Rio — A praça Cairu está sendo-remodelada e dentro cm breve, segundo o JORNAL DA MANHÃ, será reinaugurada podemos, dizer, graças a campanha promovida por este jornal, inclusive, no sentido de ser eliminado o «curral» construído pela desativada Estrada de Ferro Ilhéus a Conquista.
A Praça Cairu, nas primeiras décadas do século, até a proibição do jogo no país, além de ser um divisor da cidade, era o ponto preferido dos freqüentadores da zona do «meretrício», que abrangia uma larga faixa compreendida entre a Praça Seabra e o Gameleiro, abrangendo as ruas Paranaguá, Linha e Araújo Pinho, o .verdadeiro «foco», onde o mulherio livre concorria com os viciados na jogatina, pois ali era bancado toda a espécie de jogo durante às 24 horas do dia.
As dimensões da Cairu eram pequenas, pois antes da rua 7 de Setembro existia ura pequeno quarteirão, onde uma casa comercial ficava em frente da artéria. No quarteirão além de existir um pardieiro onde estava localizada o víspora de Manoel Goiano, residia um dos responsáveis pela vida noturna da cidade, ou seja, João Grande, que era gerente do Bataclan, no Largo do União e da Iria, tradicional vendedora de mingau, cujo ponto era em frente ao Café do Calixto, na Firmino Amaral. Havia ainda um barracão da Estrada perto de onde está localizada a bomba de gasolina do ex-prefeito Herval Soledade, que dificultava o acesso à rua Carneiro da Rocha. A padaria ainda existe mas desapareceu uma barbearia e uma casa de cômodos que deram lugar a casas comerciais, findando com um açougue, perto do bar Guanabara, onde hoje todas as tardes, se localizam vendedores de verduras e quitutes.
Do lado da Estrada existia uma área onde às sextas e sábados , era localizada a feira livre, havendo ainda um pequeno campo, onde ferroviários realizavam «peladas», tendo dali surgido um dos bons clubes da cidade, ou .seja o Guarani, que disputou uns dois campeonatos oficiais.
No Gameleiro, as ruas Carneiro da Rocha, 7 de Setembro, Pimenta até a Ponta da Pedra, praticamente não houve modificações substanciais, a não ser a obstrução de valas infectas e reforma de alguns prédios.
Na Pimenta de Baixo, para onde foi mudada a cadeia publica, que estava localizada nos fundos da Prefeitura Municipal, na Praça Seabra, hoje está localizado ura ponto de vendagem de peixe, na esquina da rua Maria Quitéria.
Lamentavelmente, quase completamente abandonado, junto a estação ferroviária, está o palacete dos Berbert de Castro que, a meu ver, deveria ser transformado em museu, mesmo depois da mudança do Estado Maior da Policia Militar, que ali esteve sediada.
Certa vez, em pleno dia, a Cairu foi palco de uma cena, até certo ponto cômica.
Conhecido advogado, depois de uma séria discussão numa casa de cômodo existente junto a então Padaria Buarque, sai em desabalada corrida, vestido apenas da sua cueca e não fosse a providencial ajuda do barbeiro vizinho lhe entregando um capote, a situação do causídico agravaria mais o escândalo provocado pelo ato.
Como repórter procurei o autor da façanha, meu amigo e, como resposta a uma pergunta por que procedera daquela forma, recebi a seguinte resposta:
— Diga francamente, você já esteve num quarto acuado por uma mulher desesperada, empunhando um punhal deste tamanho?
Não tive outra alternativa, dei razão ao jovem advogado.
Rubens E da Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 26/06/1978
domingo, 24 de maio de 2009
Um aparador de arestas.
RIO — Este ano um grande número de amigos "passaram desta para a melhor", segundo os espíritas.
Aqui, em Belmonte e em Ilhéus desapareceram várias pessoas ligadas a mim por, sinceros laços de amizades, a muitas das quais devia favores difíceis de retribuir,
Um deles foi o representante do Ministério do Trabalho era Ihéus, o nosso Segisfredo da Silva, que chegou a Ilhéus ainda no tempo atribulado do Sindicato dos Estívaobres, composto de elementos sinceros, porém rústicos e que, pela sua mentalidade, incapazes de dar uma "colher de chá" aos companheiros tidos como inimigos, ou sejam os que não iam com a sua cartilha As Companhias de Navegação eram controladas pelos estivadores mestres e estes eram quem escolhiam seus '"ternos", alijando acintosamente os "inimigos".
Quem não se lembra de Hilário Costeleta, mestre da Bahíana. Manoel Caboclo, mestre do Lloyd, Barreto, da Costeira, etc.?
No auge da luta chega Segisfredo e mansamente ,consegue modificar a situação até que a instituição do "rodizio" apresentou melhoras razoáveis.
Sofreu decepções e até perda do cargo, o que foi injustiça. Foi obrigado a trabalhar nos porões dos navios, porém, como depois da tempestade, vem a bonança, voltou ao seu cargo, sem recalques pois a sua formação moral estava acima de tudo.
Prestativo ao extremo.
Quando da minha transferência pira O Rio, consegui do Ministério do Trabalho as passagens para minha família, que foi feito através de requisição. A ordem foi parar em Salvador e o transporte já estava em Ilhéus sem que a requisição chegasse, como esperava.
Apelei para Segisfredo e ele quase que for a Salvador para resolver a situação, regressando com o precioso documento Justamente no dia em qus o "Comandante Alcídio", zarpava para o Rio.
Foi uma viagem tormentosa, em oTena época da guerra e casa perdesse àquela oportunidade…:
Toda a vez que chegava a Ilhéus e o encontrava, o fato era relembrado com emoção.
Onde estiver, mais uma vez obrigado Segisfredo.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 16/12/1977
Aqui, em Belmonte e em Ilhéus desapareceram várias pessoas ligadas a mim por, sinceros laços de amizades, a muitas das quais devia favores difíceis de retribuir,
Um deles foi o representante do Ministério do Trabalho era Ihéus, o nosso Segisfredo da Silva, que chegou a Ilhéus ainda no tempo atribulado do Sindicato dos Estívaobres, composto de elementos sinceros, porém rústicos e que, pela sua mentalidade, incapazes de dar uma "colher de chá" aos companheiros tidos como inimigos, ou sejam os que não iam com a sua cartilha As Companhias de Navegação eram controladas pelos estivadores mestres e estes eram quem escolhiam seus '"ternos", alijando acintosamente os "inimigos".
Quem não se lembra de Hilário Costeleta, mestre da Bahíana. Manoel Caboclo, mestre do Lloyd, Barreto, da Costeira, etc.?
No auge da luta chega Segisfredo e mansamente ,consegue modificar a situação até que a instituição do "rodizio" apresentou melhoras razoáveis.
Sofreu decepções e até perda do cargo, o que foi injustiça. Foi obrigado a trabalhar nos porões dos navios, porém, como depois da tempestade, vem a bonança, voltou ao seu cargo, sem recalques pois a sua formação moral estava acima de tudo.
Prestativo ao extremo.
Quando da minha transferência pira O Rio, consegui do Ministério do Trabalho as passagens para minha família, que foi feito através de requisição. A ordem foi parar em Salvador e o transporte já estava em Ilhéus sem que a requisição chegasse, como esperava.
Apelei para Segisfredo e ele quase que for a Salvador para resolver a situação, regressando com o precioso documento Justamente no dia em qus o "Comandante Alcídio", zarpava para o Rio.
Foi uma viagem tormentosa, em oTena época da guerra e casa perdesse àquela oportunidade…:
Toda a vez que chegava a Ilhéus e o encontrava, o fato era relembrado com emoção.
Onde estiver, mais uma vez obrigado Segisfredo.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 16/12/1977
Quando a sorte chega.
Em Ilhéus, naquela época ,morava um nosso conhecido, estabelecido com escritório de representações. Sujeito educado com um vasto circulo de amizades, participando inclusive das atividades esportivas, representando c Satélite na Liga Ilheense de Desportes Terrestres.
Tinha um defeito. E quem não os tem?
Nas discussões, muitas vezes se irritava principalmente quando contrariado nas suas opiniões.
Chamava-se Gaborgini e constituiu família, unindo-se a destacada figura cïa sociedade local, cujo chefe além ds alto funcionário da Prefeitura era intelectual
O caso que vou relatar me ocorreu com o recente falecimento do proprieíário de "O Brilhante", tradicional estabelecimento especializado em jóias, localizado na Rua Marquês de Paranaguá.
Estou falando de Salvador Dias que também era agente Ictérico e representante de publicações periódicas.
Salvador tinha uma relação de fregueses que constantemente compravam bilhetes de lotería. Gostava inclusive, quando sobrava alguns, mandar levar em casa deles, o que muitas vezes dava certo, pois dificilmente os mesmos eram devolvidos.
Certa vez, não tenho bem lembrança se por São João ou Natal, Salvador mandou uma sua empregada levar a casa do Gaborgini, uni bilhete, cuja corrida seria no outro dia-
Gaborgini, recusou ficar com o tal bilhete e a funcionária voltou sem cumprir sua missão.
O dono do "Brilhante" mandou de volta a funcionária que, desta vez não foi bem recebida, pois muito mal Gaborgni lhes abriu a porta. Estava na hora do jantar. Insistia em não aceitar o bilhete que foi jogado às suas mãos conforme mandara o patrão.
No dia da corrida Gaborgini tentou devolver o bilhete com o que não concordou Salvador, dizendo que; não precisava pagar na hora.
À tarde, na extração da loteria o bilhete premiado foi o que insistentemente Salvador obrigou seu freguês a ficar.
É o tal negócio de acreditar na "fatalidade'",
O bilhete foi pago depois de premiado.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 20/12/1977
Tinha um defeito. E quem não os tem?
Nas discussões, muitas vezes se irritava principalmente quando contrariado nas suas opiniões.
Chamava-se Gaborgini e constituiu família, unindo-se a destacada figura cïa sociedade local, cujo chefe além ds alto funcionário da Prefeitura era intelectual
O caso que vou relatar me ocorreu com o recente falecimento do proprieíário de "O Brilhante", tradicional estabelecimento especializado em jóias, localizado na Rua Marquês de Paranaguá.
Estou falando de Salvador Dias que também era agente Ictérico e representante de publicações periódicas.
Salvador tinha uma relação de fregueses que constantemente compravam bilhetes de lotería. Gostava inclusive, quando sobrava alguns, mandar levar em casa deles, o que muitas vezes dava certo, pois dificilmente os mesmos eram devolvidos.
Certa vez, não tenho bem lembrança se por São João ou Natal, Salvador mandou uma sua empregada levar a casa do Gaborgini, uni bilhete, cuja corrida seria no outro dia-
Gaborgini, recusou ficar com o tal bilhete e a funcionária voltou sem cumprir sua missão.
O dono do "Brilhante" mandou de volta a funcionária que, desta vez não foi bem recebida, pois muito mal Gaborgni lhes abriu a porta. Estava na hora do jantar. Insistia em não aceitar o bilhete que foi jogado às suas mãos conforme mandara o patrão.
No dia da corrida Gaborgini tentou devolver o bilhete com o que não concordou Salvador, dizendo que; não precisava pagar na hora.
À tarde, na extração da loteria o bilhete premiado foi o que insistentemente Salvador obrigou seu freguês a ficar.
É o tal negócio de acreditar na "fatalidade'",
O bilhete foi pago depois de premiado.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 20/12/1977
O naufrágio do Itacaré.
RIO ~ Corria o ano de 1938, Os ilheenses estavam, podemos dizer, acostumados com os pequenos navios "Itacaré" e "Itabuna", que vinham fazendo frente aos velhos barcos da Companhia de Navegação Bahiana, principalmente na rota Salvador-Ilhéus. Isto porque os novos barcos faziam o trajeto em cerca de duas horas menos e ,por este motivo, podemos dizer, as embarcações viajavam sempre superlotadas.
Numa de suas vindas de Salvador, ao raiar de uma manhã clara, ao transpor a barra e lá na altura do Morro de Pernambuco, uma lufada de vento fez com que o "Itacaré", adernasse e afundasse surpreendendo dezenas de passageiros, muitos nos beliches, dificultando o salvamento da maioria.
A noticia correu célere por toda a cidade e a maioria da população afluiu a Avenida Beira Mar e aos pontos mais elevados da cidade, acompanhando o que seria uma das maiores tragédias verificadas na região e a mais angustiante cena que foi o laborioso trabalho de uma turma empenhada no salvamento das dezenas de passageiros, que durou cerca de 10 horas e de parcos resultados, isto porque foi incalculável o número de mortos e, creio que até hoje muita gente não foi identificada.
A cena mais impressionaste foi, sem dúvida, a desesperada tentativa de rasgar a chapa lateral do navio que ficou à mostra, durante a vazante da maré, onde uma das mais populares pessoas da cidade ,o negociante português Lourenço, tendo conseguido por a cabeça numa das vigias, clamava desesperadamente, que lhes salvassem. Mas, apesar do empenho de uma equipe, orientada pelo mecânico Juvenal Muritiba, as tentaivás foram infrutíferas e a proporção em que as horas passavam, diminuíam a possibilidade de salvamento. E quando a maré chegou a preamar, após ter a cabeça açoitada insistentemente pelas ondas, falecia em frente a uma multidão atônita, o pacato Lourenço.
Houve casos de heroísmo de pessoas anônimas que salvaram muitas pessoas, inclusive uma conhecida professora que conseguiu, por verdadeiro milagre escapar por uma vigia, numa operação dificílima.
Não faltou também o lado cômico da tragédia. Conhecido sargento, que viajava com um seu superior, ambos da Polícia Militar sediada na cidade, ao se desvencilhar do navio, recebeu do seu superior uma pasta com dinheiro para ser entregue ao comandante. Pensando que o superior, que estava em situação difícil, não escapasse, o sargento não devolveu a pasta ao chegar em terra, nem relatou a ocorrência ao comando.
Mas… o superior conseguiu salvar-se, o paradeiro da pasta foi motivo de inquérito, cujo resultado não cousgui saber
O que sei é que o sargento de “vedete" passou a ser olhado com desconfiança pela população.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA. 24/12/1977
Numa de suas vindas de Salvador, ao raiar de uma manhã clara, ao transpor a barra e lá na altura do Morro de Pernambuco, uma lufada de vento fez com que o "Itacaré", adernasse e afundasse surpreendendo dezenas de passageiros, muitos nos beliches, dificultando o salvamento da maioria.
A noticia correu célere por toda a cidade e a maioria da população afluiu a Avenida Beira Mar e aos pontos mais elevados da cidade, acompanhando o que seria uma das maiores tragédias verificadas na região e a mais angustiante cena que foi o laborioso trabalho de uma turma empenhada no salvamento das dezenas de passageiros, que durou cerca de 10 horas e de parcos resultados, isto porque foi incalculável o número de mortos e, creio que até hoje muita gente não foi identificada.
A cena mais impressionaste foi, sem dúvida, a desesperada tentativa de rasgar a chapa lateral do navio que ficou à mostra, durante a vazante da maré, onde uma das mais populares pessoas da cidade ,o negociante português Lourenço, tendo conseguido por a cabeça numa das vigias, clamava desesperadamente, que lhes salvassem. Mas, apesar do empenho de uma equipe, orientada pelo mecânico Juvenal Muritiba, as tentaivás foram infrutíferas e a proporção em que as horas passavam, diminuíam a possibilidade de salvamento. E quando a maré chegou a preamar, após ter a cabeça açoitada insistentemente pelas ondas, falecia em frente a uma multidão atônita, o pacato Lourenço.
Houve casos de heroísmo de pessoas anônimas que salvaram muitas pessoas, inclusive uma conhecida professora que conseguiu, por verdadeiro milagre escapar por uma vigia, numa operação dificílima.
Não faltou também o lado cômico da tragédia. Conhecido sargento, que viajava com um seu superior, ambos da Polícia Militar sediada na cidade, ao se desvencilhar do navio, recebeu do seu superior uma pasta com dinheiro para ser entregue ao comandante. Pensando que o superior, que estava em situação difícil, não escapasse, o sargento não devolveu a pasta ao chegar em terra, nem relatou a ocorrência ao comando.
Mas… o superior conseguiu salvar-se, o paradeiro da pasta foi motivo de inquérito, cujo resultado não cousgui saber
O que sei é que o sargento de “vedete" passou a ser olhado com desconfiança pela população.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA. 24/12/1977
O defunto foi emprestado.
RIO — Em longos anos de convívio em oficinas, encontramos naturalmente, toda a espécie de gente.
Maníacos, sabidos, tolos, vigaristas, etc. Temos que aprender muitos 'truques" com essa gente, senão estamos sujeitos a entrar numa "tubulação sem fim", caindo como "pato".
Em Ilhéus mesmo, trabalhei com elementos que, com qualquer descuido, botava o companheiro para trás, pois tramavam as mais deslavadas desculpas para aplicarem certeira “facada”. Outros com as mais extravagantes manias, tais como aquele colecionador de Cadernetas Prediais, e outro teimando em não comprar roupa sob a justificativa filosófica de que um só corpo, necessita de uma só roupa Havia também companheiro que pedia dinheiro emprestado para emprestar a juros.
Num campo tão vasto como o Rio, o número de tais elementos é muito maior. Em, grandes oficinas, onde, no meio tempo, existia uma solidariedade digna da nota, as listas de ajuda ou rifas para colaborar com alguém que estava na ‘lona', etc. surgiam sem que se procurasse fazer uma investigação.
Certa vez um companheiro, dia após o casamento, pôs na rifa a gravata e o sapato da Cerimônia e fi¬ou feroz quando um camarada fez esta advertência: "Neste andar você acaba rifando a mulher".
Mas o golpe mais "fora de série" que tive noticias, foi aplicado por um colega gráfico, na época trabalhando no Jornal do Brasil e me contado por Jayme "Baixinho".
Depois de outras investidas, certo dia o colega chega nas oficinas com uma lista para enterrar o filho. Apesar de bastante conhecido, a turma achou que daquela vez o homem falava a verdade, uma vez q«e o personagem central era um seu ente querido.
A lista correu em todas as seções, com os colegas pesarosos colaborando, inclusive fazendo vales para poder ajudar ao colega, numa hora difícil.
Uma comissão iria ao enterro, indo à frente o chefe do setor onde trabalhava o colega. Lá chegando, encontrou o corpo da criança, estendido numa mesinha na sala,
Depois da cerimônia do sepultamento, o chefe da turma lembrou que não havia dado os pêsames a mãe da criança e resolveu voltar para apresentar as condolências a senhora. E é neste momento que foi surpreendido, pois a esposa do colega simplesmente declarou:
— .Eu não sou a mãe da criança morta. Apenas meu esposo sugeriu a verdadeira mãe, nossa comadre, que fizesse o velório em nossa casa, de onde saiu o enterro. :
Rubens E Silva. Jornal da Manhã Ilhéus/BA 12/12/1977
Maníacos, sabidos, tolos, vigaristas, etc. Temos que aprender muitos 'truques" com essa gente, senão estamos sujeitos a entrar numa "tubulação sem fim", caindo como "pato".
Em Ilhéus mesmo, trabalhei com elementos que, com qualquer descuido, botava o companheiro para trás, pois tramavam as mais deslavadas desculpas para aplicarem certeira “facada”. Outros com as mais extravagantes manias, tais como aquele colecionador de Cadernetas Prediais, e outro teimando em não comprar roupa sob a justificativa filosófica de que um só corpo, necessita de uma só roupa Havia também companheiro que pedia dinheiro emprestado para emprestar a juros.
Num campo tão vasto como o Rio, o número de tais elementos é muito maior. Em, grandes oficinas, onde, no meio tempo, existia uma solidariedade digna da nota, as listas de ajuda ou rifas para colaborar com alguém que estava na ‘lona', etc. surgiam sem que se procurasse fazer uma investigação.
Certa vez um companheiro, dia após o casamento, pôs na rifa a gravata e o sapato da Cerimônia e fi¬ou feroz quando um camarada fez esta advertência: "Neste andar você acaba rifando a mulher".
Mas o golpe mais "fora de série" que tive noticias, foi aplicado por um colega gráfico, na época trabalhando no Jornal do Brasil e me contado por Jayme "Baixinho".
Depois de outras investidas, certo dia o colega chega nas oficinas com uma lista para enterrar o filho. Apesar de bastante conhecido, a turma achou que daquela vez o homem falava a verdade, uma vez q«e o personagem central era um seu ente querido.
A lista correu em todas as seções, com os colegas pesarosos colaborando, inclusive fazendo vales para poder ajudar ao colega, numa hora difícil.
Uma comissão iria ao enterro, indo à frente o chefe do setor onde trabalhava o colega. Lá chegando, encontrou o corpo da criança, estendido numa mesinha na sala,
Depois da cerimônia do sepultamento, o chefe da turma lembrou que não havia dado os pêsames a mãe da criança e resolveu voltar para apresentar as condolências a senhora. E é neste momento que foi surpreendido, pois a esposa do colega simplesmente declarou:
— .Eu não sou a mãe da criança morta. Apenas meu esposo sugeriu a verdadeira mãe, nossa comadre, que fizesse o velório em nossa casa, de onde saiu o enterro. :
Rubens E Silva. Jornal da Manhã Ilhéus/BA 12/12/1977
Novamente regatas em Ilhéus.
RIO - Acabo de ler, na Seção Esportiva da JORNAL DA MANHÃ, que os esportista do remo; em Ilhéus, estão em grande movimentação, tendo o Satélite-Remo' efetuado a sua segunda regata, com relativo sucesso...
Na. mesma notícia informa que o Satélite, vai, reforçar a sua flotilha com mais dois barcos, numa deferência especial do ex-prefeito. e atual presidente do Instituto de Cacau da Bahia, João Alfredo Amorim de Almeida.
Tal notícia fez com que recorresse a um velho álbum de antigas fotografas, onde tenho registrado em fotos, eventos esportivos, dentre os quais de competições náuticas realizadas na enseada do Unhão, levando grande número de torcedores, nas manhãs de domingo.
Nas fotos, vários atletas que se revezavam entre os páreos, muitos dos quais, após a. competição iam para o Campo de Satélite onde disputavam e com muito vigor, partidas de futebol.
Lá estava Barradas, um dos incentivadores. das regatas que, juntamente com Boinha (o saudoso Oswaldo Brandão) dirigiam o espetáculo em que participava o State e Satélite, locais e o Náutico, do Estado livre do Pontal.
Num "instantâneo" garboso e levantando o seu remo após uma vitória, reconheço Estermito do State, um dos mais destacados da época. Também diviso Antonio Pinto, do Satélite um dos bons e que esbanjava saúde, sendo um dos que ao terminar o último páreo corria ao campo de futebol para organizar a partida preliminar do tricolor e, em caso muito comum, de faltar algum jogador, participar do "esfria-sol", dobrando na principal.
Não sei se existem; no momento, outros clubes náuticos em Ilhéus, para dar mais entusiasmo as competicões, caso contrárío ,faço votos que surjam novos clubes e com estes patrocinadores como João Alfredo Amorim de Almeida, pois sem incentivadores torna-se difícil' a existência de agremiações náuticas.
Vamos aguardar o desenvolvimento do esporte que já teve uma época de ouro em Ilhéus
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 10/09/1977
Na. mesma notícia informa que o Satélite, vai, reforçar a sua flotilha com mais dois barcos, numa deferência especial do ex-prefeito. e atual presidente do Instituto de Cacau da Bahia, João Alfredo Amorim de Almeida.
Tal notícia fez com que recorresse a um velho álbum de antigas fotografas, onde tenho registrado em fotos, eventos esportivos, dentre os quais de competições náuticas realizadas na enseada do Unhão, levando grande número de torcedores, nas manhãs de domingo.
Nas fotos, vários atletas que se revezavam entre os páreos, muitos dos quais, após a. competição iam para o Campo de Satélite onde disputavam e com muito vigor, partidas de futebol.
Lá estava Barradas, um dos incentivadores. das regatas que, juntamente com Boinha (o saudoso Oswaldo Brandão) dirigiam o espetáculo em que participava o State e Satélite, locais e o Náutico, do Estado livre do Pontal.
Num "instantâneo" garboso e levantando o seu remo após uma vitória, reconheço Estermito do State, um dos mais destacados da época. Também diviso Antonio Pinto, do Satélite um dos bons e que esbanjava saúde, sendo um dos que ao terminar o último páreo corria ao campo de futebol para organizar a partida preliminar do tricolor e, em caso muito comum, de faltar algum jogador, participar do "esfria-sol", dobrando na principal.
Não sei se existem; no momento, outros clubes náuticos em Ilhéus, para dar mais entusiasmo as competicões, caso contrárío ,faço votos que surjam novos clubes e com estes patrocinadores como João Alfredo Amorim de Almeida, pois sem incentivadores torna-se difícil' a existência de agremiações náuticas.
Vamos aguardar o desenvolvimento do esporte que já teve uma época de ouro em Ilhéus
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 10/09/1977
As festas juninas de outrora.
RIO — De ano para ano, as festas juninas, vão perdendo a animação, estando reduzidas a uns poucos "arraiais" e m; escolas primárias, além de poucas festas promovidas por clubes recreativos.
Até a década de 50 ainda podíamos assistir boas festas com "casamentos na roça", quadrilhas, balões — especialidade carioca — fogueiras e queima de fogos de todas as qualidades- Porém, depois que as autoridades proibiram tais exibições .as festividades foram declinando e, ao que- parece, estão prestes a desaparecerem.
As Justificações para as proibições, algumas justas .tais como bombas e fogueiras Acidentes e incidentes ou perigo com as instalações elétricas são aceitavas, mas sobre os balões (bombas de. gasolina e- depósitos de combustíveis) parece que não foram bem recebidas, pois dizem, que ha muito íris estabelecimentos existem e nunca constituíram problemas com o ."mais pesado que o ar”. E a prova de que a proibição dos balões não agradou é que continuam, clandestinamente, a se soltar o mais bonito fogo de artifício junino.
Estas considerações estão ligadas as festas juninas d'o Rio de Janeiro, outrora, também animadíssimas, mesmo sem as particularidades das realizadas na Bahia.
Há anos passados assisti a passagem do dia de São João em Ilhéus.
Que diferença do São João festejado nas primeiras décadas, até os anos 40. Naquele tempo a canjica e o "jenipapo", começavam a lº. de junho e terminava a 2 de julho. Os dias de Santo Antônio, São João eSão Pedro, eram considerados feriados, devido o ponto alto dos festejos ser às vésperas dos dias consagrados aos populares de Santo Antônio, em seguida as novenas de São João, finalizando com o tríduo em louvor a São Pedro, esticando- até o feriado de- 2 de julho.
Por toda a cidade havia rezas para o Santo Casamenteiro. Da Ponta de Areia ao Plano Inclinado, incluindo a Conquista. As mais animadas entretanto eram as da Antonina Nascimento (Cameleiro), D. Clara (Fonte da Cruz), Mãe Tereza (Alto de Teresópolis), Antonina Nascimento (Rua da Linha) Rita de José Luiz (Ceará). Nestas casas de trezenas eram feitas por noiteiros e terminavam, na sua maioria ,com animados bailes.
São João, que tinha seu ponto alto no Gameleiro e Pïmenta, a festa mais animada era a de Sereia, em cuja casa havia além de baile, animado samba de roda. Todas essas festas eram acompanhadas dos tradicionais licores (Jenipapo) e muita canjica.
Uma das casas mais procuradas, nesta fase, era a do alfaiate Eugênio Bezerra (Rua do Café) que, mesmo sendo abstêmio, fazia o melhor "jenipapo" da, região, só igualado ao produzido pelo Orozimbo, que preparava: o licor com um ano de antecedência, filtrado e enterrado.
Muitos acidentes eram verificados, devido a imprudência dos mais afoitos e dos "maus caráter" que, nessas ocasiões, põe à mostrar seus instintos ,soltando ,maldosamente, seus fogos, com o intuito de atingir ao próximo, justificando pois as medidas drásticas das autoridades, visando coibir os excessos, concorrendo, portanto, para o desaparecimento de uma das mais bonitas festas tí'o nosso folclore.
Lamentando, só temos uma frase......
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 14/06/1978
Até a década de 50 ainda podíamos assistir boas festas com "casamentos na roça", quadrilhas, balões — especialidade carioca — fogueiras e queima de fogos de todas as qualidades- Porém, depois que as autoridades proibiram tais exibições .as festividades foram declinando e, ao que- parece, estão prestes a desaparecerem.
As Justificações para as proibições, algumas justas .tais como bombas e fogueiras Acidentes e incidentes ou perigo com as instalações elétricas são aceitavas, mas sobre os balões (bombas de. gasolina e- depósitos de combustíveis) parece que não foram bem recebidas, pois dizem, que ha muito íris estabelecimentos existem e nunca constituíram problemas com o ."mais pesado que o ar”. E a prova de que a proibição dos balões não agradou é que continuam, clandestinamente, a se soltar o mais bonito fogo de artifício junino.
Estas considerações estão ligadas as festas juninas d'o Rio de Janeiro, outrora, também animadíssimas, mesmo sem as particularidades das realizadas na Bahia.
Há anos passados assisti a passagem do dia de São João em Ilhéus.
Que diferença do São João festejado nas primeiras décadas, até os anos 40. Naquele tempo a canjica e o "jenipapo", começavam a lº. de junho e terminava a 2 de julho. Os dias de Santo Antônio, São João eSão Pedro, eram considerados feriados, devido o ponto alto dos festejos ser às vésperas dos dias consagrados aos populares de Santo Antônio, em seguida as novenas de São João, finalizando com o tríduo em louvor a São Pedro, esticando- até o feriado de- 2 de julho.
Por toda a cidade havia rezas para o Santo Casamenteiro. Da Ponta de Areia ao Plano Inclinado, incluindo a Conquista. As mais animadas entretanto eram as da Antonina Nascimento (Cameleiro), D. Clara (Fonte da Cruz), Mãe Tereza (Alto de Teresópolis), Antonina Nascimento (Rua da Linha) Rita de José Luiz (Ceará). Nestas casas de trezenas eram feitas por noiteiros e terminavam, na sua maioria ,com animados bailes.
São João, que tinha seu ponto alto no Gameleiro e Pïmenta, a festa mais animada era a de Sereia, em cuja casa havia além de baile, animado samba de roda. Todas essas festas eram acompanhadas dos tradicionais licores (Jenipapo) e muita canjica.
Uma das casas mais procuradas, nesta fase, era a do alfaiate Eugênio Bezerra (Rua do Café) que, mesmo sendo abstêmio, fazia o melhor "jenipapo" da, região, só igualado ao produzido pelo Orozimbo, que preparava: o licor com um ano de antecedência, filtrado e enterrado.
Muitos acidentes eram verificados, devido a imprudência dos mais afoitos e dos "maus caráter" que, nessas ocasiões, põe à mostrar seus instintos ,soltando ,maldosamente, seus fogos, com o intuito de atingir ao próximo, justificando pois as medidas drásticas das autoridades, visando coibir os excessos, concorrendo, portanto, para o desaparecimento de uma das mais bonitas festas tí'o nosso folclore.
Lamentando, só temos uma frase......
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 14/06/1978
A morte de Paulo Quirino.
RIO Acabo de ler no JB a súbita morte, após uma exibição na Orquestra Sinfônica Brasileira, em Chicago, EEUU, do conhecido violinista" Pesah Nisembaum, únicos destacado músicos da nossa sinfônica, em excursão, sob a regência do maestro Isaac Karabtcevsky. Fora vítima de um ataque cardíaco.
A ocorrência me faz lembrar do "virtuoso" Paulo Quirino, igualmente violinista do maravilhoso conjunto que foi o "Jazz Moraes", dirigido pele maestro Antônio Moraes e que fez época na era de ouro da Capital do Cacau. Aliás, a última notícia que tive, há tempos, foi de que Moraes havia sido vítima de um ataque cardíaco, tendo ficado semi-paralítico.
Paulo Quirino, exímio solista, era filho do professor Quirino. afamado musicista bahiano, há muito falecido.
Violinista, dificilmente se encontrava Paulo Quirino, sem o seu instrumento, envolto no velho estojo de madeira. Costumava dizer, era plena farra, que o que mais desejava, na vida, era morrer tocando e só deixaria de tocar depois de morto. Verdadeira filosofia de um boêmio de fina estirpe.
Residia na subida da Conquista. no prolongamento do Gameleiro, um pouco acima do Filtro.
Participante ativo de festas e, como participante do Jazz não só tocava diariamente no cabaré de João Grande, como nas mais sofisticadas festas da cidade. Em qualquer parte da cidade que ele se exibia, a volta era sempre pelo Dendê e sempre pontilhada de paradas nos lupanários ou mesmo nos diversos bares, tocava e bebericava.
Certo dia, após sua função no Cabaré, Paulo Quirino se dirigiu para a sua casa, mas como que prevendo algo, as suas paradas eram mais demoradas e durante as quais executava um grande sucesso da época, o samba "Verde e Amarelo".
Já clareando o dia, perto da sua casa uma festinha. Esta feita, de última hora. a pretexto de qualquer coisa, ou sem nenhum pretexto.
Convidado, não se fez de rogado, mesmo porque se tratava de uma festa do vizinho. Saudado com uma “talagada” de licor, senta-se e começou a tocar a sua música predileta, o samba "Verde e Amarelo". Antes de terminar a primeira parte é fulminado por uma parada cardíaca.
Assim morreu um dos maiores violinistas que Ilhéus conheceu.
Estava satisfeita a vontade de um boêmio.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 09/12/1977
A ocorrência me faz lembrar do "virtuoso" Paulo Quirino, igualmente violinista do maravilhoso conjunto que foi o "Jazz Moraes", dirigido pele maestro Antônio Moraes e que fez época na era de ouro da Capital do Cacau. Aliás, a última notícia que tive, há tempos, foi de que Moraes havia sido vítima de um ataque cardíaco, tendo ficado semi-paralítico.
Paulo Quirino, exímio solista, era filho do professor Quirino. afamado musicista bahiano, há muito falecido.
Violinista, dificilmente se encontrava Paulo Quirino, sem o seu instrumento, envolto no velho estojo de madeira. Costumava dizer, era plena farra, que o que mais desejava, na vida, era morrer tocando e só deixaria de tocar depois de morto. Verdadeira filosofia de um boêmio de fina estirpe.
Residia na subida da Conquista. no prolongamento do Gameleiro, um pouco acima do Filtro.
Participante ativo de festas e, como participante do Jazz não só tocava diariamente no cabaré de João Grande, como nas mais sofisticadas festas da cidade. Em qualquer parte da cidade que ele se exibia, a volta era sempre pelo Dendê e sempre pontilhada de paradas nos lupanários ou mesmo nos diversos bares, tocava e bebericava.
Certo dia, após sua função no Cabaré, Paulo Quirino se dirigiu para a sua casa, mas como que prevendo algo, as suas paradas eram mais demoradas e durante as quais executava um grande sucesso da época, o samba "Verde e Amarelo".
Já clareando o dia, perto da sua casa uma festinha. Esta feita, de última hora. a pretexto de qualquer coisa, ou sem nenhum pretexto.
Convidado, não se fez de rogado, mesmo porque se tratava de uma festa do vizinho. Saudado com uma “talagada” de licor, senta-se e começou a tocar a sua música predileta, o samba "Verde e Amarelo". Antes de terminar a primeira parte é fulminado por uma parada cardíaca.
Assim morreu um dos maiores violinistas que Ilhéus conheceu.
Estava satisfeita a vontade de um boêmio.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 09/12/1977
Além das batatas e bananas
RIO — Otimo e mesmo muito bem bolada a crônica do Gilberto Costa, ''Futebol com Batata e Banana" ,publicada há dias aqui no "Jornal da Manhã'', satirizando jogadores de futebol de nomes exóticos, que estão atuando no Campeonato Brasileiro de Futebol.
Certa vez fiz uma crônica acerca de tão interessan-te assunto, publicado em "Falando do Passado", extensa lista de antigos jogadores da região do cacau, mais conhecidos pelos apelidos do que do seus próprios nomes, coisa aliás bem comum.
Efetivamente atuando nos "Pelezão", "Batisíão" "Orlandão" e tantos outros "aos", nada mais justo que, como diz Gilberto, os clubes apresentarem Fuscão,. Geraldão, Cidão, Sapatão, Marcâo, Tecão e companhia.
Tivemos, nos áureos tempos do futebol ilheense, Katroca, Meia-Branca, Vaporzinho, Turiba, verdadei¬ros pernas de pcu,
Também-atuavam em toda a região "astros" do quilate de Mil e quinhentos, Parafuso, Pau de Fumo, Tilói, Columbina, Canelinha, Tinteiro, Tenente, Badú, Jardú, misturados na linha dos "seu" e dos "de", como Seuvaga, Seudeixa, Deouro, Demola e Dahora.. Tinha-os os peixes Paru, Beré e Xaréu,'misturados com Jegue,'Bode. de Duca e o celebre Papagaio, alérru dos Dascabras e Jacaré, um verdadeiro Jardim Zoológico.
Representando seus lugares de nascimento tivemos Sambaituba, Serginano, Bahiano, Laranjeiras e até urn Miss Pirangí fazendo frente a Canavieiras.
Rcgistramos um Labirinto, emparelhado com Pão-sovado e Piloto e o fortificante "Mururé"
Na misturada encontramos Cebolinha, Chocolate, Cassaçau e até Corisco, Alicate e Gaiola,
Quando falo da gente daquele tempo não deixo de registrar es maiores da época do ouro do futebol de Ilhéus. Seu Deixa, Polibio, Janúncio, Neneu e Lulu Lopes. Todos excepcionais.
O último foi o verdadeiro introdutor da "bicicleta", na época conhecido como "borboleta", que a imprensa carioca diz ser invenção de Leonidas, o "Homem Borracha", no Mundial de 38 quando o nosso centro-médio já estava cansado de brindar a assistência, no velho Caupo do Satélite, com a espetacular jogada,
Voptando a "vaca fria", com ''Futebol com Batata e Banana", aumentei a -minha relação de nones, exóticos de Jogadores.
RUBENS E, SILVA Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 19/12/1977
Certa vez fiz uma crônica acerca de tão interessan-te assunto, publicado em "Falando do Passado", extensa lista de antigos jogadores da região do cacau, mais conhecidos pelos apelidos do que do seus próprios nomes, coisa aliás bem comum.
Efetivamente atuando nos "Pelezão", "Batisíão" "Orlandão" e tantos outros "aos", nada mais justo que, como diz Gilberto, os clubes apresentarem Fuscão,. Geraldão, Cidão, Sapatão, Marcâo, Tecão e companhia.
Tivemos, nos áureos tempos do futebol ilheense, Katroca, Meia-Branca, Vaporzinho, Turiba, verdadei¬ros pernas de pcu,
Também-atuavam em toda a região "astros" do quilate de Mil e quinhentos, Parafuso, Pau de Fumo, Tilói, Columbina, Canelinha, Tinteiro, Tenente, Badú, Jardú, misturados na linha dos "seu" e dos "de", como Seuvaga, Seudeixa, Deouro, Demola e Dahora.. Tinha-os os peixes Paru, Beré e Xaréu,'misturados com Jegue,'Bode. de Duca e o celebre Papagaio, alérru dos Dascabras e Jacaré, um verdadeiro Jardim Zoológico.
Representando seus lugares de nascimento tivemos Sambaituba, Serginano, Bahiano, Laranjeiras e até urn Miss Pirangí fazendo frente a Canavieiras.
Rcgistramos um Labirinto, emparelhado com Pão-sovado e Piloto e o fortificante "Mururé"
Na misturada encontramos Cebolinha, Chocolate, Cassaçau e até Corisco, Alicate e Gaiola,
Quando falo da gente daquele tempo não deixo de registrar es maiores da época do ouro do futebol de Ilhéus. Seu Deixa, Polibio, Janúncio, Neneu e Lulu Lopes. Todos excepcionais.
O último foi o verdadeiro introdutor da "bicicleta", na época conhecido como "borboleta", que a imprensa carioca diz ser invenção de Leonidas, o "Homem Borracha", no Mundial de 38 quando o nosso centro-médio já estava cansado de brindar a assistência, no velho Caupo do Satélite, com a espetacular jogada,
Voptando a "vaca fria", com ''Futebol com Batata e Banana", aumentei a -minha relação de nones, exóticos de Jogadores.
RUBENS E, SILVA Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 19/12/1977
Duarte e o piano de Dr. Péricles.
RIO — José Carlos Duarte, ou simplesmente J. Duarte havia chegado recente a Belmonte. Creio que foi no período da Segunda Grande Guerra Mundial. Imediatamente se uniu aos intelectuais da cidade, dentre os quais os jornalistas Carlos Monteiro e Msnoe1 Joaquim de Magalhães, diretores dos dois semanários belmontenses "O Lábaro" e "O Imparcial", fazendo parte da turma Florêncio Santos, Sosígenes Costa e Etelvino Flores.
Sergipano de nascimento, J. Duarte, pela sua comunicabilidade tornou-se imediatamente uma das pessoas mais populares da cidade sulina, participando de todos os eventos literários, inclusive, no setor do teatro amador, demonstrando seus dotes de comediante, encarnando, quase sempre o papel de sargento, que desempenhava com rara felicidade.que não quis dar ao intermediário:
Duarte que vive hoje pacatamente em Belo Horizonte, depois de residir vários anos em Almenara/MG, exercendo atividade jornalística, redator que era do "Vigia do Vale", já publicou dois livros: "Vultos Sem História" e "O Fogo e o Boi".
Ainda hoje a "guarda velha" belmontense se lembra dos deliciosos "momentos proporcionados pelo escritor sergipano nas suas apresentações no já desaparecido Cine-Teatro, situado na Avenida 15 de Novembro, nas imediações da Praça 13' de Maio, conhecida como a praça ''os Gringos”, devido ali residir a o maioria da colônia italiana, com suas casas comerciais.
Depois de cerca de 30 anos. o nosso "sargento" visitou a terrinha ,onde foi recebido carinhosamente.
