sexta-feira, 31 de julho de 2009

Um acidente providencial.

RIO — Lamentável, sobre todos os aspectos, a atitude do jogador Neca, do São Paulo, atingindo violentamente o atleticano Ângelo no final do jogo decisivo do Campeonato Brasileiro, inutilizando-o por vários meses, segundo os prognósticos, o atleta mineiro:que depois:de atingido, recebeu outra agressão do extraordinário Chicão, uma das principais, peças do quadro paulistaf

A reação natural do Atlético, inclusive promovendo um processo críminal contra Ângelo e' Chicão, é plenamente justificadaa e tem.como obietivo dar um basta a violência no futebol, muitas vezes praticada devido a complacência dos árbitros.

Não creio entretanto, que o clube mineiro tenha êxito, tentado muitas, vezes, por outros clubes, sem o resultado desejado, porque, uma jogada intencional, no calor do jogo, é tomada como proposital, surgindo a ideia, do revide, que se generaliza, transfarmando a partida em verdadeira batalha, com resultados imprevisíveis.

Pernas, clavículas, tornozelos, tíbias, rótulas quebradas ou fraturadas tem sido uma constante no" futebol. Certa vez o famoso Zizinho foi processado, por ter quebrado a perna do paulista Agostinho, numa reação idêntica a da fampilia atleticana. " Em toda a pairte se tem registrado acidentes durante jogos' que tiram jogadores de suas ativídades por longos períodos, ou mesmo pelo resto da sua'' vida. Felizmente nestes casos' são poucos os atingidos. Em Ilhéus, o franzino Mário Tourinho, se defendendo maliciosamento de uma entrada do zagueiro França, inutilizou o valente beque do Flamengo. Entretanto há inúmeros casos de recuperação como o de Mirandinha.

Também existem casos em que o atingido encontra a felicidade, como do meu saudoso amigo João Carmênio da Silva, mais conhecido pela alcunha de João de Guedes. Era um simples balconista tipo boa praça”. Morava no estabelecimento onde trabalhava e recebia pequeno “pró-labore”

Certa vez seus amigos o chamaram para participar de; uma partida de futebol. E apenas para completar o “onze” pois a sua habïlidacíe futebolística era abaixo de zero.

Na disputa de uma, jogada a Carmênio é atingido e do choque resulta a fratura exposta da perna. Efetivamente não podia ficar na venda e o jeito foi procurar, uma pessoa que tratasse do atleta improvisado. Uma bondosa senhora o acolheu tratando-o com eficiência. Deste contato nasceu uma confiança da anfitriã ao frustrado jogador que ficou encarregado de gerir os bens de sua.protetora.

Como a senhora não tinha dependentes, deixou seus haveres para o João Guedes que, com sua capacidade administrativa, dentro em pouco se tornou um abastado fazendeiro.

Para ele o acidente foi providencial.

Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 22/03/1978

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