RIO — Não fui dos piores alunos, quando a escola "era risonha "e franca mas na mesa dos professores estava sempre. uma respeitável palmatória." Enfrentei,, com relativo êxito, as sabatinas determinadas pelo austero educador de cerca de quatro gerações de Belmonte, professor Lúcio Coelho Júnior, quando enfileirados, os alunos eram obrigados a expor os seus conhecimentos "arïthmeticos” em. "cima da buxa", perguntas capciosas como oito vezes sete, noves-fora nove e mais cinco. Naturalmente do terceiro aluno em diante aparecia o herói que .recebia o sinal verde do professor para "exemplar" com palmatoradas, os que não responderam, certos ou nada responderam.
Agora, depois das mini-computadoras, com trânsito livre nos colégios a coisa "está de colher" e nós antigos estudantes ficamos em dificuldades para fazer certas equações "de raiz quadrada, pois no caso, os números forem substituídos pelas letras.
Com tal mudança ficou fácil, muito fácil, os tecnocratas explicarem, com desassombrada desenvoltura, coisas que, muitas vezes embevecidos, aceitamos mesmo sentindo na própria carne, ou no bolso, que não está certo.
Por exemplo, não entendemos como o governo vende a nossa gasolina "aos outros", por dois cruzeiros o litro e aos nossos, o mesmo produto por mais de dez cruzeiros. Dá para entender a subida, quase quinzenal do dólar, enquanto até no seu país de origem a moeda é desvalorizada? E como é que o café é vendido a nós, seu dono, mais caro do que nos compram os outros países? A soja sobe internamente seu preço, para cobrir a baixa do produto no mercado externo, o mesmo acontecendo com o açúcar.]
O caso do leite que inexplicavelmente vem tendo aumentos em dupla, mas na hora da fartura, ser r s de alimentação aos porcos para não reduzir o preço e que agora, mais uma vez, estamos na expectativa de um aumento devido a geada, é de "lascar".
Aliás as geadas, as cheias e as secas, de certo tempo para cá, servem para justificar, todos os aumentos. As oscilações climatéricas, que nos nossos velhos tempos ninguém tomava conhecimento, têem sido um "maná" para os responsáveis pela política econômica, de um certo tempo para cá. Tam bem descobriram uma tal de "entressafra" que só serva para aumentar; produtos agropecuários. O pior porém é que depois de passado o período da "entressafra" as mercadorias ficam com seus preços estabilizados aguardando novo período, para um novo aumento .
Uma semana ou menos de geada." verificada no Sul do País, ocasionou um aumento acima do razoável, nos preços de todos os gêneros de primeira necessidade, com o apoio "das autoridades que através dos meios de "comunicação. pintaram a ocorrência com as mais dramáticas cores, uma espécie de “água no mel” para os exploradores de todos os matizes.
Há cerca de dois meses o Presidente da República pediu aos donos dos super-mercados, para que durante 60 dias estabilizassem os preços das mercadorias de primeira necessidade. Houve uma reação contra o pedido e até houve em Salvador um "tubarão" explicando os motivos do não atendimento. Porém alguns estabelecimentos realizaram uma incessante remarcação das mercadorias, hoje facilitada por uma mini-máquina. Terminado agora o prazo, os mesmos comerciantes vêem se apresentar como colaboradores do governo, deixando de supermarcar seus produtos, o que não é verdade.
Na minha opinião o Presidente João Batista de Figueiredo devia, como tentou uma vez, o Presidente Geisel, estabelecer um só órgão.p.ara autorizar ou rn não o aumento dos preços, evitando que os dirigentes dos vários setores do governo, como Conselho Nacional de Petróleo, Cooperçucar, e tantos outros, determinem os reajustamentos, muitas vezes contrariando determinações de Ministros de Estado, como aconteceu ultimamente quando o Ministro da Indústria e Comércio, declarou perante a Televisão que não tinha nenhuma expectativa de aumento para o preço do café
Na manhã seguinte os jornais noticiaram que o quilo da preciosa bebida havia sido aumentado para mais de 90 cruzeiros.
O fato é que os tecnocratas explicam todas estas coisas, mas Zé Povinhos mesmo sem entender, está pagando o pato.
Rubens E. Silva Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 22/06/1979
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
A inflação é uma oportuna advertência.
RIO ─ Tem razão o senador mineiro pelo MDB, Tancredo de Almeida Neves, quando adverte o governo sobre a situação financeira do País, principalmente em face das dificuldades por que passa a maioria absoluta dos brasileiros, afogada com as altas constantes e vertiginosas dos preços das utilidades essenciais para a sua sobrevivência. A estatística demonstra que apenas 5 por cento da população é detentora de 52 por cento
da renda nacional e 8 por cento dos brasileiros tem posse de 70 por cento das terras agro-cultiváveis do Brasil.
Diante de tal situação, o senador, homem equilibradíssimo, faz previsões sombrias e solicita medidas drásticas contra os exploradores do povo, que como sempre, fazem ouvidos de mercador e prosseguem sugando o já depauperado e minguado salário dos trabalhadores.
Os aumentos dos salários, em função dos aumentos já realizados, motivam novas remarcações nos supermercados, remarcações estas que agora são feitas eletronicamente, ou melhor, através de uma pequena máquina acionada durante o dia por um funcionário, que na sua missão, não tem tempo nem de retirar a marcação anterior, muitas vezes feita horas antes.
Os órgãos fiscalizadores desapareceram quase, por completo, da circulação e, quando aparecem e são abordados pelos compradores, nem tomam providência alguma, deixando o povo entregue a sua própria sorte.
As ”Cestas do Povo”, os “Caminhões da Cobal” e outras instituições aparecidas ultimamente, nada resolvem pois o tempo perdido nas filas não compensa em face da mínima diferença de preços da mesma mercadoria exposta nos supermercados, além da falta de algumas mercadorias essenciais ao sustento da população mais carente.
A par da advertência do senador Tancredo Neves, de que o ovo tentará fazer, pela violência, profundas reformas sociais e econômicas” aqui nesta “mui heróica Cidade de São Sebastião”, tenho assistido a várias demonstrações de força coletiva e a sua capacidade de violenta reação. Por exemplo: a invasão do Maracanã, no dia da sua inauguração. A multidão que afluiu ao estádio, impaciente ante a morosidade na venda dos ingressos, começou a protestar e, a certa altura, como um rolo compressor, derrubou parte da murada que cercava a praça de esportes, invadindo todas as dependências, sem que houvesse força que impedisse o “assalto”.
As reações aos constantes e injustificáveis atrasos dos trens da Central, muitas vezes se transformando de depedrações, também demonstrar o quanto pode a força humana. Certa vez, devido a um prolongado atraso, quase todas as estações foram depedradas pelos usuários. A ação foi feita após constantes descarrilamentos, não faltando quem pusesse a culpa nos “agitadores comunistas”.
Mas com algumas providências tomadas pela Rede Ferroviária, inclusive instalando alto-falantes nas estações para comunicar as ocorrências em cima da hora, tem diminuído um pouco as ações depredadoras.
Porém a maior demonstração de Violência popular foi a verificada nas barcas Rio - Niterói quando a família Carreteiro era concessionária. Saturados pelos constantes e inexplicáveis atrasos e pelos maus atendimentos, os usuários, certo dia, "perderam a paciência" e, como perderam.
Estava a Estação de Niterói superlotada e, naquele dia, o tradicional atraso parecia mais demorado que os outros dias. Os operários uns com o repouso remunerado já perdido e outros na eminência de perdê-lo. De repente a revolta. As instalações quase todas destruídas e a multidão resolveu ir de encontro aos concessionários, dirigindo-se a residência do chefe não o encontrando. A casa foi invadida pela massa humana e completamente destruída com todos os moveis e utensílios jogados na rua. Houve um principio de incêndio debelado pelos amotinados.
Um contingente dos Fuzileiros Navais foi impotente para dominar a situação só normalizada depois da casa ficar quase arrasada.
Como o senador mineiro, pensa um economista que declarou:
— Não sei para onde iremos quando esse povo juntar a fome à vontade de comer.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 25/10/1979
da renda nacional e 8 por cento dos brasileiros tem posse de 70 por cento das terras agro-cultiváveis do Brasil.
Diante de tal situação, o senador, homem equilibradíssimo, faz previsões sombrias e solicita medidas drásticas contra os exploradores do povo, que como sempre, fazem ouvidos de mercador e prosseguem sugando o já depauperado e minguado salário dos trabalhadores.
Os aumentos dos salários, em função dos aumentos já realizados, motivam novas remarcações nos supermercados, remarcações estas que agora são feitas eletronicamente, ou melhor, através de uma pequena máquina acionada durante o dia por um funcionário, que na sua missão, não tem tempo nem de retirar a marcação anterior, muitas vezes feita horas antes.
Os órgãos fiscalizadores desapareceram quase, por completo, da circulação e, quando aparecem e são abordados pelos compradores, nem tomam providência alguma, deixando o povo entregue a sua própria sorte.
As ”Cestas do Povo”, os “Caminhões da Cobal” e outras instituições aparecidas ultimamente, nada resolvem pois o tempo perdido nas filas não compensa em face da mínima diferença de preços da mesma mercadoria exposta nos supermercados, além da falta de algumas mercadorias essenciais ao sustento da população mais carente.
A par da advertência do senador Tancredo Neves, de que o ovo tentará fazer, pela violência, profundas reformas sociais e econômicas” aqui nesta “mui heróica Cidade de São Sebastião”, tenho assistido a várias demonstrações de força coletiva e a sua capacidade de violenta reação. Por exemplo: a invasão do Maracanã, no dia da sua inauguração. A multidão que afluiu ao estádio, impaciente ante a morosidade na venda dos ingressos, começou a protestar e, a certa altura, como um rolo compressor, derrubou parte da murada que cercava a praça de esportes, invadindo todas as dependências, sem que houvesse força que impedisse o “assalto”.
As reações aos constantes e injustificáveis atrasos dos trens da Central, muitas vezes se transformando de depedrações, também demonstrar o quanto pode a força humana. Certa vez, devido a um prolongado atraso, quase todas as estações foram depedradas pelos usuários. A ação foi feita após constantes descarrilamentos, não faltando quem pusesse a culpa nos “agitadores comunistas”.
Mas com algumas providências tomadas pela Rede Ferroviária, inclusive instalando alto-falantes nas estações para comunicar as ocorrências em cima da hora, tem diminuído um pouco as ações depredadoras.
Porém a maior demonstração de Violência popular foi a verificada nas barcas Rio - Niterói quando a família Carreteiro era concessionária. Saturados pelos constantes e inexplicáveis atrasos e pelos maus atendimentos, os usuários, certo dia, "perderam a paciência" e, como perderam.
Estava a Estação de Niterói superlotada e, naquele dia, o tradicional atraso parecia mais demorado que os outros dias. Os operários uns com o repouso remunerado já perdido e outros na eminência de perdê-lo. De repente a revolta. As instalações quase todas destruídas e a multidão resolveu ir de encontro aos concessionários, dirigindo-se a residência do chefe não o encontrando. A casa foi invadida pela massa humana e completamente destruída com todos os moveis e utensílios jogados na rua. Houve um principio de incêndio debelado pelos amotinados.
Um contingente dos Fuzileiros Navais foi impotente para dominar a situação só normalizada depois da casa ficar quase arrasada.
Como o senador mineiro, pensa um economista que declarou:
— Não sei para onde iremos quando esse povo juntar a fome à vontade de comer.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 25/10/1979
As festas juninas de outrora
RIO — De ano para ano, as festas juninas, vão perdendo a animação, estando reduzidas a uns poucos "arraiais" e m; escolas primárias, além de poucas festas promovidas por clubes recreativos.
Até a década de 50 ainda podíamos assistir boas festas com "casamentos na roça", quadrilhas, balões — especialidade carioca — fogueiras e queima de fogos de todas as qualidades- Porém, depois que as autoridades proibiram tais exibições .as festividades foram declinando e, ao que- parece, estão prestes a desaparecerem.
As Justificações para as proibições, algumas justas .tais como bombas e fogueiras Acidentes e incidentes ou perigo com as instalações elétricas são aceitavas, mas sobre os balões (bombas de. gasolina e- depósitos de combustíveis) parece que não foram bem recebidas, pois dizem, que ha muito íris estabelecimentos existem e nunca constituíram problemas com o ."mais pesado que o ar”. E a prova de que a proibição dos balões não agradou é que continuam, clandestinamente, a se soltar o mais bonito fogo de artifício junino.
Estas considerações estão ligadas as festas juninas d'o Rio de Janeiro, outrora, também animadíssimas, mesmo sem as particularidades das realizadas na Bahia.
Há anos passados assisti a passagem do dia de São João em Ilhéus.
Que diferença do São João festejado nas primeiras décadas, até os anos 40. Naquele tempo a canjica e o "jenipapo", começavam a lº. de junho e terminava a 2 de julho. Os dias de Santo Antônio, São João eSão Pedro, eram considerados feriados, devido o ponto alto dos festejos ser às vésperas dos dias consagrados aos populares de Santo Antônio, em seguida as novenas de São João, finalizando com o tríduo em louvor a São Pedro, esticando- até o feriado de- 2 de julho.
Por toda a cidade havia rezas para o Santo Casamenteiro. Da Ponta de Areia ao Plano Inclinado, incluindo a Conquista. As mais animadas entretanto eram as da Antonina Nascimento (Cameleiro), D. Clara (Fonte da Cruz), Mãe Tereza (Alto de Teresópolis), Antonina Nascimento (Rua da Linha) Rita de José Luiz (Ceará). Nestas casas de trezenas eram feitas por noiteiros e terminavam, na sua maioria ,com animados bailes.
São João, que tinha seu ponto alto no Gameleiro e Pïmenta, a festa mais animada era a de Sereia, em cuja casa havia além de baile, animado samba de roda. Todas essas festas eram acompanhadas dos tradicionais licores (Jenipapo) e muita canjica.
Uma das casas mais procuradas, nesta fase, era a do alfaiate Eugênio Bezerra (Rua do Café) que, mesmo sendo abstêmio, fazia o melhor "jenipapo" da, região, só igualado ao produzido pelo Orozimbo, que preparava: o licor com um ano de antecedência, filtrado e enterrado.
Muitos acidentes eram verificados, devido a imprudência dos mais afoitos e dos "maus caráter" que, nessas ocasiões, põe à mostrar seus instintos ,soltando ,maldosamente, seus fogos, com o intuito de atingir ao próximo, justificando pois as medidas drásticas das autoridades, visando coibir os excessos, concorrendo, portanto, para o desaparecimento de uma das mais bonitas festas tí'o nosso folclore.
Lamentando, só temos uma frase...... (
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 14/06/1978
Até a década de 50 ainda podíamos assistir boas festas com "casamentos na roça", quadrilhas, balões — especialidade carioca — fogueiras e queima de fogos de todas as qualidades- Porém, depois que as autoridades proibiram tais exibições .as festividades foram declinando e, ao que- parece, estão prestes a desaparecerem.
As Justificações para as proibições, algumas justas .tais como bombas e fogueiras Acidentes e incidentes ou perigo com as instalações elétricas são aceitavas, mas sobre os balões (bombas de. gasolina e- depósitos de combustíveis) parece que não foram bem recebidas, pois dizem, que ha muito íris estabelecimentos existem e nunca constituíram problemas com o ."mais pesado que o ar”. E a prova de que a proibição dos balões não agradou é que continuam, clandestinamente, a se soltar o mais bonito fogo de artifício junino.
Estas considerações estão ligadas as festas juninas d'o Rio de Janeiro, outrora, também animadíssimas, mesmo sem as particularidades das realizadas na Bahia.
Há anos passados assisti a passagem do dia de São João em Ilhéus.
Que diferença do São João festejado nas primeiras décadas, até os anos 40. Naquele tempo a canjica e o "jenipapo", começavam a lº. de junho e terminava a 2 de julho. Os dias de Santo Antônio, São João eSão Pedro, eram considerados feriados, devido o ponto alto dos festejos ser às vésperas dos dias consagrados aos populares de Santo Antônio, em seguida as novenas de São João, finalizando com o tríduo em louvor a São Pedro, esticando- até o feriado de- 2 de julho.
Por toda a cidade havia rezas para o Santo Casamenteiro. Da Ponta de Areia ao Plano Inclinado, incluindo a Conquista. As mais animadas entretanto eram as da Antonina Nascimento (Cameleiro), D. Clara (Fonte da Cruz), Mãe Tereza (Alto de Teresópolis), Antonina Nascimento (Rua da Linha) Rita de José Luiz (Ceará). Nestas casas de trezenas eram feitas por noiteiros e terminavam, na sua maioria ,com animados bailes.
São João, que tinha seu ponto alto no Gameleiro e Pïmenta, a festa mais animada era a de Sereia, em cuja casa havia além de baile, animado samba de roda. Todas essas festas eram acompanhadas dos tradicionais licores (Jenipapo) e muita canjica.
Uma das casas mais procuradas, nesta fase, era a do alfaiate Eugênio Bezerra (Rua do Café) que, mesmo sendo abstêmio, fazia o melhor "jenipapo" da, região, só igualado ao produzido pelo Orozimbo, que preparava: o licor com um ano de antecedência, filtrado e enterrado.
Muitos acidentes eram verificados, devido a imprudência dos mais afoitos e dos "maus caráter" que, nessas ocasiões, põe à mostrar seus instintos ,soltando ,maldosamente, seus fogos, com o intuito de atingir ao próximo, justificando pois as medidas drásticas das autoridades, visando coibir os excessos, concorrendo, portanto, para o desaparecimento de uma das mais bonitas festas tí'o nosso folclore.
Lamentando, só temos uma frase...... (
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 14/06/1978
Eu vi o “Diário” nascer III
RIO ─ Foi justamente no dia 10 de fevereiro de 1928, terça-feira, com 16 páginas, que saiu o primeiro número do- DIÁRIO DA TARDE ante uma grande expectativa de toda a cidade. As folhas eram disputadíssimas e, apesar dos 1,500 exemplares, em apenas, dois dias, a edição estava praticamente esgotada, superando os cálculos da direção, que previa substancial "encalhe", que serviria para promover eficientemente divulgação, do novo jornal, em toda, zona cacaueira.
Eíetivamente foi um dia de festa em Ilhéus, Um dia inesquecível. Muito antes da saída do jornal, marcada para às 15 horas, grande número de pessoas se apostava à frente da redação se misturando com os-"biribanos" ─ vendedores de jornais ─ a espera do esperado, momento.
O DIÁRIO DA TARDE transformou-se imediatamente; na "coqueluche" da cidade. As edições se esgotavam rapidamente, Os chamados "artigos de fundo", de Carlos Monteiro, se transformaram em pêndulo da opinião política que terminou por liderar, na: região, o movimento que levou. Getúlio Vargas, em. l 930. ao: poder e como ele, em Ilhéus, um dos seus empresários, Eusínio Lavigne, que também assinava artigos políticos no novo jornal. Qctávio Moura como já dissemos, era responsável pelos ineditoriais.
O jornal possuía várias seções, inclusive a poética escrita pelo saudoso.. Sosígenes Costa, com a participação de Lafayete Soares e, depois de Jacinto de Gouveia, que fazia a crônica de abertura da coluna social
A parte gráfica do jornal! procurava o máximo possível se modernizar, contando para isto a equipe de tipógrafos que, além dos "importados", Perolino, Benzano, Simplicio e depois, Lelinho; Zelito Edmundo Tiloloí acrescida pelos auxiliares Roque Nunes, Xico de Getúlio e Ulisses, do Pontal, entrando depois Mário Sales
Na parte administrativa e financeira» colaborando eficientemente com, o Souza Pinto estava o auxiliar Junot Almeida, hoje funcionário da Petrobrás.
O gráfico Antônio Benvindo Teixeira,da composição passou a ser revisor e, posteriormente para a gerência, o mesmo acontecendo com Vivaldo Reis (Lelinho), que faleceu, em plena atividade. Os dois também faziam viagens, ao interior, representando o; "DIÁRIO”.
Em 1930, devido a sua ascensão a Prefeitura .de Ilhéus, Eusínio Lavigne, retirou-se da Empresa, cumprindo assim preceito jurídico,
O jornalista Carlos: Monteiro dirigiu a organização durante 10 anos, solicitando demissão e transferindo sua residência para Salvador, onde instalou uma Papelaria que, antes dá sua morte, a transferiu para Carlos Alberto Monteiro, seu filho.
Uma edição de 40 páginas; assinalando o 10°. aniversário do DIÁRIO DA TARDE, marcou em 1938, a despedida de Carlos "Monteiro do vitorioso jornal.
Rubens E. Silva. Diário da Tarde. Ilhéus/BA 11/02/1978
Eíetivamente foi um dia de festa em Ilhéus, Um dia inesquecível. Muito antes da saída do jornal, marcada para às 15 horas, grande número de pessoas se apostava à frente da redação se misturando com os-"biribanos" ─ vendedores de jornais ─ a espera do esperado, momento.
O DIÁRIO DA TARDE transformou-se imediatamente; na "coqueluche" da cidade. As edições se esgotavam rapidamente, Os chamados "artigos de fundo", de Carlos Monteiro, se transformaram em pêndulo da opinião política que terminou por liderar, na: região, o movimento que levou. Getúlio Vargas, em. l 930. ao: poder e como ele, em Ilhéus, um dos seus empresários, Eusínio Lavigne, que também assinava artigos políticos no novo jornal. Qctávio Moura como já dissemos, era responsável pelos ineditoriais.
O jornal possuía várias seções, inclusive a poética escrita pelo saudoso.. Sosígenes Costa, com a participação de Lafayete Soares e, depois de Jacinto de Gouveia, que fazia a crônica de abertura da coluna social
A parte gráfica do jornal! procurava o máximo possível se modernizar, contando para isto a equipe de tipógrafos que, além dos "importados", Perolino, Benzano, Simplicio e depois, Lelinho; Zelito Edmundo Tiloloí acrescida pelos auxiliares Roque Nunes, Xico de Getúlio e Ulisses, do Pontal, entrando depois Mário Sales
Na parte administrativa e financeira» colaborando eficientemente com, o Souza Pinto estava o auxiliar Junot Almeida, hoje funcionário da Petrobrás.
O gráfico Antônio Benvindo Teixeira,da composição passou a ser revisor e, posteriormente para a gerência, o mesmo acontecendo com Vivaldo Reis (Lelinho), que faleceu, em plena atividade. Os dois também faziam viagens, ao interior, representando o; "DIÁRIO”.
Em 1930, devido a sua ascensão a Prefeitura .de Ilhéus, Eusínio Lavigne, retirou-se da Empresa, cumprindo assim preceito jurídico,
O jornalista Carlos: Monteiro dirigiu a organização durante 10 anos, solicitando demissão e transferindo sua residência para Salvador, onde instalou uma Papelaria que, antes dá sua morte, a transferiu para Carlos Alberto Monteiro, seu filho.
Uma edição de 40 páginas; assinalando o 10°. aniversário do DIÁRIO DA TARDE, marcou em 1938, a despedida de Carlos "Monteiro do vitorioso jornal.
