domingo, 21 de setembro de 2008

Raulino Santos – Um verdadeiro craque

Raulino Santos – Um verdadeiro craque

RIO — Ha dias precisava me comunicar com Belmonte, para fazer chegar, a pessoa amiga, o resultado de uma "investigação" solicitada, que consistia em localizar, para uma mãe aflita, seu fiiho nesta Metrópole. Justificava a preocupação a falta de notícias do;jovem, cuja genitora o julgava desaparecido.
Resolvi telefonar para o Hospital Santa Casa da Misericórdia onde na certa, encontraria seu provedor, o dinâmico Tenente Jerônimo Rozendo de Oliveira — para mim o sempre Gilozinho de dona Cezarina — afim de que o mesmo transmitisse já ter localizado o "desaparecido", pondo fim a natural preocupação da família do rapaz, que por sinal já havia "dado sinal de vida" a seus parentes.
A escolha do Tenente Jerônimo para a comunicação e justifica pela certeza de encontrá-lo ao "pé da obra", já que o dirigente do Hospital da Praça da Matriz dá um plantão de 24 horas por dia; na remodelada casa, hoje uma das melhores do sul-bahiano, dona que é de moderníssimas instalações. E não estava, enganado. O telefone foi imediatamente atendido, através de uma transmissão nítida, apesar da comunicação ter sido feita em hora de intensa movimentação.
Mas, enquanto eu dava o meu bom recado — limitando o tempo com receio da implacável Companhia Telefônica — recebia uma notícia desagradável, Estava dando entrada no Hospital, com graves problemas cardíacos, o velho amigo e companheiro de infância, Raulino Santos. Pela forma com que Gilozinho falava, senti logo o drama do conterrâneo cujo restabelecimento era difícil, conforme se verificou logo depois com o seu falecimento.
Raulino, na época de ouro do futebol ilheense. esteve na Capital do Cacau, integrando a equipe do América Esporte Clube, na segunda metade da década de 30 quando demonstrou o seu 'virtuosismo' no velho Estádio do Satélite integrante que era de uma das melhores linhas dianteiras exibidas na cidade, formada de Tavinho, Nelson Monteiro, Raulino, Bem e Nascimento. Atrás estavam Labirinto — substituído por Aires — Orlandinho e Vadinho. Rafael Filhinho e Filó.
A impressionante exibição de Raulino —um centro-avante de pequena estatura fez com que dirigentes do Vitória tentassem a sua transferência de Belmonte para Ilhéus, inclusve garantindo ao esportista visitante um emprego na firma Wildberger, que seria uma simples transferência, já que Raulino trabalhava numa firma congênere na sua cidade, ou seja na Rapold, Manz e Cia., compradora de cacau. Na época houve até uma reunião no escritório do Loyd Brasileiro com a participação de Amaral Carneiro e Chico Pinto quando as alegações dos locais não convenceram o "crack" belmontense que, diga-se de passagem, anos depois me confessou arrependido, principalmente pela discriminação sofrida quando de sua aposentadoria, depois de muitos anos de dedicação.
De há muito Raulino que foi vereador em várias legislaturas e funcionário da secretaria da Câmara Belmontense, vinha como traumatizado e, quando podia se desviava dos velhos amigos nas periódicas visitas a "santa terrinha" para render graças a Nossa Senhora do Carmo. Comigo era difícil o desencontro, pois sempre "forçava a barra" e conseguia alguns momentos para as lembranças gostosas das noites enluaradas da Praça da Matriz, quando passávamos em desfiles respeitáveis personalidades como Tiago. Valverde, Pedro Bandeira. Permínio Santos. Teófilo Barros, Antônio de Astério, Ascânio Imbassay, Melquíades Nascimento, Saturnino Costa, João Bambola" Melo Poassu, Dr. Péricles Trajano Reis, Inocêncio Costa. Epifânio Conceição, José e Joaquim Ramos de Andrade, Jersulino Lopes e uma plêiade de homens que fizeram época na nossa cidade, por nós respeitados e até reverenciados.
No ano passado, num rápido encontro na remodelada Praça 13 de Maio, eu e Osvaldo Peixoto — outro belmontense que "se mandou" para outras paragens mas anualmente presente às solenidade em louvor a Virgem do Carmo — revivemos momentos ;da nossa infância, juntamente com Raulino Santos que estava até eufórico inclusive soltando gostosas risadas; como que se despedindo de dois companheiros velhos.
Naquela tarde lembramos de Eusébio Quebra-Varas, pai do fazedor de "arrais" o barbeiro Panfilo, no dia em que '"afanou" uns quiabos do compadre quitandeiro Zé Mamão e pôs na cabeça, cobrindo com o chapéu, mas que na chegada de um terceiro personagem, se esqueceu do produto do furto e, se descobrindo, sob o espanto geral, viu os quiabos se espalharem pelo chão.
Prefiro lembrar o Raulino eufórico e contador de casos para esta coluna ao triste, sorumbático e arredio Raulino um dos monstros sagrados do futebol belmontense.

