RIO — O ano não mais me recordo, mas o dia não sai da lembrança. Era uma Sexta-Feira Santa e os -preceitos religiosos ainda prevaleciam, um pouco menos- rigorosos .porém o "faz mal" continuava ameaçando, através dos mais velhos.
Estávamos reunidos na Praça Cairú que, na época, era relativamente pequena, espremida entre as ruas Paranaguá e Araújo Pinho e um quarteirão, que afunilàva .na"'Rua 7 de Setembro, Ali moravam -tradicionais famílias, dentre as quais a de João Grande, um dos reis do jogo e a veneranda senhora Íria tradicional vendedora de mingau, que fazia ponto na Praça .Firmino Amaral, no bar de Calixto, defronte .da Pensão Vasco, do amigo .Pedro (Corró) Duarte.
Perto na entrada da via que dá acesso a Avenida Itabuna existia um barracão da State ,em frente a Bomba de Gasolina, cujo quarteirão está intacto.
Éramos quatro. Eu, Orczimbo, o ferreiro, Teófilo um veterano músico da Santa Cecília e um outro que não me lembro. Batiamos um, "papo" naquela manhã, do grande dia dee guarda quando em um de nós surgiu a idéia de uma víspora, na casa do Manoel Goiana que ficava ali perto numa velha casa em f rente a Estação Ferroviária, A idéia imediatamente foi aceita e o velho Goiana imediatamente organizou a mesa.
A casa tio velho correligionário dos Pessoas era respeitada pois, quando a "barra estava pesada", ele com sua autoridade, botava ordem se apoderando do "bogue" e cantava o Jogo, -sendo acatada as suas ordens, mesmo porque as pedras eram cantadas sem os tradicionais apelidos, qn« tumultuavam o ambiente.
Turma pequena. Escolhidas as tabelas, o jogo foi iniciado com a cantada do velho Goiana.
Teófilo creio que ainda "reside mima casa da Rua da Linha perto da Rua do Café, como sempre, não quis participar de um joguinho por fora, ou seja um duque, terno e quadra ,pois não -acreditava na seriedade dos parceiros.
Piiraeíra pedra, Teófilo. marca calmamente o mesmo acontecendo com a. Segunda e terceira chamada, quando n6s outros conseguimos marcar. Quarta pedra. .Manoel Goiana que conhecia todas as tabelas, dá um ar de riso, olhando por cima dos óculos .Na quinta Teófilo, muito calmamente bate o vispora. Não chegamos a um.terno. Quando procuramos conferir a tabela, já a Goiana havia recolhido as "pedras Não podia haver contestação.
Na segunda iodada Teóíilo "bate" com. seis pedras.
Não "guentamos" e dos murmúrios passamos a veladas e naturais descomposturas inclusive, chamando o "sortudo". de excomungado, como se todos- nós não estivéssemos incorrendo no mesmo pecado em jogar em dia de tanto preceito.
...Se alguém estava pagando belo desrespeito ao dia, era justamente a turma. Perdedora, que não chegou sequer a um "terno".
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA. 19/01/1978
domingo, 16 de novembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário