Rio —- Em todas as cidades, creio, tem seu tipo ou tipos populares. Pessoas de boa.ou má índole que se destacam por esta ou aquela ou mesmo pelo seu modo de viver.
Em Belmonte nós tínhamos Cardoso. o inveterado "Pau d'Agua" para quem todo mundo era "ladrão". Havia o Domingão, tipo metido a bobalhão e sempre pronto para um resposta filosófica a qualquer pergunta .O Carlos Cego que andava toda a cidade e conhecia todo o inundo.
Em Ilhéus além do conheridissimo Garcia, um urubu domesticado que morava na Praça Seabra, havia Capacidade Elevada, popular homem de recados, Víroli pronto a participar de qualquer competição esportiva e tantos outros espalhados pela cidade, distribuindo alegria e momentos de lazer à população.
Mas uma das pessoas mais preentes que já rassara em Ilhéus, sem dúvida, foi o estivador Caetano Alcobaça. Participava, de modo decisivo, em todos os momentos, podemos dizer, de gravidade, que ocorriam na cidade. Era uma presença atuante, capaz de sacrifícios.
Caetano Alcobaça, estivador e pessoa benquista não se furtava em prestar a sua colaboração desinteressada, na solução dos problemas .por mais difíceis qiie eles se apresentavam.
Foi essim no naufrágio do Itacaré onde com uma turma de companheiros, concorreu para o salvamento de várias pessoas Também no incêndio do Unhão, lá estava Caetano enfrentando as interpéries da situação difícil sendo um dos primeiros a invadir a casa vizinha onde uma pobre senhora clamava por socorro. Também no desastre do trem ca State notou-se a presença desinteressada do velho estivador que, apezar de residir no Alto de São Sebastião, apareceu nas bandas do Malhado, colaborando intensamente para salvar o maquinista. No incêndio criminoso dí um circo, perto do areal da Estrada já estava o nosso estivador lutando bravamente Janto a equipe de salvamento.
Esta crónica tem por finalidade, as pessoas do velho e prestimoso estivador Caetano Azevedo, o conhecido Alcobaça, uma homenagem a aqueles, que, não são poucos, nos momentos mais difíceis procuram dar a sua mão amiga em prol dos aflitos.
Neste mondo, cada vez mais cheio egoístas,"torna-se preciso lembrar de pessoas isentas de personalismos como incentivo as gerações que surgem.
Creio que esta crîonica vai trazer muitas recordações a velhos amigos de passadas décadas.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 06/01/1978
terça-feira, 11 de novembro de 2008
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