Rubens E. Silva Jornal da Manhã – Ilhéus, BA 12/Dez/1980

Pandeiro Manso de Paiva Coimbra

Pandeiro Manso de Paiva Coimbra
Rubens E. Silva

RIO — Antigamente, através; de poucos e tradicionais impostos, o governo subsidiava alguns serviços tidos como de utilidade pública, favorecendo assim os contribuintes, numa espécie de devolução daquilo que o governo lhes tirava até cem certa parcimonia. Hoje, entretanto, tudo é diferente. Os subsídios estão eliminados, enquanto técnicos em arrecadação inventam novos impostos "apelidando-os" de taxa-e outros bichos, aumentando-os dia a dia.
A "fúria" arrecadadora é impressionante ,Hoje pagamos até a iluminação das ruas e os serviços essenciais que desde o império eram de fato para beneficiar o povo, com taxas reduzidas, como o Correios e Telégrafos, heje em dia se transformou em objeto de renda com os sucessivos aumentos de suas taxas, acontecendo o mesmo com os transportes coletivos.
Uma instituição que beneficiava a população era o Serviço de Alimentação da Previdência. Social — SAPS, instituída no governo Vargas que os tecnocratas acabaram talvez por não dar lucros. Os maiores beneficiários da louvável instituição eram os trabalhadores.
Passei por quase todos os postos de Serviço que proporcionavam alimentação barata e sadia, desde sua sede central, na Praça da Bandeira, cujo restaurante atendia trabalhadores de São Cristóvão à Praça Onze. Na Rua México .no sub-solo da sede do ex-Instituto dos Comerciários e na Rua Gomes Freire, estavam os postos dos comerciários e dos agentes policiais, que serviam a todo o centro da cidade, que contava ainda com o SAPS do Calabouço, onde o estudante Edson foi morto por um policial, originando um veemente protesto de seus companheiros.
Na região portuária existia o SAPS do "Pequeno Jornaleiro", nas imediações da Praça da Harmonia, ponto preferido pelos estivadores.
Todos os postos apresentavam equipes de alto nível, evitando as reclamações tão naturais em prestações de serviços.
O SAPS também atendia empresas com determinado número de funcionários ou trabalhadores, como no caso dos "Diários Associados" que, na sua sede antiga, à Rua Sacadura Cabral número 95, no 9º andar. Lá estava um posto para os funcionários, extensivo aos amigos da casa. Nesta condição estava o cronista velho conterrâneo do arquivista irmão Symaco da Costa, supervisor do serviço.
E' muito natural em tais reunião. captar dados sobre participantes. De ordinário, depois de alguns encontros,. todo mundo sabe da vida de todo mundo, com raras excessões, que ficam por conta dos taciturnos.
Foi assim que nos "Associados" conheci uma pessoa que nos idos de 1915, foi manchete em todos os jornais do País e em parte de imprensa mundial.
Numa mesa do SAPS, todos os dias, estava um senhor de idade avançada, magricela e branco. Sempre arredio, como desinteressado com o que se passava, no vasto salão, inclusive com seus companheiros, como ele vestido de macacão azulado com as iniciais do Departamento Nacional do Café. Meu companheiro que havia me dado "serviço" sobre um freguês acostumado a '"fechar a raia" para ser servido cm dobro dizendo-se tratar de uma alta patente do exercito, me.informei que o velho de macacão era Manso de Paiva Coimbra que em setembro de 1915, assassinou na escadaria do Hotel dos Estrangeiros, José Gomes Pinheiro Machado, a "eminência parda" do governo Wenceslau Braz e homem temido por todos políticos do País. Efetivamente, ainda jovem iniciando a minha vida de tipógrafo, me lembro como os círculos intelectuais de Belmonte receberam a notícia da morte de Pinheiro Machado.
Procurei me aproximar do grande personagem, o pedreiro gaúcho Manso de Paiva, chegando até a uma relativa amizade, mais quando abordei o assunto ocorrido cm 1915, apenas consegui" duas palavras, como resposta:
— Esqueça disto. Mais continuei o contacto com Manso de Paiva, terminado com o fechamento do SAPS dos "Associados", quando também recebi o último pacote do café tipo exportação.
Por algum tempo tentei encontrar o velho padeiro que, segundo os jornais da época, tornou-se assassino para salvar o Brasil.
• Rubens E. Silva, Jornal da Manhã, Ilhéus/BA 03 Out 1979