Certa vez apareceu em. Belmonte um pianista que se propunha a dar um recital e, como o piano do Cine Teatro não estava em condições, resolveu pedir emprestado o instrumento a uma das muitas pessoas possuidora da valiosa peça. Como não podia deixar de ser, procurou Duarte como o seu intermediário para conseguir solucionar a situação. O comediante atendeu ao pedido e imediatamente pôs mãos à obra.
Um dos mais afinados pianos da praça era o do Dr. Péricles, advogado dos mais destacados e pessoa, apesar de satírico, de fino trato. Por isto foi o escolhido para emprestar o instrumento e, ao ser abordado, com muita delicadeza procurava "desconversar” o que deu logo a impressão de que não seria fácil conseguir conversa e como uma solução, o advogado sugeriu ao Duarte uma solução. Primeiro perguntou quanto, mais ou menos, calculava apurar no recital.
— Mais ou menos 200 mil réis, respondeu o intermediário.
— Então "seu" Duarte, eu pago os 200 mil réis e o pianista realizará o concerto em minha casa. Selecione uns convidados
Mesmo intrigado, J. Duarte não deixou do aceitar oferta. Finalmente era"muito melhor receber a importância determinada sem ter efetuar despesas e mesmo correr o risco de um fracasso de bilheteria.
Naturalmente o que o velho comediante não sabia era que o satírico advogado, o homem que dizia ser de Belmonte um país, jamais emprestaria seu valioso e para tal tinha uma desculpa decisiva que não quis dar ao intermediário:
Ao construir a sua casa, na colocar a porta onde estava o piano, fez o instrumento entrar e depois colocou a porta mais estreita, dificultrua do Comba, antes de a porta da saída onde estava o piano, fez o instrumento entrar e depois colocou a porta mais estreita, dificultando sua saída.
Assim justificava a negativa do empréstimo quando solicitado.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 08/06/1978
Sergipano de nascimento, J. Duarte, pela sua comunicabilidade tornou-se imediatamente uma das pessoas mais populares da cidade sulina, participando de todos os eventos literários, inclusive, no setor do teatro amador, demonstrando seus dotes de comediante, encarnando, quase sempre o papel de sargento, que desempenhava com rara felicidade.que não quis dar ao intermediário:
Duarte que vive hoje pacatamente em Belo Horizonte, depois de residir vários anos em Almenara/MG, exercendo atividade jornalística, redator que era do "Vigia do Vale", já publicou dois livros: "Vultos Sem História" e "O Fogo e o Boi".
Ainda hoje a "guarda velha" belmontense se lembra dos deliciosos "momentos proporcionados pelo escritor sergipano nas suas apresentações no já desaparecido Cine-Teatro, situado na Avenida 15 de Novembro, nas imediações da Praça 13' de Maio, conhecida como a praça ''os Gringos”, devido ali residir a o maioria da colônia italiana, com suas casas comerciais.
Depois de cerca de 30 anos. o nosso "sargento" visitou a terrinha ,onde foi recebido carinhosamente.
Certa vez apareceu em. Belmonte um pianista que se propunha a dar um recital e, como o piano do Cine Teatro não estava em condições, resolveu pedir emprestado o instrumento a uma das muitas pessoas possuidora da valiosa peça. Como não podia deixar de ser, procurou Duarte como o seu intermediário para conseguir solucionar a situação. O comediante atendeu ao pedido e imediatamente pôs mãos à obra.
Um dos mais afinados pianos da praça era o do Dr. Péricles, advogado dos mais destacados e pessoa, apesar de satírico, de fino trato. Por isto foi o escolhido para emprestar o instrumento e, ao ser abordado, com muita delicadeza procurava "desconversar” o que deu logo a impressão de que não seria fácil conseguir conversa e como uma solução, o advogado sugeriu ao Duarte uma solução. Primeiro perguntou quanto, mais ou menos, calculava apurar no recital.
— Mais ou menos 200 mil réis, respondeu o intermediário.
— Então "seu" Duarte, eu pago os 200 mil réis e o pianista realizará o concerto em minha casa. Selecione uns convidados
Mesmo intrigado, J. Duarte não deixou do aceitar oferta. Finalmente era"muito melhor receber a importância determinada sem ter efetuar despesas e mesmo correr o risco de um fracasso de bilheteria.
Naturalmente o que o velho comediante não sabia era que o satírico advogado, o homem que dizia ser de Belmonte um país, jamais emprestaria seu valioso e para tal tinha uma desculpa decisiva que não quis dar ao intermediário:
Ao construir a sua casa, na colocar a porta onde estava o piano, fez o instrumento entrar e depois colocou a porta mais estreita, dificultrua do Comba, antes de a porta da saída onde estava o piano, fez o instrumento entrar e depois colocou a porta mais estreita, dificultando sua saída.
Assim justificava a negativa do empréstimo quando solicitado.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 08/06/1978
O assassinato do José Luiz.
RIO — O Dendê, onde se centralizava a vida noturna de Ilhéus e compreenda uma área que abrangia a Rua Araújo Pinho até o Filtro, se espalhando pela Pimenta, naquele dia dos idos de 1935, começava a. se movimentar, pois as sessões dos cinemas Vitória e Ilhéus já terminaram, quando uma notícia, se espalhou, quase parando as atividades da boêmia:
— "Mataram Zé Luiz, no Corte da Av. Itabuna", O impacto foi tremendo e uma turma de curiosos se dirigiu ao local, de pouco movimento e sem iluminação. Muita gente sabia que José Luiz de a muito vinha lutando contra gente interessada em conquistar a sua fazenda de cacau, não medindo conseqüências para alcançar seu objetivo. Também todos sabiam que o Zé Luiz era um caboclo decidido e que vinha enfrentando a situação com desassombro. Porém, o que mais impressionava era ter sido o crime praticado na cidade e ter a vítima se exposto tão facilmente.
Participeí das diligências desde o levantamento do cadáver até o enterro, assistindo também a autópsia feita pelo Dr., Luiz Passos ,que ficou admirado com o estado físico do morto, pois seus órgãos vitais estavam perfeitos e, segundo o médico, tinha vida para muito tempo.
A polícia atuou com uma precisão extraordinária e, em cerca de 24 horas, tinha em mãos todas as pistas. O crime foi facilitado pela própria vitima que, apesar de valente, acreditava em forças ocultas, do baixo espiritismo, procurando macumbeiros que lhe “fechassem” o corpo. Era até certo ponto um fanatismo. Aproveitando este conseguiram sucesso na sua empreitada apesar de algumas vezes as “tocaias" terem falhado.
Naquela noite acompanhado de um compadre a quem. protegia financeiramente a vitima foi levada a uma “feiticeira" localizada na Carneiro da Rocha e lá, depois de receber uns passes, lhes foi entregue um " despacho" e a recomendação de que seguisse até o local indicado sem entretanto olhar para trás. Seguindo a risca o conselho da macumbeira, Zé Luiz ao chegar no ponto indicado (primeira encruzilhada da Avenida Itabuna), fez uma ligeira prece e, ao se abaixar para completar o ritual, recebe certeira facada que atingiu o coração, depois e atravessar o pulmão e atingir um rim. Ao ser atingido tentou sacar do seu punhal mais faltou-lhe forças para a reação.
Este relato foi feito por uma testemunha que, ocasionalmente, passava no local do crime e ainda viu o assassino subir a ladeira em direção a Rua Terezópolis.
O crime foi tramado por Pedro Guarda, o amigo 'a vítima que.arregimentou dois jovens para executar a empreitada. Por duas vezes os rapazes tiveram oportunidade de efetuar o crime mas lhes faltou coragem. Porém ameaçados de morte fizeram a terceira tentativa com completo êxito. Um deles, empregado do Colégio das Freiras, ao ser preso motivou um veemente protesto das freiras que não acreditaram ser seu empregado capaz de hediondo crime, e só acreditaram porque o punhal assassino estava guardado numa toiceira de gravatá, existente na entrada do Colégio.
O Pedro Guarda durante o velório e por ocasião do enterro não largava a alça do caixão, chorava copiosamente, ao mesmo tempo que jurava vingança aos matadores.
Segundo corria na época, o crime teve outros desenvolvimento Pois terceiros estavam envolvidos na trama foram eliminados misteriosamente.
Os bons antecedentes dos envolvidos pela lábia do Pedro Guarda, não os livraram da condenação, mas seu comportamento na penitenciária motivou a escolha para desempenhos administrativos no cárcere até o final do cumprimento das penas.
Do Pedro Guarda nunca mais tive notícias.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã
— "Mataram Zé Luiz, no Corte da Av. Itabuna", O impacto foi tremendo e uma turma de curiosos se dirigiu ao local, de pouco movimento e sem iluminação. Muita gente sabia que José Luiz de a muito vinha lutando contra gente interessada em conquistar a sua fazenda de cacau, não medindo conseqüências para alcançar seu objetivo. Também todos sabiam que o Zé Luiz era um caboclo decidido e que vinha enfrentando a situação com desassombro. Porém, o que mais impressionava era ter sido o crime praticado na cidade e ter a vítima se exposto tão facilmente.
Participeí das diligências desde o levantamento do cadáver até o enterro, assistindo também a autópsia feita pelo Dr., Luiz Passos ,que ficou admirado com o estado físico do morto, pois seus órgãos vitais estavam perfeitos e, segundo o médico, tinha vida para muito tempo.
A polícia atuou com uma precisão extraordinária e, em cerca de 24 horas, tinha em mãos todas as pistas. O crime foi facilitado pela própria vitima que, apesar de valente, acreditava em forças ocultas, do baixo espiritismo, procurando macumbeiros que lhe “fechassem” o corpo. Era até certo ponto um fanatismo. Aproveitando este conseguiram sucesso na sua empreitada apesar de algumas vezes as “tocaias" terem falhado.
Naquela noite acompanhado de um compadre a quem. protegia financeiramente a vitima foi levada a uma “feiticeira" localizada na Carneiro da Rocha e lá, depois de receber uns passes, lhes foi entregue um " despacho" e a recomendação de que seguisse até o local indicado sem entretanto olhar para trás. Seguindo a risca o conselho da macumbeira, Zé Luiz ao chegar no ponto indicado (primeira encruzilhada da Avenida Itabuna), fez uma ligeira prece e, ao se abaixar para completar o ritual, recebe certeira facada que atingiu o coração, depois e atravessar o pulmão e atingir um rim. Ao ser atingido tentou sacar do seu punhal mais faltou-lhe forças para a reação.
Este relato foi feito por uma testemunha que, ocasionalmente, passava no local do crime e ainda viu o assassino subir a ladeira em direção a Rua Terezópolis.
O crime foi tramado por Pedro Guarda, o amigo 'a vítima que.arregimentou dois jovens para executar a empreitada. Por duas vezes os rapazes tiveram oportunidade de efetuar o crime mas lhes faltou coragem. Porém ameaçados de morte fizeram a terceira tentativa com completo êxito. Um deles, empregado do Colégio das Freiras, ao ser preso motivou um veemente protesto das freiras que não acreditaram ser seu empregado capaz de hediondo crime, e só acreditaram porque o punhal assassino estava guardado numa toiceira de gravatá, existente na entrada do Colégio.
O Pedro Guarda durante o velório e por ocasião do enterro não largava a alça do caixão, chorava copiosamente, ao mesmo tempo que jurava vingança aos matadores.
Segundo corria na época, o crime teve outros desenvolvimento Pois terceiros estavam envolvidos na trama foram eliminados misteriosamente.
Os bons antecedentes dos envolvidos pela lábia do Pedro Guarda, não os livraram da condenação, mas seu comportamento na penitenciária motivou a escolha para desempenhos administrativos no cárcere até o final do cumprimento das penas.
Do Pedro Guarda nunca mais tive notícias.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã
O IV Congresso dos Aposentados da Previdência Social.
A reunião de aposentados de todo o Brasil em Porto Alegre
PORTO ALEGRE (De Rubens Esteves) — Com a presença de entidades de aposentados de quase todos os Estados, foi instalada na terça-feira última, nesta cidade, o IV Congresso dos Aposentados e Pensionistas do Brasil. A solenidade ioi realizada no plenário da Assembleia Legislativa gaúcha, sob a presidência do rcpresentante do Governador do Estado, Sinval Guazeli, e com a participação do presidente da Câmara de Vereadores e do Superintendente do IAMPS, além de ré presentantes de numerosa delegação de segurados da Previdência Social.
Na ocasião falaram além das personalidades mencionadas, representantes de entidades do Rio, São Paulo. Paraná, Santa Catarina e Pernambuco.
Pela manhã, em reunião de apresentação dos convencionais, foi eleita por aclamação, a Comissão Executiva do IV Congresso, que ficou assim constituída:
Presidente: Octávio Canabarro Ventura, presidente dos Aposentados de Porto Alegre, promotora do conclave, Unias da Cruz Oliveira, (São Paulo), Almiro Melo Pinho (Bahia), Amauri Soares Costa (Santos), Adonias Fereirra, dc Melo (Pernambuco), Aloisio Araújo (Pernambuco). Rubens Esteves da Silva (Rio).
Pela manhã foram encolhidos 03 membros das Comisões para o estudo das teses, sendo a mais importante a Comissão de Seguros Sociais, subdivida em 3 comissões. As outras comissões são de Assistência Médica Hospitalar, Organização e Funcionamento das Entidades de Aposentados e Moções, que iniciaram lego seus trabalhos.
Em número de entidades, a delegação de São Paulo, fci a maior. A do Rio de Janeiro, representada pela Federação de Aposentados e Pensionistas", trouxe à Porto Alegre cerca de 75 pessoas, sob a presidência do sr. Izaltino Pereira. Esta representação foi transportada em 2 onibus cedidos pela Legião Biasileira de Assistência.
Rubens E da Silva. Jornal da Manhã. 28/11/1978
PORTO ALEGRE (De Rubens Esteves) — Com a presença de entidades de aposentados de quase todos os Estados, foi instalada na terça-feira última, nesta cidade, o IV Congresso dos Aposentados e Pensionistas do Brasil. A solenidade ioi realizada no plenário da Assembleia Legislativa gaúcha, sob a presidência do rcpresentante do Governador do Estado, Sinval Guazeli, e com a participação do presidente da Câmara de Vereadores e do Superintendente do IAMPS, além de ré presentantes de numerosa delegação de segurados da Previdência Social.
Na ocasião falaram além das personalidades mencionadas, representantes de entidades do Rio, São Paulo. Paraná, Santa Catarina e Pernambuco.
Pela manhã, em reunião de apresentação dos convencionais, foi eleita por aclamação, a Comissão Executiva do IV Congresso, que ficou assim constituída:
Presidente: Octávio Canabarro Ventura, presidente dos Aposentados de Porto Alegre, promotora do conclave, Unias da Cruz Oliveira, (São Paulo), Almiro Melo Pinho (Bahia), Amauri Soares Costa (Santos), Adonias Fereirra, dc Melo (Pernambuco), Aloisio Araújo (Pernambuco). Rubens Esteves da Silva (Rio).
Pela manhã foram encolhidos 03 membros das Comisões para o estudo das teses, sendo a mais importante a Comissão de Seguros Sociais, subdivida em 3 comissões. As outras comissões são de Assistência Médica Hospitalar, Organização e Funcionamento das Entidades de Aposentados e Moções, que iniciaram lego seus trabalhos.
Em número de entidades, a delegação de São Paulo, fci a maior. A do Rio de Janeiro, representada pela Federação de Aposentados e Pensionistas", trouxe à Porto Alegre cerca de 75 pessoas, sob a presidência do sr. Izaltino Pereira. Esta representação foi transportada em 2 onibus cedidos pela Legião Biasileira de Assistência.
Rubens E da Silva. Jornal da Manhã. 28/11/1978
O IV Congresso dos Aposentados da Previdência Social.
A reunião de aposentados de todo o Brasil em Porto Alegre
PORTO ALEGRE (De Rubens Esteves) — Com a presença de entidades de aposentados de quase todos os Estados, foi instalada na terça-feira última, nesta cidade, o IV Congresso dos Aposentados e Pensionistas do Brasil. A solenidade ioi realizada no plenário da Assembleia Legislativa gaúcha, sob a presidência do rcpresentante do Governador do Estado, Sinval Guazeli, e com a participação do presidente da Câmara de Vereadores e do Superintendente do IAMPS, além de ré presentantes de numerosa delegação de segurados da Previdência Social.
Na ocasião falaram além das personalidades mencionadas, representantes de entidades do Rio, São Paulo. Paraná, Santa Catarina e Pernambuco.
Pela manhã, em reunião de apresentação dos convencionais, foi eleita por aclamação, a Comissão Executiva do IV Congresso, que ficou assim constituída:
Presidente: Octávio Canabarro Ventura, presidente dos Aposentados de Porto Alegre, promotora do conclave, Unias da Cruz Oliveira, (São Paulo), Almiro Melo Pinho (Bahia), Amauri Soares Costa (Santos), Adonias Fereirra, dc Melo (Pernambuco), Aloisio Araújo (Pernambuco). Rubens Esteves da Silva (Rio).
Pela manhã foram encolhidos 03 membros das Comisões para o estudo das teses, sendo a mais importante a Comissão de Seguros Sociais, subdivida em 3 comissões. As outras comissões são de Assistência Médica Hospitalar, Organização e Funcionamento das Entidades de Aposentados e Moções, que iniciaram lego seus trabalhos.
Em número de entidades, a delegação de São Paulo, fci a maior. A do Rio de Janeiro, representada pela Federação de Aposentados e Pensionistas", trouxe à Porto Alegre cerca de 75 pessoas, sob a presidência do sr. Izaltino Pereira. Esta representação foi transportada em 2 onibus cedidos pela Legião Biasileira de Assistência.
Rubens E da Silva. Jornal da Manhã. 28/11/1978
PORTO ALEGRE (De Rubens Esteves) — Com a presença de entidades de aposentados de quase todos os Estados, foi instalada na terça-feira última, nesta cidade, o IV Congresso dos Aposentados e Pensionistas do Brasil. A solenidade ioi realizada no plenário da Assembleia Legislativa gaúcha, sob a presidência do rcpresentante do Governador do Estado, Sinval Guazeli, e com a participação do presidente da Câmara de Vereadores e do Superintendente do IAMPS, além de ré presentantes de numerosa delegação de segurados da Previdência Social.
Na ocasião falaram além das personalidades mencionadas, representantes de entidades do Rio, São Paulo. Paraná, Santa Catarina e Pernambuco.
Pela manhã, em reunião de apresentação dos convencionais, foi eleita por aclamação, a Comissão Executiva do IV Congresso, que ficou assim constituída:
Presidente: Octávio Canabarro Ventura, presidente dos Aposentados de Porto Alegre, promotora do conclave, Unias da Cruz Oliveira, (São Paulo), Almiro Melo Pinho (Bahia), Amauri Soares Costa (Santos), Adonias Fereirra, dc Melo (Pernambuco), Aloisio Araújo (Pernambuco). Rubens Esteves da Silva (Rio).
Pela manhã foram encolhidos 03 membros das Comisões para o estudo das teses, sendo a mais importante a Comissão de Seguros Sociais, subdivida em 3 comissões. As outras comissões são de Assistência Médica Hospitalar, Organização e Funcionamento das Entidades de Aposentados e Moções, que iniciaram lego seus trabalhos.
Em número de entidades, a delegação de São Paulo, fci a maior. A do Rio de Janeiro, representada pela Federação de Aposentados e Pensionistas", trouxe à Porto Alegre cerca de 75 pessoas, sob a presidência do sr. Izaltino Pereira. Esta representação foi transportada em 2 onibus cedidos pela Legião Biasileira de Assistência.
Rubens E da Silva. Jornal da Manhã. 28/11/1978
O pavoroso incêndio de Ilhéus.
Maio de l934. A cidade se preparava para as festas de Junho, que começavam no dia 19 com as tradicionais trezenas de Santo Antônio, rezadas por toda a cidade, em casas particulares.
Casas de vendas de fogos em vários pontes, mas a principal delas estava situada no Largo do Unhão e pertencia a Salvador da Cunha Passos que também possuía um fabrico deles nos arredores do Pontal.
Casa com uma grande área, era a mais sortida, desde a mais simples "estrelinha" até as, bombas de alto teor de explosivo, gerenciada com o maior cuidado por um primo do proprietário chamado Rosalvo que estava sempre atento, advertindo as crianças, que se constituíam na mais barulhenta freguesia.
Apesar de todo o cuidado, naquele dia 16, por imprudência, ou melhor, um descuido de um garoto, uma pequena bomba foi jogada sobre o balcão do estabelecimento e com rapidez incrível incendiou o mostruário que estava na frente e, imediatamente, tomou conta de toda a casa se transformando no maior incêndio verificado na cidade, ou podemos dizer na região.
Os estampidos eram ouvidos por toda a cidade e o teto da casa se espalhava por uma área superior a 200 metros. A população afluir ao local onde as autoridades, sob . A direção do prefeito Eusínio Lavigne, procurava amenizar a situação. A arregimentação foi total. Munidos das mais variadas vasilhas, populares transportavam água apanhadas no rio, num movimento de solidariedade digno de registro.