Rubens E. Silva. Diário da Tarde. Ilhéus/BA 11/02/1978
Eu vi o “Diário” nascer III
RIO ─ Foi justamente no dia 10 de fevereiro de 1928, terça-feira, com 16 páginas, que saiu o primeiro número do- DIÁRIO DA TARDE ante uma grande expectativa de toda a cidade. As folhas eram disputadíssimas e, apesar dos 1,500 exemplares, em apenas, dois dias, a edição estava praticamente esgotada, superando os cálculos da direção, que previa substancial "encalhe", que serviria para promover eficientemente divulgação, do novo jornal, em toda, zona cacaueira.
Eíetivamente foi um dia de festa em Ilhéus, Um dia inesquecível. Muito antes da saída do jornal, marcada para às 15 horas, grande número de pessoas se apostava à frente da redação se misturando com os-"biribanos" ─ vendedores de jornais ─ a espera do esperado, momento.
O DIÁRIO DA TARDE transformou-se imediatamente; na "coqueluche" da cidade. As edições se esgotavam rapidamente, Os chamados "artigos de fundo", de Carlos Monteiro, se transformaram em pêndulo da opinião política que terminou por liderar, na: região, o movimento que levou. Getúlio Vargas, em. l 930. ao: poder e como ele, em Ilhéus, um dos seus empresários, Eusínio Lavigne, que também assinava artigos políticos no novo jornal. Qctávio Moura como já dissemos, era responsável pelos ineditoriais.
O jornal possuía várias seções, inclusive a poética escrita pelo saudoso.. Sosígenes Costa, com a participação de Lafayete Soares e, depois de Jacinto de Gouveia, que fazia a crônica de abertura da coluna social
A parte gráfica do jornal! procurava o máximo possível se modernizar, contando para isto a equipe de tipógrafos que, além dos "importados", Perolino, Benzano, Simplicio e depois, Lelinho; Zelito Edmundo Tiloloí acrescida pelos auxiliares Roque Nunes, Xico de Getúlio e Ulisses, do Pontal, entrando depois Mário Sales
Na parte administrativa e financeira» colaborando eficientemente com, o Souza Pinto estava o auxiliar Junot Almeida, hoje funcionário da Petrobrás.
O gráfico Antônio Benvindo Teixeira,da composição passou a ser revisor e, posteriormente para a gerência, o mesmo acontecendo com Vivaldo Reis (Lelinho), que faleceu, em plena atividade. Os dois também faziam viagens, ao interior, representando o; "DIÁRIO”.
Em 1930, devido a sua ascensão a Prefeitura .de Ilhéus, Eusínio Lavigne, retirou-se da Empresa, cumprindo assim preceito jurídico,
O jornalista Carlos: Monteiro dirigiu a organização durante 10 anos, solicitando demissão e transferindo sua residência para Salvador, onde instalou uma Papelaria que, antes dá sua morte, a transferiu para Carlos Alberto Monteiro, seu filho.
Uma edição de 40 páginas; assinalando o 10°. aniversário do DIÁRIO DA TARDE, marcou em 1938, a despedida de Carlos "Monteiro do vitorioso jornal.
Rubens E. Silva. Diário da Tarde. Ilhéus/BA 11/02/1978
Eíetivamente foi um dia de festa em Ilhéus, Um dia inesquecível. Muito antes da saída do jornal, marcada para às 15 horas, grande número de pessoas se apostava à frente da redação se misturando com os-"biribanos" ─ vendedores de jornais ─ a espera do esperado, momento.
O DIÁRIO DA TARDE transformou-se imediatamente; na "coqueluche" da cidade. As edições se esgotavam rapidamente, Os chamados "artigos de fundo", de Carlos Monteiro, se transformaram em pêndulo da opinião política que terminou por liderar, na: região, o movimento que levou. Getúlio Vargas, em. l 930. ao: poder e como ele, em Ilhéus, um dos seus empresários, Eusínio Lavigne, que também assinava artigos políticos no novo jornal. Qctávio Moura como já dissemos, era responsável pelos ineditoriais.
O jornal possuía várias seções, inclusive a poética escrita pelo saudoso.. Sosígenes Costa, com a participação de Lafayete Soares e, depois de Jacinto de Gouveia, que fazia a crônica de abertura da coluna social
A parte gráfica do jornal! procurava o máximo possível se modernizar, contando para isto a equipe de tipógrafos que, além dos "importados", Perolino, Benzano, Simplicio e depois, Lelinho; Zelito Edmundo Tiloloí acrescida pelos auxiliares Roque Nunes, Xico de Getúlio e Ulisses, do Pontal, entrando depois Mário Sales
Na parte administrativa e financeira» colaborando eficientemente com, o Souza Pinto estava o auxiliar Junot Almeida, hoje funcionário da Petrobrás.
O gráfico Antônio Benvindo Teixeira,da composição passou a ser revisor e, posteriormente para a gerência, o mesmo acontecendo com Vivaldo Reis (Lelinho), que faleceu, em plena atividade. Os dois também faziam viagens, ao interior, representando o; "DIÁRIO”.
Em 1930, devido a sua ascensão a Prefeitura .de Ilhéus, Eusínio Lavigne, retirou-se da Empresa, cumprindo assim preceito jurídico,
O jornalista Carlos: Monteiro dirigiu a organização durante 10 anos, solicitando demissão e transferindo sua residência para Salvador, onde instalou uma Papelaria que, antes dá sua morte, a transferiu para Carlos Alberto Monteiro, seu filho.
Uma edição de 40 páginas; assinalando o 10°. aniversário do DIÁRIO DA TARDE, marcou em 1938, a despedida de Carlos "Monteiro do vitorioso jornal.
Rubens E. Silva. Diário da Tarde. Ilhéus/BA 11/02/1978
No tempo da bola quadrada.
RIO — Há dias o cronista José Inácio Werneck, do "Jornal do Brasil", em rápidas considerações, criticou a atuação do defensor do Flamengo, Rondinelle, pelo seu exibicionismo, muitas vezes prejudiciais ao seu clube, pois após urna jogada de efeito para a arquibancada, às vezes demora se recuperar, dando oportunidade a que seu •adversário, crie uma situação de.pânico para toda a defesa.
As observações me fez.lembrar velhos jogadores do chamado tempo da bola quadrada, principalmente dos participantes das contendas do Campo da Linha, ali na Ponte da Cruz, hoje ocupado por casas, que formam a Rua da Linha até a Cidade.Nova.
Os Zé Fidélis, os Passinhos, os;-Francelinos, Juventinos, Camilos, Enedinos e tantos outros eram verdadeiras atrações devido as suas espalhafatosas intervenções, alegrando à assistência posta na linha do trem e nos quintais das casas que davam frente para a Avenida Beïra-Mar.
Francelino, da Luz e Força com as suas defesas mirabolantes chegava até a entusiasmar a assistência, o mesmo acontecendo com o professor Camilo que, invariavelmente, a cada rebatida, se ajoelhava e abria os braços para a torcida sendo na maioria das vezes surpreendido pelo adversários, deixando seu companheiro Joel atrapalhado e impossibilitado de evitar o gol.
Um espetáculo- aparte era o Enedino Carteiro, quando recebia um "passe" enfiava a cara no chão e saía aos trancos e -barrancos até a linha de fundo. Muitas vezes, pediu desculpas a um. poste existente na campo, pensando tratar de um seu marcador.
O mais interessante naquele tempo era que todos aceitavam, sem protesto, o jogo duro e violento com a complacência do juiz para o delírio da torcida que? por vezes, incentivava a prática de tais atos, sob a justificação de que futebol foi feito para homem
Devo dizer que" a violência no futebol não era privilegio dos jogadores ilheenses", muito pelo contrário; desde quando foi instituído, o futebol, no Brasil, no início do século, com ele surgiu o jogo pesado, pesado, principalmente da parte dos defensores, na sua maioria gente forte e de boa estatura, .que adotava um lema bastante conhecido.
— A bola passa mais o jogado fica.
Hoje A. coisa não difere em muito apesar das regras virem procurando eliminar a violência quando praticada com intuito da maldade, detalhe este que fica a critério do juiz.
É difícil, no entanto controlar esta situação, uma vez que no decorrer de uma –partida de 90 minutos, sempre existirá uma jogada capaz de irritar um adversário, que revidará de modo violento, principalmente, se o seu clube estiver perdendo.
Rubens E.Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 21/07/1978
As observações me fez.lembrar velhos jogadores do chamado tempo da bola quadrada, principalmente dos participantes das contendas do Campo da Linha, ali na Ponte da Cruz, hoje ocupado por casas, que formam a Rua da Linha até a Cidade.Nova.
Os Zé Fidélis, os Passinhos, os;-Francelinos, Juventinos, Camilos, Enedinos e tantos outros eram verdadeiras atrações devido as suas espalhafatosas intervenções, alegrando à assistência posta na linha do trem e nos quintais das casas que davam frente para a Avenida Beïra-Mar.
Francelino, da Luz e Força com as suas defesas mirabolantes chegava até a entusiasmar a assistência, o mesmo acontecendo com o professor Camilo que, invariavelmente, a cada rebatida, se ajoelhava e abria os braços para a torcida sendo na maioria das vezes surpreendido pelo adversários, deixando seu companheiro Joel atrapalhado e impossibilitado de evitar o gol.
Um espetáculo- aparte era o Enedino Carteiro, quando recebia um "passe" enfiava a cara no chão e saía aos trancos e -barrancos até a linha de fundo. Muitas vezes, pediu desculpas a um. poste existente na campo, pensando tratar de um seu marcador.
O mais interessante naquele tempo era que todos aceitavam, sem protesto, o jogo duro e violento com a complacência do juiz para o delírio da torcida que? por vezes, incentivava a prática de tais atos, sob a justificação de que futebol foi feito para homem
Devo dizer que" a violência no futebol não era privilegio dos jogadores ilheenses", muito pelo contrário; desde quando foi instituído, o futebol, no Brasil, no início do século, com ele surgiu o jogo pesado, pesado, principalmente da parte dos defensores, na sua maioria gente forte e de boa estatura, .que adotava um lema bastante conhecido.
— A bola passa mais o jogado fica.
Hoje A. coisa não difere em muito apesar das regras virem procurando eliminar a violência quando praticada com intuito da maldade, detalhe este que fica a critério do juiz.
É difícil, no entanto controlar esta situação, uma vez que no decorrer de uma –partida de 90 minutos, sempre existirá uma jogada capaz de irritar um adversário, que revidará de modo violento, principalmente, se o seu clube estiver perdendo.
Rubens E.Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 21/07/1978
Um “camisa verde” perigoso
RIO— Assistir a chegada de um navio da "Bahiana", voltando da escala, do Sul do Estado, era uma rotina. Qualquer hora que chegasse o barco, lá de Mucuri, passando por Canavieiras, lá estava na expectativa de notícias da minha região.
Naquele dia o interesse era maior, pois na polícia, soube que de Belmonte viria preso um perigoso elemento, por ter a polícia encontrado em sua residência, farto material de propaganda integralista, encoberto por uma camisa verde.
O navio deveria chegar a tarde e, logo cedo, me dirigi para o cais a aguardar a chegada d conterrâneo perigoso, pois ainda não sabia de quem se tratava.
Ao atracar na Ponte nº.l, na Praça Firmino Amaral, e depois da saída normal dos passageiros, a polícia toma as providências a fim de que o subversivo" desembarcasse. Uma surpresa me aguardava. O preso era nada mais do que Artur Funileiro um pacato bonachão, meu colega de estante na Lyra Popular, onde tocava contrabaixo, incapaz de maltratar ou contrariar qualquer pessoa e mesmo como elemento da filarmônica, participando de uma turma que não era de "brincadeira", reagia com um sorriso a uma pilhéria por mais pesada que fosse.
Pensei ter havido um equivoco, apesar deste pensamento ser temerário, pois Artur era por demais conhecido na cidade.
Imediatamente entrei em contato com o delegado regional Dr. Almir Brandão, solicitando informações para tomar as. providências no sentido de minorar a situação do velho amigo.
Nas investigações nada foi apurado contra o detido que poderia regressar a sua terra, dependendo apenas de pequenos detalhes processuais.
Acontece que no dia da solução do caso, o que só ocorreu a noite, um navio da "Bahiana", estava no porto e, dentro de poucas horas, deveria seguir para o sul. Com a agencia fechada e as folhas de passageiros oficializada pela Capitania, não foi possível comprar a sua passagem de volta e a questão era evitar que o "perigoso" permanecesse em Ilhéus por mais de 20 dias, quando teríamos novo transporte para o Sul. :
Novamente procurei Dr. Almir para uma solução que, felizmente, foi encontrada. Na época, periodicamente a polícia "deportava" para o Sul, uma leva de malandros, desocupados e "beríbanos" e mais ; uma leva estava pronta para a: viagem- O jeito foi "encaixar" o "subversivo”, que nunca mais foi incomodado pelas autoridades.
Na luta da defesa do Funileiro uma pessoa colaborou intensamente mas,: por motivos óbvios, não podia aparecer. .Era Alberto Storino, nosso conterrâneo, já desaparecido.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/Ba 04/02/1978
Naquele dia o interesse era maior, pois na polícia, soube que de Belmonte viria preso um perigoso elemento, por ter a polícia encontrado em sua residência, farto material de propaganda integralista, encoberto por uma camisa verde.
O navio deveria chegar a tarde e, logo cedo, me dirigi para o cais a aguardar a chegada d conterrâneo perigoso, pois ainda não sabia de quem se tratava.
Ao atracar na Ponte nº.l, na Praça Firmino Amaral, e depois da saída normal dos passageiros, a polícia toma as providências a fim de que o subversivo" desembarcasse. Uma surpresa me aguardava. O preso era nada mais do que Artur Funileiro um pacato bonachão, meu colega de estante na Lyra Popular, onde tocava contrabaixo, incapaz de maltratar ou contrariar qualquer pessoa e mesmo como elemento da filarmônica, participando de uma turma que não era de "brincadeira", reagia com um sorriso a uma pilhéria por mais pesada que fosse.
Pensei ter havido um equivoco, apesar deste pensamento ser temerário, pois Artur era por demais conhecido na cidade.
Imediatamente entrei em contato com o delegado regional Dr. Almir Brandão, solicitando informações para tomar as. providências no sentido de minorar a situação do velho amigo.
Nas investigações nada foi apurado contra o detido que poderia regressar a sua terra, dependendo apenas de pequenos detalhes processuais.
Acontece que no dia da solução do caso, o que só ocorreu a noite, um navio da "Bahiana", estava no porto e, dentro de poucas horas, deveria seguir para o sul. Com a agencia fechada e as folhas de passageiros oficializada pela Capitania, não foi possível comprar a sua passagem de volta e a questão era evitar que o "perigoso" permanecesse em Ilhéus por mais de 20 dias, quando teríamos novo transporte para o Sul. :
Novamente procurei Dr. Almir para uma solução que, felizmente, foi encontrada. Na época, periodicamente a polícia "deportava" para o Sul, uma leva de malandros, desocupados e "beríbanos" e mais ; uma leva estava pronta para a: viagem- O jeito foi "encaixar" o "subversivo”, que nunca mais foi incomodado pelas autoridades.
Na luta da defesa do Funileiro uma pessoa colaborou intensamente mas,: por motivos óbvios, não podia aparecer. .Era Alberto Storino, nosso conterrâneo, já desaparecido.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/Ba 04/02/1978
domingo, 16 de novembro de 2008
Víspora com 5 pedras
RIO — O ano não mais me recordo, mas o dia não sai da lembrança. Era uma Sexta-Feira Santa e os -preceitos religiosos ainda prevaleciam, um pouco menos- rigorosos .porém o "faz mal" continuava ameaçando, através dos mais velhos.
Estávamos reunidos na Praça Cairú que, na época, era relativamente pequena, espremida entre as ruas Paranaguá e Araújo Pinho e um quarteirão, que afunilàva .na"'Rua 7 de Setembro, Ali moravam -tradicionais famílias, dentre as quais a de João Grande, um dos reis do jogo e a veneranda senhora Íria tradicional vendedora de mingau, que fazia ponto na Praça .Firmino Amaral, no bar de Calixto, defronte .da Pensão Vasco, do amigo .Pedro (Corró) Duarte.
Perto na entrada da via que dá acesso a Avenida Itabuna existia um barracão da State ,em frente a Bomba de Gasolina, cujo quarteirão está intacto.
Éramos quatro. Eu, Orczimbo, o ferreiro, Teófilo um veterano músico da Santa Cecília e um outro que não me lembro. Batiamos um, "papo" naquela manhã, do grande dia dee guarda quando em um de nós surgiu a idéia de uma víspora, na casa do Manoel Goiana que ficava ali perto numa velha casa em f rente a Estação Ferroviária, A idéia imediatamente foi aceita e o velho Goiana imediatamente organizou a mesa.
A casa tio velho correligionário dos Pessoas era respeitada pois, quando a "barra estava pesada", ele com sua autoridade, botava ordem se apoderando do "bogue" e cantava o Jogo, -sendo acatada as suas ordens, mesmo porque as pedras eram cantadas sem os tradicionais apelidos, qn« tumultuavam o ambiente.
Turma pequena. Escolhidas as tabelas, o jogo foi iniciado com a cantada do velho Goiana.
Teófilo creio que ainda "reside mima casa da Rua da Linha perto da Rua do Café, como sempre, não quis participar de um joguinho por fora, ou seja um duque, terno e quadra ,pois não -acreditava na seriedade dos parceiros.
Piiraeíra pedra, Teófilo. marca calmamente o mesmo acontecendo com a. Segunda e terceira chamada, quando n6s outros conseguimos marcar. Quarta pedra. .Manoel Goiana que conhecia todas as tabelas, dá um ar de riso, olhando por cima dos óculos .Na quinta Teófilo, muito calmamente bate o vispora. Não chegamos a um.terno. Quando procuramos conferir a tabela, já a Goiana havia recolhido as "pedras Não podia haver contestação.
Na segunda iodada Teóíilo "bate" com. seis pedras.
Não "guentamos" e dos murmúrios passamos a veladas e naturais descomposturas inclusive, chamando o "sortudo". de excomungado, como se todos- nós não estivéssemos incorrendo no mesmo pecado em jogar em dia de tanto preceito.
...Se alguém estava pagando belo desrespeito ao dia, era justamente a turma. Perdedora, que não chegou sequer a um "terno".
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA. 19/01/1978
Estávamos reunidos na Praça Cairú que, na época, era relativamente pequena, espremida entre as ruas Paranaguá e Araújo Pinho e um quarteirão, que afunilàva .na"'Rua 7 de Setembro, Ali moravam -tradicionais famílias, dentre as quais a de João Grande, um dos reis do jogo e a veneranda senhora Íria tradicional vendedora de mingau, que fazia ponto na Praça .Firmino Amaral, no bar de Calixto, defronte .da Pensão Vasco, do amigo .Pedro (Corró) Duarte.
Perto na entrada da via que dá acesso a Avenida Itabuna existia um barracão da State ,em frente a Bomba de Gasolina, cujo quarteirão está intacto.
Éramos quatro. Eu, Orczimbo, o ferreiro, Teófilo um veterano músico da Santa Cecília e um outro que não me lembro. Batiamos um, "papo" naquela manhã, do grande dia dee guarda quando em um de nós surgiu a idéia de uma víspora, na casa do Manoel Goiana que ficava ali perto numa velha casa em f rente a Estação Ferroviária, A idéia imediatamente foi aceita e o velho Goiana imediatamente organizou a mesa.
A casa tio velho correligionário dos Pessoas era respeitada pois, quando a "barra estava pesada", ele com sua autoridade, botava ordem se apoderando do "bogue" e cantava o Jogo, -sendo acatada as suas ordens, mesmo porque as pedras eram cantadas sem os tradicionais apelidos, qn« tumultuavam o ambiente.
Turma pequena. Escolhidas as tabelas, o jogo foi iniciado com a cantada do velho Goiana.
Teófilo creio que ainda "reside mima casa da Rua da Linha perto da Rua do Café, como sempre, não quis participar de um joguinho por fora, ou seja um duque, terno e quadra ,pois não -acreditava na seriedade dos parceiros.
Piiraeíra pedra, Teófilo. marca calmamente o mesmo acontecendo com a. Segunda e terceira chamada, quando n6s outros conseguimos marcar. Quarta pedra. .Manoel Goiana que conhecia todas as tabelas, dá um ar de riso, olhando por cima dos óculos .Na quinta Teófilo, muito calmamente bate o vispora. Não chegamos a um.terno. Quando procuramos conferir a tabela, já a Goiana havia recolhido as "pedras Não podia haver contestação.
Na segunda iodada Teóíilo "bate" com. seis pedras.
Não "guentamos" e dos murmúrios passamos a veladas e naturais descomposturas inclusive, chamando o "sortudo". de excomungado, como se todos- nós não estivéssemos incorrendo no mesmo pecado em jogar em dia de tanto preceito.
...Se alguém estava pagando belo desrespeito ao dia, era justamente a turma. Perdedora, que não chegou sequer a um "terno".
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA. 19/01/1978
Valiosas Lembranças
RIO — Na minha rápida visita a Bahia (continuo como baiano do interior, chamar Salvador de Bahia), fiquei alguns dias hospedado era casa do conterrâneo-irmião WaJdeck Oliveira, convidado que fui para paraninfar o casamento de sua filha Maria do Carmo e Jurival .
Lá estava, entre outros, seu filho Waldeck de Oliveira Filho, o conhecido. Dico, que inicou a carreira de jogador de futebol aí. em Ilhéus-, atuando no tradicional Vitória, depois se transferindo para Salvador, onde ingressou no Galicia e, de vez em quando, por empréstimo, jogava no Bahia,
Agora Deco é efetivo do CRB, de Maceió, onde reside. Casado é pai de 4 garotos, l homem e 3 mulheres, todos sapecas.
Naturalmente batemos um "papo" sobre futebol e, especialmente, sobre a sua situação de campeão alagoano que, por "azar da sorte" não se classificou para a finais do "brasileirão".
Nosso lateral esquerdo está.satisfeitccom a profissão, pois através dela tem conhecido meio mundo. Em 1974, vestindo a camiseta do Vitóna, da Bahia éxcursionou à África, conhecendo quase todo o Continente negro, com um saldo posítïvo.
Na época fazia a campanha, juntamente, com o Desportiva de Vitória do Espírito Santo, o sr. João Havelange, para a presidência da FIFA.
Quando, depois de encerrada -a excursão à África, se preparava para seguir para Gréia a temporada foi suspensa abruptamente devido a um serio “rebu” criado pela Desportiva, motivando o regresso imediato das delegações ao Brasil
Daí a conclusão que desde 1974 a Desportiva tem sido àquela "azeitona deteriorada", que vem sendo colocada na empada do Vitóra.
Mais o "papo", que não foi pequeno, deixou propriamente Deco em segundo plano, devido a conversa se desviar para Pelé, contra quem o campeão do CRF Já havia atuado, justamente no jogo da despedida do afamado craque. findo o qual recebeu a disputadissima camisa Nº. 10. Os elogios ao "Negrão", como carinhosamente é chamado pelos seus colegas, são sinceros.Também Deco possui uma medalha comemorativa do último jogo de despedida do "maior Embaixador Brasiieiro"' e o jogador mais condecorado do mundo.