"Ilhéus, bonita até para se morrer

"Ilhéus, bonita até para se morrer Rubens E. Silva

RIO — Ele era componente do corpo musical da "Lyra Popular". Creio que até foi um dos seus fundadores. Como pistonista de "primeira água" fazia dupla — e que dupla — com o famosíssimo Esmero Martins que, pelo seu "virtuosíssimo", foi contratado por uma Companhia de Comédias depois de vitoriosa temporada em Belmonte. Na época, o comentário era que Esmero viajou porque ficou apaixonado pela "estrela"' do conjunto, artístico, uma fascinante argentina.
Mas esta crônica é dedicada ao musicista e titular do registro civil, Aristophanes Flores, conhecido pelo nome de Fanu ,transferido para Pedra Branca quando foi desmembrada da cidade sulina.
Sempre bem trajado. Fanu era um bom "papo" e possuidor de um jeito especial de fazer amigos e, o mais importante, mantê-los.
Já estava na hoje Itapebi quando me transferi para Ilhéus, em fins da década de 20, e lá encontrei outro conterrâneo e clarinetista de "mão cheia" Argemiro Santos, irmão do escritor-poeta Dario dos Santos. Argemiro, infeliz e inexplicavelmente se "jogou" ao vício da embriagues e faleceu anos depois, em completa obscuridade.
Certa vez, em gozo de férias — em vigor desde o governo Artur Bernardes — fui passar uma temporada em Pedra Branca, onde como ainda hoje, tenho parentes, além de um grupo de amigos conterrâneos.
Para “matar o tempo", passava o dia visitando e "papeando" com conhecidos como Benjamin Andrade, Sylvio Testes, Lourival Sacramento, Antônio Lamarca — um italiano que vivia blasfemando por tudo — Eliezer Marinho, Lourival Sacramento, o barbeiro Antônio Bolandeira, Aprígio e Elpídio Pereira, Joaquim Bambá — o devoto de São João — Edson Moura, e, naturalmente, o escrevente Aristophanes Flores.
Com o Fanu, o "papo" era mais longo, pois o velho pistonisía. conhecia bem a cidade onde, periodicamente a visitava, freqüentador que era dos cabarés, se hospedando na residência do seu irmão Claudionor Flores representante comercial.
Elogiava as belezas naturais da outrora "Princesa do Sul" na época, espremido, entre o Plano Inclinado e o coqueiral dos Pachecos e esbarrada pelos morros da Conquista, Teresópolis, Café e Ceará, que escondiam a Baixa Fria e o Buraco da Gia. Comentava a situação e o meio de acesso ao Alto da Conquista c o contorno da Avenida 2 de Julho, compreendida do Unhão ao Obelisco de Nossa Senhora de Lourdes. Era mesmo um admirador da Capital do Cacau.
Invariavelmente Fanu Flores terminava a palestra, como que vaticinando, com a seguinte frase; — Ilhéus é bonita até para morrer...
Urna tarde, cumprindo uma rotina, fui assistir a chegada de um navio da "Bahiana", que voltava de São José do Mucuri. No cais nº l, encontrei Claudionor Flores, me informou que estava ali a. espera do irmão que doente, ia a Salvador para um tratamento intensivo. Esperava que o irmão demorasse pouco na capital do Estado, pois a recuperação seria feita em Ilhéus.
Navio atracado, subimos à bordo. Num 'beliche' estava Fanu, com Dona Vivi sua esposa. A viagem de Canavieiras a Ilhéus serviu para agravar o estado de saúde do velho pistonista. Seguir viagem era uma temeridade e a solução foi o Hospital São José.
Não demorou, pois dois dias depois, eu, Claudionor, dona Vivi e uns poucos conhecidos, levamos Aristophanes Flores, para o Cemitério da Vitória, sua última morada.
Comentei, ainda no cemitério, meu encontro, em Pedra Branca, com o escrevente e as suas entusiásticas palavras sobre a bela cidade ,
Fanu atravessara o Jequitinhonha parte do Rio Pardo, para morrer justamente na cidade, não só para ele, mas para milhares de pessoas:
Bonita, até para se morrer...
Rubens E. Silva, Jornal da Manhã, Ilhéus/BA 13/Out/1979