Em meio a tragédia, um caso doloroso. Na casa contígua ao estabelecimento, residia uma senhora, a viúva Rosalina Pinto, mãe de muitos filhos, dentre os quais Paulo e Antônio Pinto, este, destacado esportista local. Paralítica e atordada em meio de tamanha situação, e sem ter possibilidade de sair da casa, devido a saída principal estar interditada, os espectadores desviaram sua atenção para seu drama. Todos procuravam uma saída para a velha senhora, porém, as dificuldades eram grandes, mesmo porque as labaredas do pavoroso incêndio impediam uma ação mais eficaz.
Finalmente depois de uma luta intensa, se conseguiu invadir pela janela a residência de dona Rosalina, salvando-a, podemos dizer, milagrosamente.
Salva a veneranda senhora e, depois de algumas horas de luta, o incêndio foi debelado, deixando a casa em escombros e a residência vizinha bem danificada. Os prejuízos subiram a mais de 150 contos de réis.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 27/10/1977
Casas de vendas de fogos em vários pontes, mas a principal delas estava situada no Largo do Unhão e pertencia a Salvador da Cunha Passos que também possuía um fabrico deles nos arredores do Pontal.
Casa com uma grande área, era a mais sortida, desde a mais simples "estrelinha" até as, bombas de alto teor de explosivo, gerenciada com o maior cuidado por um primo do proprietário chamado Rosalvo que estava sempre atento, advertindo as crianças, que se constituíam na mais barulhenta freguesia.
Apesar de todo o cuidado, naquele dia 16, por imprudência, ou melhor, um descuido de um garoto, uma pequena bomba foi jogada sobre o balcão do estabelecimento e com rapidez incrível incendiou o mostruário que estava na frente e, imediatamente, tomou conta de toda a casa se transformando no maior incêndio verificado na cidade, ou podemos dizer na região.
Os estampidos eram ouvidos por toda a cidade e o teto da casa se espalhava por uma área superior a 200 metros. A população afluir ao local onde as autoridades, sob . A direção do prefeito Eusínio Lavigne, procurava amenizar a situação. A arregimentação foi total. Munidos das mais variadas vasilhas, populares transportavam água apanhadas no rio, num movimento de solidariedade digno de registro.
Em meio a tragédia, um caso doloroso. Na casa contígua ao estabelecimento, residia uma senhora, a viúva Rosalina Pinto, mãe de muitos filhos, dentre os quais Paulo e Antônio Pinto, este, destacado esportista local. Paralítica e atordada em meio de tamanha situação, e sem ter possibilidade de sair da casa, devido a saída principal estar interditada, os espectadores desviaram sua atenção para seu drama. Todos procuravam uma saída para a velha senhora, porém, as dificuldades eram grandes, mesmo porque as labaredas do pavoroso incêndio impediam uma ação mais eficaz.
Finalmente depois de uma luta intensa, se conseguiu invadir pela janela a residência de dona Rosalina, salvando-a, podemos dizer, milagrosamente.
Salva a veneranda senhora e, depois de algumas horas de luta, o incêndio foi debelado, deixando a casa em escombros e a residência vizinha bem danificada. Os prejuízos subiram a mais de 150 contos de réis.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 27/10/1977
Quando Sylvio Caldas visitou Ilhéus.
RIO — Foi verdadeiramente um dia de festa em Ilhéus, quando Sylvio Caldas, se apresentou, numa única apresentação, por iniciativa da Prefeitura local.
"A exibição foi na escadaria da Prefeitura, diante de uma multidão que desde cedo, se espremia por toda a Praça J. J, $eabra, esperando o "eterno" Caboclinho Querido.
Era prefeito o dr. Mário Pessoa, na sua segunda investidura, substituto de Raymundo Pacheco. Svïvio Caldas desde a sua chegada a Capital do Cacau, foi logo acercado por um grande número de boêmios intelectuais, tendo à frente o dr. Hervélcio, que os levou a diversos lugares, principalmente onde o "papo" poderia ser "regado" com batidas, tais como-no Vesúvio, Sizinio Barros, Antônio Espanhol, Zizemberg e tantos outros.
Nesta linha estava um dos pontos prediletos da classe média, constituída de gente de cartórios, advogados e até médicos. Era um barzinho, um espécie de bazar, situado no inicio da Rua das Quintas, mesmo em frente a casa do prefeito. O seu nome era "Escoididinho, de Jorge Almea que, enquanto despachava a freguezta, fazia questão de exibir sem dotes poeticos, principalmente quando o estabelecimento recebia visitas mais destacadas,
A casa tinha uma parede disponível para retratos de personalidades do mundo artísticocos, devidamente autografados, provando a sua passagem pelo pequeno estabelecimemo.
A exibição de Syivio Caldas estava marcada para ter início às 20 horas e, justamente, nesta hora, já o prefeito e autoridades chegavam ao local, sem que entretanto o artista tivesse aparecido. O tempo passava e os boatos começaram a surgir. Todos sabiam por onde tinha andado o afamado cantor e a última noticia era que ele estava, com os Pintos, na casa de dr, Hervelcio Marques preparando uma peixada, no que era especialista.
Finalmente, às 21 horas, sob estrcpitosa salva de palmas sobe as escadarias da Prefeitura -o Caboclinho Querido. Se prepara para seu primeiro número mas a aparelhagem de som ."pifa" e os técnicos não encontram o defeito.
Diante da situação, Sylvio Caldas resolveu cantar "no Peito" e deliciou a enorme plateia como os seus grandes sucessos, sucessos de todos os tempos-; — Caboclo Abandonado, Adeus, Felicidade, Virada ;da Montanha, As Pastorinhas, e tantas outras, encerrando com o ontológico "Até Breve".
Foi uma noite inesquecível
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 13/12/1977
"A exibição foi na escadaria da Prefeitura, diante de uma multidão que desde cedo, se espremia por toda a Praça J. J, $eabra, esperando o "eterno" Caboclinho Querido.
Era prefeito o dr. Mário Pessoa, na sua segunda investidura, substituto de Raymundo Pacheco. Svïvio Caldas desde a sua chegada a Capital do Cacau, foi logo acercado por um grande número de boêmios intelectuais, tendo à frente o dr. Hervélcio, que os levou a diversos lugares, principalmente onde o "papo" poderia ser "regado" com batidas, tais como-no Vesúvio, Sizinio Barros, Antônio Espanhol, Zizemberg e tantos outros.
Nesta linha estava um dos pontos prediletos da classe média, constituída de gente de cartórios, advogados e até médicos. Era um barzinho, um espécie de bazar, situado no inicio da Rua das Quintas, mesmo em frente a casa do prefeito. O seu nome era "Escoididinho, de Jorge Almea que, enquanto despachava a freguezta, fazia questão de exibir sem dotes poeticos, principalmente quando o estabelecimento recebia visitas mais destacadas,
A casa tinha uma parede disponível para retratos de personalidades do mundo artísticocos, devidamente autografados, provando a sua passagem pelo pequeno estabelecimemo.
A exibição de Syivio Caldas estava marcada para ter início às 20 horas e, justamente, nesta hora, já o prefeito e autoridades chegavam ao local, sem que entretanto o artista tivesse aparecido. O tempo passava e os boatos começaram a surgir. Todos sabiam por onde tinha andado o afamado cantor e a última noticia era que ele estava, com os Pintos, na casa de dr, Hervelcio Marques preparando uma peixada, no que era especialista.
Finalmente, às 21 horas, sob estrcpitosa salva de palmas sobe as escadarias da Prefeitura -o Caboclinho Querido. Se prepara para seu primeiro número mas a aparelhagem de som ."pifa" e os técnicos não encontram o defeito.
Diante da situação, Sylvio Caldas resolveu cantar "no Peito" e deliciou a enorme plateia como os seus grandes sucessos, sucessos de todos os tempos-; — Caboclo Abandonado, Adeus, Felicidade, Virada ;da Montanha, As Pastorinhas, e tantas outras, encerrando com o ontológico "Até Breve".
Foi uma noite inesquecível
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 13/12/1977
Um pouco de Ilhéus antigo (2).
Rio — A praça Cairu está sendo-remodelada e dentro cm breve, segundo o JORNAL DA MANHÃ, será reinaugurada podemos, dizer, graças a campanha promovida por este jornal, inclusive, no sentido de ser eliminado o «curral» construído pela desativada Estrada de Ferro Ilhéus a Conquista.
A Praça Cairu, nas primeiras décadas do século, até a proibição do jogo no país, além de ser um divisor da cidade, era o ponto preferido dos freqüentadores da zona do «meretrício», que abrangia uma larga faixa compreendida entre a Praça Seabra e o Gameleiro, abrangendo as ruas Paranaguá, Linha e Araújo Pinho, o .verdadeiro «foco», onde o mulherio livre concorria com os viciados na jogatina, pois ali era bancado toda a espécie de jogo durante às 24 horas do dia.
As dimensões da Cairu eram pequenas, pois antes da rua 7 de Setembro existia ura pequeno quarteirão, onde uma casa comercial ficava em frente da artéria. No quarteirão além de existir um pardieiro onde estava localizada o víspora de Manoel Goiano, residia um dos responsáveis pela vida noturna da cidade, ou seja, João Grande, que era gerente do Bataclan, no Largo do União e da Iria, tradicional vendedora de mingau, cujo ponto era em frente ao Café do Calixto, na Firmino Amaral. Havia ainda um barracão da Estrada perto de onde está localizada a bomba de gasolina do ex-prefeito Herval Soledade, que dificultava o acesso à rua Carneiro da Rocha. A padaria ainda existe mas desapareceu uma barbearia e uma casa de cômodos que deram lugar a casas comerciais, findando com um açougue, perto do bar Guanabara, onde hoje todas as tardes, se localizam vendedores de verduras e quitutes.
Do lado da Estrada existia uma área onde às sextas e sábados , era localizada a feira livre, havendo ainda um pequeno campo, onde ferroviários realizavam «peladas», tendo dali surgido um dos bons clubes da cidade, ou .seja o Guarani, que disputou uns dois campeonatos oficiais.
No Gameleiro, as ruas Carneiro da Rocha, 7 de Setembro, Pimenta até a Ponta da Pedra, praticamente não houve modificações substanciais, a não ser a obstrução de valas infectas e reforma de alguns prédios.
Na Pimenta de Baixo, para onde foi mudada a cadeia publica, que estava localizada nos fundos da Prefeitura Municipal, na Praça Seabra, hoje está localizado ura ponto de vendagem de peixe, na esquina da rua Maria Quitéria.
Lamentavelmente, quase completamente abandonado, junto a estação ferroviária, está o palacete dos Berbert de Castro que, a meu ver, deveria ser transformado em museu, mesmo depois da mudança do Estado Maior da Policia Militar, que ali esteve sediada.
Certa vez, em pleno dia, a Cairu foi palco de uma cena, até certo ponto cômica.
Conhecido advogado, depois de uma séria discussão numa casa de cômodo existente junto a então Padaria Buarque, sai em desabalada corrida, vestido apenas da sua cueca e não fosse a providencial ajuda do barbeiro vizinho lhe entregando um capote, a situação do causídico agravaria mais o escândalo provocado pelo ato.
Como repórter procurei o autor da façanha, meu amigo e, como resposta a uma pergunta por que procedera daquela forma, recebi a seguinte resposta:
— Diga francamente, você já esteve num quarto acuado por uma mulher desesperada, empunhando um punhal deste tamanho?
Não tive outra alternativa, dei razão ao jovem advogado.
Rubens E da Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 26/06/1978
A Praça Cairu, nas primeiras décadas do século, até a proibição do jogo no país, além de ser um divisor da cidade, era o ponto preferido dos freqüentadores da zona do «meretrício», que abrangia uma larga faixa compreendida entre a Praça Seabra e o Gameleiro, abrangendo as ruas Paranaguá, Linha e Araújo Pinho, o .verdadeiro «foco», onde o mulherio livre concorria com os viciados na jogatina, pois ali era bancado toda a espécie de jogo durante às 24 horas do dia.
As dimensões da Cairu eram pequenas, pois antes da rua 7 de Setembro existia ura pequeno quarteirão, onde uma casa comercial ficava em frente da artéria. No quarteirão além de existir um pardieiro onde estava localizada o víspora de Manoel Goiano, residia um dos responsáveis pela vida noturna da cidade, ou seja, João Grande, que era gerente do Bataclan, no Largo do União e da Iria, tradicional vendedora de mingau, cujo ponto era em frente ao Café do Calixto, na Firmino Amaral. Havia ainda um barracão da Estrada perto de onde está localizada a bomba de gasolina do ex-prefeito Herval Soledade, que dificultava o acesso à rua Carneiro da Rocha. A padaria ainda existe mas desapareceu uma barbearia e uma casa de cômodos que deram lugar a casas comerciais, findando com um açougue, perto do bar Guanabara, onde hoje todas as tardes, se localizam vendedores de verduras e quitutes.
Do lado da Estrada existia uma área onde às sextas e sábados , era localizada a feira livre, havendo ainda um pequeno campo, onde ferroviários realizavam «peladas», tendo dali surgido um dos bons clubes da cidade, ou .seja o Guarani, que disputou uns dois campeonatos oficiais.
No Gameleiro, as ruas Carneiro da Rocha, 7 de Setembro, Pimenta até a Ponta da Pedra, praticamente não houve modificações substanciais, a não ser a obstrução de valas infectas e reforma de alguns prédios.
Na Pimenta de Baixo, para onde foi mudada a cadeia publica, que estava localizada nos fundos da Prefeitura Municipal, na Praça Seabra, hoje está localizado ura ponto de vendagem de peixe, na esquina da rua Maria Quitéria.
Lamentavelmente, quase completamente abandonado, junto a estação ferroviária, está o palacete dos Berbert de Castro que, a meu ver, deveria ser transformado em museu, mesmo depois da mudança do Estado Maior da Policia Militar, que ali esteve sediada.
Certa vez, em pleno dia, a Cairu foi palco de uma cena, até certo ponto cômica.
Conhecido advogado, depois de uma séria discussão numa casa de cômodo existente junto a então Padaria Buarque, sai em desabalada corrida, vestido apenas da sua cueca e não fosse a providencial ajuda do barbeiro vizinho lhe entregando um capote, a situação do causídico agravaria mais o escândalo provocado pelo ato.
Como repórter procurei o autor da façanha, meu amigo e, como resposta a uma pergunta por que procedera daquela forma, recebi a seguinte resposta:
— Diga francamente, você já esteve num quarto acuado por uma mulher desesperada, empunhando um punhal deste tamanho?
Não tive outra alternativa, dei razão ao jovem advogado.
Rubens E da Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 26/06/1978
Complementando um bate bola.
RIO — Reminiscências. Quem não lê reminiscências mesmo que elas nãosejam agradáveis, pois se "recordar é viver" nada melhor do que relembrar nossos tempos passados.
Uma parte da minha juventude participei das atividades esportivas ilheenses, por este motivo, ao ler uma das últimas crônicas de Ady Brandão no "Jornal da Manhã” anunciando a possibilidade do ressurgimento dos "amarelinhos", do Ferreira do Posto, do Otávio Bomfim, dos Brandões da Rua das Quintas, do Rogério Nascimento, e do exaltadíssimo Manoel Caboclo, cuja cadeira "cativa" nos campos de futebol estava sempre atrás do gol adversário, resolvi complementar a bem elaborada crônica, com alguns dados que Julgo necessários.
Não tenho em mãos estatísticas dos velhos campeonatos da antiga Líga Ilheense de Desportes Terrestres, da qual participei, mas estou propenso a acreditar no levantamento feito pelo Ady, filho de flamenguista doente como Adauto Brandão, entretanto, a título de colaboração, espero complementar o escrito, dando ligeiro subsídio que, decerto avivará recordações de velhos torcedores, mesmo àqueles irivais ferrenhos do aurr-negro, agrupados no Esporte Clube Vitória.
Aiém dos jogadores lembrados na crônica, que julgo uma turma a segunda fase do Flamengo, temos que retroceder aos idos de 1920 para 1930, onde o goleiro Francelino, da Luz e Força, fazia "misérias’, scndo depois substiuídoi pelo Xdâiicio qoes sem ser um grande goíeíro, era amparado eficï-entemente p:-ïa tíup1a Atíamastor e França. Na média estavam Rogério, Jorge Silva e Rafael, entrando depois, no centro o “mig-non" Otavinho. Na frente despontava Políbio fazendo a asa-direita com Almeida, estando no comando o "mestre” Angelo, verdadeiro bailarino. Agnelo, ns meia esquerda era o mais fraco, porém contava com um dos melhores dianteiros da época, um dos monstros sagrados do futebol ilheense3 que era o Janúncio, o “Papagaio”, componente da melhor ala esquerda do Estado, ou seja Januncio e Nenéu.
Depois foram surgindo novos valores como Dircinho, Leite, Canavieíras (Incêndio), Gildo, Amorzinho, Didi, Fofo, Augusto, Doutor, e muitos outros que mantiveram ainda, por mu:to tempo, a Hegemonia da equipe, dona da uma torcida até certo ponto, fanática.
Temos certeza que, com o ressurgimento do Flamengo teremos em breve a volta do Vitória ef com isto, o esporte Ilheense, voltará a ocupar o seu lugar de destsaque no cenário futebolístico bahiano.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 22/09/1977
Uma parte da minha juventude participei das atividades esportivas ilheenses, por este motivo, ao ler uma das últimas crônicas de Ady Brandão no "Jornal da Manhã” anunciando a possibilidade do ressurgimento dos "amarelinhos", do Ferreira do Posto, do Otávio Bomfim, dos Brandões da Rua das Quintas, do Rogério Nascimento, e do exaltadíssimo Manoel Caboclo, cuja cadeira "cativa" nos campos de futebol estava sempre atrás do gol adversário, resolvi complementar a bem elaborada crônica, com alguns dados que Julgo necessários.
Não tenho em mãos estatísticas dos velhos campeonatos da antiga Líga Ilheense de Desportes Terrestres, da qual participei, mas estou propenso a acreditar no levantamento feito pelo Ady, filho de flamenguista doente como Adauto Brandão, entretanto, a título de colaboração, espero complementar o escrito, dando ligeiro subsídio que, decerto avivará recordações de velhos torcedores, mesmo àqueles irivais ferrenhos do aurr-negro, agrupados no Esporte Clube Vitória.
Aiém dos jogadores lembrados na crônica, que julgo uma turma a segunda fase do Flamengo, temos que retroceder aos idos de 1920 para 1930, onde o goleiro Francelino, da Luz e Força, fazia "misérias’, scndo depois substiuídoi pelo Xdâiicio qoes sem ser um grande goíeíro, era amparado eficï-entemente p:-ïa tíup1a Atíamastor e França. Na média estavam Rogério, Jorge Silva e Rafael, entrando depois, no centro o “mig-non" Otavinho. Na frente despontava Políbio fazendo a asa-direita com Almeida, estando no comando o "mestre” Angelo, verdadeiro bailarino. Agnelo, ns meia esquerda era o mais fraco, porém contava com um dos melhores dianteiros da época, um dos monstros sagrados do futebol ilheense3 que era o Janúncio, o “Papagaio”, componente da melhor ala esquerda do Estado, ou seja Januncio e Nenéu.
Depois foram surgindo novos valores como Dircinho, Leite, Canavieíras (Incêndio), Gildo, Amorzinho, Didi, Fofo, Augusto, Doutor, e muitos outros que mantiveram ainda, por mu:to tempo, a Hegemonia da equipe, dona da uma torcida até certo ponto, fanática.
Temos certeza que, com o ressurgimento do Flamengo teremos em breve a volta do Vitória ef com isto, o esporte Ilheense, voltará a ocupar o seu lugar de destsaque no cenário futebolístico bahiano.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 22/09/1977
As festas do dia do caixeiro.
RIO — Não sei como Ilhéus está comemorando atualmente o Dia do Caixeiro, mesmo porque, devido a uma determinação oficial, depois de ouvidos os interessados, os dias consagrados as diversas classes, tais como professores, funcionários públicos, comerciáros, etc, foram alterados e passaram o ser móveis, com exceção do Dia do Trabalho, mantido no dia 1º de Maio. Porém, vale a pena relembrar como, na bela cidade de São Jorge dos Ilhéus, era feriado o 30 de outubro, data comemorativa dos Empregados no Comércio.
Era um dia de festa, eminentemente esportiva. Pela manhã, uma Corrida, cujo trajeto abrangia toda a cidade, atravessando o Plano Inclinado, Alto da Conquista, descendo a Ladeira da Vitória, seguindo a Rua da Linha e depo;s de passar pela Ilha das Cobras descia a Rua Paranaguá até o Vesúvio, onde terminava. O atletas eram aplaudidos, orientados e até vaiados pela população. Por muitos anos o interesse geral era pelas colocações secundárias, uma vez que o atleta do Flamengo, Gaiola era o tradicional vencedor da prova. Isto até que num certo ano, apareceu o que seria, podemos dizer o mais famoso fundista do Estado, o rústico João da Verdura, um vendedor de hortaliças a domicílio, que morava lá pelo Alto do Ceará.
Efetivamente João da Verdura, que ficou conhecidíssimo por ter derrotado Gaiola, foi protagonista de uma grande façanha em Salvador, convidado que foi a participar de uma tradicional maratona na Capital do Estado.
