Dário dos Santos, autor deste trabalho, é conhecido poeta-escritor, domiciliado em Belo Horizonte. Exator aposentado, tem alguns livros publicados e é assíduo colaborador do “Anuário de Poetas do Brasil", organizado por Aparício Fernandes que, certa vez mencionei em Coisas Velhas e Novas" como verdadeiro amigo dos poetas. — Rubens E, Silva,
"A modéstia é, antes de mais nada, uma grande virtude. Mas acreditamos que tal qualidade, na prática, deve ser cultivada até certo ponto, isto porque achamos que não é aconselhável adotar-se a referida com excesso, já que tal critério torna-se, muitas e muitas vezes, prejudicial a quem assim procede.
Após havermos feito essa pequena elucidação acima, isto é, de modo totalmente impessoal, vimos, agora, objetivar alguém, pessoa na qual dito conceito muito bem se amolda transformando-o em uma bela carapuça certinha à sua cabeça. Queremos falar sobre o nosso prezadíssimo conterrâneo: Octávio Marinho da Costa muito mais conhecido em a nossa querida terra, Belmonte-BA, pelo carinhoso apelido familiar de TAZINHO. É um cidadão inteligente, possui um certo grau de cultura, esta que ele faz questão de ofuscá-la não tornando-a exteriorizada, satisfazendo, assim, o seu gênio um tanto introspectivo.
O nosso conterrâneo, por uma daquelas imposições do Rei Destino, jamais arredou pé, da cidade que o viu nascer, em busca de outras plagas à procura de melhores dias na vida comum.
Conhecemos o Tazinho desde a nossa infância; na nossa faixa etária, há uma diferença de poucos anos, sendo ele mais moço. Quanto ao seu curso primário, acho que foi feito nas escolas mais próximas a sua residência. Imutável, cujas professoras eram: D. Damiana, D. Adalgisa e D. Heroína; é possível, ainda, que ele tenha tido a felicidade de, ter sido discípulo do baluarte do ensino primário belmontense, Professor Lúcio Coelho Júnior, saudosamente sempre lembrado.
Ainda multo cedo, ele se propendeu para o violão, instrumento que hoje o executa com real agrado. Porque gostávamos, também, de "puxar ou marretar as cordas", fizemos juntos: boas serenatas em noites plenilúnias! Tocamos em muitas batucadas, cordões e bandas carnavalescas; tocamos, também, em muitos "brods" em casas de amigos, à guisa de aniversários, casamentos, batizados e quejandos. Mas seria de nossa parte, uma falta sem tamanho, se não mencionássemos, aqui, dois nomes cujas pessoas sempre estiveram ligados a nós, em todos esses momentos alegres como acima citados: Osvaldo Cabral, hoje vivendo em Salvador, e Celso Nabor dos Santos (o Jucá Nabor) já falecido.
Sempre propendente às letras, o nosso Tazinho, com a passar dos tempos, começou a rabiscar as idéias que se lhes afluíam na mente; organizando seus ensaios literários, mesclados em prosa e em versos. Porém, sendo irmão da Sosígenes Costa, famoso poeta belmontense de grata memória, mas que, por índole, talvez, não gostava muito de dar divulgação às suas obras, o nosso focalizado assim, também, procedia com alusão às suas produções, no que achamos deveria ser ao contrário.
Ainda rapazinho, como o Irmão Sosígenes, Tazinho também trabalhou como telegrafista. Somente muito tempo depois foi que passou a ser bancário, profissão na qual, segundo pensamos, foi aposentado.
Mas, em meio à turma, ele era sempre introspectivo. Se alguém, brincando, arranjava-lhe uma namorada, ele se zangava mostrando-se arredio às hostes do amor. — Mas é que Cupido é fogo! — Eis que o Tazinho viera a se casar com aquela que era sua vizinha, desde e tenra idade, a senhorita Lulu, dileta filha do Dr. Carvalho, hoje a grande senhora Octávio Marinho da Costa, cujo casal, na sociedade belmontense, vive exemplarmente acercado de seus prezados constituídos.
Vejam, dele o soneto abaixo que, sem a sua permissão, deliberarmo-nos publicar, no qual ele fala, com sentimento afetivo, das três árvores que, em tempos passados, ornamentavam a praça da Matriz, em a nossa Belmonte:
O TRIO VERDE DA MATRIZ
TAMARINDEIRO, viste-me nascer,
me viste tuas tâmaras haurindo.
MANGUEIRA, víste-me passar sorrindo
rumo à escola, ali perto, pra aprender.
Oh! AMENDOEIRA, viste-me bolindo
nos teus ramos com pedras pra colher
o teu fruto agri-doce com prazer.
Tuas copas debaixo do céu lindo,
espargiam a paz de doce alfombra
do teu deserto em cuja meiga sombra
Brincava alegre a meninada! Quedos
Troncos!… Oh!… Verde trio em minha terra
é no teu verde solo que se encerra
o tempo mais feliz dos meus brinquedos.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 10/11/1980
sexta-feira, 31 de julho de 2009
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Um comentário:
Olá! Estive em Ilhéus durante o carnaval e tive a oportunidade de lhe conhecer, porém, o site que me foi passado. Não estou conseguindo acessar para ter uma área privada e poder conversar com o Senhor. Desculpe-me a indelicadeza de estar conversando sobre isso, em uma pagina aberta no seu blog, mais esse foi o único meio que encontrei para dizer isso. Então lhe peço, assim que for possível responde no meu e-mail:camillaagda@gmail.com me explicando a forma e o de podermos conversamos. Grato desde ja.
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