas, por favor leve de volta apenas que o .senhor trouxe quando chegou à esta cidade.
A resposta pôs água na fervura e o dono do cartório não cumpriu a sua ameaça.
Rubens E Silva Jornal da Manhã Ilhéus/BA 28/12/1980
domingo, 2 de novembro de 2008
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