Mal conhecendo o itinerário da prova, mesmo porque também não conhecia a cidade, João da Verdura, em plena prova, exttraviou-se da rota, só a alcançando só a alcançando novamente depois de mais de cinco minutos. Mesmo assim o nosso herói levou de vencida a tradicional maratona, na qual participavam os mais famosos corredores.
Mas, vamos a Festa dos Caixeiros.
Depois da maratona ,na parte da tarde, tinha lugar um Torneio de Futebol disputado entre equipes formadas pelos estabelecimentos comercais, no velho campo do Satélite. Creio que até no "Mário Pessoa" ainda foi disputado, com a participação de não de mais de 10 clubes.
O contraste do Torneio Caixeiral e o sucesso, era a participação entre "cracks", de verdadeiros "Pernas-de-Paus". Estes sim, eram os donos do espetáculo. Distribuiam caneladas a torto e a direito, fazendo a assistência delirar e constituindo motivo de comentários, nas ruas da Praça Firm;no Amaral.
O êxito das competições do Dia do Caixeiro, estava na.sua aparente desorganização. comandada pelo saudoso Everaldo Farias, o "Peixinho" que com seus companheiros da "Sardinha em Latas", tais como Libério Menezes, Rubino, Marcolino, Dr, Cachorro" todos comerciários e mais alguns, conseguiam controlar as arestas, e, finalmente, alcançando grande êxito.
Rubens E. da Silva. Jornal da manhã. Ilhéus/BA 04/11/1977
Era um dia de festa, eminentemente esportiva. Pela manhã, uma Corrida, cujo trajeto abrangia toda a cidade, atravessando o Plano Inclinado, Alto da Conquista, descendo a Ladeira da Vitória, seguindo a Rua da Linha e depo;s de passar pela Ilha das Cobras descia a Rua Paranaguá até o Vesúvio, onde terminava. O atletas eram aplaudidos, orientados e até vaiados pela população. Por muitos anos o interesse geral era pelas colocações secundárias, uma vez que o atleta do Flamengo, Gaiola era o tradicional vencedor da prova. Isto até que num certo ano, apareceu o que seria, podemos dizer o mais famoso fundista do Estado, o rústico João da Verdura, um vendedor de hortaliças a domicílio, que morava lá pelo Alto do Ceará.
Efetivamente João da Verdura, que ficou conhecidíssimo por ter derrotado Gaiola, foi protagonista de uma grande façanha em Salvador, convidado que foi a participar de uma tradicional maratona na Capital do Estado.
Mal conhecendo o itinerário da prova, mesmo porque também não conhecia a cidade, João da Verdura, em plena prova, exttraviou-se da rota, só a alcançando só a alcançando novamente depois de mais de cinco minutos. Mesmo assim o nosso herói levou de vencida a tradicional maratona, na qual participavam os mais famosos corredores.
Mas, vamos a Festa dos Caixeiros.
Depois da maratona ,na parte da tarde, tinha lugar um Torneio de Futebol disputado entre equipes formadas pelos estabelecimentos comercais, no velho campo do Satélite. Creio que até no "Mário Pessoa" ainda foi disputado, com a participação de não de mais de 10 clubes.
O contraste do Torneio Caixeiral e o sucesso, era a participação entre "cracks", de verdadeiros "Pernas-de-Paus". Estes sim, eram os donos do espetáculo. Distribuiam caneladas a torto e a direito, fazendo a assistência delirar e constituindo motivo de comentários, nas ruas da Praça Firm;no Amaral.
O êxito das competições do Dia do Caixeiro, estava na.sua aparente desorganização. comandada pelo saudoso Everaldo Farias, o "Peixinho" que com seus companheiros da "Sardinha em Latas", tais como Libério Menezes, Rubino, Marcolino, Dr, Cachorro" todos comerciários e mais alguns, conseguiam controlar as arestas, e, finalmente, alcançando grande êxito.
Rubens E. da Silva. Jornal da manhã. Ilhéus/BA 04/11/1977
A chacina da chácara dos Carilhos.
RIO — Naquela madrugada de domingo de maio de 1934, Ilhéus foi abalada com a trágica notícia de que dois jovens haviam trucidado uma família inteira, na Chácara dos Carilhos nos arredores da Conquista.
Confirmada a notícia, uma caravana policial dirigida pessoalmente pelo delegado de polícia Tenente Izaias Reis, se dirigiu ao local da qual, como repórter participei, que chegou cerca de 8 horas.
Localizada numa área quase deserta, pois a casa mais perto distava uns 300 metros, o casebre de apenas dois cômodos além de uma cozinha improvisada na área dos fundos, acomodava família constituída de 5 membros o casal três filhos menores.
Ao aproximarmos de lá ouvimos fracos gemidos, mais parecidos com sussurros, que nos dava certeza da existência de pessoas vivas no seu interior onde, para se entrar, foi necessária uma ordem de arrombamento, pela porta do fundo.
Ao abrir a porta, quando o corpo de uma das vítimas, sem forças, cai sobre um policial, verificamos uma cena impressionante, para não dizer dantesca. Lá estavam quatro pessoas, para nós, fisicamente mortas, misturada entre restos de comidas poças de sangue. O impacto imobilizou a polícia. por instantes, após o que o tenente..... do local, verificando apenas existir um morto, que era Antônio Ezequiel, chefe da casa. Os três outros personagens, seus filhos, em estado lastimável estavam vivos, apesar da fúria assassina dos criminosos que os atacaram deixando seus corpos cheios de chagas, devido às pauladas e facadas recebidas.
Nas investigações que se seguiram, o crime foi reconstituído em seus mínimos detalhes.
Cerca de 22 horas, quando a família de Ezequiel, reunida, estava jantando, alguém bate à porta. Tratava-se de um jovem conhecido da casa de nome Adão. Ia solicitar ajuda e abrigo na casa do velho que vivia de vender carne e miúdos de porco a domicilio. Dizia ele ter havido praticado um crime, no Alto da Conquista, e estava arrependido.
Tratava-se de Adão dos Santos, de vida pacata sem antecedentes criminais, pelo menos que se conhecesse. O velho depois de o convidar para Jantar, começou a dar-lhes conselhos quando, surgem o companheiro de Adão, este armado de cacete, desfechando pauladas, sendo imediatamente ajudado pelo companheiro que, armado de faca ,participa da chacina. A violência é tamanha que os criminosos não reparam o desaparecimento da esposa do Ezequiel, d. Maria que, mesmo ferida, arrastando-se conseguiu alcançar a casa de um seu vizinho e relatar a ocorrência, solicitando ajuda para seus familiares. Mas quando os vizinhos chegaram ao local, não mais encontraram os criminosos que, depois de revirarem tudo, a cata de dinheiro, fugiram sem nada levar, conforme relataram depois à polícia.
A família de Ezequiel era formada de sua esposa Mara e dos filhos Vivaldo, de sete anos, Daniel de 11 e Uriel, uma mocinha de 15 anos que, com os ferimentos recebidos, não permitiam que se tocassem nos seus corpos, o que dificultou a remoção ao Hospital São José, feita em uma viatura em marcha lenta, proporcionando um acompanhamento numeroso durante o qual numerosas pessoas mostravam-se sedentas de vingança.
Dia depois num lugarejo do interior, Adão e Manoel foram encontrados participando de um ‘baba’, como se nada tivessem feito. A prisão da dupla foi cautelosa, sem a esperada reação, devido a periculosidade dos criminosos que sem rodeios, confirmou o bárbaro crime.
Para chegar a cadeia com os criminosos, a polícia teve que despistar, afim de evitar uma reação popular.
Apesar da gravidade dos fermentos D; Maria e seus três filhos que receberam especial tratamento no Hospital, sobreviveram, sendo que a primeira faleceu anos depois e dos seus três filhos não tenho notícias.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 07/10/1977
Confirmada a notícia, uma caravana policial dirigida pessoalmente pelo delegado de polícia Tenente Izaias Reis, se dirigiu ao local da qual, como repórter participei, que chegou cerca de 8 horas.
Localizada numa área quase deserta, pois a casa mais perto distava uns 300 metros, o casebre de apenas dois cômodos além de uma cozinha improvisada na área dos fundos, acomodava família constituída de 5 membros o casal três filhos menores.
Ao aproximarmos de lá ouvimos fracos gemidos, mais parecidos com sussurros, que nos dava certeza da existência de pessoas vivas no seu interior onde, para se entrar, foi necessária uma ordem de arrombamento, pela porta do fundo.
Ao abrir a porta, quando o corpo de uma das vítimas, sem forças, cai sobre um policial, verificamos uma cena impressionante, para não dizer dantesca. Lá estavam quatro pessoas, para nós, fisicamente mortas, misturada entre restos de comidas poças de sangue. O impacto imobilizou a polícia. por instantes, após o que o tenente..... do local, verificando apenas existir um morto, que era Antônio Ezequiel, chefe da casa. Os três outros personagens, seus filhos, em estado lastimável estavam vivos, apesar da fúria assassina dos criminosos que os atacaram deixando seus corpos cheios de chagas, devido às pauladas e facadas recebidas.
Nas investigações que se seguiram, o crime foi reconstituído em seus mínimos detalhes.
Cerca de 22 horas, quando a família de Ezequiel, reunida, estava jantando, alguém bate à porta. Tratava-se de um jovem conhecido da casa de nome Adão. Ia solicitar ajuda e abrigo na casa do velho que vivia de vender carne e miúdos de porco a domicilio. Dizia ele ter havido praticado um crime, no Alto da Conquista, e estava arrependido.
Tratava-se de Adão dos Santos, de vida pacata sem antecedentes criminais, pelo menos que se conhecesse. O velho depois de o convidar para Jantar, começou a dar-lhes conselhos quando, surgem o companheiro de Adão, este armado de cacete, desfechando pauladas, sendo imediatamente ajudado pelo companheiro que, armado de faca ,participa da chacina. A violência é tamanha que os criminosos não reparam o desaparecimento da esposa do Ezequiel, d. Maria que, mesmo ferida, arrastando-se conseguiu alcançar a casa de um seu vizinho e relatar a ocorrência, solicitando ajuda para seus familiares. Mas quando os vizinhos chegaram ao local, não mais encontraram os criminosos que, depois de revirarem tudo, a cata de dinheiro, fugiram sem nada levar, conforme relataram depois à polícia.
A família de Ezequiel era formada de sua esposa Mara e dos filhos Vivaldo, de sete anos, Daniel de 11 e Uriel, uma mocinha de 15 anos que, com os ferimentos recebidos, não permitiam que se tocassem nos seus corpos, o que dificultou a remoção ao Hospital São José, feita em uma viatura em marcha lenta, proporcionando um acompanhamento numeroso durante o qual numerosas pessoas mostravam-se sedentas de vingança.
Dia depois num lugarejo do interior, Adão e Manoel foram encontrados participando de um ‘baba’, como se nada tivessem feito. A prisão da dupla foi cautelosa, sem a esperada reação, devido a periculosidade dos criminosos que sem rodeios, confirmou o bárbaro crime.
Para chegar a cadeia com os criminosos, a polícia teve que despistar, afim de evitar uma reação popular.
Apesar da gravidade dos fermentos D; Maria e seus três filhos que receberam especial tratamento no Hospital, sobreviveram, sendo que a primeira faleceu anos depois e dos seus três filhos não tenho notícias.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 07/10/1977
Uma pioneira na defesa dos aposentados.
RIO — Estamos embarcando para Recife, onde se rearzará o III Congresso dos Aposentados da Previdência Social.
A delegação do Rio está composta de 20 delegados que vai sob a presidência da Associação dos Inativos da Indústria, pioneira das agremiações de aposentados, fundada em 1950.
Esta Associação de há muito vem trabalhando no senfdo de reinvídicar melhores condições para aqueales construtores do progresso do Brasil, quando na inatvidade, são relegados ao esquecimento, por parte dos poderes constituídos. Ultimamente houve uma autoridade ligada a Previdência que declarou não ter o aposentado necessidade de um melhor provento, urna vez que eles não t;nham gastos com passagens, etc, se esquecendo dos problemas naturais surgidos por mot;vo de idade.
Já em 1966, no primeiro encontro nacional dos aposentados realizado em Petrópolis, a Assoc'ação teve um papel de destaque, organizando teses aceitas, na sua maioria, pelo governo, pois o conclave foi presidido pelo então líder do presidente Castelo Branco. dr. Raymundo Padilha e este, tudo fez pelo sucesso das reivindicaçoes dos aposentados, na época representados apenas por 4 Estados.
No Congressos de 75 e 76, no Rio e em Santos. também a Associação lá estava dando a sua colaboração efetiva, participando na elaboração do temário.
A caravana que segue em transporte especial tem sob a presidência do Sr. João Damasceno Damasceno Batista Coelho, secretário da Associação, velho líder síndical filiado aos gráficos,
Dentro em o JORNAL DA MANHÃ, que vem dando excelente cobetura ao III Congresso dos Aposentados. toma"á conhecimento dos debates e das teses aprovadas no Recife, durante a primeira semana de outubro.
Espramos que cerca de 10 Estados participarão deste Congresso, dado d interesse que vem despertando o conclave e dos resultados positivos obtidos nos primeiros encontros já efetuados
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 06/10/1977
A delegação do Rio está composta de 20 delegados que vai sob a presidência da Associação dos Inativos da Indústria, pioneira das agremiações de aposentados, fundada em 1950.
Esta Associação de há muito vem trabalhando no senfdo de reinvídicar melhores condições para aqueales construtores do progresso do Brasil, quando na inatvidade, são relegados ao esquecimento, por parte dos poderes constituídos. Ultimamente houve uma autoridade ligada a Previdência que declarou não ter o aposentado necessidade de um melhor provento, urna vez que eles não t;nham gastos com passagens, etc, se esquecendo dos problemas naturais surgidos por mot;vo de idade.
Já em 1966, no primeiro encontro nacional dos aposentados realizado em Petrópolis, a Assoc'ação teve um papel de destaque, organizando teses aceitas, na sua maioria, pelo governo, pois o conclave foi presidido pelo então líder do presidente Castelo Branco. dr. Raymundo Padilha e este, tudo fez pelo sucesso das reivindicaçoes dos aposentados, na época representados apenas por 4 Estados.
No Congressos de 75 e 76, no Rio e em Santos. também a Associação lá estava dando a sua colaboração efetiva, participando na elaboração do temário.
A caravana que segue em transporte especial tem sob a presidência do Sr. João Damasceno Damasceno Batista Coelho, secretário da Associação, velho líder síndical filiado aos gráficos,
Dentro em o JORNAL DA MANHÃ, que vem dando excelente cobetura ao III Congresso dos Aposentados. toma"á conhecimento dos debates e das teses aprovadas no Recife, durante a primeira semana de outubro.
Espramos que cerca de 10 Estados participarão deste Congresso, dado d interesse que vem despertando o conclave e dos resultados positivos obtidos nos primeiros encontros já efetuados
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 06/10/1977
Um passeio histórico.
RIO — Nos velhos tempos da "State", os passeios recreativos ferroviários eram uma constante. Toda a região servida pela antiga 'Ilhéus à Conquista', que nunca passou de Itabuna, era visitada, invariavelmente, por desportistas e algumas vezes por entidades sócio-rccreativas.
A festa do padroeiro das localidades servidas pela estrada ou mesmo por motivo político e, ainda, em comemoração a um aniversário, se realizava uma excursão através dos velhos vagões da tradicional empresa dirigida por ingleses e que proporcionava empregos à várias dezenas de pessoas.
Foi justamente numa destas viagens, com. destino a Itapira. que se tornou histórica através de um acontecimento político ocorrido há cerca de 40 anos, quando Ilhéus era administrada pelo prefeito Eusinio Lavigne.
A excursão foi promovida pelo Guarani, um clube que teve, podemos; dizer, uma vida efêmera, pois participou acenas de dois campeonatos oficiais.
Nascido e criado no areal da Estrada de Ferro, perto da feira antiga, o Guarani, possuía bons jogadores e, dentre estes, um dos melhores centro-médios da cidade, um crioulo chamado Manoel da Hora, que jogava com esmerada eficiência.
Mas, vamos ao passeio.
Aproveitando o feriado de 15 de Novembro que. em 1937, caiu numa segunda-feira, os "mulatinos-rosados" ,como era chamado o Guarani pela sua camisa rosa e preta, promoveu uma partida em Itapira, onde depois do jogo haveria um baile no Clube Social Itapirense. Deixamos Ilhéus em plena paz, com as suas atividades normais, creio até que ninguém ou pouca gente sabia das ocorrências políticas verificadas no dia 10, ou seja, cinco dias antes.Tudo ia correndo muito bem. O Guarani, entretanto, vencendo a partida, criou involuntariamente, um problema. Na hora do baile ninguém queria dançar com 03 ilheenses, principalmente, com os jogadores. Mesmo a mais desajeitada dama se julgava- importante a ponto de não aceitar um pedido de Deusdedith que, como um dos responsáveis pela orquestra, convidou os músicos para tocarem num bar perto do Clube.
Dia 15 o regresso. Na primeira parada, antes de Água Preta, começaram os boatos de que Ilhéus: havia sido tomada pelo Exército. Em Água Preta a coisa começou a tomar forma de verdade que só surgiu em Banco do Pedro quando soubemos que o 21º Batalhão de Caçadores tomara conta da cidade e estava efetuando prisões dos políticos dominantes. Eusinio Lavigne estava preso com os seus auxiliares principais.
Octávio Moura, redator do Diário da Tarde, temendo represália que não houve, me orientou para tomar conta do Jornal caso lhe acontecesse, algo, pois a nossa folha era situacionista. Confirmadas as priões e serenada a situação o Cel. Maynard, do 21º BC ficou comandando as ações.
Os integralistas se tornaram donos da situação e orientavam as operações. Getúlio Vargas. havia dado um “golpe" com os integralistas, para depois, em 1938, se virar contra a turma de Plínio Salgado.
Rubens E. da Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 23/11/1977
A festa do padroeiro das localidades servidas pela estrada ou mesmo por motivo político e, ainda, em comemoração a um aniversário, se realizava uma excursão através dos velhos vagões da tradicional empresa dirigida por ingleses e que proporcionava empregos à várias dezenas de pessoas.
Foi justamente numa destas viagens, com. destino a Itapira. que se tornou histórica através de um acontecimento político ocorrido há cerca de 40 anos, quando Ilhéus era administrada pelo prefeito Eusinio Lavigne.
A excursão foi promovida pelo Guarani, um clube que teve, podemos; dizer, uma vida efêmera, pois participou acenas de dois campeonatos oficiais.
Nascido e criado no areal da Estrada de Ferro, perto da feira antiga, o Guarani, possuía bons jogadores e, dentre estes, um dos melhores centro-médios da cidade, um crioulo chamado Manoel da Hora, que jogava com esmerada eficiência.
Mas, vamos ao passeio.
Aproveitando o feriado de 15 de Novembro que. em 1937, caiu numa segunda-feira, os "mulatinos-rosados" ,como era chamado o Guarani pela sua camisa rosa e preta, promoveu uma partida em Itapira, onde depois do jogo haveria um baile no Clube Social Itapirense. Deixamos Ilhéus em plena paz, com as suas atividades normais, creio até que ninguém ou pouca gente sabia das ocorrências políticas verificadas no dia 10, ou seja, cinco dias antes.Tudo ia correndo muito bem. O Guarani, entretanto, vencendo a partida, criou involuntariamente, um problema. Na hora do baile ninguém queria dançar com 03 ilheenses, principalmente, com os jogadores. Mesmo a mais desajeitada dama se julgava- importante a ponto de não aceitar um pedido de Deusdedith que, como um dos responsáveis pela orquestra, convidou os músicos para tocarem num bar perto do Clube.
Dia 15 o regresso. Na primeira parada, antes de Água Preta, começaram os boatos de que Ilhéus: havia sido tomada pelo Exército. Em Água Preta a coisa começou a tomar forma de verdade que só surgiu em Banco do Pedro quando soubemos que o 21º Batalhão de Caçadores tomara conta da cidade e estava efetuando prisões dos políticos dominantes. Eusinio Lavigne estava preso com os seus auxiliares principais.
Octávio Moura, redator do Diário da Tarde, temendo represália que não houve, me orientou para tomar conta do Jornal caso lhe acontecesse, algo, pois a nossa folha era situacionista. Confirmadas as priões e serenada a situação o Cel. Maynard, do 21º BC ficou comandando as ações.
Os integralistas se tornaram donos da situação e orientavam as operações. Getúlio Vargas. havia dado um “golpe" com os integralistas, para depois, em 1938, se virar contra a turma de Plínio Salgado.
Rubens E. da Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 23/11/1977
Um disputadíssimo campeonato.
RïO — Terminou dentro da 1ógica, o campeonato fluminense de 1977, em que participaram 15 clubes.
De há muito não se vê um resultado tão certo, quando depois de vencerem o primeiro turno, Flamengo e Vasco disputariam o segundo turno que, em caso da vitória pender para o rubro negro, poderia acontecer um “zebrão” com a entrada do Fluminense num triangular e, devido ao desgaste da dupla Fla Vasco, a vitória poderia ficar com o tricolor.
Mas a tradicional dupla que reuniu mais de 150 mil espectadores no Maracanã, proporcionou um bom jogo em que os vascainos mantiveram a sua condição do quadro mais regular do campeonato, que em 28 jogos perdeu 4 pontos, enquanto o Flamengo teve 7 pontos negativos e o Fluminense ficou atrás do primeiro colocado com uma diferença de 8 pontos.