No meio de muitas fotografias e recortes de jornais e revistas, estão em primeiríssimo (desculpe ONDINHA), plano os mais valiosos trofeus do mundo, não só para o Waldeck mas para muita gente boa, que são: a Camisa 10 e a medalha com a efígie do REI.
É um privilégio que poucos dos 110 milhões de brasileiros conseguiram.
Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 16/01/1978
Lá estava, entre outros, seu filho Waldeck de Oliveira Filho, o conhecido. Dico, que inicou a carreira de jogador de futebol aí. em Ilhéus-, atuando no tradicional Vitória, depois se transferindo para Salvador, onde ingressou no Galicia e, de vez em quando, por empréstimo, jogava no Bahia,
Agora Deco é efetivo do CRB, de Maceió, onde reside. Casado é pai de 4 garotos, l homem e 3 mulheres, todos sapecas.
Naturalmente batemos um "papo" sobre futebol e, especialmente, sobre a sua situação de campeão alagoano que, por "azar da sorte" não se classificou para a finais do "brasileirão".
Nosso lateral esquerdo está.satisfeitccom a profissão, pois através dela tem conhecido meio mundo. Em 1974, vestindo a camiseta do Vitóna, da Bahia éxcursionou à África, conhecendo quase todo o Continente negro, com um saldo posítïvo.
Na época fazia a campanha, juntamente, com o Desportiva de Vitória do Espírito Santo, o sr. João Havelange, para a presidência da FIFA.
Quando, depois de encerrada -a excursão à África, se preparava para seguir para Gréia a temporada foi suspensa abruptamente devido a um serio “rebu” criado pela Desportiva, motivando o regresso imediato das delegações ao Brasil
Daí a conclusão que desde 1974 a Desportiva tem sido àquela "azeitona deteriorada", que vem sendo colocada na empada do Vitóra.
Mais o "papo", que não foi pequeno, deixou propriamente Deco em segundo plano, devido a conversa se desviar para Pelé, contra quem o campeão do CRF Já havia atuado, justamente no jogo da despedida do afamado craque. findo o qual recebeu a disputadissima camisa Nº. 10. Os elogios ao "Negrão", como carinhosamente é chamado pelos seus colegas, são sinceros.Também Deco possui uma medalha comemorativa do último jogo de despedida do "maior Embaixador Brasiieiro"' e o jogador mais condecorado do mundo.
No meio de muitas fotografias e recortes de jornais e revistas, estão em primeiríssimo (desculpe ONDINHA), plano os mais valiosos trofeus do mundo, não só para o Waldeck mas para muita gente boa, que são: a Camisa 10 e a medalha com a efígie do REI.
É um privilégio que poucos dos 110 milhões de brasileiros conseguiram.
Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 16/01/1978
Uma seresta inconveniente
RIO — Acabo de ler, no JORNAL DA MANHÃ, interessante crônica de Caparaó, intitulada "Receita de Serenata". A sua leitura nos trás -recordações dos "tempos que não voltam mais", nos restando apenas o consolo de ver registrado, no escrito, um "monte de músicas inesquecíveis, ou -melhor, imortais, como Voz do Violão, Despertar da Montanha. Malandrinha, Flor do Mal e a eterna Chão de Estrelas
Mas, como disse Moreira da Silva. "conjeturando…”, ao ler a coluna do"Caparaó, me '"transportei" aos velhos tempos em que Ilhéus festejava os dias dos tradicionais santos, tais como: São João, Santo Antônio, São Cosme e São Damião, São. Crispim e Crispiniano, promovendo rezas que iam do tríduo às trezenas, rezadas em casas particulares e que terminavam em animados bailes.
Certa vez me propuz a uma reportagem sobre os festejos de Santo Antônio em .casas..particulares-.Registrei cerca de 27 na maioria terminando com bailes. Não havia ainda a Avenida Itabuna nem a Canavieiras, porém da Fonte da Cruz ao,Plano Inclinado, do.Gameleiro, até a.Conquista a animação era total, como fogos, fogueiras, etc.
Nas minhas andanças parei no Ceará'. Na casa do José Luiz, isto depois de uma paradinha na casa da Mãe Tereza, no Teresópolis, uma das mais animadas da cidade.
Rita, uma das filhas do Zé Luiz,,era . quem supervisionava a festa numa casa lotada de ponta a ponta. Desde a sala de visitas até ao quintal o grande número de pessoas dificultava o atendimento, coisa naquelas alturas sem grande importância.Licor,"canjica, doces à vontade.
Na orquestra estavam grandes músicos, dentre os quais Aldo, Marinho e Nonô.
A certa altura chega Soares Ourives, abraçado a um violão. Não tendo "vaga": segue até a sala de jantar e começa a cantar Cândido das Neves, Catulo Cearense e outros "ases" do inicio do século.
Numa parada da orquestra, Aldo vai até onde está Soares e começa uni "namorico com uma vizinha, da casa que estava na festa e quando Soares termina uma página de Catulo rebate cantando outra de Cândido das Neves e ao terminar novamente Soares trás outra canção, e assim sucessivamente, os dois travam um debate, a principio aplaudido por uma grande parte dos convivas. Mas a coisa já está afetando o baile, pois os músicos pararam ds tocar para assistir a tertúlia, com o que os mais jovens não aprovavam,, começando uma reação que foi num crescendo até que os dois resolveram parar, mesmo parque a moça havia desaparecido como por encanto. Soares e Aldo, por pouco não acabam a festa com aquele debate musical inconveniente para os dançarinos de Santo Antônio.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 28/01/1978
Mas, como disse Moreira da Silva. "conjeturando…”, ao ler a coluna do"Caparaó, me '"transportei" aos velhos tempos em que Ilhéus festejava os dias dos tradicionais santos, tais como: São João, Santo Antônio, São Cosme e São Damião, São. Crispim e Crispiniano, promovendo rezas que iam do tríduo às trezenas, rezadas em casas particulares e que terminavam em animados bailes.
Certa vez me propuz a uma reportagem sobre os festejos de Santo Antônio em .casas..particulares-.Registrei cerca de 27 na maioria terminando com bailes. Não havia ainda a Avenida Itabuna nem a Canavieiras, porém da Fonte da Cruz ao,Plano Inclinado, do.Gameleiro, até a.Conquista a animação era total, como fogos, fogueiras, etc.
Nas minhas andanças parei no Ceará'. Na casa do José Luiz, isto depois de uma paradinha na casa da Mãe Tereza, no Teresópolis, uma das mais animadas da cidade.
Rita, uma das filhas do Zé Luiz,,era . quem supervisionava a festa numa casa lotada de ponta a ponta. Desde a sala de visitas até ao quintal o grande número de pessoas dificultava o atendimento, coisa naquelas alturas sem grande importância.Licor,"canjica, doces à vontade.
Na orquestra estavam grandes músicos, dentre os quais Aldo, Marinho e Nonô.
A certa altura chega Soares Ourives, abraçado a um violão. Não tendo "vaga": segue até a sala de jantar e começa a cantar Cândido das Neves, Catulo Cearense e outros "ases" do inicio do século.
Numa parada da orquestra, Aldo vai até onde está Soares e começa uni "namorico com uma vizinha, da casa que estava na festa e quando Soares termina uma página de Catulo rebate cantando outra de Cândido das Neves e ao terminar novamente Soares trás outra canção, e assim sucessivamente, os dois travam um debate, a principio aplaudido por uma grande parte dos convivas. Mas a coisa já está afetando o baile, pois os músicos pararam ds tocar para assistir a tertúlia, com o que os mais jovens não aprovavam,, começando uma reação que foi num crescendo até que os dois resolveram parar, mesmo parque a moça havia desaparecido como por encanto. Soares e Aldo, por pouco não acabam a festa com aquele debate musical inconveniente para os dançarinos de Santo Antônio.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 28/01/1978
Um Concurso Inesquecível
RIO — Nos idos de 1928 a 1930, Ilhéus não promovia concursos .para classificar e premiar seus blocos carnavalescos. Quando do surgimento do "Diário da Tarde", em face da promoção .que a nova folha fazia dos festejos foliônicos, criando uma seção para divulgar o movimento momesco, desde seus- preparativos, sua redação se transformou..em ponto de-concentração para a arrancada inicial do tríduo carnavalesco. Para que seus conjuntos figurassem em primeiro lugar do noticiário, uma espécie de classificação, os dirigentes procuravam chegar bem cedo em frente da sede do Jornal . que. acaba de comemorar seu cinquentenário.
Os "Batutas" da turma do Flamengo,o Bacurau". do Vitória. já haviam; cedidos seus lugares aos "Pidões" e "Fiapos" e a estes juntaram os. "Afouchés" de Jorgína e de Izaltina e as "Escolas de Samba" dirigidas por Melé e por Almir, além do Frevo das Lenhadoras, :dà Rua "das Flores.
Estas, transformações entretanto, não tiravam do local da concentração das tardes de domingo e terças-fcira, da praça do Vesúvio que abrangia uma enorme área, limitando-se aos hotéis Bntânia de João Rego e Coelho de Maximiniano Coelho. O Cine Teatro Ilhéus, veio depois, ocupando o lugar onde a Antártica montava sempre um grande bar popular, realizando danças em concorrência aos bailes livcs do: Hotel Coelho e do cabaré que funcionavam no primeiro andar do Vesúvio. A área onde está edificada: a Catedral, ainda estava livre, como se manteve livre por muitos.anos, até que Dom Eduardo Herberold o danto bispo, promovesse a vitoriosa campanha para a construção da.bela jgreja, orgulho da arquitetura nacional.
Em 1942, aproveitando a inauguïação do "Guanabara", juntamente com o:saudoso Antônio Teixeira, promovemos, a transferência. da concentração do;Vesúvio para o Gamaleiro .contando, com .a colaboração, do comércio local. Para tanto.realizamos um concurso entre os blocos, com. prêmios oferecldos por paraninfos.
Efetivamente a promoção foi um sucesso, pois a divulgação através" do "Diário e do "Ilhéus Jornal", deu ótimos resultados, fícando a área da Rua Sete de Setembro superlotada.
Mais uma decepção ficaria para o final da festa,
A comissão promotora, indicou Teixeira para como juiz escolher os vencedores do concurso. Os conjuntos iam.desfilando em frente a um coreto, armado, exibindo as suas "qualidades". No desfile Almir'de Vitório, como bom repentista, tirou um verso elogiando o juiz que se deixou impressionar a ponto de dar como vencedora a "Escola" de Almir .deixando injustamente em segundo plano a melhor Escola de Samba, que era a do Melé; eleita pela multidão. "Foi um verdadeiro desastre a escolha "de Teix,eira que, como não"podia" deixar de ser, foi vaiado estrepitosamente.
"Creio que foi a primèira e ú't'ina concentração no Gameleiro e para mim um concurso inesquecível.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 22/02/1978
Os "Batutas" da turma do Flamengo,o Bacurau". do Vitória. já haviam; cedidos seus lugares aos "Pidões" e "Fiapos" e a estes juntaram os. "Afouchés" de Jorgína e de Izaltina e as "Escolas de Samba" dirigidas por Melé e por Almir, além do Frevo das Lenhadoras, :dà Rua "das Flores.
Estas, transformações entretanto, não tiravam do local da concentração das tardes de domingo e terças-fcira, da praça do Vesúvio que abrangia uma enorme área, limitando-se aos hotéis Bntânia de João Rego e Coelho de Maximiniano Coelho. O Cine Teatro Ilhéus, veio depois, ocupando o lugar onde a Antártica montava sempre um grande bar popular, realizando danças em concorrência aos bailes livcs do: Hotel Coelho e do cabaré que funcionavam no primeiro andar do Vesúvio. A área onde está edificada: a Catedral, ainda estava livre, como se manteve livre por muitos.anos, até que Dom Eduardo Herberold o danto bispo, promovesse a vitoriosa campanha para a construção da.bela jgreja, orgulho da arquitetura nacional.
Em 1942, aproveitando a inauguïação do "Guanabara", juntamente com o:saudoso Antônio Teixeira, promovemos, a transferência. da concentração do;Vesúvio para o Gamaleiro .contando, com .a colaboração, do comércio local. Para tanto.realizamos um concurso entre os blocos, com. prêmios oferecldos por paraninfos.
Efetivamente a promoção foi um sucesso, pois a divulgação através" do "Diário e do "Ilhéus Jornal", deu ótimos resultados, fícando a área da Rua Sete de Setembro superlotada.
Mais uma decepção ficaria para o final da festa,
A comissão promotora, indicou Teixeira para como juiz escolher os vencedores do concurso. Os conjuntos iam.desfilando em frente a um coreto, armado, exibindo as suas "qualidades". No desfile Almir'de Vitório, como bom repentista, tirou um verso elogiando o juiz que se deixou impressionar a ponto de dar como vencedora a "Escola" de Almir .deixando injustamente em segundo plano a melhor Escola de Samba, que era a do Melé; eleita pela multidão. "Foi um verdadeiro desastre a escolha "de Teix,eira que, como não"podia" deixar de ser, foi vaiado estrepitosamente.
"Creio que foi a primèira e ú't'ina concentração no Gameleiro e para mim um concurso inesquecível.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 22/02/1978
Sexta-feira, 10 de fevereiro de 1928
RIO — São passados 53 anos, mas ainda me lembro daquela Sexta-feira da primeira quinzena de Fevereiro quando, às 3,30 da tarde, Sousa Pinto começou a distribuição para a venda avulsa do primeiro número, do DIÁRIO DA TARDE.
O tumulto em frente ao número da Marquês de Paranaguá era enorme. Os jornaleiros — chamados biribanos - faziam uma algazarra infernal que abafava o barulho da rotação cadenciada da impressora dirigida pelo saudoso Aristotelino que, como sempre, de cara amarrada e fumando o indefectível charuto, parecia não prestar atenção o que se passava em seu redor.
Alcino Dórea, o mais entusiasta componente do quarteto proprietário da Editora não continha a sua satisfação, ao passar a vista nas folhas impressas. Francisco Dórea, que com Carlos Monteiro e Eusínio Lavigne, completava o quarteto proprietário da empresa, não sabia se ficava na sua Loja Variedades ou na redação, apreciando a calma do jornalista e diretor do DIÁRIO, tomando as últimas providências que antecediam o momento culminante, esperado desde os meados de dezembro. No tablado onde estavam localizada as oficinas, os gráficos já tratavam de compor os originais do segundo número sem tempo de apreciar o movimento da rua e o assedio e ansiedade dos futuros leitores que tomavam parte da rua e adjacências.
Naquela hora. quando o primeiro grito dos gazeteiro estava representada a fase inaugural de um jornal, nascido sob os melhores auspícios, mas que pouca gente esperava atingir meio século.
Para mim e para Carlos Monteiro, a experiência começará em Belmonte com a publicação do "Pequeno Diário” tablóide de 8 páginas editado em l.927 na cidade sulina. O jornal belmontense que, infelizmente não possuo nenhum exemplar, me deu a experiência necessária para assumir a chefia das oficinas do jornal ilheense além do aprimoramento para exercer a responsabilidade da paginação do futuro diário na “Capital do Cacau".
Como primeiro gráfico do DIÁRIO e por ter sico chamado a Ilhéus na segunda quinzena de dezembro, assisti inclusivo a instalação de sua oficina e a chegada da equipe arregimentada em Salvador, em janeiro quando começou o material tipográfico sendo que a impressora, vindo da Alemanha, ainda prestando serviço no jornal; chegou quase na mesma ocasião da chegada do gráfico, tendo a frente o saudoso Octavio Moura.
A impressora foi montada por um mecânico especializado também da capital bahiana, já que não incluíram a sua planta, por ocasião da embalagem e o mecânico mais capacitado para montá-la, na cidade. Juvenal Nascimento não conseguiu resolver a situação.
Corno se nota não havia dificuldade que não fosse superada para a instalação e posterior publicação do tradicional DIÁRIO DA TARDE, cujo primeiro número apareceu no dia 10 de fevereiro de 1928 numa sexta-feira, precisamente às 15,30.
Creio que da primeira equipe do cinqüentão jornal apenas ainda permaneço no mundo dos vivos. De fato, um privilegio.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 11/02/1978
O tumulto em frente ao número da Marquês de Paranaguá era enorme. Os jornaleiros — chamados biribanos - faziam uma algazarra infernal que abafava o barulho da rotação cadenciada da impressora dirigida pelo saudoso Aristotelino que, como sempre, de cara amarrada e fumando o indefectível charuto, parecia não prestar atenção o que se passava em seu redor.
Alcino Dórea, o mais entusiasta componente do quarteto proprietário da Editora não continha a sua satisfação, ao passar a vista nas folhas impressas. Francisco Dórea, que com Carlos Monteiro e Eusínio Lavigne, completava o quarteto proprietário da empresa, não sabia se ficava na sua Loja Variedades ou na redação, apreciando a calma do jornalista e diretor do DIÁRIO, tomando as últimas providências que antecediam o momento culminante, esperado desde os meados de dezembro. No tablado onde estavam localizada as oficinas, os gráficos já tratavam de compor os originais do segundo número sem tempo de apreciar o movimento da rua e o assedio e ansiedade dos futuros leitores que tomavam parte da rua e adjacências.
Naquela hora. quando o primeiro grito dos gazeteiro estava representada a fase inaugural de um jornal, nascido sob os melhores auspícios, mas que pouca gente esperava atingir meio século.
Para mim e para Carlos Monteiro, a experiência começará em Belmonte com a publicação do "Pequeno Diário” tablóide de 8 páginas editado em l.927 na cidade sulina. O jornal belmontense que, infelizmente não possuo nenhum exemplar, me deu a experiência necessária para assumir a chefia das oficinas do jornal ilheense além do aprimoramento para exercer a responsabilidade da paginação do futuro diário na “Capital do Cacau".
Como primeiro gráfico do DIÁRIO e por ter sico chamado a Ilhéus na segunda quinzena de dezembro, assisti inclusivo a instalação de sua oficina e a chegada da equipe arregimentada em Salvador, em janeiro quando começou o material tipográfico sendo que a impressora, vindo da Alemanha, ainda prestando serviço no jornal; chegou quase na mesma ocasião da chegada do gráfico, tendo a frente o saudoso Octavio Moura.
A impressora foi montada por um mecânico especializado também da capital bahiana, já que não incluíram a sua planta, por ocasião da embalagem e o mecânico mais capacitado para montá-la, na cidade. Juvenal Nascimento não conseguiu resolver a situação.
Corno se nota não havia dificuldade que não fosse superada para a instalação e posterior publicação do tradicional DIÁRIO DA TARDE, cujo primeiro número apareceu no dia 10 de fevereiro de 1928 numa sexta-feira, precisamente às 15,30.
Creio que da primeira equipe do cinqüentão jornal apenas ainda permaneço no mundo dos vivos. De fato, um privilegio.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 11/02/1978
Rio ─ Ilhéus, antes das BR-116 e 101
RIO ~ Foi um. encontro fortuito,. em frente ao desaparecido Hotel Avenida-— o preferido dos ilheenses — com Elísio Nunes, pioneiro dos transportes coletivos na Capital do Cacau. Foi em julho de 1943, justamente quando estava em dificuldades devido a guerra, procurando resolver como chegar a Princesa do Sul, a fim de transportar a família para o Rio, onde acabara.de fixar residência.
Naquele encontro com o saudoso homem de negócios, ficava praticamente solucionada minha situação, pois Elísio Nunes me ofereceu uma passagem no ônibus que acabará de adquirir em São Paulo, para aumentar a sua frota que fazia ligação rodoviária na zona Cacaueira. Apenas um detalhe: A viagem iniciada na cidade mineira de Montes Claros, para onde deveria me.dirigir e estar em determinado dia. A cidade distava do Rio cerca de 1.116 quilômetros por via ferroviária .
No dia aprazado iniciei a viagem, na "gare" Pedro II com destino a Minas Gerais, ou melhor Belo Horizonte, cheguei depois de 16 horas, durante as quais em as paradas era obrigado a exibir documentos, de identificação à policiais. Depois de pernoitar na capital mineira, prossegui viagem» ainda de trem, por mais de 10 horas, até Montes Claros. Mesmo incômoda, devido ao entra e sai de passageiros com as mais variadas bagagens, a viagem de trem, pelo interior é bastante divertida
Agradável surpresa me aguardava em Montes Claros. Lá estavam, entre os 13 passageiros, componentes da comitiva, Henrique Lucas e família, além da esposa do Nunes e os comerciantes Tagarela e Moisés. Todos conhecidos que serviram para amenizar os percalços da viagem feita em estradas intransitáveis, na sua maior parte e que exigia muito da perícia do motorista António, verdadeiro "az" do volante: O motorista ia imune as reclamações dos passageiros que não se cansavam da criticar o governo pelo estado das estradas. Em compensação, parecia estar confiante nas orações de D. Graziela Lucas, que desde o embarque no ônibus não abandonou seu rosário, fazendo prece pela integridade dos seus companheiros.
Foi; de fato,uma viagem interessante e cheia de surpresas,- tais como a existência na cidade de Francisco de Sá, de uma calçada a cristal de rocha, mantida intacta apesar de na época ò mineral se constituir de matéria prima de alta utilidade nos preparativos bélicos para a segunda grande guerra. Também surpreendeu a comitiva a temperatura negativa de um lugarejo chamado Itamaratí, que, para a gozação da maioria, obrigou Henrique Lucas lavar o rosto usando luvas. O preço da cachaça, mais barato que um cafezinho também nos chamou a atenção.
Finalmente,depois de três dias chegamos a Vitória da Conquista e depois de uma noite de descanso seguimos para Ilhéus. A viagem que era animada com as piadas de Tagarela, ficou animadíssima com a adesão de mais um companheiro, Hamilton Almeida e as 13 últimas horas foram efetivamente maravilhosas e descontraídas. Ao atingir o ápice da Serra do Marçal, a delegação foi obrigada a descer e seus componentes a deixar seus autógrafos, numa homenagem ao seu construtor, o conterrâneo Raymundo Costa. A rodovia ligando as três serras é, de fato, uma obra monumental “da engenharia brasileira”.
Ao chegar a Ilhéus a comitiva havia percorrido, além dos 1.116 quilômetros ferroviários, mais 889 quilômetros rodoviários, levando cerca de -4 dias. Hoje, apenas 21 horas, pela litorânea e 29 pela antiga Rio-Bahia. se faz- esta ligação, isto porque o DNER limitou a velocidade dos veículos.
E por falar em estradas é bom se fazer um apelo ao "Departamento de Estradas de Rodagem no sentido de .uma eficiente conservação nas rodovias, pois nas duas principais vias que ligam Sul ao Norte, existem trechos intransitáveis.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 12/07/1978
Naquele encontro com o saudoso homem de negócios, ficava praticamente solucionada minha situação, pois Elísio Nunes me ofereceu uma passagem no ônibus que acabará de adquirir em São Paulo, para aumentar a sua frota que fazia ligação rodoviária na zona Cacaueira. Apenas um detalhe: A viagem iniciada na cidade mineira de Montes Claros, para onde deveria me.dirigir e estar em determinado dia. A cidade distava do Rio cerca de 1.116 quilômetros por via ferroviária .