COLUMBINO E Á RABECA DE ZÉ DOS REIS

COLUMBINO E Á RABECA DE ZÉ DOS REIS

Rio (Para TABU) — Jovem, estava naquela em relação a Canavieiras: Não vi e não gostei. Aliás este era o lema dos belmontenses em lelação à cidade vizinha, verdadeira inimiga. E não era para menos. Todos os nossos que tinham necessidade de passar por lá, e mesmo os excursionistas esportivos, na volta diziam "cobras e lagartos" em relação ao mal tratamento recebido. Tenho a impressão de que o mesmo acontecia de lá pra cá. Nós jovens que não participamos de tais "viagens" acreditávamos piamente nos conterrâneos, verdadeiras vítimas de massacres que não deixaram marcas. E precisava prova concreta? Nada disto, o "inimigo" deveria pagar as "agressões" contra nossos irmãos. A desforra seria na primeira visita e para ela estávamos preparados.
Era este o clima, nos primeiros decênios deste século, entre canavieirenses e belmontenses que, afinal apresentava um lado positivo, pois todos se aprimoravam para superar o "inimigo" em todas as atividades.
Por muito tempo acreditei na veracidade dos fatos, o que fazia com que odiasse meus vizinhos. Mas um dia... Sempre tem um dia. Apareceu em Belmonte um crioulo das pernas tortas para defender a Associação Atlética do professor Lúcio Coelho e, como gráfico, foi trabalhar na Tipografia dos Monteiro, de onde eu era "cria". Chamava-se Canelinha. Uma extraordinária figura humana. Tornamo-nos amigos, da mesma forma que tirou da minha mente a "má-vontade" com seus conterrâneos. Tentou por muitas vezes me levar a Canavieiras, o que não foi possível. Canelinha era incapaz de ofender alguém. Depois voltou à sua terra banhada pelo Rio Pardo. Foi um desfalque para a tipografia que para seu lugar "importou" Eduardo Colombino. Bom sujeito mas impulsivo e uma pouca "metido" Foi com ele que realizei a minha primeira visita a Canavieiras, ficando hospedado em sua casa. Uma visita de um pouco mais de 30 horas que deu para conhecer as bonitas — hoje extintas — dunas, Atalaia, igreja de São Boaventura, a "zona, onde Antônio Magro jogava gamão, e a Capelinha. Essa lembrança de mais de 50 anos é marcada pelo encalhe da canoa, no meio da viagem de volta, quando servimos de pasto para barulhentos mosquitos.
Columbina gostava da farra. Foi meu companheiro inseparável nas festinhas de aniversários, juninas, antoninas, casamentos, quando de vez enquando dava seus gorgeios, cantando músicas da época, na sua maioria aprovadas pelos dançarinos.
Certa noite de Santo Antônio, depois de passar por Cabo Verde, Cirilo, as Anãs e outras casas que festejavam o santo casamenteiro, fomos parar na casa de Antônio Magarefe, lá pelos lados da Preguiça, onde a animação era total. Genipapo e canjica de milho verde corriam soltos, numa eopécie de preparativo para um suculento caruru e uma muqueca de robalo.
Lá para tantas Columbino resolveu exibir seus dotes canoros. Pediu para que o apresentasse ao "regional" formado por violão, cavaquinho, pandeiro, duas colheres, comandado por um respeitável e conceituado carpinteiro de nome José dos Reis, tocador de violino. O homem não se fez de rogado e logo atendeu ao pedido de acompanhamento do cantor canavieirense, que da sua parte começou a cantarolar, como que dando o tom para a orquestra. José dos Reis, de paletó e gravata, como mandava o figurino da época, se pôs em pé e começou a "esgravatar" as cordas do seu precioso instrumento. Os companheiros também entraram nos preparativos mas, por incrível que pareça ou parecia, não "entravam num acordo" quanto a afinação. O "debate" continua por muito tempo, sem solução. O cantor já mostrava o seu inconformismo com a demora, sem que o maestro tomasse conhecimento.
Não "guentando" mais Columbina, já al­tamente lubrificado com os ''ingredientes" genipapinos, vira-se para José dos Reis e exclama: — Oh velho. Afina logo esta rabeca...
O violinista reagiu dizendo:-Me respeite. Isto aqui não é rabeca e sim um violino.
Com a reação do chefe todo o conjunto avançou em Columbina que, "escapou" pela cozinha, indo parar no Matadouro, construído entre os mangues, onde fui encontrá-lo para prestar a necessária solidariedade.