A grande decepção do campeonato foi o Botafogo. Cheio de "estrelas" e tido como o provável vencedor da competição, ficou com 4 pontos atrás do tricolor. Isto quer dizer que muitos problemas dos outros clubes, foram jogados para o Botafogo.
A festa que o Flamengo e Vasco proporcionaram àquela multidão no Maracanã. na noite de 28, foi uma coisa sensacional. A esfusiante alegria vascaina, começada com a defeza do 4º pênalti defendido pelo Mazaropi, contaminou também a massa rubro-negra e esta se incorporou ao carnaval em plena primavera.
Ao Zico coube a liderança dos goleadores com 2 tentos acima do Roberto, na série dos dois turnos campeonato rendeu, no bruto, 70 milhões e 740 mil e, este ano o Vasco foi o líder com 14 milhões e 900 mil, enquanto o Flamengo quase 12 milhões e 100 mil.
Zico que costuma anotar seus gols Já fez desde o tempo da escolinha, em 1967, 298 tentos e Roberto, pela marcação do seu clube já assinalou 226 desde quando começou em 1970.
Da era profissionalista iniciada em 1933, já foram disputados 45 campeonatos, dos quais o Fluminense é detentor de 11 títulos, seguido pelo Botafogo com 10, o Flamengo levantou 9. O quarto colocado é o Vasco com 7. O Bangú com 3. América, com 2, São Cristóvão e Canto do Rio, com 1 cada.
Nos campeonatos os maiores goleadores foram Pirilo, do Flamengo que em 1941 fez 41 gois depois vêm Ademir (Vasco) e Zico (Flamengo) que, respectivamente em 1949 e 1975, fizeram 30 tentos.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 10/10/1977
De há muito não se vê um resultado tão certo, quando depois de vencerem o primeiro turno, Flamengo e Vasco disputariam o segundo turno que, em caso da vitória pender para o rubro negro, poderia acontecer um “zebrão” com a entrada do Fluminense num triangular e, devido ao desgaste da dupla Fla Vasco, a vitória poderia ficar com o tricolor.
Mas a tradicional dupla que reuniu mais de 150 mil espectadores no Maracanã, proporcionou um bom jogo em que os vascainos mantiveram a sua condição do quadro mais regular do campeonato, que em 28 jogos perdeu 4 pontos, enquanto o Flamengo teve 7 pontos negativos e o Fluminense ficou atrás do primeiro colocado com uma diferença de 8 pontos.
A grande decepção do campeonato foi o Botafogo. Cheio de "estrelas" e tido como o provável vencedor da competição, ficou com 4 pontos atrás do tricolor. Isto quer dizer que muitos problemas dos outros clubes, foram jogados para o Botafogo.
A festa que o Flamengo e Vasco proporcionaram àquela multidão no Maracanã. na noite de 28, foi uma coisa sensacional. A esfusiante alegria vascaina, começada com a defeza do 4º pênalti defendido pelo Mazaropi, contaminou também a massa rubro-negra e esta se incorporou ao carnaval em plena primavera.
Ao Zico coube a liderança dos goleadores com 2 tentos acima do Roberto, na série dos dois turnos campeonato rendeu, no bruto, 70 milhões e 740 mil e, este ano o Vasco foi o líder com 14 milhões e 900 mil, enquanto o Flamengo quase 12 milhões e 100 mil.
Zico que costuma anotar seus gols Já fez desde o tempo da escolinha, em 1967, 298 tentos e Roberto, pela marcação do seu clube já assinalou 226 desde quando começou em 1970.
Da era profissionalista iniciada em 1933, já foram disputados 45 campeonatos, dos quais o Fluminense é detentor de 11 títulos, seguido pelo Botafogo com 10, o Flamengo levantou 9. O quarto colocado é o Vasco com 7. O Bangú com 3. América, com 2, São Cristóvão e Canto do Rio, com 1 cada.
Nos campeonatos os maiores goleadores foram Pirilo, do Flamengo que em 1941 fez 41 gois depois vêm Ademir (Vasco) e Zico (Flamengo) que, respectivamente em 1949 e 1975, fizeram 30 tentos.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 10/10/1977
Princípio de Conversa.
RIO — Por sugestão do velho colega Carlos, 1inotipísta, estou voltando às colunas da imprensa ilheense, agora no JORNAL DA MANHÃ, para com ligeiras crônicas, falar sobre variados assuntos, principalmente sobre coisa do Ilhéus antigo, a sempre Princesa do Sul, onde militei, por muitos anos, no "Diário da Tarde" e assisti a transformação da Cidade de São Jorge que antes de 1930, se espremia entre os morro da Conquista, Teresópolis, Plano Inclinado, Ceará, Miiguel Alves e do Coqueiral do Pacheco,
Naquele tempo a cidade tinha uma vida intensa, com 24 horas de movimento, com cabarés funcionando a todo vapor, lubrificado pelas bancas de jogo de Penido, João Grande, Pedro Duarte, e outros mesos votados, que se espalhavam pela Ilha das Cobras, que compreendia uma área iniciada na Rua do Dendê (Araújo Pinho) até o Filtro, se espalhando pela Pimenta.
Os bares, principalmente os da Firmíno Amaral, além do Vesuvio, viviam superlotados, dia e noite. A chegada dos navios noruegueses, conhecido como os "suecos", constituía uma atração à parte, devido à sua insaciável tripulação que, segundo nos parecia, tinha uma sede crônica e interminável fazendo com que não se arredasse dos bares.
As famílias, após os espetáculos do Cine Teatro Ilhéus, do Armindo e Cine Vitória, do Cortes, invadiam, os "cafés" do Sizino Barros, Antônio Espanhol, José Zizembergue, e outras casas, do gênero instaladas na Firmino Amaral.
A noite o movimento não parava, principalmente na "zona" do mulherio" onde existia o "Azul e Branco'', cabaré para a chamada "classe média". Toda a qualidade de jogo funcionava em toda a "zona", desde o carteado até os mais variados tipos de roletas e jogos de dados.
Á impressão que o forasteiro tinha é que todo o mundo era fazendeiro de cacau pois a mistura que se verificava nos bares e no borborinho da cidade, onde fazendeiros, estivadores, carroceiros, trabalhadores de todas as categorias, só muita convivência dava. para "separar o Joio do trigo".
Voltares- ao assunto.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 18/08/1977
Naquele tempo a cidade tinha uma vida intensa, com 24 horas de movimento, com cabarés funcionando a todo vapor, lubrificado pelas bancas de jogo de Penido, João Grande, Pedro Duarte, e outros mesos votados, que se espalhavam pela Ilha das Cobras, que compreendia uma área iniciada na Rua do Dendê (Araújo Pinho) até o Filtro, se espalhando pela Pimenta.
Os bares, principalmente os da Firmíno Amaral, além do Vesuvio, viviam superlotados, dia e noite. A chegada dos navios noruegueses, conhecido como os "suecos", constituía uma atração à parte, devido à sua insaciável tripulação que, segundo nos parecia, tinha uma sede crônica e interminável fazendo com que não se arredasse dos bares.
As famílias, após os espetáculos do Cine Teatro Ilhéus, do Armindo e Cine Vitória, do Cortes, invadiam, os "cafés" do Sizino Barros, Antônio Espanhol, José Zizembergue, e outras casas, do gênero instaladas na Firmino Amaral.
A noite o movimento não parava, principalmente na "zona" do mulherio" onde existia o "Azul e Branco'', cabaré para a chamada "classe média". Toda a qualidade de jogo funcionava em toda a "zona", desde o carteado até os mais variados tipos de roletas e jogos de dados.
Á impressão que o forasteiro tinha é que todo o mundo era fazendeiro de cacau pois a mistura que se verificava nos bares e no borborinho da cidade, onde fazendeiros, estivadores, carroceiros, trabalhadores de todas as categorias, só muita convivência dava. para "separar o Joio do trigo".
Voltares- ao assunto.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 18/08/1977
13 Meu Número de Sorte.
RIO ─ Era um sábado, ainda me lembro. Depois do jantar preparava minha rotineira excursão pela cidade quando o dono da casa em que morava de "estalo” apareceu e foi logo "direto ao assunto": "O aluguel da casa venceu ha cerca de 15 dias. Não posso esperar mais.
Sabia do atrazo, mais não esperava que o "muy amigo” viesse pôr a "faca nos meus peitos" Afinal éramos vizinhos e não era a primeira vez que acontecia tal "imprevisto". Para terminar o “papo” prometi saldar o débito possivelmente no outro dia.
Avisei o acontecido a minha mãe e desci o Alto do Ceará seguindo para o Gameleiro para uma visita a velha e saudosa Antoninha Santana. Depois fui a Praça Cairu, "estacionando” no víspora de Manoel Goiana que, naquela altura resolvera encerrar a "cantada do bogue em roda” devido as reclamações contra José Ernesto, useiro e vezeiro em "engolir" as pedras que favoreciam o parceiro, na hora de "bater a quina", já que conhecia todas as tabelas.
Um rápido encontro com meus biribanos, resolvi passar pela internacional Rua do "Dendê ─ hoje à comercial Araújo Pinho ─ onde, de f ato a noite todos os gatos eram pardos. Primeiro, entrei- na primeira cafua, supervisionada pelo Chicão de Rosa Maria. As cenas de sempre. Os "sortudos” respondendo aos "vencidos" que não aceitavam paradas de pensamento, pois a galinha comia com o bico no chão. Os- vencidos conformados saiam abanando a cabeça. não ha jeito mesmo desta forma, "quanto o ferreiro faça vai embora. Paulo e Mascates firmes no dominó e Maynad com Melé, aguardando pacientemente a sobra de uma vaquinha, Nos fundos o tabuleiro dos dados funcionando a todo o pano.
Fui seguindo em direção a Praça Seabra. O Gato Preto estava "borbulhando" com os suecos berrando as suas canções. Em frente estava a simpática “Sereia" vigiando suas meninas, sempre murmurando velhas canções. No sobrado com seu altar em louvor a Cosme e Damião, estava Senhora que diziam ser gente de Juvenal Muritiba. Passei por Amália enquanto— Dama de Ouro, já aposentada, espreitava o movimento pela frresta da sua janela. Depois de falar com Umbelina, fiz uma “parada forçada" no Bar de Martinho para ouvir o conjunto de Cachoeira (Banjo) e seus companheiros, Camilo, (flauta), Manoel Caboclo, (Violão) e o Guarda. Lúcio. (Cavaquinho). Saindo do Max depois de um refrigerante tomei a decisão de voltar ao ninho
Neste exato momento lembrei do meu locador e o prometido pagamento do aluguel vencido. Existia o Cine-Teatro Vitória do velho Cortes, que aproveitando uma área, do lado da Araújo Pinho construiu vários cubículos aproveitados por Cartibane, Osvaldo Mota, Raulino Reis e José Soares, para montarem suas roletas. No carteado Raulino Reis só apostava no Rei. podiam até preparar um “macete” que ele caía como um patinho. Oswaldo Mota inaugurou sua roleta exigindo metade de uma nota de 2 mil réis. Entrei na banca de Carangau que naquele momento estava com um ambiente "mais ou menos” e sem muito trabalho para o “assistente” Oficial, mastre na marcação dos "emprenhadores de fichas ou os aproveitadores mestres, em "golpes de vistas".
Contei meus trocados. Fiz meus cálculos e depois resolvi tentar o dinheiro do "aluguel. Comprei dez fichas por 2 mil réis e arrisquei a primeira rodada, sem resultado positivo. Parei um pouco e na terceira rodada depois de prender um pouco a respiração criei coragem. Cerquei meu numero 13 pondo meia ficha em cada número que o circundava, ou seja 8, 12, 14 e 18. No pleno joguei duas fichas e esperei pela "salvação da lavoura". Jogo feito e a contagem -regressiva estava chegando ao fim. O aro de borracha que marcava o número vitorioso começou a desligar em ritmo vagaroso. A roleta parou. O aro como que ficou colado numa pequena distância do meu número. Tudo perdido mas inexplicavelmente a bolinha desceu para o número 13.
quase perdi a fala e sob os olhares dos parceiro mandei remir todas as fichas. No outro dia, bem cedo aguardei o locador, que ao receber seu dinheiro nem agradeceu. Em compensação disse naturalmente:
Não precisava tanta" pressa, Sr. Rubens.
Rubens E da Silva
Sabia do atrazo, mais não esperava que o "muy amigo” viesse pôr a "faca nos meus peitos" Afinal éramos vizinhos e não era a primeira vez que acontecia tal "imprevisto". Para terminar o “papo” prometi saldar o débito possivelmente no outro dia.
Avisei o acontecido a minha mãe e desci o Alto do Ceará seguindo para o Gameleiro para uma visita a velha e saudosa Antoninha Santana. Depois fui a Praça Cairu, "estacionando” no víspora de Manoel Goiana que, naquela altura resolvera encerrar a "cantada do bogue em roda” devido as reclamações contra José Ernesto, useiro e vezeiro em "engolir" as pedras que favoreciam o parceiro, na hora de "bater a quina", já que conhecia todas as tabelas.
Um rápido encontro com meus biribanos, resolvi passar pela internacional Rua do "Dendê ─ hoje à comercial Araújo Pinho ─ onde, de f ato a noite todos os gatos eram pardos. Primeiro, entrei- na primeira cafua, supervisionada pelo Chicão de Rosa Maria. As cenas de sempre. Os "sortudos” respondendo aos "vencidos" que não aceitavam paradas de pensamento, pois a galinha comia com o bico no chão. Os- vencidos conformados saiam abanando a cabeça. não ha jeito mesmo desta forma, "quanto o ferreiro faça vai embora. Paulo e Mascates firmes no dominó e Maynad com Melé, aguardando pacientemente a sobra de uma vaquinha, Nos fundos o tabuleiro dos dados funcionando a todo o pano.
Fui seguindo em direção a Praça Seabra. O Gato Preto estava "borbulhando" com os suecos berrando as suas canções. Em frente estava a simpática “Sereia" vigiando suas meninas, sempre murmurando velhas canções. No sobrado com seu altar em louvor a Cosme e Damião, estava Senhora que diziam ser gente de Juvenal Muritiba. Passei por Amália enquanto— Dama de Ouro, já aposentada, espreitava o movimento pela frresta da sua janela. Depois de falar com Umbelina, fiz uma “parada forçada" no Bar de Martinho para ouvir o conjunto de Cachoeira (Banjo) e seus companheiros, Camilo, (flauta), Manoel Caboclo, (Violão) e o Guarda. Lúcio. (Cavaquinho). Saindo do Max depois de um refrigerante tomei a decisão de voltar ao ninho
Neste exato momento lembrei do meu locador e o prometido pagamento do aluguel vencido. Existia o Cine-Teatro Vitória do velho Cortes, que aproveitando uma área, do lado da Araújo Pinho construiu vários cubículos aproveitados por Cartibane, Osvaldo Mota, Raulino Reis e José Soares, para montarem suas roletas. No carteado Raulino Reis só apostava no Rei. podiam até preparar um “macete” que ele caía como um patinho. Oswaldo Mota inaugurou sua roleta exigindo metade de uma nota de 2 mil réis. Entrei na banca de Carangau que naquele momento estava com um ambiente "mais ou menos” e sem muito trabalho para o “assistente” Oficial, mastre na marcação dos "emprenhadores de fichas ou os aproveitadores mestres, em "golpes de vistas".
Contei meus trocados. Fiz meus cálculos e depois resolvi tentar o dinheiro do "aluguel. Comprei dez fichas por 2 mil réis e arrisquei a primeira rodada, sem resultado positivo. Parei um pouco e na terceira rodada depois de prender um pouco a respiração criei coragem. Cerquei meu numero 13 pondo meia ficha em cada número que o circundava, ou seja 8, 12, 14 e 18. No pleno joguei duas fichas e esperei pela "salvação da lavoura". Jogo feito e a contagem -regressiva estava chegando ao fim. O aro de borracha que marcava o número vitorioso começou a desligar em ritmo vagaroso. A roleta parou. O aro como que ficou colado numa pequena distância do meu número. Tudo perdido mas inexplicavelmente a bolinha desceu para o número 13.
quase perdi a fala e sob os olhares dos parceiro mandei remir todas as fichas. No outro dia, bem cedo aguardei o locador, que ao receber seu dinheiro nem agradeceu. Em compensação disse naturalmente:
Não precisava tanta" pressa, Sr. Rubens.
Rubens E da Silva
A cruel matemática do Banco Nacional de Habitação.
Fui um dos primeiros locatários 'do Conjunto Residencial do ex-IAPI, de Realengo, graças a concessão dada pelo engenheiro Plínio Catanhede, presidente da autarquia a quem recorri dias depois de encerrá-la a inscrição para os futuros moradores do então primeiro conjunto residencial de trabalhadores. O fato se verificou em princípios de 1943 tendo como justificativa minha família composta, na época de 9 pessoas, residentes em Ilhéus, aguardando a ordem de embarque, o que aconteceu em agosto do mesmo ano, no auge da segunda Guerra Mundial.
A escolha da casa foi feita graças aos companheiros da falecida Gráfica Heitor Ribeiro, alguns dos quais já inscritos, pondo fim a intensa luta na procura de um "canto" para alojar minha turma ansiosa para se transferir de Ilhéus, pondo fim aos 10 meses de espera.
Pousado em Realengo passei a participar ativamente dos movimentos sócio-recreativos da localidade fundando, com outros companheiros, o primeiro clube loca! — Centro Recreativo Industriários de Realengo — transformado em centro reivindicatório da comunidade, do qual fui presidente por 3 vezes. ,
O Conjunto foi construído peio ..ex-Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários por iniciativa do saudoso presidente Getulio Vargas tendo como base casa própria para os trabalhadores. Entretanto depois de habitado, ou seja um ano após a legislação foi alterada peia Portaria ;CNT-96, adotando uma espécie de e uso fruto para os dependentes do locatário com direito aos benefícios previdenciários. A viúva até a sua morte e os filhos inválidos ou menores de 18 anos (homens) e 21 (mulheres). A modificação não agradou, porém quando Getulio Vargas retornou ao poder substituindo o presidente Dutra, nova alteração da lei para pior gerando protestos de todos os moradores de conjuntos residenciais, obrigando o governo assegurar aos antigos locatários os direitos anteriormente adquiridos. Isto em 1953. Presidia o
ex-IAPI o Sr. Afonso Cezar e a campanha praticamente pelo Conselho de Locatários de Realengo, sob a minha presidência e com a participação dos locatários e entidades representativas de Irajá, Coelho Neto, Bonsucesso, Pilares, Padre Miguel, Del Castilho e Cascadura.
Tudo praticamente tranqüilo quando veio a Revolução de 1964. Acreditávamos que os conjuntos residenciais não fossem incomodados. Mesmo porque já estávamos residindo num imóvel construído há quase 25 anos com o dinheiro arrecadado através das contribuições dos trabalhadores e com o atenuante de que nenhum órgão oficial, pelo menos até aquela época, financiava construção edificada há mais de 5 anos. infelizmente estávamos completamente enganados. A revolução unificou os institutos, criando o Instituto Nacional de Previdência Social e, como um passe de mágica entregou todo o acervo imobiliário ao recém criado ao Banco Nacional de Habitação e este passou a explorar àqueles que com suas contribuições formaram o patrimônio dos falecidos IAPs impondo aos antigos locatários uma cruel e injusta correção monetária defendida pela sua primeira presidente a ex-deputada Sandra Cavalcante, hoje confessando-se arrependida de ter apoiado e defendido a nova ordem financeira. ;
Desejando amenizar a situação dos, locatários alguns deputados elaboraram uma ei isentando da correção os locatários dos conjuntos residenciais a qual foi vetada pelo então presidente Castelo Branco. Na ocasião diversos grupos ligados as extintas autarquias que estavam encarregados de vender os imóveis aos seus ocupantes desapareceram, dando tempo ao congresso examinar o veto presidencial enquanto apressavam o processamento das vendas dos apartamentos localizados em áreas mais valorizadas da cidade, resultando em que os abonados compradores de apartamentos construídos em Copacabana, Botafogo e Tijuca hoje estão livres da correção enquanto os trabalhadores locatários em imóveis nos subúrbios acima citados estão sofrendo o impacto das constantes majorações determinarias pelo BNH, ratificadas por um meritíssimo que numa ação solicitando eqüidade no tratamento dado aos ricaços achou justo que os trabalhadores argúem com as constantes elevações dos alugueis em beneficio dos privilegiados locatários da zona sul do Rio. Sabem por quanto está um imóvel comprado em 1966 por Cr$ 3700,00? Apenas por Cr$ 40 mil sem contar com as prestações mensais pagas.
Rubens E Silva, Jornal da Manhã Ilhéus/BA 28/01/1981
A escolha da casa foi feita graças aos companheiros da falecida Gráfica Heitor Ribeiro, alguns dos quais já inscritos, pondo fim a intensa luta na procura de um "canto" para alojar minha turma ansiosa para se transferir de Ilhéus, pondo fim aos 10 meses de espera.