No dia aprazado iniciei a viagem, na "gare" Pedro II com destino a Minas Gerais, ou melhor Belo Horizonte, cheguei depois de 16 horas, durante as quais em as paradas era obrigado a exibir documentos, de identificação à policiais. Depois de pernoitar na capital mineira, prossegui viagem» ainda de trem, por mais de 10 horas, até Montes Claros. Mesmo incômoda, devido ao entra e sai de passageiros com as mais variadas bagagens, a viagem de trem, pelo interior é bastante divertida
Agradável surpresa me aguardava em Montes Claros. Lá estavam, entre os 13 passageiros, componentes da comitiva, Henrique Lucas e família, além da esposa do Nunes e os comerciantes Tagarela e Moisés. Todos conhecidos que serviram para amenizar os percalços da viagem feita em estradas intransitáveis, na sua maior parte e que exigia muito da perícia do motorista António, verdadeiro "az" do volante: O motorista ia imune as reclamações dos passageiros que não se cansavam da criticar o governo pelo estado das estradas. Em compensação, parecia estar confiante nas orações de D. Graziela Lucas, que desde o embarque no ônibus não abandonou seu rosário, fazendo prece pela integridade dos seus companheiros.
Foi; de fato,uma viagem interessante e cheia de surpresas,- tais como a existência na cidade de Francisco de Sá, de uma calçada a cristal de rocha, mantida intacta apesar de na época ò mineral se constituir de matéria prima de alta utilidade nos preparativos bélicos para a segunda grande guerra. Também surpreendeu a comitiva a temperatura negativa de um lugarejo chamado Itamaratí, que, para a gozação da maioria, obrigou Henrique Lucas lavar o rosto usando luvas. O preço da cachaça, mais barato que um cafezinho também nos chamou a atenção.
Finalmente,depois de três dias chegamos a Vitória da Conquista e depois de uma noite de descanso seguimos para Ilhéus. A viagem que era animada com as piadas de Tagarela, ficou animadíssima com a adesão de mais um companheiro, Hamilton Almeida e as 13 últimas horas foram efetivamente maravilhosas e descontraídas. Ao atingir o ápice da Serra do Marçal, a delegação foi obrigada a descer e seus componentes a deixar seus autógrafos, numa homenagem ao seu construtor, o conterrâneo Raymundo Costa. A rodovia ligando as três serras é, de fato, uma obra monumental “da engenharia brasileira”.
Ao chegar a Ilhéus a comitiva havia percorrido, além dos 1.116 quilômetros ferroviários, mais 889 quilômetros rodoviários, levando cerca de -4 dias. Hoje, apenas 21 horas, pela litorânea e 29 pela antiga Rio-Bahia. se faz- esta ligação, isto porque o DNER limitou a velocidade dos veículos.
E por falar em estradas é bom se fazer um apelo ao "Departamento de Estradas de Rodagem no sentido de .uma eficiente conservação nas rodovias, pois nas duas principais vias que ligam Sul ao Norte, existem trechos intransitáveis.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 12/07/1978
O primeiro campeão invicto do Maracanã
Se ser campeão de futebol é uma grande façanha, o que se pode dizer quando tão importante título é conquistado sem derrota?
É o que acaba de ser feito pelo .«mais querido», acrescido de que este é o primeiro alcançado no Maracanã, ou seja de 1950 a esta data, justificando a incontida euforia dos rubro-negros.
O evento me deu a idéia de um levantamento sobre os campeonatos do Rio de Janeiro, desde a sua oficialização em 1906, pois antes, a partir do século passado, o esporte bretão-, era praticado através de jogos amistosos entre os clubes, na sua maioria, formados pelos diretores de fabrica de: tecidos; :que faziam questão de jogar, só permitindo a inclusão de empregado subalternos nas equipes, em caso especial. Futebol era esporte da elite, O.remo era o esporte mais popular.
Na história dos invictos, somente três clubes, são inscritos, o Fluminense, o mais antigo. O Flamengo nascido de uma cisão entre tricolores, e que de início contou com quase todo o elenco tricolor, e o Vasco que, em. 1923 subiu à categoria principal e já conquistou 4 vezes tão importante título, enquanto os dois primeiros alcançaram tais campeonatos por três vezes.
Sem derrotas o Vasco foi campeão em 1923, 1945, 1947 e 1949. O Fluminense, o mais antigo dos atuais dos clubes, venceu, invicto os campeonatos de 1.908, 1909 e 1911. Já o Flamengo venceu nos e 1978.
Sobre o Vasco apenas consegui a formação das equipes de 1945; 1949 e 1949 sendo a primeira formada de Rodrigues; Augusto e Rafaneli; Berascochea. Eli e Argemiro; Djalma, Lelé, Izaias, Jair e Chico. A segunda com Barbosa; Augusto e Rafaneli; Eli, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca, Friaça, Lelé e Chico. Finalmente, em 49, com Barbosa; Augusto e Sampaio; Eli, Danilo e Alfredo, Nestor, Maneca, Heleno; Ademir e Chico.
Os títulos do Flamengo f oram conquistados por Baena; Píndaro e Ney; Curiol, Sidney e Galo; Bahiano. Gumercíndo, Borghet, Rimer e Raul (1915) Kuntz, Burgos e Telefone Rodrigo, Sisson e Dino; Carregai, Sidney, Candiota, Junqueira e João de Deus (1920) e finalmente, em 1973, com Cantareli; Rondineli, Toninho e Nelson; Júnior, Carpegianï e Adílio; Reinaldo, Luizinho, Zico e Tita.
Desde a fundação da primeira Liga de Futebol, no Rio de Janeiro, em 1908, o Fluminense foi campeão nos seguintes anos: 1906: 1908. 1911, 1917,1918 1919. 1924, 1936, 1937, 1938 1940, 1941, 1946, 1951, 1959, 1964, 1969, 1971, 1973, 1975 e 1976, ou seja com dois «tri» e dois bi», em 21 títulos.
O Flamengo levantou seus títulos em 1914, 1915, 1920, 1921, 1925, 1927, 1939, 1942, 1943, 1944, 1953 1954: 1955, 1963, 1985, 1972; 1974, 1S73 e 1979. Dois «tri» e 2 «bi, ern 19 títulos.
O Vasco da Gama, venceu seus títulos nos anos de 1923, 1924, 1929, 1934, 1935, 1945, 1947; 1949, 1950, 1952, 1956, 1970 e 1977. Apenas dois «bi», em .13 campeonatos.
O Botafogo" venceu nos anos de 1913, 1930, 1932, 1933, 1934, 1935, 1943, 1957, 1961, 1982 e 1968." São 12 'títulos, inclusive um tetra, o único na historia do campeonato carioca.
O América, foi campeão nos anos de 1913, 1916, 1922, 1928, 1931, 1935 e 1960.
O Bangu conseguiu seus dois títulos máximos nos anos de l 933 e 1966
O São Cristóvão foi campeão em 1928 e em 1912 o campeão foi o Paissandu, extinto ha. muitos anos.
Nos grandes clubes — Fluminense, Flamengo, Vasco e Botafogo — se verificou largo período sem que fosse levantado o tão cobiçado titulo de campeão. Os tricolores entre 1924 e 1936 e o Flamengo de 1927 a 1939. bem corno o Vasco, de 1958 a 1970. O alvinegro nos períodos de 1913 a 1930, de 1943 a 1957 e de 1968 até a presente "data.
O Vasco da Gama em 1952, foi derrotado uma vez pelo Fluminense e o Fluminense em 1959 sofreu seu único revés, imposto pelo Bangu que em 1966 perdeu o titulo de invicto devido a sua única derrota frente ao Flamengo, mas no desempate derrotou o rubro-negro por 3 a 0. Em 1968 o Vasco tirou a invencibilidade do Botafogo, no seu último campeonato. Mas o alvinegro também em 1969, impôs ao Fluminense a sua única derrota, perdendo o tricolor a oportunidade de mais um campeonato invicto.
Rubens E. da Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 16/05/1979
É o que acaba de ser feito pelo .«mais querido», acrescido de que este é o primeiro alcançado no Maracanã, ou seja de 1950 a esta data, justificando a incontida euforia dos rubro-negros.
O evento me deu a idéia de um levantamento sobre os campeonatos do Rio de Janeiro, desde a sua oficialização em 1906, pois antes, a partir do século passado, o esporte bretão-, era praticado através de jogos amistosos entre os clubes, na sua maioria, formados pelos diretores de fabrica de: tecidos; :que faziam questão de jogar, só permitindo a inclusão de empregado subalternos nas equipes, em caso especial. Futebol era esporte da elite, O.remo era o esporte mais popular.
Na história dos invictos, somente três clubes, são inscritos, o Fluminense, o mais antigo. O Flamengo nascido de uma cisão entre tricolores, e que de início contou com quase todo o elenco tricolor, e o Vasco que, em. 1923 subiu à categoria principal e já conquistou 4 vezes tão importante título, enquanto os dois primeiros alcançaram tais campeonatos por três vezes.
Sem derrotas o Vasco foi campeão em 1923, 1945, 1947 e 1949. O Fluminense, o mais antigo dos atuais dos clubes, venceu, invicto os campeonatos de 1.908, 1909 e 1911. Já o Flamengo venceu nos e 1978.
Sobre o Vasco apenas consegui a formação das equipes de 1945; 1949 e 1949 sendo a primeira formada de Rodrigues; Augusto e Rafaneli; Berascochea. Eli e Argemiro; Djalma, Lelé, Izaias, Jair e Chico. A segunda com Barbosa; Augusto e Rafaneli; Eli, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca, Friaça, Lelé e Chico. Finalmente, em 49, com Barbosa; Augusto e Sampaio; Eli, Danilo e Alfredo, Nestor, Maneca, Heleno; Ademir e Chico.
Os títulos do Flamengo f oram conquistados por Baena; Píndaro e Ney; Curiol, Sidney e Galo; Bahiano. Gumercíndo, Borghet, Rimer e Raul (1915) Kuntz, Burgos e Telefone Rodrigo, Sisson e Dino; Carregai, Sidney, Candiota, Junqueira e João de Deus (1920) e finalmente, em 1973, com Cantareli; Rondineli, Toninho e Nelson; Júnior, Carpegianï e Adílio; Reinaldo, Luizinho, Zico e Tita.
Desde a fundação da primeira Liga de Futebol, no Rio de Janeiro, em 1908, o Fluminense foi campeão nos seguintes anos: 1906: 1908. 1911, 1917,1918 1919. 1924, 1936, 1937, 1938 1940, 1941, 1946, 1951, 1959, 1964, 1969, 1971, 1973, 1975 e 1976, ou seja com dois «tri» e dois bi», em 21 títulos.
O Flamengo levantou seus títulos em 1914, 1915, 1920, 1921, 1925, 1927, 1939, 1942, 1943, 1944, 1953 1954: 1955, 1963, 1985, 1972; 1974, 1S73 e 1979. Dois «tri» e 2 «bi, ern 19 títulos.
O Vasco da Gama, venceu seus títulos nos anos de 1923, 1924, 1929, 1934, 1935, 1945, 1947; 1949, 1950, 1952, 1956, 1970 e 1977. Apenas dois «bi», em .13 campeonatos.
O Botafogo" venceu nos anos de 1913, 1930, 1932, 1933, 1934, 1935, 1943, 1957, 1961, 1982 e 1968." São 12 'títulos, inclusive um tetra, o único na historia do campeonato carioca.
O América, foi campeão nos anos de 1913, 1916, 1922, 1928, 1931, 1935 e 1960.
O Bangu conseguiu seus dois títulos máximos nos anos de l 933 e 1966
O São Cristóvão foi campeão em 1928 e em 1912 o campeão foi o Paissandu, extinto ha. muitos anos.
Nos grandes clubes — Fluminense, Flamengo, Vasco e Botafogo — se verificou largo período sem que fosse levantado o tão cobiçado titulo de campeão. Os tricolores entre 1924 e 1936 e o Flamengo de 1927 a 1939. bem corno o Vasco, de 1958 a 1970. O alvinegro nos períodos de 1913 a 1930, de 1943 a 1957 e de 1968 até a presente "data.
O Vasco da Gama em 1952, foi derrotado uma vez pelo Fluminense e o Fluminense em 1959 sofreu seu único revés, imposto pelo Bangu que em 1966 perdeu o titulo de invicto devido a sua única derrota frente ao Flamengo, mas no desempate derrotou o rubro-negro por 3 a 0. Em 1968 o Vasco tirou a invencibilidade do Botafogo, no seu último campeonato. Mas o alvinegro também em 1969, impôs ao Fluminense a sua única derrota, perdendo o tricolor a oportunidade de mais um campeonato invicto.
Rubens E. da Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 16/05/1979
Saudades dos bons tempos
RIO — O JORNAL DA MANHÃ que acabo de receber me trás o resultado do "Torneio do Cacau", levantado brilhantemente pelo Flamengo do qual participaram 15 clubes, representando a região ca-caueira.
Deve ter sido uma bela tarde esrportiva que reviveu as competições do Torneio Caixeral.
Lá estavam o Flamengo e o Vitória, faltando o Satélite. Sim faltando o Satélite, para falar em termos dos idos do velho estádio construído oelos funcionários do Banco do Brasil que organizou um quadro de .elite, representado por uma tura de altos funcionários, que posteriormente foi posto em segundo plano por estudantes, muitos dos quais, bons de bola.
Naquele tempo, o Vitória e o Flamengo levavam nítida vantagem sobre os tricolores que, vez por outra, conseguiu espetaculares vitórias, justamerite em momentos, porque muitas vezes, uma vitória do Satélite desbancava um outro, dando uma nova feição ao campeonato,
Vez por outra surgiam novos clubes tais como o Náutico, Ilhéus, Santa Cruz, Guarani e outros, porém, a força tradicional pertencia aos 3 tradicionais clubes.
Não sei se o F1amengo e Vitória atualmente vem tendo o apoio da velha guarda, ou mesmo dos remanescentes das duas valorosas torcidas compostas de gente de toda a
espécie, desde os exaltados como Manoel Caboclo que se postava atrás da meta adversária até o pacato Cachoeira que torcia, podemos dizer "para dentro incapaz de ofender qualquer adversário.
Mas a rivalidade dos dois clubes era que mantinha o bom nível do futebol ilheense que se constituiu num. celeiro de craques espalhados por todo o país.
Popó de Ilhéus, Tuta, João Caboclo, Palmer, Pipiu, Jonas, Ranulfo, Incêndio, Nelsinho, Gudo, e tantos outros, saídos dos gramados da Ponta da Areia, confirmam a eficiência do futebol a partir do Campoo do Satélite até os primeiros anos do "Mário Pessoa",
A Liga Ilheense era palco acirrados debates onde Rogério Nascimento e Fernando Barros, se degladiavam em defesa de tradicionais equipes. Entretanto, o ardor das discussões em que muitos participavam, tais como Crescenciano Santos, Augusto Ferreira, Milton Bastos, Otavinho, Amâncio Ferreira, só para falar dos representantes do Flamengo e Vitória, não proibia que, depois das agitadas reuniões, todos se dirigissem ao bar, ou mesmo a bordo de um "Iia", para disputar, nos dados, uma cervejinha ou um chopinho bem gelado, demonstrando o alto grau de esportividade de que eram possuidos os representantes junto a entidade máxima.
Que saudades dos velhos e bons tempos. ..
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 27/01/1978
Deve ter sido uma bela tarde esrportiva que reviveu as competições do Torneio Caixeral.
Lá estavam o Flamengo e o Vitória, faltando o Satélite. Sim faltando o Satélite, para falar em termos dos idos do velho estádio construído oelos funcionários do Banco do Brasil que organizou um quadro de .elite, representado por uma tura de altos funcionários, que posteriormente foi posto em segundo plano por estudantes, muitos dos quais, bons de bola.
Naquele tempo, o Vitória e o Flamengo levavam nítida vantagem sobre os tricolores que, vez por outra, conseguiu espetaculares vitórias, justamerite em momentos, porque muitas vezes, uma vitória do Satélite desbancava um outro, dando uma nova feição ao campeonato,
Vez por outra surgiam novos clubes tais como o Náutico, Ilhéus, Santa Cruz, Guarani e outros, porém, a força tradicional pertencia aos 3 tradicionais clubes.
Não sei se o F1amengo e Vitória atualmente vem tendo o apoio da velha guarda, ou mesmo dos remanescentes das duas valorosas torcidas compostas de gente de toda a
espécie, desde os exaltados como Manoel Caboclo que se postava atrás da meta adversária até o pacato Cachoeira que torcia, podemos dizer "para dentro incapaz de ofender qualquer adversário.
Mas a rivalidade dos dois clubes era que mantinha o bom nível do futebol ilheense que se constituiu num. celeiro de craques espalhados por todo o país.
Popó de Ilhéus, Tuta, João Caboclo, Palmer, Pipiu, Jonas, Ranulfo, Incêndio, Nelsinho, Gudo, e tantos outros, saídos dos gramados da Ponta da Areia, confirmam a eficiência do futebol a partir do Campoo do Satélite até os primeiros anos do "Mário Pessoa",
A Liga Ilheense era palco acirrados debates onde Rogério Nascimento e Fernando Barros, se degladiavam em defesa de tradicionais equipes. Entretanto, o ardor das discussões em que muitos participavam, tais como Crescenciano Santos, Augusto Ferreira, Milton Bastos, Otavinho, Amâncio Ferreira, só para falar dos representantes do Flamengo e Vitória, não proibia que, depois das agitadas reuniões, todos se dirigissem ao bar, ou mesmo a bordo de um "Iia", para disputar, nos dados, uma cervejinha ou um chopinho bem gelado, demonstrando o alto grau de esportividade de que eram possuidos os representantes junto a entidade máxima.
Que saudades dos velhos e bons tempos. ..
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 27/01/1978
O desastre da “State”
A nossa Estrada de- Ferro Ihéus à Conquista, eliminada drasticamente após a Revolução de 1964, pelo então .ministro da Viação, gen.. Juarez Távora, serviu por muitos anos, a região cacaueira, seguindo diariamente para Itabuna e alternadameüíe para os ramais de Sequeiro de Espinho e Itapira, jamais atingiu a sua meta, que era Vitoria da Conquista.
Tinha uma equipe de funcionários dos mais destacados níveis sociais, espalhados desde a alta administração postada nos escritórios, até o mais- humilde ferrovíário das oficinas de manutenção, passando pelos maquinistas, onde destacavam operános especializados. encarregados propriamente das vias de transportes .gente como Dêmola, Francisco, Zégato, Paizinho o tantos outros, maquinistas, sempre- solícitos a executar umas paradinhas ou meias tproximidades de suas fazendas, ou mesmo fazendo umas "abertas" aos exímios “pongadores” que'saltavam de trens em velocidade.
Como toda a Estrada que "se preza", a nossa Ilhéus a Vitória-da Conquista" também teve seu grande desastre que traumatizou grande parte da cidade, principa]mcme na área da Fonte da Cruz, pois a ocorrência verificou-se no corte do Malhado, nas imediações do velho Matadouro, precisa na Fazenda Izidro de Lemos.
Efetivameníe a máquina do Trem Cargueiro, dirigida pelo exímio e benquisto Francisco, ao se aproximar do Corte do Malhado numa pequena curva viu sua máquina descarrílhar, ficando com o corpo quase submerso num charco, preso numa cerca de arame farpado .
A retirada do maquinista em posição dificílima, teve lances emocionantes em que participaram inúmeras pessoas além-do pessoal da Estrada, todas interessadas em por fim à angustiante situação do velho ferroviário que clamava com insistência, por uma solução, que dado o local do desastre tornava-se difícil o trabalho de salvamento.
Como acontece em .trais casos, a população, na sua maioria, colaborou intensamente nos trabalhos de remoção da pesada máquina,o que aconteceu depois de cerca de seis lioras quando, sob manifestação de alegria, o maquinista foi retirado da incômoda posição.naquinísía foi retirado iJ.i iiicòiiicda posição.
O resultado do desastre foi -a inatividade definitiva do velho ferroviário, chefe de numerosa família, que residia na Rua do Café.
RÍO – Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 10/01/1978
Tinha uma equipe de funcionários dos mais destacados níveis sociais, espalhados desde a alta administração postada nos escritórios, até o mais- humilde ferrovíário das oficinas de manutenção, passando pelos maquinistas, onde destacavam operános especializados. encarregados propriamente das vias de transportes .gente como Dêmola, Francisco, Zégato, Paizinho o tantos outros, maquinistas, sempre- solícitos a executar umas paradinhas ou meias tproximidades de suas fazendas, ou mesmo fazendo umas "abertas" aos exímios “pongadores” que'saltavam de trens em velocidade.
Como toda a Estrada que "se preza", a nossa Ilhéus a Vitória-da Conquista" também teve seu grande desastre que traumatizou grande parte da cidade, principa]mcme na área da Fonte da Cruz, pois a ocorrência verificou-se no corte do Malhado, nas imediações do velho Matadouro, precisa na Fazenda Izidro de Lemos.
Efetivameníe a máquina do Trem Cargueiro, dirigida pelo exímio e benquisto Francisco, ao se aproximar do Corte do Malhado numa pequena curva viu sua máquina descarrílhar, ficando com o corpo quase submerso num charco, preso numa cerca de arame farpado .
A retirada do maquinista em posição dificílima, teve lances emocionantes em que participaram inúmeras pessoas além-do pessoal da Estrada, todas interessadas em por fim à angustiante situação do velho ferroviário que clamava com insistência, por uma solução, que dado o local do desastre tornava-se difícil o trabalho de salvamento.
Como acontece em .trais casos, a população, na sua maioria, colaborou intensamente nos trabalhos de remoção da pesada máquina,o que aconteceu depois de cerca de seis lioras quando, sob manifestação de alegria, o maquinista foi retirado da incômoda posição.naquinísía foi retirado iJ.i iiicòiiicda posição.
O resultado do desastre foi -a inatividade definitiva do velho ferroviário, chefe de numerosa família, que residia na Rua do Café.
RÍO – Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 10/01/1978
Extraordinária Demonstração de Fé
RIO — Acabo de regressar de Salvador, onde assisti uma vibrante e extraordinária demonstração de fé religiosa.
De há muito desejava assistir uma procissão ao Senhor dos Navegantes, na velha Bahia, capital do Brasil que, todos os anos. abre a temporada turística da mais bela das cidades brasileiras, cantada em prosa e versos por todo o mundo .Esta temporada se prolonga por todo o ano, pois no mesmo local que começa, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, se encerra a 8 de dezembro.com a tradicional festa em louvor a Excelsa Santa, tão venerada como -Senhor do Bomfim, o verdadeiro Santo dos baianos.
