RIO — O ano era 1934. O mês não me recorde, mas tenho plena certeza de que não havia ainda atingido o primeiro semestre. A cidado mal começara a se movimentar com as casas comerciais iniciando suas atividades, o mesmo acontecendo com os estabelecimentos bancários, na época reduzidos já que as firmas compradoras de cacau possuíam carteiras especialzadas para a movimentação de empréstimos possuindo para isto uma seção bancaria, devidamente autorizada,
De reponte, uma notícia transforma, por completo, a tranquilidade da população; "Um filho do dr, Lopes acaba da ser assassinado". Um verdadeiro impacto, que fez com que a cidade parasse estupefata. Muita gente não acreditando no que ouvia, mas, automaticamente, se dirigindo à Praça Ruy Barbosa, local da tragédia, para constatar a veracidade da notícia, alguns torcendo por um rebate falso, pois duvidavam existir alguém capaz de tirar a vida de um elemento da família do seu ídolo, eu seja do dr. João Batista Soares Lopes.
Mas ao chegar à casa do bom médico, constatava a veracidade da notícia. Lá estava inerte, o corpo do jovem Zeca Lopes, impetuoso ponta esquerda do Vitória, atingido que fora na testa por certeira bala, acionada por um destacado funcionário do Banco do Brasil, seu vizïnho naquela altura já detido pelas autoridades, para evitar fosse o mesmo vítima de uma revanche por parte de populares revoltados.
Soube-se imediatamente que o móvel do crime teria sido desavença entre vizinhos, iniciada dias atrás e cujo desfecho ali estava à vista de todos. As discussões entre as duas famílias, naquela manhã, chegara ao auge, e Zeca, se dirigiu a casa vizinha para tomar satisfações. Estava desarmado, pois acreditava no seu físico. Ao interpelar seu contendor, que se preparava para sair, este, com receio, sacou de um revolver, atingindo a vítima com um só disparo na testa, matando-o quase instantâneamente.
O enterro da vítima se constituiu em um acontecimento raramente verificado na cidade, só repstido quando do falecimento do seu pai, dr. Lopes, cuja cortejo fúnebre foi formado por quase toda a população de Ilhéus, e delegações, de cidades vizinhas.
Mas a tensão, devido ao crime, perdurou por muiío tempo e amainou um pouco após o julgamento do criminoso devido os debates no Tribunal do Júri, cujo resultado apesar da tese de legítima defesa levantada pelo defensor, causou revolta, a quase unanimidade em favor do bancário, isto porque a população achou que o resultado da absolvição, se deveu a um jurado, tido como amigo e era até compadre do dr. Lopes, que votou em favor do criminoso, uma verdadeira traição.
No julgamento um fato que serviu para descontrair um pouco a numerosa assistência. A certa altura, o advogado da defesa de posse do processo, tentou ler um !audo escrito pelo escrcvente Sérgio Miranda e, não conseguindo devido as "garatujas invés de letras", exclamou irritado:
— "Quem deveria estar aqui no banco do réu era este escrivão.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 05/05/1978
sexta-feira, 31 de julho de 2009
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