Rubens Esteves da Silva Tabu Canavieiras-BA 1ª Quinzena 01/1981

Antônio Benvindo Teixeira

Antônio Benvindo Teixeira
Rubens E. da Silva

Ele foi um dss primeiros grálicos do DIÁRIO DA TARDE vindo, em janeiro de 1928 de Salvador, acompanhado de Alberico, Rocha e Aristotelino, assistindo só da montagem da impressora, como participando da organização da oficina, dentro de um ambiente de euforia e esperança, sob a direçao do inesquecível Carlos Monteiro que, com Francisco Dórea, Eusinio Lavigne e Alcino Dórea, organizaram a empresaj que completa 45 anos de atividade.
Educado por padre Teixeira era homem inteligente, gimples e de bom humor, De caixista passou para auxiliar de gerente e posteriormente componente da redação do jornal, onde morreu, depois de aposentado, como revisor.
Era um homem sempre pronto para atender as solicitações da direçã da casa e, por isto mesmo, captador de amizades.
A noticia de sua morte, recebida quando estava em Salvador, mesmo, não me surpreendendo, me chocou bastante, pois fomos sempre bons companheiros e amigos através da longa convivência não só na empresa, mas mesmo quando me afastei e vim residir na Guanabara} pois sempre estávamos em contato.
Há vários casos pitorescos passados na movimentada vida de Teixeira que com Aristotelino — Lelinho — Roque — Edmundo - Jacinto de Gouveia e Souza Pinto — Perclino, todos falecidos, formaram com Otávio Moura — Mário Sales — Junot, a turma de frente, na primeira década de existência da DIÁRIO DA TARDE, órgão líder da zona cacaueira.
De certa vez, num daqueles passeios esportivos que sempre realizamos no ïnterior, o nosso .Teixeira, que era bom orador, comemorando um aniversário de influente político de Banco do Pedro, pronunciou nada menos do que 16 discursos inclusive saudando o homenageado e logo após, agradecendo a homenagem. Caso, ao que sabemos, inédito nas comemorações politico-sociais.
Nunca deixou de cumprir, a contento a sua missão de gerente e nos mais agudos momentos de .crise, sempre conseguia arrecadar "algum' para minorar as aperturas da "caixa", no tempo das "vacas magras", pois difícilmente os assinantes e anunciantes, escapam daquela conversa fácil e cativante e sempre atualizada;para opinar sobre os mais variados assuntos.
Teixeira se destacava entre Aristotelino, um ótimo coração, trabalhador cujo. defeito era de nunca ou a quase nunca sorrir. De um Rocha, que se preocupava, tão somente em economizar. De Albericocala. dão como nunca. Perolino, cuja mania era colecionar Cadernetas Populares . De Edmundo, que gostava de dinheiro, não perdoando erros em contabilidade, capaz de, corno aconteceu certa vez, reclamar uns centavcs, mesmo depois de ter recebido uma inesperada gratificação. De Lelinho, aquele amigo incondicioal, que morreu em plena atividade; pcdemos dizer. De Mário Sales, sempre mansinho, e silencioso. De Reque atiïidade em pessoa. De Junot, eficiente auxiliar do gerente, mas com uma pose de diretor, de Jacinto de Gouveia, que como pianista era um bom colunista. Pe Souza Pinto, que dirigia bem a gerência da casa.
Hoje, da "turma que participou da primeira década no DIÁRIO DA TARDE, ao que me parece, só resta Otávio Moura, um dos primeiros participantes, da empresa, que na flor dos seus 17 anos, se constitui em 1928 a grande novidade, demonstrando, na redação, uma capacidade precoce, o que lhe valeu galgar a direção do jornal, substituindo o jornalista Carlos Monteiro que em 1938 se transferiu para Salvador, onde instalou uma livraria
Trabalhei durante quase 15 anos no DIÁRIO DA TARDE e convivi com esta turma e este meu trabalho tem por finalidade prestar uma homenagem aos antigos companheiros, no momento em que o nosso jornal, instituindo um “record", para empresas jornalísticas do interior, completa 45 anos de existência ininterrupta prestando relavantes serviços a zona cacaueira, graças a benéfica visão do sr. Francisco Dórea, que desde o dezembro de 1927 participa intensivamente da tradicional empresa jornalística de Ilhéus.
Guanabara, 1° de fevereiro de 1973.

