RIO — De ano para ano, as festas juninas, vão perdendo a animação, estando reduzidas a uns poucos "arraiais" e m; escolas primárias, além de poucas festas promovidas por clubes recreativos.
Até a década de 50 ainda podíamos assistir boas festas com "casamentos na roça", quadrilhas, balões — especialidade carioca — fogueiras e queima de fogos de todas as qualidades- Porém, depois que as autoridades proibiram tais exibições .as festividades foram declinando e, ao que- parece, estão prestes a desaparecerem.
As Justificações para as proibições, algumas justas .tais como bombas e fogueiras Acidentes e incidentes ou perigo com as instalações elétricas são aceitavas, mas sobre os balões (bombas de. gasolina e- depósitos de combustíveis) parece que não foram bem recebidas, pois dizem, que ha muito íris estabelecimentos existem e nunca constituíram problemas com o ."mais pesado que o ar”. E a prova de que a proibição dos balões não agradou é que continuam, clandestinamente, a se soltar o mais bonito fogo de artifício junino.
Estas considerações estão ligadas as festas juninas d'o Rio de Janeiro, outrora, também animadíssimas, mesmo sem as particularidades das realizadas na Bahia.
Há anos passados assisti a passagem do dia de São João em Ilhéus.
Que diferença do São João festejado nas primeiras décadas, até os anos 40. Naquele tempo a canjica e o "jenipapo", começavam a lº. de junho e terminava a 2 de julho. Os dias de Santo Antônio, São João eSão Pedro, eram considerados feriados, devido o ponto alto dos festejos ser às vésperas dos dias consagrados aos populares de Santo Antônio, em seguida as novenas de São João, finalizando com o tríduo em louvor a São Pedro, esticando- até o feriado de- 2 de julho.
Por toda a cidade havia rezas para o Santo Casamenteiro. Da Ponta de Areia ao Plano Inclinado, incluindo a Conquista. As mais animadas entretanto eram as da Antonina Nascimento (Cameleiro), D. Clara (Fonte da Cruz), Mãe Tereza (Alto de Teresópolis), Antonina Nascimento (Rua da Linha) Rita de José Luiz (Ceará). Nestas casas de trezenas eram feitas por noiteiros e terminavam, na sua maioria ,com animados bailes.
São João, que tinha seu ponto alto no Gameleiro e Pïmenta, a festa mais animada era a de Sereia, em cuja casa havia além de baile, animado samba de roda. Todas essas festas eram acompanhadas dos tradicionais licores (Jenipapo) e muita canjica.
Uma das casas mais procuradas, nesta fase, era a do alfaiate Eugênio Bezerra (Rua do Café) que, mesmo sendo abstêmio, fazia o melhor "jenipapo" da, região, só igualado ao produzido pelo Orozimbo, que preparava: o licor com um ano de antecedência, filtrado e enterrado.
Muitos acidentes eram verificados, devido a imprudência dos mais afoitos e dos "maus caráter" que, nessas ocasiões, põe à mostrar seus instintos ,soltando ,maldosamente, seus fogos, com o intuito de atingir ao próximo, justificando pois as medidas drásticas das autoridades, visando coibir os excessos, concorrendo, portanto, para o desaparecimento de uma das mais bonitas festas tí'o nosso folclore.
Lamentando, só temos uma frase...... (
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 14/06/1978
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
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