Pousado em Realengo passei a participar ativamente dos movimentos sócio-recreativos da localidade fundando, com outros companheiros, o primeiro clube loca! — Centro Recreativo Industriários de Realengo — transformado em centro reivindicatório da comunidade, do qual fui presidente por 3 vezes. ,
O Conjunto foi construído peio ..ex-Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários por iniciativa do saudoso presidente Getulio Vargas tendo como base casa própria para os trabalhadores. Entretanto depois de habitado, ou seja um ano após a legislação foi alterada peia Portaria ;CNT-96, adotando uma espécie de e uso fruto para os dependentes do locatário com direito aos benefícios previdenciários. A viúva até a sua morte e os filhos inválidos ou menores de 18 anos (homens) e 21 (mulheres). A modificação não agradou, porém quando Getulio Vargas retornou ao poder substituindo o presidente Dutra, nova alteração da lei para pior gerando protestos de todos os moradores de conjuntos residenciais, obrigando o governo assegurar aos antigos locatários os direitos anteriormente adquiridos. Isto em 1953. Presidia o
ex-IAPI o Sr. Afonso Cezar e a campanha praticamente pelo Conselho de Locatários de Realengo, sob a minha presidência e com a participação dos locatários e entidades representativas de Irajá, Coelho Neto, Bonsucesso, Pilares, Padre Miguel, Del Castilho e Cascadura.
Tudo praticamente tranqüilo quando veio a Revolução de 1964. Acreditávamos que os conjuntos residenciais não fossem incomodados. Mesmo porque já estávamos residindo num imóvel construído há quase 25 anos com o dinheiro arrecadado através das contribuições dos trabalhadores e com o atenuante de que nenhum órgão oficial, pelo menos até aquela época, financiava construção edificada há mais de 5 anos. infelizmente estávamos completamente enganados. A revolução unificou os institutos, criando o Instituto Nacional de Previdência Social e, como um passe de mágica entregou todo o acervo imobiliário ao recém criado ao Banco Nacional de Habitação e este passou a explorar àqueles que com suas contribuições formaram o patrimônio dos falecidos IAPs impondo aos antigos locatários uma cruel e injusta correção monetária defendida pela sua primeira presidente a ex-deputada Sandra Cavalcante, hoje confessando-se arrependida de ter apoiado e defendido a nova ordem financeira. ;
Desejando amenizar a situação dos, locatários alguns deputados elaboraram uma ei isentando da correção os locatários dos conjuntos residenciais a qual foi vetada pelo então presidente Castelo Branco. Na ocasião diversos grupos ligados as extintas autarquias que estavam encarregados de vender os imóveis aos seus ocupantes desapareceram, dando tempo ao congresso examinar o veto presidencial enquanto apressavam o processamento das vendas dos apartamentos localizados em áreas mais valorizadas da cidade, resultando em que os abonados compradores de apartamentos construídos em Copacabana, Botafogo e Tijuca hoje estão livres da correção enquanto os trabalhadores locatários em imóveis nos subúrbios acima citados estão sofrendo o impacto das constantes majorações determinarias pelo BNH, ratificadas por um meritíssimo que numa ação solicitando eqüidade no tratamento dado aos ricaços achou justo que os trabalhadores argúem com as constantes elevações dos alugueis em beneficio dos privilegiados locatários da zona sul do Rio. Sabem por quanto está um imóvel comprado em 1966 por Cr$ 3700,00? Apenas por Cr$ 40 mil sem contar com as prestações mensais pagas.
Rubens E Silva, Jornal da Manhã Ilhéus/BA 28/01/1981
A Eficiência da Polícia Vienense
RIO — Em duas crônicas, publiquei ha meses, nesta coluna, um detalhado relato da conterrânea Telma Flores, de sua excursão a Europa e África, levando a "tiracolo" sua sobrinha e nossa conhecida Gilca a "Pintora Precoce", filha de Lecy Medeiros Flores, também pintora como pintores são os seus pequeninos irmãos Gilson e Gilmar, per sinal todos laureados.
A minuciosa descrição feita pela itinerante, começou na Europa com o pouso em Madrid, seguindo depois para Escorial, Vaie dos Los Caídos, Toledo, Casablanca, Marrocos, Nice, Atenas,- Londres, Mônaco, Viena, Portugal e fechando o circuito nova passagem em Madrid para o regresso ao Brasil. Telma caprichou no relatório, expondo seus dotes de verdadeira repórter. Como "apêndice" igualmente atendendo meu apelo, Gilca-"pintou" sua excursão, expressando uma alegria digna de nota, pelos 28 dias da viagem, durante os quais, destacou os salões de pinturas, as floridas ruas de Nice e apoteótica benção que recebeu, como milhares de fiéis, do Papa João Paulo II quando o sumo pontífice se preparava para a inesquecível visita ao Brasil e terminava a sua caria a satisfação pelo "banho" de cultura recebido durante a viagem maravilhosa.
Entretanto nem Telma e nem Gilca relataram uma "passagem" da viagem ocorrida em Viena e que jamais sairá de suas lembranças. Creio que silêncio em torno do assunto tenha sido o receio de criticas por parte das pessoas de atenção. Porém o fato veio ao conhecimento público através de um apreciadíssimo debate radiofônico de grande audiência. Vamos ao caso:
Nos três dias em que a delegação "estacionou" em Viena, todos se movimentaram a vontade, não dando "bola" ao mau tempo reinante e responsável pelas barrentas águas do tradicional Danúbio Azul cantado, como os bosques, em lindas c inesquecíveis valsas imortalizadas por sucessivas gerações. As ricas bibliotecas, os belos edifícios e os famosos palácios como o Schonbrunn, foram "esmiuçados" avidamente da mesma forma como foram "caçados" os "recuerdos". Tudo era visto como um sonho das mil e uma noites, principalmente pela Gilca que no auge do encantamento.perdeu sua bolsa-sacola, só dando pelo desaparecimento horas depois quando deu o alarme, deixando os companheiros em polvorosa e se “virando" para encontrar a pasta onde estavam dentre outros objetos uma medalha do Papa João Paulo, adquirida na tradicional Praça do Vaticano e uma máquina fotográfica. Numa rápida procura infrutífera tudo voltou a se normalizar, pois o mais importante eram os passeios. Deixaram em segundo plano a sugestão de comunicar o fato a polícia, lembrada por um companheiro. Este, tal como um "espírito dê porco" — bendito "espírito de porco" — não se conformava com a falta de interesse da Telma, pois tinha certeza que a autoridade resolveria a parada., Tanto fez o insistente que a conterrânea, mais para atendê-lo, na hora do regresse deu um "salto" no comissariado registrando a ocorrência.
Livre do assedio do colega, nossa conterrânea recuperou ia tranquilidade, mesmo não tendo dúvidas da impossibilidade de reaver a bolsa da Gilca.
Mas uma surpresa estava reservada para a família Flores. Decorridos 6 meses, a Embaixada Brasileira recebeu um "informe" de Viena, dando conta de que a decantada bolsa havia sido encontrada — fora esquecida num coletivo da cidade — e estava a caminho para ser entregue a sua verdadeira dona. A alegria foi contagiante e a repercussão atingiu os meios radiofônicos.
Todos apenas aguardavam a chegada do "objeto perdido". Na entrega Gilca e Telma avidamente conferiram os ”achados" cujo montante, ninguém lembrava a não ser a medalha do Papa e a máquina fotográfica. Os cem dólares como foi avisado, Chegaram depois através do Banco do Brasil.
Além, dos rasgados elogios ao "espírito do porco" ficou comprovada a eficiência e honestidade das autoridades austríacas, enquanto fica no ar. uma pergunta do radialista:
— Se a bolsa fosse perdida no Brasil?
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 07/01/1981
A minuciosa descrição feita pela itinerante, começou na Europa com o pouso em Madrid, seguindo depois para Escorial, Vaie dos Los Caídos, Toledo, Casablanca, Marrocos, Nice, Atenas,- Londres, Mônaco, Viena, Portugal e fechando o circuito nova passagem em Madrid para o regresso ao Brasil. Telma caprichou no relatório, expondo seus dotes de verdadeira repórter. Como "apêndice" igualmente atendendo meu apelo, Gilca-"pintou" sua excursão, expressando uma alegria digna de nota, pelos 28 dias da viagem, durante os quais, destacou os salões de pinturas, as floridas ruas de Nice e apoteótica benção que recebeu, como milhares de fiéis, do Papa João Paulo II quando o sumo pontífice se preparava para a inesquecível visita ao Brasil e terminava a sua caria a satisfação pelo "banho" de cultura recebido durante a viagem maravilhosa.
Entretanto nem Telma e nem Gilca relataram uma "passagem" da viagem ocorrida em Viena e que jamais sairá de suas lembranças. Creio que silêncio em torno do assunto tenha sido o receio de criticas por parte das pessoas de atenção. Porém o fato veio ao conhecimento público através de um apreciadíssimo debate radiofônico de grande audiência. Vamos ao caso:
Nos três dias em que a delegação "estacionou" em Viena, todos se movimentaram a vontade, não dando "bola" ao mau tempo reinante e responsável pelas barrentas águas do tradicional Danúbio Azul cantado, como os bosques, em lindas c inesquecíveis valsas imortalizadas por sucessivas gerações. As ricas bibliotecas, os belos edifícios e os famosos palácios como o Schonbrunn, foram "esmiuçados" avidamente da mesma forma como foram "caçados" os "recuerdos". Tudo era visto como um sonho das mil e uma noites, principalmente pela Gilca que no auge do encantamento.perdeu sua bolsa-sacola, só dando pelo desaparecimento horas depois quando deu o alarme, deixando os companheiros em polvorosa e se “virando" para encontrar a pasta onde estavam dentre outros objetos uma medalha do Papa João Paulo, adquirida na tradicional Praça do Vaticano e uma máquina fotográfica. Numa rápida procura infrutífera tudo voltou a se normalizar, pois o mais importante eram os passeios. Deixaram em segundo plano a sugestão de comunicar o fato a polícia, lembrada por um companheiro. Este, tal como um "espírito dê porco" — bendito "espírito de porco" — não se conformava com a falta de interesse da Telma, pois tinha certeza que a autoridade resolveria a parada., Tanto fez o insistente que a conterrânea, mais para atendê-lo, na hora do regresse deu um "salto" no comissariado registrando a ocorrência.
Livre do assedio do colega, nossa conterrânea recuperou ia tranquilidade, mesmo não tendo dúvidas da impossibilidade de reaver a bolsa da Gilca.
Mas uma surpresa estava reservada para a família Flores. Decorridos 6 meses, a Embaixada Brasileira recebeu um "informe" de Viena, dando conta de que a decantada bolsa havia sido encontrada — fora esquecida num coletivo da cidade — e estava a caminho para ser entregue a sua verdadeira dona. A alegria foi contagiante e a repercussão atingiu os meios radiofônicos.
Todos apenas aguardavam a chegada do "objeto perdido". Na entrega Gilca e Telma avidamente conferiram os ”achados" cujo montante, ninguém lembrava a não ser a medalha do Papa e a máquina fotográfica. Os cem dólares como foi avisado, Chegaram depois através do Banco do Brasil.
Além, dos rasgados elogios ao "espírito do porco" ficou comprovada a eficiência e honestidade das autoridades austríacas, enquanto fica no ar. uma pergunta do radialista:
— Se a bolsa fosse perdida no Brasil?
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 07/01/1981
A falta de apoio ao futebol.
RIO •— Está sendo disputado o Caimpeonato Nacional de Futebol, supervisionado pela Confederação Brasileira de Desportos, dentre dezenas de clubes e selecionados de todo o país, está a representação de Itabuna, substituindo Feira de Santana, alijada por Espírito Santo, numa batalha onde o fator política foi, podemos, dizer, decisivo.
Quem, como o cronista participou da fase áurea do futebol ilheense, com certa amargura vê, afastada da extraordinária competição nacional a entidade da outrora Princesa de Sul que, de há muito vem perdendo, neste setor, para a sua tradicicnal competidora, devido a falta de incentivo e principalmente por parte de empresários e homens de negócio os quais demonstram-se incapazes de verifcarem quanto estão perdendo com as visitas períódicas de entidades participantes, acompanhadas de torcedores.
Também a admininstração municipal, que devia incentivar e trabalhar pela participação de um conjunto no campeonato.
se esquece quanto Ilhéus ganharia, não só de divisas, mas de projeção, tendo um seu representante disputando Jogos por todo Brasil, a exemplo do que aconteceu com Londrina em 1977 que, depois de uma repescagcm, chegou as finais, causando repercursão em todo o País.
O declínio do futebol ilheense vem de muito temp e, não fosse a boa vontade de uma plêiade de desportistas, o ganizando torneios e competições internas, o futebol teria desaparecido completamente, justamente depois da cidade “possuir o melhor e mais completo Estádio do Norte e Nordeste do Brasil", conforme o JM, ao mesmo tempo em que reclama contra as partidas realizadas em dias alternados, sem a presença do público.
Segundo se sabe, o declínio do futebol ilheense, vem desde a implantação do profissionalismo. É uma desculpa que não aceitamos, uma vez que outras cidades, ou municípios, com arrecadações inferiores a da Capital do Cacau, vêm participando dos campeonatos nacionais, contando com o decisivo apoio da municipalidade que representa, com resultados positivos, projetando suas comunidades, proporcionando divisas com as visitas dos adversários, um dos cbjetivos da CBD.
Tenho absoluta certeza de que o declínio de poderio esportivo de Ilhéus tem como causa principal o desaparecimento da rivalidade entrc Ilhéus e Itabuna, responsável pelo desenvolvimento do esporte nas duas grandes cidades produtoras de cacau. Era uma rivalidade até certo ponto agressiva mas geradora de incentivos para o aprimoramento daquilo que as comunidades se propunham apresentar, efetivamcníe o lado positivo dos confrontos.
Naquele tempo, quem aceitaria ver Itabuna ou Ilhéus participarem de uma competição como o Campeonato Nacional, sem a companhia de um dos dois?
Coisa impossível. Mas os tempos são outros.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 04/05/1978
Quem, como o cronista participou da fase áurea do futebol ilheense, com certa amargura vê, afastada da extraordinária competição nacional a entidade da outrora Princesa de Sul que, de há muito vem perdendo, neste setor, para a sua tradicicnal competidora, devido a falta de incentivo e principalmente por parte de empresários e homens de negócio os quais demonstram-se incapazes de verifcarem quanto estão perdendo com as visitas períódicas de entidades participantes, acompanhadas de torcedores.
Também a admininstração municipal, que devia incentivar e trabalhar pela participação de um conjunto no campeonato.
se esquece quanto Ilhéus ganharia, não só de divisas, mas de projeção, tendo um seu representante disputando Jogos por todo Brasil, a exemplo do que aconteceu com Londrina em 1977 que, depois de uma repescagcm, chegou as finais, causando repercursão em todo o País.
O declínio do futebol ilheense vem de muito temp e, não fosse a boa vontade de uma plêiade de desportistas, o ganizando torneios e competições internas, o futebol teria desaparecido completamente, justamente depois da cidade “possuir o melhor e mais completo Estádio do Norte e Nordeste do Brasil", conforme o JM, ao mesmo tempo em que reclama contra as partidas realizadas em dias alternados, sem a presença do público.
Segundo se sabe, o declínio do futebol ilheense, vem desde a implantação do profissionalismo. É uma desculpa que não aceitamos, uma vez que outras cidades, ou municípios, com arrecadações inferiores a da Capital do Cacau, vêm participando dos campeonatos nacionais, contando com o decisivo apoio da municipalidade que representa, com resultados positivos, projetando suas comunidades, proporcionando divisas com as visitas dos adversários, um dos cbjetivos da CBD.
Tenho absoluta certeza de que o declínio de poderio esportivo de Ilhéus tem como causa principal o desaparecimento da rivalidade entrc Ilhéus e Itabuna, responsável pelo desenvolvimento do esporte nas duas grandes cidades produtoras de cacau. Era uma rivalidade até certo ponto agressiva mas geradora de incentivos para o aprimoramento daquilo que as comunidades se propunham apresentar, efetivamcníe o lado positivo dos confrontos.
Naquele tempo, quem aceitaria ver Itabuna ou Ilhéus participarem de uma competição como o Campeonato Nacional, sem a companhia de um dos dois?
Coisa impossível. Mas os tempos são outros.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 04/05/1978
A filha do tenente Miguel Rocha.
RIO — Naquele domingo ainda, quando estava de saída para dar um expediente na minha Associação dos Inativos, ouço insistentes toques na "cigarra", que anunciavam a presença de visitas. Me dirigi à porta. Lá estava, visivelmente anciosa, uma senhora dizendo-se interessada de conhecer-me pessoalmente. Havia lido no ''Tabu", um bem impresso quinzenário de Canavieiras, transcrito do JORNAL DA MANHÃ, uma crônica, que lhes dava certeza absoluta ter o cronista conhecido seu pai, o tenente Miguel Rocha, destacada figura da cidade sulina, nos idos de 1920 a 1940.
A crônica era "Zé Vencedor e os Quatro Ovos" e se referia a uma fracassada excursão de um combinado belmontense a rival cidade vizinha, cujo vesultado foi uma verdadeira "lavagem", nos visitantes, pelo escore de 4x0.
Terezinha, o nome da visitante curiosa, falava "pelos cotovelos". Dizia-se assinante do "Tabu" e destacava, com euforia, as qualidades do seu saudosó pai, com rasgados elogios, fazendo com que ficasse, até certo ponto, oprimído, por não ter o prazer de conhecer o tenente Miguel Rocha.
Da família, cheguei a conclusão que só conhecia o tio e o primo da Terezinha. O primeiro, maestro Isidro Rocha, excelente pistonista e melhor regente musical. O segundo o exímio clarinetista Adalberto Rocha, funcionário do INPS lotado na ag~encia de Salvador. Como o pai, uma "boa praça".
Quando falo do regente Isidro Rocha, lembro da sua afinadissima filarmônica Lira de São Pedro, de Boca do Córrego, então distrito de Belmonte. Certa vez, convidada para participar das festividades em louvor à Nossa Senhora do Carmo, o maestro desembarcou em Belmonte alta madrugada, açordando a cidade com um vibrante dobrado de autoria do maestro Messias da Costa. A execução daquela partitura, por uma afinadissima banda, numa silenciosa cidade banhada por uma lua cheia no explendor de sua luminosidade, dificilmente sai da lembrança de qualquer pessoa, principalmente daqueles apreciadores da sublime arte de Mozart e Beetoven.
Ao declarar não ter conhecido pessoalmente o velho tenente Miguel ,senti que a Terezinha ficou decepcionada. Não era para menos. A visitante tinha absoluta certeza de que, como assíduo visitante da sua terra, deveria conhecer seu pai cujo nome constantemente está saindo nas colunas do "Tabu", mas assíduo da coluna "Antigamente", de notícias compiladas de jornais antigos, editados na cidade sulina.
Ante o interesse da visitante, funcionária da Prefeitura do Rio de Janeiro, colega de uma filha, resolvi não decepcioná-la, dando um "jeito" na sua curiosidade, prometendo-lhe apresentá-la a um amigo que, fatalmente havia conhecido seu pai.
A pessoa escolhida era o amigo irmão Symaco da Costa, o canavieirense mais belmontense que conheço, hoje gozando uma tranquila aposentadoria, de pois de um "batente" de mais de 35 anos. Reside em Queimados, neste Estado. Marquei o dia do encontro sem avisá-lo e cedo partimos para sua casa, acompanhados da minha esposa, filha e genro.
Chegando a Rua S. Humberto, a comitiva foi recebida, corno sempre, festivamente pelo antigo titular do Registro Civil de Canavieiras, o trovador Symaco da Costa. Depois de desencadear o portão, sempre fechado por motivos óbvios, a apresentação de Terezinha, até aquele momento estranha para o anfitrião.
Daí em-diante a filha do tenente Miguel assumiu as ações, juntamente com o dono da casa, enquanto Izabel, a patroa, preparava o almoço. Creio que canavieirense ficou amplamente realizada, pois a sua cidade dos tempos de seus país, foi "revirada" desde a Birindiba ao Caís do Porto.
Na volta Terezinha se mostrava satisfeita e até eufórica, pois o velho Symaco conheceu o Sr. Rocha, que participava, realmente, de todos os eventos sociais de Canavieiras. Era um eficíente colaborador das atividades da pacata e histórica cidade da região cacaueira, que teve a primasia de plantar o primeiro cacaueiro no Estado da Bahia, em 1746, na Fazenda Cubículo, às margens do Rio Pardo.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA
A crônica era "Zé Vencedor e os Quatro Ovos" e se referia a uma fracassada excursão de um combinado belmontense a rival cidade vizinha, cujo vesultado foi uma verdadeira "lavagem", nos visitantes, pelo escore de 4x0.
Terezinha, o nome da visitante curiosa, falava "pelos cotovelos". Dizia-se assinante do "Tabu" e destacava, com euforia, as qualidades do seu saudosó pai, com rasgados elogios, fazendo com que ficasse, até certo ponto, oprimído, por não ter o prazer de conhecer o tenente Miguel Rocha.