Obs.: Sem data e jornal em que foi publicado

A Praça José Joaquim Seabra

A Praça José Joaquim Seabra
Rubens E. Silva

RIO — Urna das artérias mais bonitas de Ilhéus é, sem dúvida, a Praça José Joaquim Seabra, com todo o respeito a Avenida Soares Lopes. Em 1927 era o tradicional logradouro fartamente arborizado com bem tratados "ficus" posteriormente Substituídos por fiondosas árvores e palmeiras sem lhe tirar a beleza cujo ponto alto é. sem dúvida o Palácio da Prefeitura com seu; estilo arquitetônico igual a sede do governo federal, o chamado Palácio das Águias da rua do Catete, aqui no Rio.
O prédio teve sua construção iniciada no último ano do século passado, ou seja em 1.899, por iniciativa do então Intendente dr. Ernesto de Sá sendo inaugurado anos depois na gestão Domingos Adami. Em seu lugar anteriormente existia o Colégio dos Jesuitas. Anos depois de inaugurado o prédio foi interditado já que ameaçava ruir. Dr. Eustáquio Bastos que chefiava o executivo, providenciou a transferência da Preíeitura para o Grupo Escolar situado na Praça Castro Alves. Feita a reforma conservando as linhas arquitetônicas, em 1921, foi reinaugurado o Palácio e nele voltou a funcionar a prefeitura, sendo instalado o serviço jurídico local, além da Delegacia de Polícia, a Cadeía Pública. Também ali existia um Serviço de Profilaxia Federal. Anos depois a Cadeia era Delegacia deram lugar as oficinas do Diário Oficial enquanto o Serviço de Profilaxia eO transferido para a Avenida Canavíeiras. Os seiviços jurídicos passaram para o Fórum, na Cidade Nova.
Na Praça foi construída, na segunda década deste século a sede da Associação Comercial, tendo a sua frente o desaparecido- Cinema Vitória do velho Cortes, que no início da função "virava" o preço do ingresso "catando" tudo quo aparecia em sua frente. Ao lado da Associação se instalou a Pensão Miled — se não me falha a memória — vinda da Praça tío Vesúvio. Em fronte da Prefeitura estava instalado o médico farmacêutico Enock Carteado sarcasiicamente glozado quando de sua viajem a America do Morte. Ali também creio ter sido a primeira sede da Sul-Bahiano, sob a gerência de Joaquim Teixeira, um despachante que sonhava a descoberta do moto-contínuo. Já na esquina com Almirante Barroso estava localizado, no andar superior o consultório do médico dos Pobres, dr. Lopes. Vicente Marselli exibindo seus pendores canoros dirigia sua alfaiataria, no. mesmo "corredor” da mais antiga família da.artéria, a dos Daneus que ainda tem vivo o mais velhos dos seus dependentes, o rubro-negro doente dr. Raul Daneu.
Atrás do prédio existia uma casa onde estavam instalados vários açougues e era a sede da Euterpe I3.de Maio. Dois personagens conhecidissimos moravam no porão do prédio. Ambos professavam ideias comunistas. O quitandeiro Edson e o sapateiro Leôncio, este então mais exaltado, sempre" disposto a fazer comícios exaltando o proletariado. Outro esquerdista que residia nas imediações era o pofessor Nelson Sshaun. Não devemos esquecer que como tomando conta da praça, morava perto o chefe político dos meios; agrícolas e sociais de Ilhéus, um dos fundadores no Clube Sócia! e insentivador da construção de sua sede na Cidade Nova, nas imediações do antigo Matadouro.
Não posso dobar de assinalar, na principal praça da Capital do Cacau a presença de um parsonagem que atraía a atenção de todos. Com o seu passo cadenciado, percorrendo todos os recantos da artéria, não dando guarida aos poucos inseios que tentavam destruir os jardins, estava um domesticado urubu. O seu nome era "Garcia" admirado pelos visitantes da cidade que o tansformavam em verdadeira atracão turística, como seria chamado hoje.
Não podeia terminar esta crônica sem registrar o zelo incomum de um preposto da municipalidade: cuja ação e modos de agir se transformou, na opinião popular, no rnais odiado elemento da cidade, e que por ocasião da vitória da Revolução de 3 f0oi "caçado" por uma legião de entusiásticas adeptos da nova ordem. Estou falando do fiscal da Prefeitura Rodolfo. Ele ficava nas imediações da Praça como que farejando a cata dos infratores", reprendendo-os agressivamente, confiado na sua autoridade já que fisicamente não "guentava" um sopro. Era tão respeitado quanto odiado mas mantinha a sua autoridade amparado pelos "Pessoas", seus chefes.
Hoje, por todo o Brasil, sentimos falta.- de muitos Roldofos para combater os destruídores de obras púbíicas.
RUBENS Ë. SILVA Jornal da Manhã. Ilhéus. BA 11/12/Jan/1981