Os preparativos para a procissão, com missas desde às 5 horas da manhã, levam à Praça do Elevador Lacerda, milhares: de fiéis que se acotovelam a procura de acomodações para acompanharem a festa maritinia, nas mais diversas embarcações na maioria, embandeiradas, que vão desde pequenos escaleres, botes, saveïros, até os grandes navios da "Bahiãna”
As chuvas que desabaram à noite em Barroquinha e que pela manhã, ameaçavam . por toda a área onde deveria passar o cortejo religioso, não atemorizavam os fiéis que finalmente, acabaram vencendo a batalha pois apenas ríspidos qhuviscos ocorreram durante as 4 horas de intensa vibração.
Às 10 horas, conduzida por uma Galeota puxada por uma treinada equipe de marinheiros ,teve início a procissão ,partindo do cais da Escola de Marinheiros, atravessando o Forte e se dirigindo ao Rio Vermelho entusiasticamente aplaudida- Daí voltando em direção a Monte Serrat, onde uma compacta multidão aguardava a sua chegada e que aplaudiu delinrantemente a imagem do Senhor dos Navegantes que, na véspera, fora fazer uma visita à Nossa Senhora da Conceição.
As embarcações que acompanhavam s procissão, muitas das quais com orquestras, faziam arriscadas evoluções,-principalmente as lanchas voadoras; porém não se verificou nenhum incidente,
Tanto em Rio Vermelho como em Barroquinha a massa humana se comportou pacifica e entusiasticamente.
Foi uma festa inesquecível que, pelo semblante dos espectadores, agradou plenamente (principalmente aos turistas: que em sua maioria, lotaram as três grandes ermbarcações da "Bahiana", ao preço, para mim exorbitante, de CrS 120,00 "per capita".
A nota humorística, em meio daquela babel de embarcações, foi um pequeno saaveiro, ao cruzar pelo navio, um dos seus dois tripulantes grita lá de baixo:
— Saiam da frente bagageiros!
Uma gargalhada dos previlegiados viajantes do navio, foi a resposta ao insólito saveirisía.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 14/07/1978
De há muito desejava assistir uma procissão ao Senhor dos Navegantes, na velha Bahia, capital do Brasil que, todos os anos. abre a temporada turística da mais bela das cidades brasileiras, cantada em prosa e versos por todo o mundo .Esta temporada se prolonga por todo o ano, pois no mesmo local que começa, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, se encerra a 8 de dezembro.com a tradicional festa em louvor a Excelsa Santa, tão venerada como -Senhor do Bomfim, o verdadeiro Santo dos baianos.
Os preparativos para a procissão, com missas desde às 5 horas da manhã, levam à Praça do Elevador Lacerda, milhares: de fiéis que se acotovelam a procura de acomodações para acompanharem a festa maritinia, nas mais diversas embarcações na maioria, embandeiradas, que vão desde pequenos escaleres, botes, saveïros, até os grandes navios da "Bahiãna”
As chuvas que desabaram à noite em Barroquinha e que pela manhã, ameaçavam . por toda a área onde deveria passar o cortejo religioso, não atemorizavam os fiéis que finalmente, acabaram vencendo a batalha pois apenas ríspidos qhuviscos ocorreram durante as 4 horas de intensa vibração.
Às 10 horas, conduzida por uma Galeota puxada por uma treinada equipe de marinheiros ,teve início a procissão ,partindo do cais da Escola de Marinheiros, atravessando o Forte e se dirigindo ao Rio Vermelho entusiasticamente aplaudida- Daí voltando em direção a Monte Serrat, onde uma compacta multidão aguardava a sua chegada e que aplaudiu delinrantemente a imagem do Senhor dos Navegantes que, na véspera, fora fazer uma visita à Nossa Senhora da Conceição.
As embarcações que acompanhavam s procissão, muitas das quais com orquestras, faziam arriscadas evoluções,-principalmente as lanchas voadoras; porém não se verificou nenhum incidente,
Tanto em Rio Vermelho como em Barroquinha a massa humana se comportou pacifica e entusiasticamente.
Foi uma festa inesquecível que, pelo semblante dos espectadores, agradou plenamente (principalmente aos turistas: que em sua maioria, lotaram as três grandes ermbarcações da "Bahiana", ao preço, para mim exorbitante, de CrS 120,00 "per capita".
A nota humorística, em meio daquela babel de embarcações, foi um pequeno saaveiro, ao cruzar pelo navio, um dos seus dois tripulantes grita lá de baixo:
— Saiam da frente bagageiros!
Uma gargalhada dos previlegiados viajantes do navio, foi a resposta ao insólito saveirisía.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 14/07/1978
Exemplo de Amor ao Esporte
RIO —'"Enfocando" 'de D.-Corrêa,", num dos últimos números do JORNAL DA MANHÃ, registra o "exemplo de amor ao esporte" de um atleta que, depois; de disputar uma partida de futebol em Itabuna, se dirigiu para Ilhéus, de taxi, a tempo ue jogar meio tempo de um outro Jogo, no Estádio Mário Pessoa..
O gesto do jogador, apesar de hoje condenado pelas mentoras esportivas, é digno de registro dada a raridade de tais exenmplos, principalmente quando todo o Brasil assistiu, surpreendido e mesmo revoltado, dois dos nossos melhores jogadores, na Copa do Mundo de 1974, fazendo "corpo mole", durante uma partida, alegando que estavam se poupando, na espera de contratos milionários e que qualquer contusão, naquela altura, lhes seria prejudicial.
Lamentável, sob todos os aspectos, o gesto dos Jogadores, um reflexo degradante do nosso profissinaüsmo, felizmente adotado por uma minoria irresponsável.
A notícia me trás agradáveis recordações dos bons tempos do amadorismo mesmo mesclado com o "amadorismo marrom", quando o desprendimento e garra eram um constante em nossos'jogadores.
Quantas vezes assistimos um Neneu, Janúncio, Polibio e tantos outros, depois de unia 'derrota, abandonarem o campo em lágrimas e desaparecerem rio meio da torcida, ev;tando comentários até dos próprio companheiros.
Ëxemplo de capacidade física iguais ao resultado no "Enfocando" eram muitos, tais como atletas que depois de trabalharem toda, a. noite ou mesrrjo, em. trabalhos braçais durante, a manhãr. à tarde estavam a postos defendendo .as cores de.. seus clubes com uma disposição digna. de nota.
Dos jogadores que ..maís esbanjaram força física destaco o saudoso António Pinto. Atleta na expressão da palavra. Defendeu as cores do Satélite e do Flamengo e, na regata, remava., pelo, -State. Infelizmente a sua atuação mal orientada, se constituiu em presa fácil para a insidiosa doença que o vitimou relativamente cedo.
Em dias de regata' e jogos de futebol, António Pinto se desdobrava .pela manhã dísputavá páreos na enseada do Ünhão e a tarde participava das competições no Campo do Satélite ou no Estádio Mário Pessoa. onde atuou algumas vezes.:Caso faltasse algum jogador, também participava na preliminar, dobrando na principal sempre com. muita disposição. E, se à noite tivesse uma festinha lá estava ele exibindo' seus dotes de bailarino.
Hoje, com as decisões acauteladoras das autoridades máximas, dificilmente Pinto realizaria tal façanha e mesmo que o cronista adotasse o critério, de D. Corrêa, nãa publicando seu nome para ''evitar qualquer tipo de exploraçãq'', o nosso. herói acabaria sendo descoberto e fatalmente punido, para o seu próprio, .bem, eviando o desaparecimento prematuro de um bom atleta.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 03/03/1978
O gesto do jogador, apesar de hoje condenado pelas mentoras esportivas, é digno de registro dada a raridade de tais exenmplos, principalmente quando todo o Brasil assistiu, surpreendido e mesmo revoltado, dois dos nossos melhores jogadores, na Copa do Mundo de 1974, fazendo "corpo mole", durante uma partida, alegando que estavam se poupando, na espera de contratos milionários e que qualquer contusão, naquela altura, lhes seria prejudicial.
Lamentável, sob todos os aspectos, o gesto dos Jogadores, um reflexo degradante do nosso profissinaüsmo, felizmente adotado por uma minoria irresponsável.
A notícia me trás agradáveis recordações dos bons tempos do amadorismo mesmo mesclado com o "amadorismo marrom", quando o desprendimento e garra eram um constante em nossos'jogadores.
Quantas vezes assistimos um Neneu, Janúncio, Polibio e tantos outros, depois de unia 'derrota, abandonarem o campo em lágrimas e desaparecerem rio meio da torcida, ev;tando comentários até dos próprio companheiros.
Ëxemplo de capacidade física iguais ao resultado no "Enfocando" eram muitos, tais como atletas que depois de trabalharem toda, a. noite ou mesrrjo, em. trabalhos braçais durante, a manhãr. à tarde estavam a postos defendendo .as cores de.. seus clubes com uma disposição digna. de nota.
Dos jogadores que ..maís esbanjaram força física destaco o saudoso António Pinto. Atleta na expressão da palavra. Defendeu as cores do Satélite e do Flamengo e, na regata, remava., pelo, -State. Infelizmente a sua atuação mal orientada, se constituiu em presa fácil para a insidiosa doença que o vitimou relativamente cedo.
Em dias de regata' e jogos de futebol, António Pinto se desdobrava .pela manhã dísputavá páreos na enseada do Ünhão e a tarde participava das competições no Campo do Satélite ou no Estádio Mário Pessoa. onde atuou algumas vezes.:Caso faltasse algum jogador, também participava na preliminar, dobrando na principal sempre com. muita disposição. E, se à noite tivesse uma festinha lá estava ele exibindo' seus dotes de bailarino.
Hoje, com as decisões acauteladoras das autoridades máximas, dificilmente Pinto realizaria tal façanha e mesmo que o cronista adotasse o critério, de D. Corrêa, nãa publicando seu nome para ''evitar qualquer tipo de exploraçãq'', o nosso. herói acabaria sendo descoberto e fatalmente punido, para o seu próprio, .bem, eviando o desaparecimento prematuro de um bom atleta.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 03/03/1978
Anistia ─ assunto do momento.
O envio ao Congresso do projeto da Lei que concede anistia a - maioria dos cassados pela Revolução de Março, é o assunto predominante aos círculos políticos e sociais do País. Todos comentam a decisão do Presidente João Baptista de Figueiredo. Uns achando o 'projeto ótimo e outros fazendo restrições por não ter o Presidente proposto que a concessão fosse irrestrita.
O documento oficial, muitos políticos que estão afastados do País, há longos anos, retornarão ao solo pátrio. Dentre eles estão Miguel Arrais, Francisco Julião, Gregório Bezerra e, sem dúvida, o mais importante, Luis Carlos Prestes, secretário geral do ex-Partido Comunista do Brasil, campeão dos favorecidos pelas anistias, desde os idos de 22 e que em 1924 promoveu o levante de Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, onde nasceu em 1898.
Conhecida em todo o mundo por ter sido chefe da Coluna Prestes que " percorreu grande parte do País, em que participaram ,entre outros, os tenentes Siqueira de Campo, Juarez Távora, Cordeiro de Farias e Newton Prado e que só não participou da epopéia f .dos "18 do Forte', dos quais sobrevive apenas Eduardo Gomes, por estar acamado, vítima de febre palúdíca. Também não acompanhou Getúlio na Revolução de 30, afastado do Exército, por convicções socialistas.
Contrapondo a Ação Nacional Integralista de Plínio Salgado, fundou a Aliança Nacional Libertadora, em 1936; depois de fracassada a Intentona Comunista de 1935? quando foi preso aqui no Rio de Janeiro.
Em conseqüência da reação dos aliados, na Segunda Guerra Mundial, Getúlio Vargas, o anistiou nos primeiros meses de 1945, quando reorganizou o Partido Comunista Brasileiro e participou das eleições daquele ano, quando foi eleito senador pelo então Distrito Federal, além de vencer em vários estados da Federação os pleitos para deputado federal, onde seu partido dentre outros, elegeu o grande escritor e membro da Academia Brasileira de Letras. Jorge Amado, representante de São Paulo. Depois na gestão do Marechal Eurico Gaspar Dutra, foi cassado. juntamente cem seus companheiros parlamentares.
Em 1945, conheci pessoalmente Carlos Prestes tendo obtido na Rua Conde Lage. na Glória, seu quartel general, uma entrevista para o “Diário da Tarde" a pedido de Francisco da Silveira Dórea, seu diretor.
Antes da entrevista, cumprindo uma resolução do Conselho de Locatários do Conjunto Residencial do Realengo, do qual era presidente, promovi visita da líder comunista a Realengo, após sua saída da prisão.
Na época era obrigatório levar ao conhecimento do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários, qualquer movimento individual ou coletivo dos moradores, por intermédio do Conselho de Locatários, motivo porque depois da decisão do órgão representativo dos moradores ,de convidar Prestes para um debate público. entrei em contato ccm o presidente do ex-IAPI, Dr. Plínio Catanhede, para receber o "aval", conforme aconteceu, como também foi aceito dirigente máximo do Instituto o convite para presidir o ato publico realizado em frente ao coletivo da Rua Marechal Modestino.
Foi um grande debate em que Prestes respondeu a todas as perguntas sobre os mais variados temas.
Na ocasião ocorreu um fato curioso. Presidente do Conselho e da organização do debate constantemente estava em contato com meus companheiros" do Conselho que fiscalizavam a concentração. Nesta situação raramente ocupava meu lugar na mesa oficial.
A certa altura, depois de tomar uma providência, volto ao meu lugar. Porém ao subir no palco fui obstado por determinada pessoa que tentou impedir minha entrada. Não usei o clássico sabe com quem está falando apenas com estas palavras:
— Sabe que está falando com o responsável por esta concentração?
E calmamente tomei meu lugar entre o Dr. Plínio e Carlos Prestes.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã.Ilhéus/BA 12/07/1979
O documento oficial, muitos políticos que estão afastados do País, há longos anos, retornarão ao solo pátrio. Dentre eles estão Miguel Arrais, Francisco Julião, Gregório Bezerra e, sem dúvida, o mais importante, Luis Carlos Prestes, secretário geral do ex-Partido Comunista do Brasil, campeão dos favorecidos pelas anistias, desde os idos de 22 e que em 1924 promoveu o levante de Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, onde nasceu em 1898.
Conhecida em todo o mundo por ter sido chefe da Coluna Prestes que " percorreu grande parte do País, em que participaram ,entre outros, os tenentes Siqueira de Campo, Juarez Távora, Cordeiro de Farias e Newton Prado e que só não participou da epopéia f .dos "18 do Forte', dos quais sobrevive apenas Eduardo Gomes, por estar acamado, vítima de febre palúdíca. Também não acompanhou Getúlio na Revolução de 30, afastado do Exército, por convicções socialistas.
Contrapondo a Ação Nacional Integralista de Plínio Salgado, fundou a Aliança Nacional Libertadora, em 1936; depois de fracassada a Intentona Comunista de 1935? quando foi preso aqui no Rio de Janeiro.
Em conseqüência da reação dos aliados, na Segunda Guerra Mundial, Getúlio Vargas, o anistiou nos primeiros meses de 1945, quando reorganizou o Partido Comunista Brasileiro e participou das eleições daquele ano, quando foi eleito senador pelo então Distrito Federal, além de vencer em vários estados da Federação os pleitos para deputado federal, onde seu partido dentre outros, elegeu o grande escritor e membro da Academia Brasileira de Letras. Jorge Amado, representante de São Paulo. Depois na gestão do Marechal Eurico Gaspar Dutra, foi cassado. juntamente cem seus companheiros parlamentares.
Em 1945, conheci pessoalmente Carlos Prestes tendo obtido na Rua Conde Lage. na Glória, seu quartel general, uma entrevista para o “Diário da Tarde" a pedido de Francisco da Silveira Dórea, seu diretor.
Antes da entrevista, cumprindo uma resolução do Conselho de Locatários do Conjunto Residencial do Realengo, do qual era presidente, promovi visita da líder comunista a Realengo, após sua saída da prisão.
Na época era obrigatório levar ao conhecimento do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários, qualquer movimento individual ou coletivo dos moradores, por intermédio do Conselho de Locatários, motivo porque depois da decisão do órgão representativo dos moradores ,de convidar Prestes para um debate público. entrei em contato ccm o presidente do ex-IAPI, Dr. Plínio Catanhede, para receber o "aval", conforme aconteceu, como também foi aceito dirigente máximo do Instituto o convite para presidir o ato publico realizado em frente ao coletivo da Rua Marechal Modestino.
Foi um grande debate em que Prestes respondeu a todas as perguntas sobre os mais variados temas.
Na ocasião ocorreu um fato curioso. Presidente do Conselho e da organização do debate constantemente estava em contato com meus companheiros" do Conselho que fiscalizavam a concentração. Nesta situação raramente ocupava meu lugar na mesa oficial.
A certa altura, depois de tomar uma providência, volto ao meu lugar. Porém ao subir no palco fui obstado por determinada pessoa que tentou impedir minha entrada. Não usei o clássico sabe com quem está falando apenas com estas palavras:
— Sabe que está falando com o responsável por esta concentração?
E calmamente tomei meu lugar entre o Dr. Plínio e Carlos Prestes.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã.Ilhéus/BA 12/07/1979
“A Sardinha em Lata”
— A "republica" era constituída de uma turma muito boa, que a par da sua contagiante alegria, não só se excedia- Ficava instalada na rua Cel. Paiva, bem juntinho onde morava remanescentes de tradicionai família que vivia baseada nos "louros alcançados" pelo seu velho chefe, destacado elemento da primeira fase da república e teve seu nome gravado naquela rua. Seu chefe era Everaído Farias o popüiaríssinio ''Peixinho, líder comerciário e seus participantes Rubino Lopes, Libério Menezes, Marcolino Corrêa, Dr. Cachorro, Alvinho e mais uns dois que davam para superar, em muito ,a capacidade- fisica da casa. Havia também uma espécie de governanta, a Nana Lopes, irmã do irriquieto jornalísta Joaquim (Quinquim) Lopes cuja principal preocupação era madrugar na Tarifa do Peixe a cata de um pescado.
Era um- turma alegre que promovia e participava de todos os eventos sociais da cidade, principalmente o Carnaval dando um colorido e uma movimentação que começava nas noites de sábado (na énoca o comércio funcionava integralmente aos sábados) encerrando ao raiar da qnarta-feira de cinzas.
Nas estas do Dia do Caixeiro era a "Sardinha em Lata" que dava o toque festivo do tradicional acontecimento socio-esportivo, sob a orientação máxima do "Peixinho", lídimo representane da classe.
A programação se iniciava cedo com maratona pela cidade, seguindo com o Torneio Caixeiral e encerrando com o baile dos commerciários.
A lembrança da "Republica Sardinha em Lata", e consequentemente esta crônica, me veio com a recente notícia da morte de um dos seus componentes: o velho amigo Lib´rrio Menezes..
São poucos meus escritos em torno de necrológicos . Sou mesmo avesso a este tipo de crônica, porém, por dever ou obrigação, aliado a laços de amizade conquistados através de uma convivência íntima e sincera, tenho de me reportar sobre os que se foram, como no caso
Todos .da ''Sardinha" eram amigos. Primeiro foi "Peixinho', depois Alvinho que surpreendentemente se suicidou. Marcolino da Cruzeiro do Sul, talvez traumatizado com o seu afastamento da empresa após muitos anos, faleceu prematuramente. Por fim Liberio- Todos bons amigos de muitos anos.
Não tenho notícias do Rubino nem do Dr. Cachorro, apelido dado ao Aderico, não só por ser prático de farmácia, como pela sua aparência com o "melhor amigo do homem”.
A todos os ''republicanos", amigos das disputas de bebidas nos bares da Praça Firmino Amaral, em dados ou em bilhar, muita paz.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 18/01/1978
Era um- turma alegre que promovia e participava de todos os eventos sociais da cidade, principalmente o Carnaval dando um colorido e uma movimentação que começava nas noites de sábado (na énoca o comércio funcionava integralmente aos sábados) encerrando ao raiar da qnarta-feira de cinzas.
Nas estas do Dia do Caixeiro era a "Sardinha em Lata" que dava o toque festivo do tradicional acontecimento socio-esportivo, sob a orientação máxima do "Peixinho", lídimo representane da classe.
A programação se iniciava cedo com maratona pela cidade, seguindo com o Torneio Caixeiral e encerrando com o baile dos commerciários.
A lembrança da "Republica Sardinha em Lata", e consequentemente esta crônica, me veio com a recente notícia da morte de um dos seus componentes: o velho amigo Lib´rrio Menezes..
São poucos meus escritos em torno de necrológicos . Sou mesmo avesso a este tipo de crônica, porém, por dever ou obrigação, aliado a laços de amizade conquistados através de uma convivência íntima e sincera, tenho de me reportar sobre os que se foram, como no caso
Todos .da ''Sardinha" eram amigos. Primeiro foi "Peixinho', depois Alvinho que surpreendentemente se suicidou. Marcolino da Cruzeiro do Sul, talvez traumatizado com o seu afastamento da empresa após muitos anos, faleceu prematuramente. Por fim Liberio- Todos bons amigos de muitos anos.
Não tenho notícias do Rubino nem do Dr. Cachorro, apelido dado ao Aderico, não só por ser prático de farmácia, como pela sua aparência com o "melhor amigo do homem”.
A todos os ''republicanos", amigos das disputas de bebidas nos bares da Praça Firmino Amaral, em dados ou em bilhar, muita paz.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 18/01/1978
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Apenas questão de frase.
RIO -— Respostas rápidas- a perguntas muitas vezes cretinas, frases à guisa de sentença, são coisas creio, que todo o mundo gosta
A presença de espírito dede gente modesta, que responde sem,, pestanejar, uma piada "em cima da bucha," pegando o interlocutor de surpresa., é, da fato um "barato" constantemente;. comento o assunto, recorrendo a apontamentos espelhados por minha estante, a estante mais desorganizada do mundo'
No setor dos'esportes ,dentre outros, já me referi ao saudoso técnico .bahiano, , fulminado em pleno Estádio da Fonte Neva.. Certa vez justificando uma derrota que não "estava nos seus planos, saiu com esta:
.—.Foi o azar da sorte.
Neném Prancha, também falecido recentemente, tinha uma série,de ''máximas' das quais esta de grande sabedoria:
. — Se Macumba vencesse jogos, campeonatos bahianos terminavam empatados, Gentil Cardoso também ficou famoso quando pediü que o Fluminense lhe "desse" Ademir que ele lhe daria o campeonato. Ë deu mesmo." Foi ele quem inventou a "zebra" para Justificar derrotas em jogos -fáceis
Mas hoje, quero falar de uma ocorrência verificada há anos- em Ilhéus, cujo personagem principal é um destes, pernósticos, metido "a sabichão, com pinta de intelectual, sofisticado e que deixava ótima impressão se a conversa fosse rápida.
Chamava-se Chagas e com Carlos Rogacïano, certa vez montou um bar ali nas imediações da Praça Firmino Amaral bem em frente a Pensão Vasco. Chamava o "Escondidinho" e sua freguesia se devia ao Rogaciano, .um garçom muito benquisto e de largo, circulo de amizades. Era uma espécie de corredor no qual o freguês tinha que ser rápido no seu aperitivo.