Da família, cheguei a conclusão que só conhecia o tio e o primo da Terezinha. O primeiro, maestro Isidro Rocha, excelente pistonista e melhor regente musical. O segundo o exímio clarinetista Adalberto Rocha, funcionário do INPS lotado na ag~encia de Salvador. Como o pai, uma "boa praça".
Quando falo do regente Isidro Rocha, lembro da sua afinadissima filarmônica Lira de São Pedro, de Boca do Córrego, então distrito de Belmonte. Certa vez, convidada para participar das festividades em louvor à Nossa Senhora do Carmo, o maestro desembarcou em Belmonte alta madrugada, açordando a cidade com um vibrante dobrado de autoria do maestro Messias da Costa. A execução daquela partitura, por uma afinadissima banda, numa silenciosa cidade banhada por uma lua cheia no explendor de sua luminosidade, dificilmente sai da lembrança de qualquer pessoa, principalmente daqueles apreciadores da sublime arte de Mozart e Beetoven.
Ao declarar não ter conhecido pessoalmente o velho tenente Miguel ,senti que a Terezinha ficou decepcionada. Não era para menos. A visitante tinha absoluta certeza de que, como assíduo visitante da sua terra, deveria conhecer seu pai cujo nome constantemente está saindo nas colunas do "Tabu", mas assíduo da coluna "Antigamente", de notícias compiladas de jornais antigos, editados na cidade sulina.
Ante o interesse da visitante, funcionária da Prefeitura do Rio de Janeiro, colega de uma filha, resolvi não decepcioná-la, dando um "jeito" na sua curiosidade, prometendo-lhe apresentá-la a um amigo que, fatalmente havia conhecido seu pai.
A pessoa escolhida era o amigo irmão Symaco da Costa, o canavieirense mais belmontense que conheço, hoje gozando uma tranquila aposentadoria, de pois de um "batente" de mais de 35 anos. Reside em Queimados, neste Estado. Marquei o dia do encontro sem avisá-lo e cedo partimos para sua casa, acompanhados da minha esposa, filha e genro.
Chegando a Rua S. Humberto, a comitiva foi recebida, corno sempre, festivamente pelo antigo titular do Registro Civil de Canavieiras, o trovador Symaco da Costa. Depois de desencadear o portão, sempre fechado por motivos óbvios, a apresentação de Terezinha, até aquele momento estranha para o anfitrião.
Daí em-diante a filha do tenente Miguel assumiu as ações, juntamente com o dono da casa, enquanto Izabel, a patroa, preparava o almoço. Creio que canavieirense ficou amplamente realizada, pois a sua cidade dos tempos de seus país, foi "revirada" desde a Birindiba ao Caís do Porto.
Na volta Terezinha se mostrava satisfeita e até eufórica, pois o velho Symaco conheceu o Sr. Rocha, que participava, realmente, de todos os eventos sociais de Canavieiras. Era um eficíente colaborador das atividades da pacata e histórica cidade da região cacaueira, que teve a primasia de plantar o primeiro cacaueiro no Estado da Bahia, em 1746, na Fazenda Cubículo, às margens do Rio Pardo.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA
A decadência de um conjunto padrão
RIO – Fui um dos primeiros locatários do conjunto Residencial do IAPI de Realengo, inaugurado em março de 1943, quando presidia a autarquia dos industriários, o engenheiro Plínio Catanhede que, na época, por exceção, me proporcionou a oportunidade de adquirir uma das casas do conjunto.
A nova cidade tinha administração própria, com seus responsáveis residindo na localidade para atender os moradores, assistidos por um médico e um serviço assistencial digno de nota.
Ruas largas com áreas ajardinadas, bem tratadas por funcionários responsáveis, o complexo era mostrado aos visitantes como uma das obras mais importantes do governo Getúlio Vargas, espécie de trabalho pioneiro para servir de base para novos conjuntos. Havia uma equipe para a conservação das casas, já que era proibido aos moradores executarem qualquer alteração nos imóveis, função exclusiva do administrador que, por sinal, era rigoroso cumpridor das ordens determinadas pela alta direção do ex-IAPI. Goniglo, o nome do administrador que não transigia e até se excedia no cumprimento das ordens.
Ás 1500 unidades, residenciais, na maioria casas baixas, eram visitadas religiosamente pelo médico Dr. Cláudio Mesquita, cuja franqueza era criticada acremente pelos moradores que não estavam acostumados com determinações higiênicas postas em prática pelo facultativo e, graças a sua firmeza, foi possível debelar um princípio de epidemia...
A supervisora do Conjunto era uma alta funcionária do Ministério do Trabalho, que era responsável pela assistência social aos moradores, mantendo um serviço eficiente de atendimento, com distribuição de remédios, alimentação e até vestuário, aos mais carentes. Também proporcionava festas sociais dedicadas aos filhos dos moradores, Zenith Miranda, seu nome.
Complementando o quadro existia um Conselho de Locatários, composto de 15 moradores, com contato direto com os setores administrativos da autarquia para levar as reivindicações da localidade. A escolha dos membros deste Conselho era por votação direta em eleições livres.
Apesar das deficiências devido a falta de comércio e a precariedade de meios de transportes, pois a condução era feita através de trens da Estrada de Ferro Central do Brasil, o Conjunto ia bem, pois os problemas surgidos eram solucionados pela administração.
Posteriormente o Conjunto foi ampliado com a construção de apartamentos durante o governo Gaspar Dutra, aproveitando vastas áreas até perto de Bangu. Mas em 1953 a localidade foi declinando com a modificação da Portaria que criou o setor imobiliário do instituto.
Primeiro foi desativado o eficiente atendimento médico dirigido pelo. Dr. Cláudio Mesquita, que sozinho prestava mais serviços à população que o recém criado Posto do SAMDU depois desativado. A saída de Goniglo determinou o abandono da localidade que também perdeu seu serviço social de tanta utilidade. Posteriormente o Conselho de Locatários deixou de existir, em face da unificação dos institutos de previdência.
Ante a situação, grande número de locatários começou abusar, "avançando" nas áreas ajardinadas para complementar seus quintais. Alguns mais ousados se apoderaram de vastas áreas, construindo garagens nas ruas, fazendo proliferar oficinas de serralheiros e locais de consertos de automóveis, sem nenhuma intervenção da Coordenadoria do Patrimônio que entregou de "mão beijada" vasto acervo adquirido pelas contribuições trabalhadores e, como castigo, determinando que as casas construídas em 1940, venham tendo crescente valorização sentida com os constantes aumentos das prestações em face da maldita correção monetária.
O Conjunto está decadente, porém se transformou numa fonte de renda para o Banco Nacional de Habitação que, no nosso caso, entrou com a "cara e a coragem".
Mas num mandado de segurança contra a cobrança da correção monetária nas nossas casas, um juiz achou justa a cobrança enquanto votava a eliminação para os imóveis do Instituto cons...(linha incompleta)
Rubens E Silva, Jornal da Manhã Ilhéus/BA 10/01/1980
A nova cidade tinha administração própria, com seus responsáveis residindo na localidade para atender os moradores, assistidos por um médico e um serviço assistencial digno de nota.
Ruas largas com áreas ajardinadas, bem tratadas por funcionários responsáveis, o complexo era mostrado aos visitantes como uma das obras mais importantes do governo Getúlio Vargas, espécie de trabalho pioneiro para servir de base para novos conjuntos. Havia uma equipe para a conservação das casas, já que era proibido aos moradores executarem qualquer alteração nos imóveis, função exclusiva do administrador que, por sinal, era rigoroso cumpridor das ordens determinadas pela alta direção do ex-IAPI. Goniglo, o nome do administrador que não transigia e até se excedia no cumprimento das ordens.
Ás 1500 unidades, residenciais, na maioria casas baixas, eram visitadas religiosamente pelo médico Dr. Cláudio Mesquita, cuja franqueza era criticada acremente pelos moradores que não estavam acostumados com determinações higiênicas postas em prática pelo facultativo e, graças a sua firmeza, foi possível debelar um princípio de epidemia...
A supervisora do Conjunto era uma alta funcionária do Ministério do Trabalho, que era responsável pela assistência social aos moradores, mantendo um serviço eficiente de atendimento, com distribuição de remédios, alimentação e até vestuário, aos mais carentes. Também proporcionava festas sociais dedicadas aos filhos dos moradores, Zenith Miranda, seu nome.
Complementando o quadro existia um Conselho de Locatários, composto de 15 moradores, com contato direto com os setores administrativos da autarquia para levar as reivindicações da localidade. A escolha dos membros deste Conselho era por votação direta em eleições livres.
Apesar das deficiências devido a falta de comércio e a precariedade de meios de transportes, pois a condução era feita através de trens da Estrada de Ferro Central do Brasil, o Conjunto ia bem, pois os problemas surgidos eram solucionados pela administração.
Posteriormente o Conjunto foi ampliado com a construção de apartamentos durante o governo Gaspar Dutra, aproveitando vastas áreas até perto de Bangu. Mas em 1953 a localidade foi declinando com a modificação da Portaria que criou o setor imobiliário do instituto.
Primeiro foi desativado o eficiente atendimento médico dirigido pelo. Dr. Cláudio Mesquita, que sozinho prestava mais serviços à população que o recém criado Posto do SAMDU depois desativado. A saída de Goniglo determinou o abandono da localidade que também perdeu seu serviço social de tanta utilidade. Posteriormente o Conselho de Locatários deixou de existir, em face da unificação dos institutos de previdência.
Ante a situação, grande número de locatários começou abusar, "avançando" nas áreas ajardinadas para complementar seus quintais. Alguns mais ousados se apoderaram de vastas áreas, construindo garagens nas ruas, fazendo proliferar oficinas de serralheiros e locais de consertos de automóveis, sem nenhuma intervenção da Coordenadoria do Patrimônio que entregou de "mão beijada" vasto acervo adquirido pelas contribuições trabalhadores e, como castigo, determinando que as casas construídas em 1940, venham tendo crescente valorização sentida com os constantes aumentos das prestações em face da maldita correção monetária.
O Conjunto está decadente, porém se transformou numa fonte de renda para o Banco Nacional de Habitação que, no nosso caso, entrou com a "cara e a coragem".
Mas num mandado de segurança contra a cobrança da correção monetária nas nossas casas, um juiz achou justa a cobrança enquanto votava a eliminação para os imóveis do Instituto cons...(linha incompleta)
Rubens E Silva, Jornal da Manhã Ilhéus/BA 10/01/1980
A fortuna enterrada de Adão.
Era voz corrente em Belmonte-BA.. que aquele velho e pacato magarefe, residente ali em "Todo o Pau", era possuidor de rasoável e sólida fortuna, Afinal, ele possuía uma vasta roça, situada nas imediações da “Barrinha" com muitas árvores frutíferas cujos frutos-eram vendidos por “um bom preço” e o acesso dificultado por cachorros ferozes que a qualquer sinal atacavam os invasores, na maioria menores de idade.
Estou falando de Adão, tradicional personagem da cidade, em torno do qual existia uma lenda de que sua fortuna enterrada no quintal, também cheio de frutíferas, vendidas a "peso de ouro". A lenda tinha foros de verdade, pois naquele tempo não existiam casas bancárias e os fazendeiros não acreditavam nas firmas exportadoras, achando mais seguro guardar seus haveres em casa, em local de difícil acesso. Além de tudo o agricultor era tido um avarento da cidade, arredio da sociedade e incapaz de auxiliar qualquer pessoa, nem mesmo participava das campanhas financeiras da igreja, coisa alíás condenada por todos.
Morto Adão, aumentava a suspeita de que havia dinheiro enterrado no casarão, não mais existente, em “Todo o Pau”
Certo dia. nos idos de 1920, já no final da década, fui abordado por um irmão do jornalista Carlos Monteiro, na ocasião chefiando a Tipografia Democrata, onde era um dos empregados, Ele, depois de contar um sonho e confiar que Adão lhe ter avisado 'onde' estava a sua fortuna, perguntou se "topava", desenterrar o pequeno baú onde estava o dinheiro. Com a minha aceitação, declarou que o local era num cajueiro perto da cozinha do casarão e tudo deveria ser feito no maior sigilo, sob pena de fracassar a empreitada, marcada logo para o outro dia, uma sexta-teira à meia-noite.
Depois de um rápido reconhecimento do local para saber a melhor maneira de transpor o quintal, a hora e no local laprazados, estávamos preparados para “apoderar” do dinheiro do velho sovina.
Transposto o quintal e, na noite, por sinal bastante escura, começamos a cavar em redor do cajueiro apenas Iluminado sob a luz de pequena vela, A tarefa que esperávamos fácil, foi se tornando e penosa, pois a proporção que o tempo passava, uma espécie de nervosismo nos atacara, uma vez que um tal sinal convencionada para marcar o local exato onde estava a fortuna, não aparecia de jeito nenhum.
Já passava de uma hora da madrugada de sábado, quando não resistindo a escavação, o cajueiro adernou. quase por ocasionando e por milagre não atingiu a casa. Estava fracassada a missão e, em consequência querida Batemos em retirada. Pela manhã a cidade acordou com a notícia de que haviam retirado o dinheiro da Adão, uma verdadeira fortuna. O boato espalhado vinha" até com detalhes, pois houve gente até que encontrou uma moeda de prata deixada no Local pelos felizardos.
Decepcionados e até envergonhados, eu e o companheiro sonhador, ou melhor o receptor da mensagem milionária do endinheirado fazendeiro, não tivemos outra saída senão continuar o sigilo absoluto que, creio, sómente quebrado com esta crônica.
Tenho absoluta, certeza de.que, ainda hoje existem remaneseente areía n-heiro foi desenterrado, eom a felicidade dos iluminados .executores da :eseavaçã0 com eerta reserva.-
Para mím, infelizmente, o trabalho daquela escura noite de sexta-feira, foi negativo, em todos os sentidos, pois ao chegar em casa pela madrugada fui recepcionado pela saudosa Amor, minha mãe, dentro dos moldes da daquela época, muito “carinnhosamente”, o que não impediu que mantivesse o sigilo combinado.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 03/01/1979
Estou falando de Adão, tradicional personagem da cidade, em torno do qual existia uma lenda de que sua fortuna enterrada no quintal, também cheio de frutíferas, vendidas a "peso de ouro". A lenda tinha foros de verdade, pois naquele tempo não existiam casas bancárias e os fazendeiros não acreditavam nas firmas exportadoras, achando mais seguro guardar seus haveres em casa, em local de difícil acesso. Além de tudo o agricultor era tido um avarento da cidade, arredio da sociedade e incapaz de auxiliar qualquer pessoa, nem mesmo participava das campanhas financeiras da igreja, coisa alíás condenada por todos.
Morto Adão, aumentava a suspeita de que havia dinheiro enterrado no casarão, não mais existente, em “Todo o Pau”
Certo dia. nos idos de 1920, já no final da década, fui abordado por um irmão do jornalista Carlos Monteiro, na ocasião chefiando a Tipografia Democrata, onde era um dos empregados, Ele, depois de contar um sonho e confiar que Adão lhe ter avisado 'onde' estava a sua fortuna, perguntou se "topava", desenterrar o pequeno baú onde estava o dinheiro. Com a minha aceitação, declarou que o local era num cajueiro perto da cozinha do casarão e tudo deveria ser feito no maior sigilo, sob pena de fracassar a empreitada, marcada logo para o outro dia, uma sexta-teira à meia-noite.
Depois de um rápido reconhecimento do local para saber a melhor maneira de transpor o quintal, a hora e no local laprazados, estávamos preparados para “apoderar” do dinheiro do velho sovina.
Transposto o quintal e, na noite, por sinal bastante escura, começamos a cavar em redor do cajueiro apenas Iluminado sob a luz de pequena vela, A tarefa que esperávamos fácil, foi se tornando e penosa, pois a proporção que o tempo passava, uma espécie de nervosismo nos atacara, uma vez que um tal sinal convencionada para marcar o local exato onde estava a fortuna, não aparecia de jeito nenhum.
Já passava de uma hora da madrugada de sábado, quando não resistindo a escavação, o cajueiro adernou. quase por ocasionando e por milagre não atingiu a casa. Estava fracassada a missão e, em consequência querida Batemos em retirada. Pela manhã a cidade acordou com a notícia de que haviam retirado o dinheiro da Adão, uma verdadeira fortuna. O boato espalhado vinha" até com detalhes, pois houve gente até que encontrou uma moeda de prata deixada no Local pelos felizardos.
Decepcionados e até envergonhados, eu e o companheiro sonhador, ou melhor o receptor da mensagem milionária do endinheirado fazendeiro, não tivemos outra saída senão continuar o sigilo absoluto que, creio, sómente quebrado com esta crônica.
Tenho absoluta, certeza de.que, ainda hoje existem remaneseente areía n-heiro foi desenterrado, eom a felicidade dos iluminados .executores da :eseavaçã0 com eerta reserva.-
Para mím, infelizmente, o trabalho daquela escura noite de sexta-feira, foi negativo, em todos os sentidos, pois ao chegar em casa pela madrugada fui recepcionado pela saudosa Amor, minha mãe, dentro dos moldes da daquela época, muito “carinnhosamente”, o que não impediu que mantivesse o sigilo combinado.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/BA 03/01/1979
A casa do bom médico.
Pode ser "que hoje apareçam contestações, porém a coisa começou da seguinte maneira:
¬ Em princípio de 1938, com o falecimento do Cel. Misael, ou seja, Manoel Misael da Silva Tavares, surgiu a notícia de que seus herdeiros iriam solicitar a casa, de propriedade do espólio, onde residia há muitos anos, o Dr. João Soares Lopes, o Dr.'Lopes' da Pobreza, ou ainda o Bom Médico.
Cidade se revoltou com a notícia. Todas as camadas da mais baixa a mais alta receberam, o anúncio com certa indignação, ainda mais que o motivo da solicitação, una ie dêespécie de despejo branco, era a falta de pagamento de aluguéis.
Como sempre acontece em tais situações, se descobre qque o Dr. Lopes era assistente do Cel. Misael que, como pagamento desses serviços, não cobrava os aluguéis do imóvel situado à praça perto do Palacete Misael Tavares, hoje sede da Maçonaria.
Diante das notícias da tomada da casa, que nunca foram desmentidas, uma comissão composta de representantes do comércio e indústria, além de agricultores, tendo a frente o Sr. Henrique Lucas, resolveu lançar uma campanha para oferecer uma casa ao Dr. Lopes. Seria uma camanha popular, que deveria abranger todas as camadas. Partindo desta decisão, as listas foram distribuídas.
A campanha foi uma das mais emocionantes com gente humilde fazendo questão de colaborar como retribuição àquele que quase sempre, recebia como pagamento dos serviços que prestava com um “Deus lhe pague”
Um ano depois da campanha, num dia 23 de Junho, data do aniversário do humanitário, a população entregava ao seu verdadeiro dono a CASA DO BOM MÉDICO, situada na altura da Fonte da Cruz, na Avenida que tem o seu nome.
Foi uma da maiores festas de congraçamento Já assistidas em Ilhéus. Era emocionante ver aquele bondoso médico alegre e chorando, querendo, mas não sabendo agradecer tão marcante homenagem.
Me informaram que a CASA DO BOM MÉDICO não mais pertence a Família Soares Lopes.
Uma pena.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/Ba 15/09/1977
¬ Em princípio de 1938, com o falecimento do Cel. Misael, ou seja, Manoel Misael da Silva Tavares, surgiu a notícia de que seus herdeiros iriam solicitar a casa, de propriedade do espólio, onde residia há muitos anos, o Dr. João Soares Lopes, o Dr.'Lopes' da Pobreza, ou ainda o Bom Médico.
Cidade se revoltou com a notícia. Todas as camadas da mais baixa a mais alta receberam, o anúncio com certa indignação, ainda mais que o motivo da solicitação, una ie dêespécie de despejo branco, era a falta de pagamento de aluguéis.
Como sempre acontece em tais situações, se descobre qque o Dr. Lopes era assistente do Cel. Misael que, como pagamento desses serviços, não cobrava os aluguéis do imóvel situado à praça perto do Palacete Misael Tavares, hoje sede da Maçonaria.
Diante das notícias da tomada da casa, que nunca foram desmentidas, uma comissão composta de representantes do comércio e indústria, além de agricultores, tendo a frente o Sr. Henrique Lucas, resolveu lançar uma campanha para oferecer uma casa ao Dr. Lopes. Seria uma camanha popular, que deveria abranger todas as camadas. Partindo desta decisão, as listas foram distribuídas.
A campanha foi uma das mais emocionantes com gente humilde fazendo questão de colaborar como retribuição àquele que quase sempre, recebia como pagamento dos serviços que prestava com um “Deus lhe pague”
Um ano depois da campanha, num dia 23 de Junho, data do aniversário do humanitário, a população entregava ao seu verdadeiro dono a CASA DO BOM MÉDICO, situada na altura da Fonte da Cruz, na Avenida que tem o seu nome.
Foi uma da maiores festas de congraçamento Já assistidas em Ilhéus. Era emocionante ver aquele bondoso médico alegre e chorando, querendo, mas não sabendo agradecer tão marcante homenagem.
Me informaram que a CASA DO BOM MÉDICO não mais pertence a Família Soares Lopes.
Uma pena.
Rubens E Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus/Ba 15/09/1977
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