A Matriz de Belmonte está com seus dias contados

A Matriz de Belmonte está com seus dias contados
Rubens Esteves da Silva

RIO — Terminava de escrever "Minha Geração Está Desaparecendo" quando recebo uma carta de Belmonte, dando ciência de que a parede dos fundos da quase secular Igreja de Nossa Senhora do Carmo desabou e com ela o altar onde desde o fim do século passado reinava a Virgem de Carmelo que. por precaução, já havia sido retirada e transferida para a Capela de São Sebastião onde os atos religiosos em louvor a padroeira da cidade vinham sendo realizados.
Como faço todos os anos, estive em Belmonte em julho do ano passado, quando a Casa do Gerador, da iluminação da Igreja, havia sido destruída e, com ela, todo o maquinário, em virtude da última enchente do Jequitinhonha. A casa ficava contígua a parede desabada e as obras do cais que deveriam amparar não só o templo mas toda a cidade, bastante mutilada, seguiam em ritmos lentos e o material empregado na obra era motivo de severas críticas, por parte da população, inclusive por construtores, uma vez que as estacas de cimento armado- não vinham resistindo a pressão do bate-estaca.
Perde Belmonte, com o desabamento eminente da casa de orações talvez a última das construções vindas do século passado e que, na concepção dos católicos — que não são poucos — lídima guardiã da cidade, já que os avanços periódicos devido as enchentes do no, haviam parado a poucos metros da casa de Nossa Senhora do Carmo, que mantinha intocável pelo caudaloso Jequitinhonha, destruidor de mais de um terço da cidade, levando de roldão uma área de mais de três quilômetros, a partir do Freire até a Ilha das Vacas, destruindo o Cemitério velho, as "Aningas", o "Gravata", as barcaças secadoras de cacau do Maia e Olegário Matos, além das ruas dos Quartéis, da Ponte e metade da Marechal Deodoro do lado do Boquete, enquanto do outro lado, o Sítiio de Albino era beneficiado com o crescimento de suas terras. A crença dos belmontenses era plenamente justificado pelo fato do rio ajudado pelo terreno arenoso ter produzido um vastão bolsão nos fundos da Igreja sem atingi-la, por maior que fosse o volume de água que recebesse o Jequitinhonha.
A igreja de Nossa Senhora do Carmo foi construída no outro período de 1895 e 1896, por iniciativa dos frades Capuchinhos Frei Paulino e Frei Caetano e sua planta elaborada pelo italiano radicado na cidade Etori Guerrieri, arquiteto, residente na Praça Dois de Julho (hoje Praça da Bandeira) por muito tempo Quartel General das Retretas da "15 de Setembro" — a Lyra Popular ficava na Praça 13 de Maio. Os executadores da obra foram os mestres Antônio Alexandrino Siqueira, Antônio Geraldo Cerqueira e José Rodolfo.
A primeira Igreja da Freguesia de Nossa Senhora do Carmo foi construída em 1776, com tijolos, dada a escassez de pedras nas imediações da antiga Vila, o mesmo acontecendo com o templo que a substituía. Os alicerces da nova casa de orações não tinham a profundidade e acabamento dos atuais, mas a estrutura das paredes e as amarrações firmavam a construção evitando possíveis desníveis de um terreno arenoso. Nos fundos da igre já foi feito um Cemitério que foi desativado anos depois devido as reclamações dos moradores das imediações, sendo então construído o já citado que com a destruição o município edificou outro nas imediações do farol.
Não tenho lembrança da existência em Belmonte de casas construídas no mesmo tempo da edificação da Igreja em pauta. Creio que na Rua Marechal Deodoro era onde existiam os mais velhos prédios da cidade como o de Teodoro Guimarães, de Professora Mãezinha e do senador Wenceslau Guimarães não mais existentes. Na mesma rua ainda existe a casa do falecido João Calabocorio, porém como lembrança dos velhos prédios existem os palacetes de Melo Poassú, Pascoal Camelier e Prefeitura Municipal. Poderíamos anotar nesta relação o palacete dos Brasões, não fosse o mau gosto dos diretores do Flamengo substituindo a bonita faxada do prédio em um inexpressivo "tapume" na principal rua da cidade •— a 15 de Novembro — que no próximo dia 23 de Maio, completará 90 anos de sua emancipação.
. Termino esta crônica, uma espécie de "Pró-Memória" fazendo um apelo aos poderes constituídos no sentido de ajudar Belmonte conter a fúria do Rio Jequitinhonha e evitar a sua destruição, devolvendo desta maneira; parte dos impostos arrecadados pela Federação.
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus. BA 09 Abr. 1980