Certo dia, ou melhor certa noite a luzz-, deu tremendo "prego". Foi geral, mas quando a luz voltou só beneficiou o lado contrário ao "Escondidinho". Um freguês intrigado pergunta ao Chagas: ''Como é. Cadê a sua Luz? Porque ela. não veio deste lado?
E o Chagas, respondeu grave e circunspectamente:
─ É questão de frase.
Aí tem o arquivo pronto para ser arquivado. Rubens
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 07/01/1978
A presença de espírito dede gente modesta, que responde sem,, pestanejar, uma piada "em cima da bucha," pegando o interlocutor de surpresa., é, da fato um "barato" constantemente;. comento o assunto, recorrendo a apontamentos espelhados por minha estante, a estante mais desorganizada do mundo'
No setor dos'esportes ,dentre outros, já me referi ao saudoso técnico .bahiano, , fulminado em pleno Estádio da Fonte Neva.. Certa vez justificando uma derrota que não "estava nos seus planos, saiu com esta:
.—.Foi o azar da sorte.
Neném Prancha, também falecido recentemente, tinha uma série,de ''máximas' das quais esta de grande sabedoria:
. — Se Macumba vencesse jogos, campeonatos bahianos terminavam empatados, Gentil Cardoso também ficou famoso quando pediü que o Fluminense lhe "desse" Ademir que ele lhe daria o campeonato. Ë deu mesmo." Foi ele quem inventou a "zebra" para Justificar derrotas em jogos -fáceis
Mas hoje, quero falar de uma ocorrência verificada há anos- em Ilhéus, cujo personagem principal é um destes, pernósticos, metido "a sabichão, com pinta de intelectual, sofisticado e que deixava ótima impressão se a conversa fosse rápida.
Chamava-se Chagas e com Carlos Rogacïano, certa vez montou um bar ali nas imediações da Praça Firmino Amaral bem em frente a Pensão Vasco. Chamava o "Escondidinho" e sua freguesia se devia ao Rogaciano, .um garçom muito benquisto e de largo, circulo de amizades. Era uma espécie de corredor no qual o freguês tinha que ser rápido no seu aperitivo.
Certo dia, ou melhor certa noite a luzz-, deu tremendo "prego". Foi geral, mas quando a luz voltou só beneficiou o lado contrário ao "Escondidinho". Um freguês intrigado pergunta ao Chagas: ''Como é. Cadê a sua Luz? Porque ela. não veio deste lado?
E o Chagas, respondeu grave e circunspectamente:
─ É questão de frase.
Aí tem o arquivo pronto para ser arquivado. Rubens
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 07/01/1978
Caetano Alcobaça
Rio —- Em todas as cidades, creio, tem seu tipo ou tipos populares. Pessoas de boa.ou má índole que se destacam por esta ou aquela ou mesmo pelo seu modo de viver.
Em Belmonte nós tínhamos Cardoso. o inveterado "Pau d'Agua" para quem todo mundo era "ladrão". Havia o Domingão, tipo metido a bobalhão e sempre pronto para um resposta filosófica a qualquer pergunta .O Carlos Cego que andava toda a cidade e conhecia todo o inundo.
Em Ilhéus além do conheridissimo Garcia, um urubu domesticado que morava na Praça Seabra, havia Capacidade Elevada, popular homem de recados, Víroli pronto a participar de qualquer competição esportiva e tantos outros espalhados pela cidade, distribuindo alegria e momentos de lazer à população.
Mas uma das pessoas mais preentes que já rassara em Ilhéus, sem dúvida, foi o estivador Caetano Alcobaça. Participava, de modo decisivo, em todos os momentos, podemos dizer, de gravidade, que ocorriam na cidade. Era uma presença atuante, capaz de sacrifícios.
Caetano Alcobaça, estivador e pessoa benquista não se furtava em prestar a sua colaboração desinteressada, na solução dos problemas .por mais difíceis qiie eles se apresentavam.
Foi essim no naufrágio do Itacaré onde com uma turma de companheiros, concorreu para o salvamento de várias pessoas Também no incêndio do Unhão, lá estava Caetano enfrentando as interpéries da situação difícil sendo um dos primeiros a invadir a casa vizinha onde uma pobre senhora clamava por socorro. Também no desastre do trem ca State notou-se a presença desinteressada do velho estivador que, apezar de residir no Alto de São Sebastião, apareceu nas bandas do Malhado, colaborando intensamente para salvar o maquinista. No incêndio criminoso dí um circo, perto do areal da Estrada já estava o nosso estivador lutando bravamente Janto a equipe de salvamento.
Esta crónica tem por finalidade, as pessoas do velho e prestimoso estivador Caetano Azevedo, o conhecido Alcobaça, uma homenagem a aqueles, que, não são poucos, nos momentos mais difíceis procuram dar a sua mão amiga em prol dos aflitos.
Neste mondo, cada vez mais cheio egoístas,"torna-se preciso lembrar de pessoas isentas de personalismos como incentivo as gerações que surgem.
Creio que esta crîonica vai trazer muitas recordações a velhos amigos de passadas décadas.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 06/01/1978
Em Belmonte nós tínhamos Cardoso. o inveterado "Pau d'Agua" para quem todo mundo era "ladrão". Havia o Domingão, tipo metido a bobalhão e sempre pronto para um resposta filosófica a qualquer pergunta .O Carlos Cego que andava toda a cidade e conhecia todo o inundo.
Em Ilhéus além do conheridissimo Garcia, um urubu domesticado que morava na Praça Seabra, havia Capacidade Elevada, popular homem de recados, Víroli pronto a participar de qualquer competição esportiva e tantos outros espalhados pela cidade, distribuindo alegria e momentos de lazer à população.
Mas uma das pessoas mais preentes que já rassara em Ilhéus, sem dúvida, foi o estivador Caetano Alcobaça. Participava, de modo decisivo, em todos os momentos, podemos dizer, de gravidade, que ocorriam na cidade. Era uma presença atuante, capaz de sacrifícios.
Caetano Alcobaça, estivador e pessoa benquista não se furtava em prestar a sua colaboração desinteressada, na solução dos problemas .por mais difíceis qiie eles se apresentavam.
Foi essim no naufrágio do Itacaré onde com uma turma de companheiros, concorreu para o salvamento de várias pessoas Também no incêndio do Unhão, lá estava Caetano enfrentando as interpéries da situação difícil sendo um dos primeiros a invadir a casa vizinha onde uma pobre senhora clamava por socorro. Também no desastre do trem ca State notou-se a presença desinteressada do velho estivador que, apezar de residir no Alto de São Sebastião, apareceu nas bandas do Malhado, colaborando intensamente para salvar o maquinista. No incêndio criminoso dí um circo, perto do areal da Estrada já estava o nosso estivador lutando bravamente Janto a equipe de salvamento.
Esta crónica tem por finalidade, as pessoas do velho e prestimoso estivador Caetano Azevedo, o conhecido Alcobaça, uma homenagem a aqueles, que, não são poucos, nos momentos mais difíceis procuram dar a sua mão amiga em prol dos aflitos.
Neste mondo, cada vez mais cheio egoístas,"torna-se preciso lembrar de pessoas isentas de personalismos como incentivo as gerações que surgem.
Creio que esta crîonica vai trazer muitas recordações a velhos amigos de passadas décadas.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 06/01/1978
Valorizando o operário
RIO — O homem até que não estava assim maltrapilho porém, um pouco complexado. Procurava uma casa ali na Rua Coronel Paiva,
Mirando bem os números até que chegou na casa melhor opareaíada. Um: verdadeírü palacete nas imediações da Travessa das Devotas, por trás do Cine-Teatro Ilhéus,
Timidamente bateu no portão e ao ser atendido pelo dono da casa perguntou:
— E' aqui que está" precisando de um Oficiai Pedreiro?
O atendente, sizudo, mirou o pedreiro de alto a baixo e secamente respondeu: Não senhor.
Intrigado, pois recebera a informação de que era ali mesmo que estava precisando do seu serviço, o oficial retirou-se e foi a procura do seu informante para se certificar do possível equívoco. Porém, o seu companheiro confirmou que era mesmo naquela casa que estava precisando de um pedreiro .Além da confirmação o colega foi logo dizendo:
— Você deveria ir com uma roupinha melhor, pois o homem é sistemático e- não aceita gente mal vestida para lhes prestar serviço. Troque de roupa e volte lá. Depois cobre pelo serviço o que quiser.
Orientado desta fornia, o oficial de pedreiro ,se "enfatiou" com a sua "roupa da missa” e voltou à casa da rua Cel. Paiva, repetindo a mesma frase:
— E' aqui se está precisando de um Oficial Pedreiro?
A resposta foi positiva. O trabalho foi iniciado e ao seu término foi pedido o preço. O operário cobrou alto e o proprietário pagou normalmente, sem uma advertência:
-— Operário não deve andar maltrapilho .Deve se valorizar. Espero precisar novamente dos seus serviços.
Era assim o Júlio Brito. Não tolerava trabalhador mal vestido e de uma franqueza sem nrmtcs.
- Sobre o Dr. Júlio Brito: Frequentava assiduamente o Cine-Teatro Ilhéus. Chegava cedo e sentava-se, na cadeira nº. l da l0 fila. Caso chegasse e encontrasse alguém sentado na citada cadeira, voltava para casa sem assistir o filme.
Quando faleceu, Armindo Martins, em sua homenagem, isolou, com, uma corrente, a cadeira rrº. l", da 10ª.. fila, Ninguém mais a ocupou.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 01/01/1978
Mirando bem os números até que chegou na casa melhor opareaíada. Um: verdadeírü palacete nas imediações da Travessa das Devotas, por trás do Cine-Teatro Ilhéus,
Timidamente bateu no portão e ao ser atendido pelo dono da casa perguntou:
— E' aqui que está" precisando de um Oficiai Pedreiro?
O atendente, sizudo, mirou o pedreiro de alto a baixo e secamente respondeu: Não senhor.
Intrigado, pois recebera a informação de que era ali mesmo que estava precisando do seu serviço, o oficial retirou-se e foi a procura do seu informante para se certificar do possível equívoco. Porém, o seu companheiro confirmou que era mesmo naquela casa que estava precisando de um pedreiro .Além da confirmação o colega foi logo dizendo:
— Você deveria ir com uma roupinha melhor, pois o homem é sistemático e- não aceita gente mal vestida para lhes prestar serviço. Troque de roupa e volte lá. Depois cobre pelo serviço o que quiser.
Orientado desta fornia, o oficial de pedreiro ,se "enfatiou" com a sua "roupa da missa” e voltou à casa da rua Cel. Paiva, repetindo a mesma frase:
— E' aqui se está precisando de um Oficial Pedreiro?
A resposta foi positiva. O trabalho foi iniciado e ao seu término foi pedido o preço. O operário cobrou alto e o proprietário pagou normalmente, sem uma advertência:
-— Operário não deve andar maltrapilho .Deve se valorizar. Espero precisar novamente dos seus serviços.
Era assim o Júlio Brito. Não tolerava trabalhador mal vestido e de uma franqueza sem nrmtcs.
- Sobre o Dr. Júlio Brito: Frequentava assiduamente o Cine-Teatro Ilhéus. Chegava cedo e sentava-se, na cadeira nº. l da l0 fila. Caso chegasse e encontrasse alguém sentado na citada cadeira, voltava para casa sem assistir o filme.
Quando faleceu, Armindo Martins, em sua homenagem, isolou, com, uma corrente, a cadeira rrº. l", da 10ª.. fila, Ninguém mais a ocupou.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 01/01/1978
Os bons tempos dos Tenentes Delegados
RIO — Há dias tomei conhecimento da trágica morte de Arsênio de Souza, velho conhecido, dos bons tempos em que, invariavelmente, as delegacias policiais do interior baiano eram ocupadas por tenentes da Policia Militar. Pessoa equilibrada e de uma educação aprimorada, o nosso tenente Arsênio fazia parte de uma turma de tenentes espalhada pelo Sul baiano da qual participava, dentre outros os tenentes Salomão Rheu, Alfredo Coelho e Isaías Reis. todos com passagem pela Delegacia de Ilhéus, prestando segurança e defendendo a integridade física dos componentes da população.
Pelo que soube a morte do estimado, policial foi consequência do seu cavalheirismo. Notando que uma senhora em estado interessante, estava mal acomodada no coletivo em que viajava, cedeu seu lugar a passageira, sendo atingido pelo desastre, já que o impacto foi atlngí-lo justamente na vaga pertencente, momentos antes, a passageira. Isto é o que todos nós chamamos de destino. Porém para mim, o antigo delegado foi vítima da delicadeza que sempre o acompanhou.
O Salomão Rhem também é da estirpe do seu companheiro morto. Trata-se de elemento que sempre se manteve equilibrado, não se deixando trair pelos excessos tão naturais em autoridades policiais, dada a sua formação. De Alfredo Coelho e Izaías Reis, notava-se uma diferença sobre os dois primeiros, devidos algumas intervenções quando no cumprimento do dever, mas eram exaltações passageiras e, de modo geral, os quatro podiam ser enquadrados no time daqueles que costumamos chamar de «boas praças».
O então Alfredo Coelho que estava como delegado especial em Belmon te com a função de defender as autoridades constituídas presididas pelo Washington Luís, em 1930, quando da vitória da Revolução de Outubro daquele ano, consta que foi o primeiro a usar o tradicional lenço vermelho do movimento getulisla. Em Canavieiras era voz corrente que o Almerindo Rheu foi ajudado por um sargento da policia, na sua ascenção na policia militar e que só depois de “ajudar" Salomão, deu "uma mãozïnha” ao sargento que apesar de ter alguma influência na tropa, continuou, por muito tempo a «marcar passo».
O meu contato maior foi justamente como tenente Izaïas Reis que, soube depois, pedira baixa da policia, num ato Impensado e muito trabalho, depois, para conseguir a reintegração.
Acompanhei algumas diligências policiais, como .repórter, dirigidas pessoalmente pelo Tenente Izaías, sendo a mais emocionante a do “Crime dos Carillos”- um dos mais trágicos Ocorridos na década de 30- O modo humano como o delegado orientava seus subcrdinados para remover suas vitimas, ao meu ver, resultou na recuperação das quatro pessoas da família de vendedor ambulante Ezequiel deixadas pelas bandidos, como mortras. O transporte das vít;mas em caminhão efetivamente de não fosse bem orientardo resultaria, sem dúvida, em suas mortes.
Certa vez, com um grupo de amigos, fui a uma macumba no Iguape. O camdoblé se anunciava, animadíssimo, com muita comida «adendezada» e bastante bebida, pois ia haver uma matança. A função seria num amplo quintal e lá chegando tudo estava preparado para o grande momento, à meia noite. As panelas com caruru e vatapá exalavam o tratí;cional cheiro do dendê. Os tabuleiros com acaçá, abará e acarajé aguçavam nosso apetite, Quase na hora aprazada para começar a festançaj chega a policia, tendo a frente o tenente Isaías que deu voz de prisão a todos.
Ao me ver pergunta que estava fezendo e ouvindo a resposta de que estava fazendo reportagem, ele mandou que eu ficasse ao seu lado, o mesmo fazendo dois dos meus companheiros: Carlos Rogaciano e Osvaldo Mota.
De outra feita, fui solicitar ao Tenente Izaias que soltasse Turiba um biribano gazeteiro que jogava no meu time «Guarani», pois naquele dia .o clube jogaria, e o ponta esquerda havia sido preso no Alto da Conquista, como participante de um «sururu». Para dramatizar a situação disse que o detido estava na cadeia há mais de 24 horas, sem culpa formada. Izaias reagiu dizendo que não tinha nada com 24 horas.
Como não deu solução procurei o Deputado federal e chefe político Artur Lavigne, que mandou um cartão ao delegado, pedindo que me atendesse . O delegado lendo o cartão cxclamou: Estes políticos...
E, mandou Manoel Alves, comandante do destacamento soltar Turibio.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 06/07/1979
Pelo que soube a morte do estimado, policial foi consequência do seu cavalheirismo. Notando que uma senhora em estado interessante, estava mal acomodada no coletivo em que viajava, cedeu seu lugar a passageira, sendo atingido pelo desastre, já que o impacto foi atlngí-lo justamente na vaga pertencente, momentos antes, a passageira. Isto é o que todos nós chamamos de destino. Porém para mim, o antigo delegado foi vítima da delicadeza que sempre o acompanhou.
O Salomão Rhem também é da estirpe do seu companheiro morto. Trata-se de elemento que sempre se manteve equilibrado, não se deixando trair pelos excessos tão naturais em autoridades policiais, dada a sua formação. De Alfredo Coelho e Izaías Reis, notava-se uma diferença sobre os dois primeiros, devidos algumas intervenções quando no cumprimento do dever, mas eram exaltações passageiras e, de modo geral, os quatro podiam ser enquadrados no time daqueles que costumamos chamar de «boas praças».
O então Alfredo Coelho que estava como delegado especial em Belmon te com a função de defender as autoridades constituídas presididas pelo Washington Luís, em 1930, quando da vitória da Revolução de Outubro daquele ano, consta que foi o primeiro a usar o tradicional lenço vermelho do movimento getulisla. Em Canavieiras era voz corrente que o Almerindo Rheu foi ajudado por um sargento da policia, na sua ascenção na policia militar e que só depois de “ajudar" Salomão, deu "uma mãozïnha” ao sargento que apesar de ter alguma influência na tropa, continuou, por muito tempo a «marcar passo».
O meu contato maior foi justamente como tenente Izaïas Reis que, soube depois, pedira baixa da policia, num ato Impensado e muito trabalho, depois, para conseguir a reintegração.
Acompanhei algumas diligências policiais, como .repórter, dirigidas pessoalmente pelo Tenente Izaías, sendo a mais emocionante a do “Crime dos Carillos”- um dos mais trágicos Ocorridos na década de 30- O modo humano como o delegado orientava seus subcrdinados para remover suas vitimas, ao meu ver, resultou na recuperação das quatro pessoas da família de vendedor ambulante Ezequiel deixadas pelas bandidos, como mortras. O transporte das vít;mas em caminhão efetivamente de não fosse bem orientardo resultaria, sem dúvida, em suas mortes.
Certa vez, com um grupo de amigos, fui a uma macumba no Iguape. O camdoblé se anunciava, animadíssimo, com muita comida «adendezada» e bastante bebida, pois ia haver uma matança. A função seria num amplo quintal e lá chegando tudo estava preparado para o grande momento, à meia noite. As panelas com caruru e vatapá exalavam o tratí;cional cheiro do dendê. Os tabuleiros com acaçá, abará e acarajé aguçavam nosso apetite, Quase na hora aprazada para começar a festançaj chega a policia, tendo a frente o tenente Isaías que deu voz de prisão a todos.
Ao me ver pergunta que estava fezendo e ouvindo a resposta de que estava fazendo reportagem, ele mandou que eu ficasse ao seu lado, o mesmo fazendo dois dos meus companheiros: Carlos Rogaciano e Osvaldo Mota.
De outra feita, fui solicitar ao Tenente Izaias que soltasse Turiba um biribano gazeteiro que jogava no meu time «Guarani», pois naquele dia .o clube jogaria, e o ponta esquerda havia sido preso no Alto da Conquista, como participante de um «sururu». Para dramatizar a situação disse que o detido estava na cadeia há mais de 24 horas, sem culpa formada. Izaias reagiu dizendo que não tinha nada com 24 horas.
Como não deu solução procurei o Deputado federal e chefe político Artur Lavigne, que mandou um cartão ao delegado, pedindo que me atendesse . O delegado lendo o cartão cxclamou: Estes políticos...
E, mandou Manoel Alves, comandante do destacamento soltar Turibio.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 06/07/1979
Filosofia de canoeiro
RIO — Constantemente estou contando coisas da minha velha Belmonte, terra onde nasci, que. vem resistindo com estoicismo, as investidas do caudaloso Jequitinhonha, que todos os anos avança impiedosamcnte sobre a cidade, guardada pela Virgem do Carmo,
São casos.verídicos com sabor de anedota, que os bclmontenses dizem orgulhosamente, que só podem acontecer na sua cidade.
Coisas como daquele conhecido advogado que, para não emprestar seu piano, reformou a casa e estreitou a porta onde estava localizado o precioso instrumento, para que o mesmo não pudesse sair.
.Lá também certa vez prepararam um "mocó de fogo" para um soldado cuja especialidade era acabar com brigas "metendo" o "comblé" em todo o mundo. Mandaram avisar no quartel que havia um "sururu" na zona e o vaíentão sem procurar saber dos pormenores da briga, foi à frente dos comnanheiros e no meio do caminho foi recebido com uma saraivada de cacete que o deixou.maluco ,a ponto de desaparecer da cidade.
Tínhamos também o maquinista de lanchas que, "ao" ser agredido, corria em casa e vestia sua farda de tenente da Guarda Nacional e mandava prender seus agressores.
Porém o caso que passo a.contar ë o que aconteceu com o Cel. Melo Poassú, fazendeiro, chefe de tradicional família e filantrópico ao estremo.
Certa vez o Cel. precisava, com urgência dar uma olhada na sua fazenda mais próxima da cidade. Não tinha empregada à mão nara fazer a rápida viagem e foi obrigado a procurar um canoeiro qualquer nas bandas do "bouquete", ou seja o nosso cais do porto E se dirigindo a um remador, pediu que' lhe transportasse para a sua fazenda.
O canoeiro, por qualquer motivo declarou que não poderia fazer a viagem,, surgindo daí uma pequena discussão que não agradou ao velho Melo Poassú, que já nervoso foi incisivo.
— Tem que me levar de qualquer forma, pois tenho o dinheiro para pagar. Filosoficamente o remador respondeu:
— Então coronel ponha um motínho de dinheiro na proa e -outro na popa da canoa e pode viajar.
Com a sábia sentença, o "fim do papo".
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 05/01/1978
São casos.verídicos com sabor de anedota, que os bclmontenses dizem orgulhosamente, que só podem acontecer na sua cidade.
Coisas como daquele conhecido advogado que, para não emprestar seu piano, reformou a casa e estreitou a porta onde estava localizado o precioso instrumento, para que o mesmo não pudesse sair.
.Lá também certa vez prepararam um "mocó de fogo" para um soldado cuja especialidade era acabar com brigas "metendo" o "comblé" em todo o mundo. Mandaram avisar no quartel que havia um "sururu" na zona e o vaíentão sem procurar saber dos pormenores da briga, foi à frente dos comnanheiros e no meio do caminho foi recebido com uma saraivada de cacete que o deixou.maluco ,a ponto de desaparecer da cidade.
Tínhamos também o maquinista de lanchas que, "ao" ser agredido, corria em casa e vestia sua farda de tenente da Guarda Nacional e mandava prender seus agressores.
Porém o caso que passo a.contar ë o que aconteceu com o Cel. Melo Poassú, fazendeiro, chefe de tradicional família e filantrópico ao estremo.
Certa vez o Cel. precisava, com urgência dar uma olhada na sua fazenda mais próxima da cidade. Não tinha empregada à mão nara fazer a rápida viagem e foi obrigado a procurar um canoeiro qualquer nas bandas do "bouquete", ou seja o nosso cais do porto E se dirigindo a um remador, pediu que' lhe transportasse para a sua fazenda.
