RIO — José Carlos Duarte, ou simplesmente J. Duarte havia chegado recente a Belmonte. Creio que foi no período da Segunda Grande Guerra Mundial. Imediatamente se uniu aos intelectuais da cidade, dentre os quais os jornalistas Carlos Monteiro e Msnoe1 Joaquim de Magalhães, diretores dos dois semanários belmontenses "O Lábaro" e "O Imparcial", fazendo parte da turma Florêncio Santos, Sosígenes Costa e Etelvino Flores.
Sergipano de nascimento, J. Duarte, pela sua comunicabilidade tornou-se imediatamente uma das pessoas mais populares da cidade sulina, participando de todos os eventos literários, inclusive, no setor do teatro amador, demonstrando seus dotes de comediante, encarnando, quase sempre o papel de sargento, que desempenhava com rara felicidade.que não quis dar ao intermediário:
Duarte que vive hoje pacatamente em Belo Horizonte, depois de residir vários anos em Almenara/MG, exercendo atividade jornalística, redator que era do "Vigia do Vale", já publicou dois livros: "Vultos Sem História" e "O Fogo e o Boi".
Ainda hoje a "guarda velha" belmontense se lembra dos deliciosos "momentos proporcionados pelo escritor sergipano nas suas apresentações no já desaparecido Cine-Teatro, situado na Avenida 15 de Novembro, nas imediações da Praça 13' de Maio, conhecida como a praça ''os Gringos”, devido ali residir a o maioria da colônia italiana, com suas casas comerciais.
Depois de cerca de 30 anos. o nosso "sargento" visitou a terrinha ,onde foi recebido carinhosamente.
Certa vez apareceu em. Belmonte um pianista que se propunha a dar um recital e, como o piano do Cine Teatro não estava em condições, resolveu pedir emprestado o instrumento a uma das muitas pessoas possuidora da valiosa peça. Como não podia deixar de ser, procurou Duarte como o seu intermediário para conseguir solucionar a situação. O comediante atendeu ao pedido e imediatamente pôs mãos à obra.
Um dos mais afinados pianos da praça era o do Dr. Péricles, advogado dos mais destacados e pessoa, apesar de satírico, de fino trato. Por isto foi o escolhido para emprestar o instrumento e, ao ser abordado, com muita delicadeza procurava "desconversar” o que deu logo a impressão de que não seria fácil conseguir conversa e como uma solução, o advogado sugeriu ao Duarte uma solução. Primeiro perguntou quanto, mais ou menos, calculava apurar no recital.
— Mais ou menos 200 mil réis, respondeu o intermediário.
— Então "seu" Duarte, eu pago os 200 mil réis e o pianista realizará o concerto em minha casa. Selecione uns convidados
Mesmo intrigado, J. Duarte não deixou do aceitar oferta. Finalmente era"muito melhor receber a importância determinada sem ter efetuar despesas e mesmo correr o risco de um fracasso de bilheteria.
Naturalmente o que o velho comediante não sabia era que o satírico advogado, o homem que dizia ser de Belmonte um país, jamais emprestaria seu valioso e para tal tinha uma desculpa decisiva que não quis dar ao intermediário:
Ao construir a sua casa, na colocar a porta onde estava o piano, fez o instrumento entrar e depois colocou a porta mais estreita, dificultrua do Comba, antes de a porta da saída onde estava o piano, fez o instrumento entrar e depois colocou a porta mais estreita, dificultando sua saída.
Assim justificava a negativa do empréstimo quando solicitado.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 08/06/1978
domingo, 24 de maio de 2009
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