domingo, 24 de maio de 2009

Princípio de Conversa.

RIO — Por sugestão do velho colega Carlos, 1inotipísta, estou voltando às colunas da imprensa ilheense, agora no JORNAL DA MANHÃ, para com ligeiras crônicas, falar sobre variados assuntos, principalmente sobre coisa do Ilhéus antigo, a sempre Princesa do Sul, onde militei, por muitos anos, no "Diário da Tarde" e assisti a transformação da Cidade de São Jorge que antes de 1930, se espremia entre os morro da Conquista, Teresópolis, Plano Inclinado, Ceará, Miiguel Alves e do Coqueiral do Pacheco,

Naquele tempo a cidade tinha uma vida intensa, com 24 horas de movimento, com cabarés funcionando a todo vapor, lubrificado pelas bancas de jogo de Penido, João Grande, Pedro Duarte, e outros mesos votados, que se espalhavam pela Ilha das Cobras, que compreendia uma área iniciada na Rua do Dendê (Araújo Pinho) até o Filtro, se espalhando pela Pimenta.

Os bares, principalmente os da Firmíno Amaral, além do Vesuvio, viviam superlotados, dia e noite. A chegada dos navios noruegueses, conhecido como os "suecos", constituía uma atração à parte, devido à sua insaciável tripulação que, segundo nos parecia, tinha uma sede crônica e interminável fazendo com que não se arredasse dos bares.

As famílias, após os espetáculos do Cine Teatro Ilhéus, do Armindo e Cine Vitória, do Cortes, invadiam, os "cafés" do Sizino Barros, Antônio Espanhol, José Zizembergue, e outras casas, do gênero instaladas na Firmino Amaral.

A noite o movimento não parava, principalmente na "zona" do mulherio" onde existia o "Azul e Branco'', cabaré para a chamada "classe média". Toda a qualidade de jogo funcionava em toda a "zona", desde o carteado até os mais variados tipos de roletas e jogos de dados.

Á impressão que o forasteiro tinha é que todo o mundo era fazendeiro de cacau pois a mistura que se verificava nos bares e no borborinho da cidade, onde fazendeiros, estivadores, carroceiros, trabalhadores de todas as categorias, só muita convivência dava. para "separar o Joio do trigo".

Voltares- ao assunto.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 18/08/1977

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