O canoeiro, por qualquer motivo declarou que não poderia fazer a viagem,, surgindo daí uma pequena discussão que não agradou ao velho Melo Poassú, que já nervoso foi incisivo.
— Tem que me levar de qualquer forma, pois tenho o dinheiro para pagar. Filosoficamente o remador respondeu:
— Então coronel ponha um motínho de dinheiro na proa e -outro na popa da canoa e pode viajar.
Com a sábia sentença, o "fim do papo".
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 05/01/1978
domingo, 9 de novembro de 2008
Melquizedeck e um Almoço Inesquecível
RIO (Especial para TABU) — Não foi e nem podia ser um almoço "black-tie" pois não havia caviar ou mesmo o afamado faisão dourado. Não estavam presentes os afarnadissimos vinhos franceses de safras remotas, nem as "champanhotas1' corriam generosa¬mente. Nada de mesas corn finíssimas toa¬lhas chinesa?, bordadas a fios de ouro, ilumi¬nadas com candelabros, e de lugares marca¬dos.
O que houve mesmo foi uma suculenta fei¬joada de sabor e aroma inesquecíveis, ser¬vida peíos participantes que descontraída e avidamente, retiravam os ingredientes, nas panelas espalhadas numa enorme mesa e sa¬boreada em conjunto, com cervejas ou refri¬gerantes, "estupidamente geladas", conforme a dieta de cada um.
Estou faiando do "opíparo" (termo em desu¬so) oferecido pela canavieirense "doente" Terezinha Rocha, íilha do saudoso Miguel Ro¬cha participante ativo dos eventos sociais de Canavieiras antiga, ao jornalista-poeta e sra. Symaco Costa, do qual participei com a pa¬troa, por uma defeiência especial da homenageante, levando de "quebra" minha filha Iady e esposo(Florisvaldo).
() apartamento da Terezinha em Padre Miguel, foi pequeno, não só pelo número de presentes mas pela exuberante alegria de¬monstrada pela promotora do encontro, tornando um dia maravilhoso em que o assun¬to foi Canavieiras,
Foi um desfile de recordações em que, a par das noticias, novas e velhas, foram lembra¬das pessoas componentes das famílias Cas¬tro, Melo, Rocha, Tedesco, Grancheux, Bar¬reto, Souza, Nonato, Nunes, Campos, Cajuei¬ro, Flores, Costa e principalmente Perrueho, que vem divulgando a tradicional cidade su¬lina através de TABU, jornal que com seus 12 anos de existência vem acompanhando o desenvolvimento tecnológico gráfico, apre¬sentando um jornal bem impresso, modeinamente paginado e com vasto noticiário, abordando assuntos de interesse geral.
Durante o encontio foi elogiada a adminis¬tração Almir Melo, que vem realizando efi¬ciente trabalho de modernização na cidade, sem se descuidar do interior, refoimando prédios oficiais e pavimentando artérias pu¬blicas, fazendo notar a presença oficial em todos os recantos. Veio è baila a demolição da tradicional pede por onde passarem a "25 de Maio". "Clube Caixeira! Afranio Peixoto" e "Clube Litero Social", comentada com a rneuna tristeza do desaparecimento do Pão de Açúcar, constituído de alvas dunas dea-reia, palco de animadas serenatas das saudo¬sas noites enluaradas. Duas outias notícias foram rrotivo de comentários: A "introdu¬ção" de tóxicos na cidade por parte de fi¬lhos de destacadas famílias locais e o desfile oficia! de "topless", com a participação de moças locais e da região. Tais eventos causaram a admiração do jornalista-poeta que
exclamou;
— Mas,,, existe isso mesmo em Canavieiras? É sinal que a minha terra esta se civilizan¬do...
A "patronesse" do almoço, que constantemente vai à cidade natal, também trouxe no¬ticias da Capelinha, Birindiba, Viana, Brejo e, como não podia deixar de ser, da Atalaia dos grandes pïc-nics, terminando com a ul¬tima cheia do Rio Pardo que deixou varias ruas alagadas a ponto de precisar o uso de canoas para transporte de grande numero de pessoas que se dirigia ao trabalho cotiaiano.
Lembramos, no decorrer do "papo", da fi¬gura impar do dr. Edmundo Castro, personagem de inacreditável façanha, difícil de ser imitada. Canavieirenses nato, conseguiu ser prefeito de Belmonte e, depois, foi elei¬to para o mesmo posto em sua terra, Cana¬vieiras.
Para nós — eu e Symaco — caboclos da mesma aldeia, conhecedores da rivalidade existente entre os munícipes das cidades vizinhas, chegamos à conclusão de que, se o registro fosse feito peio saudoso Melquizedeck, muita gente diria displicentemente:
— História de Melquizedeck...
TABU – Canavieiras-Ba – 2.a Quinzena Junho/80
Rubens Esteves da Silva
O que houve mesmo foi uma suculenta fei¬joada de sabor e aroma inesquecíveis, ser¬vida peíos participantes que descontraída e avidamente, retiravam os ingredientes, nas panelas espalhadas numa enorme mesa e sa¬boreada em conjunto, com cervejas ou refri¬gerantes, "estupidamente geladas", conforme a dieta de cada um.
Estou faiando do "opíparo" (termo em desu¬so) oferecido pela canavieirense "doente" Terezinha Rocha, íilha do saudoso Miguel Ro¬cha participante ativo dos eventos sociais de Canavieiras antiga, ao jornalista-poeta e sra. Symaco Costa, do qual participei com a pa¬troa, por uma defeiência especial da homenageante, levando de "quebra" minha filha Iady e esposo(Florisvaldo).
() apartamento da Terezinha em Padre Miguel, foi pequeno, não só pelo número de presentes mas pela exuberante alegria de¬monstrada pela promotora do encontro, tornando um dia maravilhoso em que o assun¬to foi Canavieiras,
Foi um desfile de recordações em que, a par das noticias, novas e velhas, foram lembra¬das pessoas componentes das famílias Cas¬tro, Melo, Rocha, Tedesco, Grancheux, Bar¬reto, Souza, Nonato, Nunes, Campos, Cajuei¬ro, Flores, Costa e principalmente Perrueho, que vem divulgando a tradicional cidade su¬lina através de TABU, jornal que com seus 12 anos de existência vem acompanhando o desenvolvimento tecnológico gráfico, apre¬sentando um jornal bem impresso, modeinamente paginado e com vasto noticiário, abordando assuntos de interesse geral.
Durante o encontio foi elogiada a adminis¬tração Almir Melo, que vem realizando efi¬ciente trabalho de modernização na cidade, sem se descuidar do interior, refoimando prédios oficiais e pavimentando artérias pu¬blicas, fazendo notar a presença oficial em todos os recantos. Veio è baila a demolição da tradicional pede por onde passarem a "25 de Maio". "Clube Caixeira! Afranio Peixoto" e "Clube Litero Social", comentada com a rneuna tristeza do desaparecimento do Pão de Açúcar, constituído de alvas dunas dea-reia, palco de animadas serenatas das saudo¬sas noites enluaradas. Duas outias notícias foram rrotivo de comentários: A "introdu¬ção" de tóxicos na cidade por parte de fi¬lhos de destacadas famílias locais e o desfile oficia! de "topless", com a participação de moças locais e da região. Tais eventos causaram a admiração do jornalista-poeta que
exclamou;
— Mas,,, existe isso mesmo em Canavieiras? É sinal que a minha terra esta se civilizan¬do...
A "patronesse" do almoço, que constantemente vai à cidade natal, também trouxe no¬ticias da Capelinha, Birindiba, Viana, Brejo e, como não podia deixar de ser, da Atalaia dos grandes pïc-nics, terminando com a ul¬tima cheia do Rio Pardo que deixou varias ruas alagadas a ponto de precisar o uso de canoas para transporte de grande numero de pessoas que se dirigia ao trabalho cotiaiano.
Lembramos, no decorrer do "papo", da fi¬gura impar do dr. Edmundo Castro, personagem de inacreditável façanha, difícil de ser imitada. Canavieirenses nato, conseguiu ser prefeito de Belmonte e, depois, foi elei¬to para o mesmo posto em sua terra, Cana¬vieiras.
Para nós — eu e Symaco — caboclos da mesma aldeia, conhecedores da rivalidade existente entre os munícipes das cidades vizinhas, chegamos à conclusão de que, se o registro fosse feito peio saudoso Melquizedeck, muita gente diria displicentemente:
— História de Melquizedeck...
TABU – Canavieiras-Ba – 2.a Quinzena Junho/80
Rubens Esteves da Silva
domingo, 2 de novembro de 2008
Mário Pessoa e o tabelião contrariado
RIO — O progresso de Ilhéus se deve a ação dos seus administradores e por destacados líderes de empresas privadas, dirigidas por fazendeiros e comerciantes bem sucedidos que participavam de campanhas políticas e eventos sociais, desde o tempo em que imperava a lei do mais forte e o prestígio de qualquer um era avaliado pelo numero de capangas, capaz de garantir o sucesso dos "caxíxis". Tal época foi eliminada graças a ação violenta do capitão Sobrinho que, munido de carta branca, promoveu verdadeira "caçada" aos hoje chamados de "segurança'' acoitados pelos poderosos da época e, dada a ação da política, tiveram que se imunizar na região sul do estado ou 'mesmo no norte de Minas.
Dentro o que muitos fizeram para Ilhéus e a região,'os "Mangabeiras" e os ''Pessoas" estão em primeiro plano. Os "Pessoas" com todos os defeitos, sob o comando do seu chefe, o senador estadual Antônio da Silva Pessoa, muito fizeram pelo desenvolvimento e progresso ilheense, por quase duas décadas' de comando da política loca!, encerrando em 1930 pela vitória da Revolução do saudoso Getúlio Vargas ocasião em que Durval Oliviera "cedeu" lugar ao Dr. Eusínio Lavigne. Oliveira havia substituído o Dr, Mário Pessoa da Costa e Silva administrador no período de 927 a 928.
Antes da volta de Dr, Mário, dirigiu a prefeitura ilheense, por 8 meses apenas, o Dr. Raymundo Amaral Pacheco, destituído quando em viagem a São Paulo A mudança foi devido ao fracassado "assalto" do Palácio do Catete pelos seguidores de Plínio Salgado em 1938, ocasião em que na intorventoria baiana o cel. Fernandes Dantas, deu lugar ao professor Landulfo Alves.
Na segunda gestão do Dr. Mário Pessoa se verificou um surto de progresso no município, destacando-se a construção do Estádio da Fonte da Cruz que, por triste íronia marcou o início da decadência do nosso futebol após uma época de ouro assinalada por sensacionais vitórias das quais a sua exibição, pela primeira; vez à luz dos refletores na Capital do Estado, depois de cansativa viagem a bordo de pachorrentos navios da "Bahiana". Para esta fase negativa concorreu a instituição do futebol profissional que Ilhéus até hoje não conseguiu se adaptar.
Quando Intendente, Mário Pessoa foi obrigado a seguir a política da época, mas sua volta em 1938 se, amoldou a "nova ordem", adotando a política de apaziguamento iniciada por, Eusínio Lavigne, até certo ponto responsável pela volta dos "Pessoas" ao poder.
Entretanto,-se o modo de agir do prefeito agradava aos munícipes, o mesmo não acontecia com os seus correligionários, acostumados ao velho e.superado tempo dá perseguição aos que estavam "debaixo", por isto mesmo, perdendo a força" perante seus eleitores que, diga-se de passagem, não'valiam quase nada devido as tradicionais eleições de "bico de pena" — coisa.do passado.
Não foram poucos os problemas 'enfrentados pelo Prefeito devido tal situação, o que demandava muita habilidade para contornar os conseqüentes atritos e ameaças de abandono das suas hostes políticas.
Entretanto o maior- atrito ocorrido com o chefe do executivo da Capital do Cacau foi, sem dúvida o verificado com destacada figura do partido um chefe de Cartório "oriundo" do Norte, de onde veio transportando apenas pequena trouxa — pelo menos era o que se dizia "boca pequena" — o que foi 'amplamente "bafejado" pelo velho senador. O motivo não chegou ao conhecimento público mas a discussão do Dr. Mário Pessoa, ameaçou a abandonar tudo e voltar a sua terra nordestina, encerrando o encontro desta maneira:
— Assim Mário não é mais possível. Tenho que ir embora desta terra...
O Prefeito que não gostava de ouvir ameaças mas exibindo uma certa linha dado o respeito que mantinha sobre o correligionário e, até certo ponto, protegido de seu pai, respondeu com ironia:
. —; Vá mesmo: -Mas, por favor leve de volta apenas que o .senhor trouxe quando chegou à esta cidade.
A resposta pôs água na fervura e o dono do cartório não cumpriu a sua ameaça.
Rubens E Silva Jornal da Manhã Ilhéus/BA 28/12/1980
Dentro o que muitos fizeram para Ilhéus e a região,'os "Mangabeiras" e os ''Pessoas" estão em primeiro plano. Os "Pessoas" com todos os defeitos, sob o comando do seu chefe, o senador estadual Antônio da Silva Pessoa, muito fizeram pelo desenvolvimento e progresso ilheense, por quase duas décadas' de comando da política loca!, encerrando em 1930 pela vitória da Revolução do saudoso Getúlio Vargas ocasião em que Durval Oliviera "cedeu" lugar ao Dr. Eusínio Lavigne. Oliveira havia substituído o Dr, Mário Pessoa da Costa e Silva administrador no período de 927 a 928.
Antes da volta de Dr, Mário, dirigiu a prefeitura ilheense, por 8 meses apenas, o Dr. Raymundo Amaral Pacheco, destituído quando em viagem a São Paulo A mudança foi devido ao fracassado "assalto" do Palácio do Catete pelos seguidores de Plínio Salgado em 1938, ocasião em que na intorventoria baiana o cel. Fernandes Dantas, deu lugar ao professor Landulfo Alves.
Na segunda gestão do Dr. Mário Pessoa se verificou um surto de progresso no município, destacando-se a construção do Estádio da Fonte da Cruz que, por triste íronia marcou o início da decadência do nosso futebol após uma época de ouro assinalada por sensacionais vitórias das quais a sua exibição, pela primeira; vez à luz dos refletores na Capital do Estado, depois de cansativa viagem a bordo de pachorrentos navios da "Bahiana". Para esta fase negativa concorreu a instituição do futebol profissional que Ilhéus até hoje não conseguiu se adaptar.
Quando Intendente, Mário Pessoa foi obrigado a seguir a política da época, mas sua volta em 1938 se, amoldou a "nova ordem", adotando a política de apaziguamento iniciada por, Eusínio Lavigne, até certo ponto responsável pela volta dos "Pessoas" ao poder.
Entretanto,-se o modo de agir do prefeito agradava aos munícipes, o mesmo não acontecia com os seus correligionários, acostumados ao velho e.superado tempo dá perseguição aos que estavam "debaixo", por isto mesmo, perdendo a força" perante seus eleitores que, diga-se de passagem, não'valiam quase nada devido as tradicionais eleições de "bico de pena" — coisa.do passado.
Não foram poucos os problemas 'enfrentados pelo Prefeito devido tal situação, o que demandava muita habilidade para contornar os conseqüentes atritos e ameaças de abandono das suas hostes políticas.
Entretanto o maior- atrito ocorrido com o chefe do executivo da Capital do Cacau foi, sem dúvida o verificado com destacada figura do partido um chefe de Cartório "oriundo" do Norte, de onde veio transportando apenas pequena trouxa — pelo menos era o que se dizia "boca pequena" — o que foi 'amplamente "bafejado" pelo velho senador. O motivo não chegou ao conhecimento público mas a discussão do Dr. Mário Pessoa, ameaçou a abandonar tudo e voltar a sua terra nordestina, encerrando o encontro desta maneira:
— Assim Mário não é mais possível. Tenho que ir embora desta terra...
O Prefeito que não gostava de ouvir ameaças mas exibindo uma certa linha dado o respeito que mantinha sobre o correligionário e, até certo ponto, protegido de seu pai, respondeu com ironia:
. —; Vá mesmo: -Mas, por favor leve de volta apenas que o .senhor trouxe quando chegou à esta cidade.
A resposta pôs água na fervura e o dono do cartório não cumpriu a sua ameaça.
Rubens E Silva Jornal da Manhã Ilhéus/BA 28/12/1980
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Lembrando a “State of Bahia Railway”
RIO — Desde a chamada crise do petróleo — verdadeiro "maná" para a Petrobrás que está faturando mais de 500 na comercialização — fontes autorizadas falam em reativar alguns dos ramais ferroviário, intempestivamente desativados pelo então Ministro da Viação general Juarez Távora que, no caso da nossa "State", segundo se propalou foi fechada em revide a derrota do ministro, nas suas suas pretensões de se eleger presidente da República, nos idos de 60.
A decisão deixou milhares de ferroviários em disponibilidade remunerada, determinando a transferência de uns poucos para regiões distantes de sua moradia, numa espécie de "desterro branco" a quem não tinha nada "com o peixe, ou seja a derrota do "vice-rei do norte em 3C”: Houve grita contra o ato que não alcançou a economia esperada e hoje está patenteado o grave erro da desativação.
No caso da Ilhéus a Conquista o ato do ministro Juarez Távora foi de uma infelicidade sem par, uma vez que a ferrovia dirigida por “Mister Hull”, vinha prestando inestimáveis serviços a uma das mais ricas regiões da América do Sul, como atestavam as estatísticas da "The State Of. Bahia South Wester Railway Company, fundada por iniciativa do cel. Bento Berilo de Oliveira e construída com capital inglês, na primeira década do século.
Conheci a State em 1.927 — alíás a primeira Estrada de Ferro que conhsci ao vivo —-quando me tornei assiduo frequentador de "gare" sob o comando de Paizinho. Zegato, Francisco ou Demola. Admirava o trabalho penosíssimo dos foguistss e a perícia dos guardas-freios e manooreiros.
Com íal vivência fiquei prsticsmsnte integrado na vida da nossa ferrovia onda havia uma espécie de ecumenismo ideológico surgido quando dos movimentes liderados por Luiz Carlos Prestes e Plínio Salgado, respsctivamente Aliança Libertadora e Acão Integraíista Brasileira, sendo que os "plinianos" eram muitas vezes rnais numerosos. No escritório, dentre outros, estavam os irmãos Pedro e Humbert Ribeiro, juntamente com João Batista de Souza e Crescenciano Santos. Espalhados na administração sa “State”, estavam José Cerqueira, Cândido Lobo, Cantídio, António de Aflitina, .Ernesto, Canso dos Batutas. Duca. Manoeliío, Esterrnito, Sodré. Nestor, Bode de Duca, Bitatis, Januncio o extraordinário rneia-esquerda da Seleção Ilheense e o "virtuose" do violão, popularmente conhecido como Major.
Certa vez estava com Adamstor Adamí — outro freguês da chegada do comboio — na plataforma quando urn rapaz modestamente vestido, nos pede para que o ajude a levar seu pai para o cemitério. Acompanhamos o rapaz e ao chegar onde estava o corpo verificamos que não tinha mais nlnguém para o enterro e o que era pior o cadáver ultrapassava a linha dos 150 quilos. Depois de alguns apelos apareceu um acompanhante.
Tivemos cus enfrentar a situação e "agarrar" o esquife que, ainda por cima, tinha as alças colocadas ao contrário, com os vincos para baixo
Esta ocorrência ficou bern marcada e, por muito tempo, quando encontrava Adamastor ou vice-versa, um leve sorriso nos fazia lembrar o- que passamos a chamar a "grance tragédia".
Voltando ao pessoa; da "Ilhéus a Conquista*', lembro de um personagem dos mais conhecidos da ferrovia dada e sua função que o obrigava a um permanente contato com os passageiros.
Estou faiando de "La Pernet':; o chefe de trem. De estatura média, parecia sernpre zangado. Fiel curnpndpr das suas obrigações e na conferência dos bilhetes, não deixava passar nada. Verdadeiro terror dos caronas.
Certa vez, piíhando" o colega Lelinho com o passe de Souza Pinto, o gerente de “Diário da Tarde” quis “prender” o documento dizendo que o passageiro estava errado, já que não era legal e certo Leiínho viajar com o "passe" do gerente do jorna!.
O saudoso co!egaT sob uma gargalhada dos passageiros apenss disse:
— Nada "Lapernet" se tudo aqui fosse direito esta Estrada há muito tempo já estaria em Conquista...
Rubens E Silva Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 07/12/1980
A decisão deixou milhares de ferroviários em disponibilidade remunerada, determinando a transferência de uns poucos para regiões distantes de sua moradia, numa espécie de "desterro branco" a quem não tinha nada "com o peixe, ou seja a derrota do "vice-rei do norte em 3C”: Houve grita contra o ato que não alcançou a economia esperada e hoje está patenteado o grave erro da desativação.
No caso da Ilhéus a Conquista o ato do ministro Juarez Távora foi de uma infelicidade sem par, uma vez que a ferrovia dirigida por “Mister Hull”, vinha prestando inestimáveis serviços a uma das mais ricas regiões da América do Sul, como atestavam as estatísticas da "The State Of. Bahia South Wester Railway Company, fundada por iniciativa do cel. Bento Berilo de Oliveira e construída com capital inglês, na primeira década do século.
Conheci a State em 1.927 — alíás a primeira Estrada de Ferro que conhsci ao vivo —-quando me tornei assiduo frequentador de "gare" sob o comando de Paizinho. Zegato, Francisco ou Demola. Admirava o trabalho penosíssimo dos foguistss e a perícia dos guardas-freios e manooreiros.
Com íal vivência fiquei prsticsmsnte integrado na vida da nossa ferrovia onda havia uma espécie de ecumenismo ideológico surgido quando dos movimentes liderados por Luiz Carlos Prestes e Plínio Salgado, respsctivamente Aliança Libertadora e Acão Integraíista Brasileira, sendo que os "plinianos" eram muitas vezes rnais numerosos. No escritório, dentre outros, estavam os irmãos Pedro e Humbert Ribeiro, juntamente com João Batista de Souza e Crescenciano Santos. Espalhados na administração sa “State”, estavam José Cerqueira, Cândido Lobo, Cantídio, António de Aflitina, .Ernesto, Canso dos Batutas. Duca. Manoeliío, Esterrnito, Sodré. Nestor, Bode de Duca, Bitatis, Januncio o extraordinário rneia-esquerda da Seleção Ilheense e o "virtuose" do violão, popularmente conhecido como Major.
Certa vez estava com Adamstor Adamí — outro freguês da chegada do comboio — na plataforma quando urn rapaz modestamente vestido, nos pede para que o ajude a levar seu pai para o cemitério. Acompanhamos o rapaz e ao chegar onde estava o corpo verificamos que não tinha mais nlnguém para o enterro e o que era pior o cadáver ultrapassava a linha dos 150 quilos. Depois de alguns apelos apareceu um acompanhante.
Tivemos cus enfrentar a situação e "agarrar" o esquife que, ainda por cima, tinha as alças colocadas ao contrário, com os vincos para baixo
Esta ocorrência ficou bern marcada e, por muito tempo, quando encontrava Adamastor ou vice-versa, um leve sorriso nos fazia lembrar o- que passamos a chamar a "grance tragédia".