A cruel matemática do Banco Nacional de Habitação

A cruel matemática do Banco Nacional de Habitação
Rubens E Silva
' • Fui um dos primeiros locatários 'do Conjunto Residencial do ex-IAPI, de Realengo, graças a concessão da-da pelo engenheiro Plínio Catanhede, presidente da autarquia a quem recorri dias depois cie encerra-la a inscricão para os futuros moradores do então primeiro ccnjunto residencial de trabalhadores. O fato se verificou em princípios de 1943 tendo como justificativa minha família composta, na época de 9 pessoas, residente em Ilhéus, aguardando a ordem de embarque, o que aconteceu em agosto do mesmo ano, no auge da segunda Guerra Mundial.
A escolha da casa foi feita graças aos companheiros da falecida Heitor Ribeiro, alguns dos quais já inscritos, pendo fim a intensa luta na procura de um "canto" para alojar minha turma ansiosa para se transferir de Ilhéus, pondo fim aos 10 meses de espera.
Pousado em Realengo passei a participar ativamente dos movimentos sócio-recreativos da localidade fundando, com outros companheiros, o primeiro clube loca! — Centro Recreativo Industriados de Realengo — transformado em centro reinvidicatório da comunidade, do qual fui presidente por 3 vezes. ,
O Conjunto foi construído peio ..ex-lnstituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários por iniciativa do saudoso prosidents Getulio Vargas tendo como base casa própria para os trabalhadores. Entretanto depois de 'habitado, ou seja um ano após a legislação foi alterada peia Portaria ;CNT-96, adotantío uma aspecie de e uso fruto para os dependentes do locatário com direito aos benefícios previdenciários. A viuva até a sua morte e os filhos inválidos ou menores de 18 anos (homens) e 21 (mulheres). A modificação não agradou, porém quando Getulio Vargas retornou ao poder substituindo o presidente Dutra, nova alteração da lei para pior gerando protestos de todos os moradores de Conjuntos Residenciais, obrigando o governo assegurar aos antigos locatários os direitos anteriormente adquiridos. Isto em 1953. Presidia 'o ex-IAPI o sr. Afonso Cezar e a campanha praticamente pelo Conselho de Locatários de Realengo, sob a minha presidência e com a participação dos locatários e entidades representativas de Irajá, Coelho Neto, Bonsucesso, Pilares, Padre Miguel, Del Castilo e Cascadura.
Tudo praticamente tranqüilo quando veiu a Revolução de 1964. Acreditávamos que os conjuntos residenciais não fossem incomodados. Mesmo porque já estávamos residindo num imóvel construído há quase 25 anos corn o dinheïro arrecadado através das contribuições dos tiabaihadores e com o atenuante de que nenhum órgão oficial, pelo menos aïé aquela época, financiava construção edificada há mais de 5 anos. infelizmente estávamos completamente enganados. A revolução unificou os institutos, criando o Instituto Nacional de Previdência Social e, ccmo urn passe de mágica entregou todo o acervo imobiliário ao recém criado Banco Nacional de Habitacão e este passou a explorar àqueles que com suas contribuições formaram o património dos falecidos lAPs impondo aos antigos locatários uma cruel e injusta correção monetária defendida pela sua primeira presidente a ex-deputada Sandra Cavalcante, hoje confessando-se arrependida de ter apoiado e defendido a nova ordem tinanceira. ;
Desejando amenizar a sïïuação dos, locatários alguns deputados elaboraram uma íei ísentando da correção os locatários dos conjuntos residenciais a qual foi vetada pelo então presidente Castelo Branco. Na ocasião diversos grupos ligados as extintas autarquias que estavam encarregados de vender os imóveis aos seus ocupantes desapareceram, dando tempo ao congresso examinar o veto presidencial enquanto apressavam o processamento das vendas dos apartamentos localizados em áreas mais valorizadas da cidade, resultando em que os abonados compradores de aparlamentos construídos em Copacabana, Botafogo e Tíiuca hoje estão livres da correção enquanto os trabailhadores locatários em imóveis nos subúrbios acima citados estão sofrendo o impacto das constantes majorações determinarias pelo BNH, ratificadas por um meritíssimo que numa ação solicitando eqüidade no tratamento dado aos ricaços achou justo que es trabalhadores arquem com as constantes elevações dos alugueis em beneficio dos previlegiados locatários da zona sul do Rio. Sabem por quanto está um imóvel comprado em 1966 por Cr$ 3700,00? Apenas por Cr$ 40 mil sem contai oom as prestações mensais pagas
Rubens E. Silva. Jornal da Manhã. Ilhéus BA 28 Jan 1981

Coisas Velhas e Novas. Apresentação

“Coisas Velhas e Novas”


Com esse título, o Rubens Esteves da Silva, vai contando suas histórias.
Com essa frase: "Coisas Velhas e Coisas Novas", o velho Rubens vai trazendo para nós, suas reminiscências. Traz para nós as lembranças dos seus amigos que na maioria são também nossos amigos, quando não somos nós mesmo o lembrado por aquela cabeça branca que com singeleza vai contando "Coisas Velhas e Novas".
Muitas das Coisas Velhas, já estavam esquecidas pelo dia a dia dos menos atentos, mas, ao serem lembradas, marejam nossos olhos com aquela lembrança de saudade.
Conheci Rubens há muitos anos quando já se despedia do Diário da Tarde para desbravar e conquistar o Rio de Janeiro.
Localizou-se como pedra que tem boa base, em lugar fixo. Ali, criou limo e solidificou sua permanência com a conquista de novos amigos.
Quem me deu seu endereço foi o Everaldo, mas, esqueceu de por o número.
Num Sábado pela manhã, fui rever aquele amigo que há muitos anos não via.
Rua Marechal Falcão da Frota, no Realengo. Rua que a numeração vai além de mil, mas que eu estava disposto a saber o da casa do meu amigo.
Ao chegar no Realengo perguntei a um mecânico que prestava socorro a urn carro:
— Meu amigo! Onde fica a rua Marechal Falcão da Frota?
— E' a terceira a sua esquerda. Para melhorar sua informação, perguntou-me:
— Oual é o número?
—infelizmente não sei. (Estou procurando a casa de um amigo por nome Rubens Silva,
— Oh! baiano? Étambém muito meu amigo. Ele não está em casa. Estive com ele agora. Está na Associação dos Inatívos da Indústria, onde é Presidente. Homem -bom está ali! Não sabe dizer não a ninguém. Está sempre pronto a orientar um trabalhador.
Segui a procura de Rubens e o mecânico continuou a dizer boas palavras sobre ele.
Foi para mim uma grande satisfa­ção o nosso encontro. Conversamos muito. Ele convidou-me a acompanhá-lo no almoço e assim conhecer sua família.
Não me foi possível aceitar o seu convite porque teria que ir ao aeroporto esperar minha filha Patrícia que chegaria dentro de pouco tempo, mas combinamos uma data próxima para novo encontro.
Voltei para casa. Fiquei satisfeito ern rever depois de tantos anos aquele homem que sabe dizer com sabedoria as "Coisas Velhas e Novas".
GERALDO FERRER