Maio de l934. A cidade se preparava para as festas de Junho, que começavam no dia 19 com as tradicionais trezenas de Santo Antônio, rezadas por toda a cidade, em casas particulares.
Casas de vendas de fogos em vários pontes, mas a principal delas estava situada no Largo do Unhão e pertencia a Salvador da Cunha Passos que também possuía um fabrico deles nos arredores do Pontal.
Casa com uma grande área, era a mais sortida, desde a mais simples "estrelinha" até as, bombas de alto teor de explosivo, gerenciada com o maior cuidado por um primo do proprietário chamado Rosalvo que estava sempre atento, advertindo as crianças, que se constituíam na mais barulhenta freguesia.
Apesar de todo o cuidado, naquele dia 16, por imprudência, ou melhor, um descuido de um garoto, uma pequena bomba foi jogada sobre o balcão do estabelecimento e com rapidez incrível incendiou o mostruário que estava na frente e, imediatamente, tomou conta de toda a casa se transformando no maior incêndio verificado na cidade, ou podemos dizer na região.
Os estampidos eram ouvidos por toda a cidade e o teto da casa se espalhava por uma área superior a 200 metros. A população afluir ao local onde as autoridades, sob . A direção do prefeito Eusínio Lavigne, procurava amenizar a situação. A arregimentação foi total. Munidos das mais variadas vasilhas, populares transportavam água apanhadas no rio, num movimento de solidariedade digno de registro.
Em meio a tragédia, um caso doloroso. Na casa contígua ao estabelecimento, residia uma senhora, a viúva Rosalina Pinto, mãe de muitos filhos, dentre os quais Paulo e Antônio Pinto, este, destacado esportista local. Paralítica e atordada em meio de tamanha situação, e sem ter possibilidade de sair da casa, devido a saída principal estar interditada, os espectadores desviaram sua atenção para seu drama. Todos procuravam uma saída para a velha senhora, porém, as dificuldades eram grandes, mesmo porque as labaredas do pavoroso incêndio impediam uma ação mais eficaz.
Finalmente depois de uma luta intensa, se conseguiu invadir pela janela a residência de dona Rosalina, salvando-a, podemos dizer, milagrosamente.
Salva a veneranda senhora e, depois de algumas horas de luta, o incêndio foi debelado, deixando a casa em escombros e a residência vizinha bem danificada. Os prejuízos subiram a mais de 150 contos de réis.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 27/10/1977
domingo, 24 de maio de 2009
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