Voltando ao pessoa; da "Ilhéus a Conquista*', lembro de um personagem dos mais conhecidos da ferrovia dada e sua função que o obrigava a um permanente contato com os passageiros.
Estou faiando de "La Pernet':; o chefe de trem. De estatura média, parecia sernpre zangado. Fiel curnpndpr das suas obrigações e na conferência dos bilhetes, não deixava passar nada. Verdadeiro terror dos caronas.
Certa vez, piíhando" o colega Lelinho com o passe de Souza Pinto, o gerente de “Diário da Tarde” quis “prender” o documento dizendo que o passageiro estava errado, já que não era legal e certo Leiínho viajar com o "passe" do gerente do jorna!.
O saudoso co!egaT sob uma gargalhada dos passageiros apenss disse:
— Nada "Lapernet" se tudo aqui fosse direito esta Estrada há muito tempo já estaria em Conquista...
Rubens E Silva Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 07/12/1980
Ilhéus na primeira década do “Diário da Tarde”
Está completando seu quadragésimo sexto aniversário o DIÁRIO DA TARDE, o "paladino dos eternos ideais de liberdade e defensor intransigente das causas ilheenses e dos interesses e aspirações da região cacaueira".
Fui seu primeiro funcionário que, com. o jornalista Carlos Monteiro um dos fundadores, saí de Belmonte para trabalhar no jornal, cujo primeiro número circulou no dia 10 de fevereiro de 1928, numa sexta-feira, com enorme expectativa e desusado interesse da parte da população.
Seus dirigentes e empresários desde o inicio daquele ano, desenvolveram intensa atividade e uma assistência intelectual e financeira das mais positivas, com uma certeza absoluta do êxito da iniciativa.
Efetivamente o DIÁRIO DA TARDE, que surgiu numa época de ouro da região cacaueira, vem atravessando os tempos com uma irrepreensível linha de independência e apoiado por todos .os setores, objetivo esperado e alcançado pelos seus iniciadores Carlos Monteiro, Eusínio Lavigne, Alcino Dórea e Francisco da Silveira Dórea que comandou a empresa por mais de- 45 anos, o que constitui um verdadeiro “record” na imprensa nordestina.
Na primeira década da existência do DIÁRIO, o jornal participou intensamente da vida da cidade, tanto no setor social, político como no esportivo. No setor político liderou a Revolução de 30 na região sul da Bahia, obrigando as autoridades de então lhes impor uma censura, motivando que diversas de suas edições saíssem com colunas em branco. Mas vitorioso o movimento um dos seus principais elementos, o Dr. Eusínio Lavigne foi escolhido Prefeito da Cidade, se constituindo um dos maiores dirigentes administrativos que Ilhéus já possuiu, responsável pela ampliação e desenvolvimento urbano.
Naquela época Ilhéus tinha uma vida. noturna intensa, com quatro cassinos funcionando. Os bares das praças do Vesúvio -e Firmino Amaral com um movimento enorme e os seus 3 cinemas funcionando diariamente com desusada assistência, o setor urbano era também muito movimentado.
As festividades que sempre, como ainda hoje, contavam com a colaboração do jornal, decorriam em plena animação, principalmente as religiosas, tais como as de Nª. Sª. das Vitórias, São Jorge e São Sebastião, que reuniam católicos de todos os setores da cidade.
O movimento esportivo com. a participação do Vitória, Satélite, Flamengo e Santa Cruz, era a paixão dos torcedores o que motivou a necessidade da construção do Estádio "Mário Pessoa", onde os campeonatos eram realizados em renhidas partidas.
Durante o Carnaval, os Pidões e Fiapos, sucessores dos Batutas e Bacuraus, além das escolas de Samba de Melé e Almir, faziam com que a população se concentrasse na Luiz Viana, com uma animação fora do comum.
As festas do Clube Social e da União Protetora e a participação do “Jazz Moraes", eram animadíssimas.
Noites de Reis com Aprígia e Domiense exibindo seus ternos bem organizados e as testas Antoninas nas casas de Mãe Tereza, Dª Clara e Rita, de Zé Luiz e Antonina Santana, terminavam com animados bailes que iam até altas madrugadas.
Também o São Cosme de Aflitina e São Crispim de Alzira de Aquilino reuniam destacados elementos dos mais variados setores sociais de Ilhéus que também não esqueciam de uma visita a Pai Pedro ou mesmo a Jubiabá quando aparecia na cidade.
O mais importante é que o DIÁRIO DA TARDE sempre foi distinguido por todos, da gente humilde aos destacados nomes da sociedade e da política que hoje, decerto, prestarão as mais sinceras e justas homenagens ao jornal que, passando pelas mais variadas fases econômicas da região, jamais deixou de cumprir o papel de "paladino dos eternos ideais de liberdade" a que se propôs.
Guanabara, Fevereiro de 1974.
Ilhéus, BA 06/02/1974
RUBENS E, SILVA
Fui seu primeiro funcionário que, com. o jornalista Carlos Monteiro um dos fundadores, saí de Belmonte para trabalhar no jornal, cujo primeiro número circulou no dia 10 de fevereiro de 1928, numa sexta-feira, com enorme expectativa e desusado interesse da parte da população.
Seus dirigentes e empresários desde o inicio daquele ano, desenvolveram intensa atividade e uma assistência intelectual e financeira das mais positivas, com uma certeza absoluta do êxito da iniciativa.
Efetivamente o DIÁRIO DA TARDE, que surgiu numa época de ouro da região cacaueira, vem atravessando os tempos com uma irrepreensível linha de independência e apoiado por todos .os setores, objetivo esperado e alcançado pelos seus iniciadores Carlos Monteiro, Eusínio Lavigne, Alcino Dórea e Francisco da Silveira Dórea que comandou a empresa por mais de- 45 anos, o que constitui um verdadeiro “record” na imprensa nordestina.
Na primeira década da existência do DIÁRIO, o jornal participou intensamente da vida da cidade, tanto no setor social, político como no esportivo. No setor político liderou a Revolução de 30 na região sul da Bahia, obrigando as autoridades de então lhes impor uma censura, motivando que diversas de suas edições saíssem com colunas em branco. Mas vitorioso o movimento um dos seus principais elementos, o Dr. Eusínio Lavigne foi escolhido Prefeito da Cidade, se constituindo um dos maiores dirigentes administrativos que Ilhéus já possuiu, responsável pela ampliação e desenvolvimento urbano.
Naquela época Ilhéus tinha uma vida. noturna intensa, com quatro cassinos funcionando. Os bares das praças do Vesúvio -e Firmino Amaral com um movimento enorme e os seus 3 cinemas funcionando diariamente com desusada assistência, o setor urbano era também muito movimentado.
As festividades que sempre, como ainda hoje, contavam com a colaboração do jornal, decorriam em plena animação, principalmente as religiosas, tais como as de Nª. Sª. das Vitórias, São Jorge e São Sebastião, que reuniam católicos de todos os setores da cidade.
O movimento esportivo com. a participação do Vitória, Satélite, Flamengo e Santa Cruz, era a paixão dos torcedores o que motivou a necessidade da construção do Estádio "Mário Pessoa", onde os campeonatos eram realizados em renhidas partidas.
Durante o Carnaval, os Pidões e Fiapos, sucessores dos Batutas e Bacuraus, além das escolas de Samba de Melé e Almir, faziam com que a população se concentrasse na Luiz Viana, com uma animação fora do comum.
As festas do Clube Social e da União Protetora e a participação do “Jazz Moraes", eram animadíssimas.
Noites de Reis com Aprígia e Domiense exibindo seus ternos bem organizados e as testas Antoninas nas casas de Mãe Tereza, Dª Clara e Rita, de Zé Luiz e Antonina Santana, terminavam com animados bailes que iam até altas madrugadas.
Também o São Cosme de Aflitina e São Crispim de Alzira de Aquilino reuniam destacados elementos dos mais variados setores sociais de Ilhéus que também não esqueciam de uma visita a Pai Pedro ou mesmo a Jubiabá quando aparecia na cidade.
O mais importante é que o DIÁRIO DA TARDE sempre foi distinguido por todos, da gente humilde aos destacados nomes da sociedade e da política que hoje, decerto, prestarão as mais sinceras e justas homenagens ao jornal que, passando pelas mais variadas fases econômicas da região, jamais deixou de cumprir o papel de "paladino dos eternos ideais de liberdade" a que se propôs.
Guanabara, Fevereiro de 1974.
Ilhéus, BA 06/02/1974
RUBENS E, SILVA
“Boca Rica” e as coisas da Central do Brasil.
RIO — Lá vem o trem da Centra. Chega na Estação intermediária praticamente lotado. Os passageiros que estão na plataforma não tomam conhecimento e ''forçam a barra", aumentando o número da usuários, parecendo ser impossível entrar mais gente. Pura ilusão, pois, na próxima Estação um trem avariado ocasiona nova invasão e um ex-bem acomodado viajante .amparado por um daqueles ferros de sustentação do teto. exclama: "trem da Central é igual a coração de mãe. sempre cabe mais um..."
Esta cena é uma constante nos transportes suburbanos da hoje Rede Ferroviária Federal (ex-Central do Brasil) principalmente nas primeiras horas do dia, ooasião em que os trabalhadores, vindos dos mais longínquos recantos do Grande Rio, se dirigem ao "batente"
Em dias de calor intenso a viagem fica insuportável e altera sobremodo o sistema nervoso dos passageiros e resulta nos tradicionais "Quebra-Quebra" de funestas .consequências, que poderia ser evitadas, se as intempestivas paradas das viagens, fossem devidamente explicadas. Hoje a direção da ferrovia apresenta um bom serviço de divulgação nas estações.
Em trânsito normal a viagem torna-se até divertida, fazendo até que os eternos mal-humorados consiga, algumas vezes, dar sinais de sua graça. quando das respostas (Intempestivas a qualquer intervenção jocosa .de um companheiro.
Há anos, conseguimos que daqui de Realengo, todas as manhãs, saísse uma composição com destino à cidade. Imediatamente o trem foi cognominado de "Boca Rica", o que era realmente para os moradores do populoso subúrbio. O "Boca Rica” se tornou conhecido por todo o Rio de Janeiro, pelas festas natalinas promovidas pelos seus usuários ,darante as quais o maquinista responsável — Bahiano — era homenageado .recebendo presentes dos viajantes que enfeitavam a composição. O verdadeiro "Trem da Alegria” durou' cerca de cinco anos e, apesar dos apelos .não mais voltou a circular. O interessante era que Bahiano, o maquinista nem conhecia a "Boa
A viagem em qualquer comboio ferroviário à qualquer coisa de divertida principalmente devido o convívio entre as mais variadas classes sociais que resultam em sólidas amizades, através de jogos de "sueca", debates políticos e discussões sobre futebol, corrida de cavalos e até palpites para o tradicional jogo-do-biclïo, o passa-tempo preferido pelos cariocas, ou melhor, pelos brasileiros.
Costumo ficar atento aos acontecimentos ocorridos nas viagens de coletivos, das quais colho assuntos para esta coluna que, em breve comemora cinco ancs (aí está incluído "Coisas do Passado") e hoje passo a relatar algumas cenas.
Estávamos em Junho, no rigor do inverno. O trem relativamente lotado e, a um canto, uma senhora "tiritava" de frio a ponto de estar encolhidíssima. Entra um senhor forte, amparado por um bom número de camisas escondidas por um aconchegante casaco de couro. Vendo a senhora pargunta. em tom de deboche se a mesma está com frio. Com a resposta afirmativa ele radiante se declara amante daquela temperatura. Gosto deste tempinho que a senhora não imagina, não sei como tem gente que reclama de frio.
A temperatura está amena. O trem estava cheio. Em um banco que cabiam uns sete estavam onze, quando em Cascadura, entra uma senhora "tamanho família". Um passageïro ïncomodamente sentado, oferece seu lugar a nova passageira que aceitando "aboleta" seus quase um metro no espaço de 20 centímetros que lhes foí oferecido.
Os pingentes são desabusados. Só viajam na porta do comboio. Dizem piadas a torto e a direito atingjndo aos transeuntes quando a composição passa perto de qualquer rua. Naquela dia de calor intenso uma turma de trabalhadores da via permanente, num trabalho ingrato de ajusta os dormentes com pedras britadas que fazia sair suor por todos os poros, Passando por perto, um pingente, grita:
—-Ei meu chapa, está encoatondo ouro aí?
Ninguém ouviu a resposta-reação dos trabalhadores. Foi bom assim.
Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 07/07/1980
Esta cena é uma constante nos transportes suburbanos da hoje Rede Ferroviária Federal (ex-Central do Brasil) principalmente nas primeiras horas do dia, ooasião em que os trabalhadores, vindos dos mais longínquos recantos do Grande Rio, se dirigem ao "batente"
Em dias de calor intenso a viagem fica insuportável e altera sobremodo o sistema nervoso dos passageiros e resulta nos tradicionais "Quebra-Quebra" de funestas .consequências, que poderia ser evitadas, se as intempestivas paradas das viagens, fossem devidamente explicadas. Hoje a direção da ferrovia apresenta um bom serviço de divulgação nas estações.
Em trânsito normal a viagem torna-se até divertida, fazendo até que os eternos mal-humorados consiga, algumas vezes, dar sinais de sua graça. quando das respostas (Intempestivas a qualquer intervenção jocosa .de um companheiro.
Há anos, conseguimos que daqui de Realengo, todas as manhãs, saísse uma composição com destino à cidade. Imediatamente o trem foi cognominado de "Boca Rica", o que era realmente para os moradores do populoso subúrbio. O "Boca Rica” se tornou conhecido por todo o Rio de Janeiro, pelas festas natalinas promovidas pelos seus usuários ,darante as quais o maquinista responsável — Bahiano — era homenageado .recebendo presentes dos viajantes que enfeitavam a composição. O verdadeiro "Trem da Alegria” durou' cerca de cinco anos e, apesar dos apelos .não mais voltou a circular. O interessante era que Bahiano, o maquinista nem conhecia a "Boa
A viagem em qualquer comboio ferroviário à qualquer coisa de divertida principalmente devido o convívio entre as mais variadas classes sociais que resultam em sólidas amizades, através de jogos de "sueca", debates políticos e discussões sobre futebol, corrida de cavalos e até palpites para o tradicional jogo-do-biclïo, o passa-tempo preferido pelos cariocas, ou melhor, pelos brasileiros.
Costumo ficar atento aos acontecimentos ocorridos nas viagens de coletivos, das quais colho assuntos para esta coluna que, em breve comemora cinco ancs (aí está incluído "Coisas do Passado") e hoje passo a relatar algumas cenas.
Estávamos em Junho, no rigor do inverno. O trem relativamente lotado e, a um canto, uma senhora "tiritava" de frio a ponto de estar encolhidíssima. Entra um senhor forte, amparado por um bom número de camisas escondidas por um aconchegante casaco de couro. Vendo a senhora pargunta. em tom de deboche se a mesma está com frio. Com a resposta afirmativa ele radiante se declara amante daquela temperatura. Gosto deste tempinho que a senhora não imagina, não sei como tem gente que reclama de frio.
A temperatura está amena. O trem estava cheio. Em um banco que cabiam uns sete estavam onze, quando em Cascadura, entra uma senhora "tamanho família". Um passageïro ïncomodamente sentado, oferece seu lugar a nova passageira que aceitando "aboleta" seus quase um metro no espaço de 20 centímetros que lhes foí oferecido.
Os pingentes são desabusados. Só viajam na porta do comboio. Dizem piadas a torto e a direito atingjndo aos transeuntes quando a composição passa perto de qualquer rua. Naquela dia de calor intenso uma turma de trabalhadores da via permanente, num trabalho ingrato de ajusta os dormentes com pedras britadas que fazia sair suor por todos os poros, Passando por perto, um pingente, grita:
—-Ei meu chapa, está encoatondo ouro aí?
Ninguém ouviu a resposta-reação dos trabalhadores. Foi bom assim.
Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 07/07/1980
As festas de Cosme e Damião
RIO — Rubens Correia, ou melhor Rubens da Associação, o veterano estatístico da Associação Comercial de Ilhéus, que deve estar se aposentando, pelo tempo que exerce, na tradicional entidade da Praça J.J. Seabra, de vez em quando, através de "Coisas e Fatos de Ilhéus", tece considerações acerca de macumba e candomblé, demonstrando ser um assíduo freqüentador da casa do Pai Pedro, lá no Alto do Basílio, além de conhecedor profundo da história dos "Terreiros" da região cacaueira.
O velho amigo das noitadas de Ilhéus, para minha surpresa, nos escritos confessa que desde os idos de 30 "está por dentro" das coisas de Oxossi e Ogum, acompanhando a saudosa "Mãe Percília", do Pontal, substituída por "Mãe Conceição", sendo agora um "fam" incondicional de "Pai Pedro” no seu terreiro no Basilio, onde naturalmente recebe os fluidos do tradicional "bruxo", considerado atração turística da cidade.
Naquele tempo o candomblé era considerado contravenção e sua prática era perseguida pela polícia, que não dava tréguas aos "cambonos", muitas vezes presos com os seus seguidores e seus apetrechos.
Hoje a coisa mudou. As macumbas estão em todos os lugares. Os "pegys", que funcionavam nos longínquos recantos, estão funcionando nos centos urbanos e, muitas vezes, como acontece aqui no Rio, não respeita a Lei do Silencio, amparados que estão por diplomas gerais.
O pior é que a profissão está sendo exercida, em muitos casos, por impostores que apenas visam a exploração dos incautos, pondo "para trás" àqueles que praticam Umbanda com fins puramente humanitários, não visando lucros.
Numa última crônica o Rubens da Associação se refere a "Festa de Cosme e Damião" e depois de fazer um histórico dos dois "mabaços", popularmente conhecidos e festejados, noticia a festa que o, também companheiro das festinhas de aniversários, Chico Caraneba, ia proporcionar aos seus amigos, quando o tradicional caruru e o apimentado vatapá, iam "rolar" durante à noite.
A notícia me fez recordar festas dos “dois dois” nas décadas de 20 e 30, nas casas de Pai Pedro, Jorgina, e especialmente, a promovida por Aflitina, esposa do "Flamengo doente" ' António da “State”, no início da Avenida 2 de Julho, perto da subida do Alto de São Sebastião.
Apesar da preferência dos anfitriãos .pelos 'amarelinhos", no dia 27 de setembro não havia discriminação.
Todos eram recebidíssimos. Desde as primeiras horas da tarde, começava a romaria e a distribuição de bebidas com certa reserva. Sim, a coisa começava calmamente até a chegada do Dr. Lopes e do chefe político tradicional Álvaro Vieira, além de uns outros destacados elementos da cidade. Eles davam uma espécie de sinal verde para as comemorações, uma vez que a primeira mesa dos "comes e bebes" só era servida quando eles chegavam, não adiantando a indocilidade da rapaziada, tão natural em ocasiões desta natureza.
Anos depois soube porque o privilégio, que era quase exclusivo do Dr. Lopes. Respondendo a uma indagação que fiz, Dona Aflitina, uma excepcional mãe de seis filhos, declarou:
— O compadre Lopes é a única pessoa que pode "batizar" a toalha dos "meninos", em primeiro lugar.
Efetivamente, nas casas onde festejavam Cosme e Damião, os participantes limpavam as mãos numa toalha que a dona da casa trazia pendurada no cós da saia.
Nunca soube o porquê dessa tradição, respeitada por todos participantes das festas espalhadas por toda a cidade.
Aqui no Rio as comemorações, de modo geral, se resume na distribuição de "balas" e doces para a. criançada. São raras as casas —naturalmente . de baianos — que oferecem caruru, acarajé e vatapá, dentre outras comidas cosidas com azeite de dendê.
Jornal da Manhã Ilhéus/BA 18/10/1978
O velho amigo das noitadas de Ilhéus, para minha surpresa, nos escritos confessa que desde os idos de 30 "está por dentro" das coisas de Oxossi e Ogum, acompanhando a saudosa "Mãe Percília", do Pontal, substituída por "Mãe Conceição", sendo agora um "fam" incondicional de "Pai Pedro” no seu terreiro no Basilio, onde naturalmente recebe os fluidos do tradicional "bruxo", considerado atração turística da cidade.
Naquele tempo o candomblé era considerado contravenção e sua prática era perseguida pela polícia, que não dava tréguas aos "cambonos", muitas vezes presos com os seus seguidores e seus apetrechos.
Hoje a coisa mudou. As macumbas estão em todos os lugares. Os "pegys", que funcionavam nos longínquos recantos, estão funcionando nos centos urbanos e, muitas vezes, como acontece aqui no Rio, não respeita a Lei do Silencio, amparados que estão por diplomas gerais.
O pior é que a profissão está sendo exercida, em muitos casos, por impostores que apenas visam a exploração dos incautos, pondo "para trás" àqueles que praticam Umbanda com fins puramente humanitários, não visando lucros.
Numa última crônica o Rubens da Associação se refere a "Festa de Cosme e Damião" e depois de fazer um histórico dos dois "mabaços", popularmente conhecidos e festejados, noticia a festa que o, também companheiro das festinhas de aniversários, Chico Caraneba, ia proporcionar aos seus amigos, quando o tradicional caruru e o apimentado vatapá, iam "rolar" durante à noite.
A notícia me fez recordar festas dos “dois dois” nas décadas de 20 e 30, nas casas de Pai Pedro, Jorgina, e especialmente, a promovida por Aflitina, esposa do "Flamengo doente" ' António da “State”, no início da Avenida 2 de Julho, perto da subida do Alto de São Sebastião.
Apesar da preferência dos anfitriãos .pelos 'amarelinhos", no dia 27 de setembro não havia discriminação.
Todos eram recebidíssimos. Desde as primeiras horas da tarde, começava a romaria e a distribuição de bebidas com certa reserva. Sim, a coisa começava calmamente até a chegada do Dr. Lopes e do chefe político tradicional Álvaro Vieira, além de uns outros destacados elementos da cidade. Eles davam uma espécie de sinal verde para as comemorações, uma vez que a primeira mesa dos "comes e bebes" só era servida quando eles chegavam, não adiantando a indocilidade da rapaziada, tão natural em ocasiões desta natureza.
Anos depois soube porque o privilégio, que era quase exclusivo do Dr. Lopes. Respondendo a uma indagação que fiz, Dona Aflitina, uma excepcional mãe de seis filhos, declarou:
— O compadre Lopes é a única pessoa que pode "batizar" a toalha dos "meninos", em primeiro lugar.
Efetivamente, nas casas onde festejavam Cosme e Damião, os participantes limpavam as mãos numa toalha que a dona da casa trazia pendurada no cós da saia.
Nunca soube o porquê dessa tradição, respeitada por todos participantes das festas espalhadas por toda a cidade.
Aqui no Rio as comemorações, de modo geral, se resume na distribuição de "balas" e doces para a. criançada. São raras as casas —naturalmente . de baianos — que oferecem caruru, acarajé e vatapá, dentre outras comidas cosidas com azeite de dendê.
Jornal da Manhã Ilhéus/BA 18/10/1978
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